Fanfic: Stay with me | Tema: Gintama
Enquanto puxada, Tsukuyo não entendeu o seu comportamento repentino, fazendo com que a mesma o questionasse diante da situação atual. Isso era fruto de um início de discussão e era certo que iriam terminar brigados, pois os dois eram movidos pelos próprios ideais e com isso raramente cediam diante a razão por conta do seu próprio orgulho, o que para eles era algo normal, mas para outros era insuportável.
“Ei Gintoki, o que deu em você? E por que você está ferido de novo?”
“Eu que te pergunto!” – Disse em tom bruto. – “Você bateu a cabeça ou o quê? Colocando um amanto dentro de casa?!”
“É só uma criança!”
“Uma criança que trabalhava para o inimigo!” – Exclamou. – “Desde quando você ficou tão coração mole?”
“...” – Ela desviou o olhar, escondendo o seu rosto para suas emoções de frustação não transbordarem diante dele. Ele se sentiu mal, tanto que abaixou o tom e tentou se controlar.
“Me desculpe... Não queria ser grosso.” – Tentava tranquiliza-la, mas parecia estar fracassando. – “Eu estou preocupado com você, Tsukuyo. Eu sei que é apenas uma criança, mas algo me diz que não é uma boa ideia mantê-lo por perto... Ele pode acabar te entregando para os amantos.”
“Eu entendo a sua preocupação, mas eu sei me virar!” – Disse de maneira grosseira.
“Você está sendo egoísta! E quanto aos outros? Você acha mesmo que vai conseguir cuidar de tudo sozinha?”
“Até lá eu já terei um plano em mãos.”
“Isso poderá acontecer a qualquer momento!”
“Eu sei, eu vou conseguir me virar, não precisa se preocupar-”
“Talvez esteja mais perto do que possa imaginar...”
“O que você quer dizer com isso?”
“É sobre isso que eu vim falar com você.” – Tsukuyo abaixou a tensão nos ombros e pegou o kiseru em mãos, como uma forma para se acalmar. – “Nós teremos que adiar a invasão.”
“Adiar invasão?” – Disse surpresa. – “E vocês já tinham planejado invadir e não me contou?”
“Na verdade, nós não planejamos. Porém...”
“O que...?”
“Aqueles desgraçados pegaram Shinpachi e Kagura.” – Disse de forma amargura. – “Tenho medo do que possa acontecer com eles.”
“Então é por isso que você está tão ferido assim...”
“Uhum.” – Concordou com a cabeça. – “Eu já conversei com a Shinsengumi e iremos essa noite.”
“Você não vai! Não nesse estado.”
“Não começa com isso de novo. Eu estou legal e também irei estar junto daqueles policiais idiotas.”
“E se algo acontecer com você?!”
“E se algo acontecer com eles? A culpa vai ser minha por ter metido eles no meio!”
“A Shinsengumi vai ser capaz de lidar com eles sem você!”
“E você acha justo ficar aqui sentado no maldito sofá esperando eles chegarem?!”
“Não é justo, mas é necessário! Você só vai atrapalhar se for assim!”
“Que se foda! Eu também sei me virar!”
“Se soubesse não estaria ferido desse jeito!”
“A gente estava em desvantagem numérica, ok?” – Começou a abaixar o seu tom de voz pacificamente. – “Esquece, você não entenderia.”
Gintoki se dava por vencido, não porque perdeu no argumento e sim para a discussão ter um fim. Não tinha mais cabeça para pensar em outra coisa além de conseguir recuperar aqueles dois, deu um forte suspiro e saiu do quarto para não acabar descontando a raiva que sentia acumulado em seu corpo. Ela não percebeu, tanto que sua reação foi correr atrás dele até a porta da saída. As crianças e a mulher apenas assistiam os dois agirem como crianças caminhando pelo corredor da casa.
“VOCÊ NÃO VAI, GINTOKI!”
“ENTÃO ME DÊ UM MOTIVO PARA FICAR!”
“...” – A loira abaixava a cabeça em um com completo silêncio.
“Tá vendo só? Não existe!” – O albino caminhava furioso. – “Me desculpe, mas eu preciso ir.”
Ela murmurava alguma coisa, mas era tão baixo que o mesmo não conseguia entender. Ele sentia um calafrio, algo o deixaria mais preocupado momentaneamente, em uma tentativa falha, pediu para aumentar o tom.
“Fale mais alto, assim fica difícil de entender.”
“Eu... Eu estou grávida!” – Quando disse isso em alto e bom som, o ambiente ficou silencioso. Tsukuyo não conseguiu se conter ao contar a notícia, suas lágrimas começaram a escorrer lentamente pela sua cicatriz. Diferente do esperado, ela não se sentiu aliviada. Era como sua garganta a sufocasse com o próprio choro, tensionando o seu peito enquanto via as costas do albino que agora estava mudo. – “Você... não vai dizer nada?”
“...” – Seus lábios tremiam conforme ela cantarolava em meio aos soluços, era um verdadeiro choque de realidade. Engoliu a saliva e quebrou o silêncio, sua voz trêmula a deixava ainda mais tensa. – “Há quanto tempo você descobriu?”
“Há quase 6 semanas atrás.”
“6 semanas?!” – Virou-se de frente para ela. - “Por que não me contou antes?”
“Porque eu tenho medo... Medo de você me deixar por causa disso.”
“Por que eu te abandonaria? Entenda uma coisa, eu não estou bravo por você estar grávida, eu estou bravo por que você não me contou isso antes.” – Pressionou seu tom de voz. – “6 semanas? É sério isso? E só agora que você me contou?!”
“Me desculpa...” – Falava em prantos.
“Como você é cabeça dura, Tsukuyo!” – Resmungou novamente. – “Você sabe que agora terei apenas 7 meses para acompanhar?”
“O-o que?” – Dizia confusa com a sua reação.
“Tsc caramba, como vou contar para velha que os próximos alugueis serão gastos em fraldas e leite?”
Hinowa, escondida atrás de uma parede, conseguiu respirar aliviada depois de ver o casal se resolvendo entre si. Mas ainda havia uma discussão que precisava ser resolvida logo, tanto que os dois saíram para o lado de fora para ficar um pouco a sós. O vento do fim-de-tarde batia na dupla, fazendo com que os cabelos balançassem como uma pequena performasse de dança.
“Eu esqueço que você é um idiota.” – Deu uma tragada no kiseru apoiando-se na porta. – “Nada que eu lhe disser vai impedi-lo de ir, não é?”
“Me desculpe.” – A loira o encarou, vendo o seu rosto tão vulnerável ao ponto de pedir perdão. - “Mas eles precisam de mim.”
“Eu sei.” – Desencostou, se aproximando o máximo possível do seu corpo. – “Me prometa que irá voltar em breve, temos muito o que conversar.” – Sussurrou observando os olhos vermelhos do albino.
“Prometo.”
Ela sentiu convicção em sua fala. A tensão que os dois sentiam foi-se embora quando os lábios se tocaram, iniciado um longo beijo romântico depois de tanto tempo. Diferente das outras vezes em que se beijaram, esse era um beijo mais delicado e suave, enaltecendo a ternura e esquecendo, em um curto período de tempo, de seus problemas pessoais. As mãos do albino acariciavam a cicatriz, fazendo-a abraça-lo o mais forte que podia, tornando uma sensação acolhedora, e conforme se prolongava, cada um se entregava cada vez mais para o outro, quebrando a timidez que sentiam causado pelo afastamento.
Quando o beijo foi concluído, encostaram testa sobre testa, observando um pouco mais de perto o brilho dos olhos de cada um. Pequenos suspiros formavam uma melodia com o ambiente e o calor dos corpos fazia com que o vento parecesse apenas um pequeno sopro e tudo isso fazia parte de um elo fortalecido. Uma chama reacendia revivendo a paixão que sentiam durante as noites românticas, uma espécie de nostalgia batia em suas mentes.
“Uau, não me lembrava que você beijava tão bem assim.” – Ele brincou.
“Cala a boca, idiota.” – Deu uma leve risada.
Quando ele a deixou para trás, parecia que era uma despedida dolorosa. Ela estava confiante que ele voltaria cedo ou tarde, onde o esperaria de sua sacada como sempre fazia durante as noites. Ainda parada na porta de sua casa, o assistia partir com um leve sorriso dando uma tragada no seu... Kiseru? Por que isso soava tão errado para ela? Tirou-o de sua boca observando mais de perto entrando em um modo de reflexão, percebendo que isso poderia fazer mal para a saúde do bebê em sua barriga. Quando retornou para o seu quarto, bateu o kiseru depositando as cinzas dentro do cinzeiro e colocando-o em uma caixa para então poder guarda-lo em seu guarda-roupas.
-X-
A noite chegara junto das luzes dos bares de Kabukicho, a polícia se reunia em uma casa simples de madeira usado para vigilância. No ambiente, havia apenas uma mesa mediana coberta com um mapa da fábrica e relatórios usados por Fumiko e Hijikata, ao redor possuía uma mistura de membros da Shinsengumi e da Hyakka, deixando o albino confuso e irritado.
“Ei... Por que a Hyakka está aqui?!”
“A Tsukuyo-dono pediu.” – Fumiko cruzava os braços. – “Ela disse para ficarmos de olho em você, já que ela não pôde vir.”
‘Então foi por isso que ela concordou tão facilmente... Ela me pegou de jeito!’ – Fez facepalm.
“E então, qual será o plano, Yorozuya?” – Dizia o policial dando um tragada no seu cigarro.
“De início diminua o tamanho das tropas.”
“Como assim?! Você mesmo disse que eles estavam em maior número!” – Kondou questionou-o.
“E realmente estavam...” – Assentiu com a cabeça. – “..., Porém a fábrica é cheio de containers, portanto o grande número só irá atrapalhar.”
“Você tem um ponto.”
“E como entraremos lá?” – Fumiko questionou.
“Uma porta do fundo talvez?” – Hijikata falava. – “Geralmente uma fábrica possui duas entradas, certo?”
“Pode ser uma possibilidade.” – O albino respondia-os. – “Quando eu estive lá, não achei nenhuma saída pelos fundos.”
“Isso pode ser um problema...” – Kondou afirmava.
“Eh... Então teremos que entrar pela porta da frente? É... Isso ficou interessante.” – O policial de cabelos negros brincou.
“Te assustou?” – Dizia o albino em tom irônico.
“Nem um pouco.”
“Se cada um matar nos mínimos uns 3, estaremos no lucro.” – Brincou novamente.
*
O grupo foi dividido em apenas 7 pessoas e mais 5 para cuidar da retaguarda. O plano escolhido pelo albino e aprimorado por Fumiko se resumia em acessar a fábrica pela porta da frente e dissolver o grupo em 2 duplas e 1 trio. Kondou e Sougo ficariam responsáveis em olhar o subsolo, enquanto outra dupla da Hyakka observavam o andar principal e o trio formado por Hijikata, Gintoki e Fumiko ficariam responsáveis pelos containers.
A lua brilhava forte essa noite deixando a fábrica mais assustadora do que o albino se recordava. Ela não estava em funcionamento igual aquele dia, tornando-se silencioso e abandonada, onde cada ruído era fatal. A porta, quando aberta, rangia de forma estrondosa causando um frio na barriga, mas continuaram em frente. Cada grupo carregava consigo uma lanterna e armas em mãos. O plano possuía vários furos, tal como a falta de comunicação entre os membros.
Hijikata acenou simbolizando a dispersão dos membros para os devidos lugares. Ele caçava vulnerabilidade no local, tal como janelas e rotas de fugas não vistas antes pelo mapa, traçando um outro mapa mentalmente. Algo fazia Fumiko ficar apreensiva, como algum sexto sentido que sinalizasse uma possível armadilha, tanto que a mesma foi cuidadosa com esse ponto.
A dupla da Hyakka se sentia como estar fracassando, sem pistas, inimigos ou respostas, absolutamente nada, nem um sinal indicando estar no caminho correto. Reviraram algumas máquinas e notaram algumas peças de armas misturadas entre as peças automotivas, o que comprovou a teoria que Fumiko havia criado sobre aqui ser usado para a fabricação das armas.
Já Sougo e Kondou parecia estar andando em círculos, era tudo padronizado com um longo corredor contendo algumas grades que lembravam gaiolas. Kondou se sentia confuso com o local, pois não faria sentindo ter calabouços dentro de uma fábrica.
“Não faz sentido...”
“O que não faz sentido, Kondou-san?”
“Quando o Yorozuya disse que havia conseguido fugir eu não tinha acreditado que havia celas dentro de uma fábrica.”
“Não só isso...” – Sougo caminhou até o fundo do corredor. – “A janela quebrada...”
“... Que liga a fábrica para o mar.” – Kondou completava. – “Será que há mais andares para baixo?”
“Sei lá.”
*
Caminhando entre os containers, o trio buscava o “escritório” em que o líder ficava. Hijikata suspeitava de que todas as portas, sem exceção, estavam destrancadas, assim como fizeram com o tal navio. Ao entrar dentro do container principal, Gintoki rapidamente foi em direção a mesa que continha vários papéis com alguns jornais muito antigos, artigos sobre Yohalo e mapas de um local familiar: Yoshiwara.
“Ei Yorozuya, o que você encontrou...?” – Hijikata questionava.
“Eu não sei exatamente...” – Dizia analisando melhor. – “Talvez há algo acontecendo em Yoshiwara... A Tsukuyo sabe de algo, Fumiko?”
“Não senhor.”
Durante o pequeno diálogo, o telefone de Hijikata começou a tocar, o qual inicia-se um silêncio com apenas a voz de Hijikata ecoando no local.
“Alô?” – Perguntava confuso. – “Yamazaki eu já disse que estamos no meio de uma missão-” - Interrompeu a própria fala. – “O-oque?! Como assim? Certo, estarei indo para aí em breve.” – Desligou o telefone e suspirou.
“E então...?” – O albino questionou.
“Lembra do navio cargueiro?”
“O que tem?”
“Foi incendiado.”
“Como assim?!” – Fumiko falava surpresa.
“Yamazaki disse que não havia ninguém por perto.”
“Espera...” – Gintoki assumia a fala. – “Vocês não acham que essas pistas estão muito fáceis?”
“Explique-se.” – O policial falava.
“Talvez eles quisessem que viéssemos aqui.” – Afirmou. – “Vejam só: Não há segurança nenhum mesmo com documentos importantes, Shinpachi e Kagura provavelmente foram sequestrados só para me trazer aqui, mas por quê?”
“Uma emboscada para te capturar?”
“Acertou.” – Dizia uma voz rouca de fundo.
Um barulho de uma arma sendo destravada, vindo de trás do policial, fez com que os outros dois virassem inconscientemente, dando de cara com o corvo Yami Karasu. Tanto a dupla da Hyakka quando a de Kondou foram cercados com outros grupos de amantos armados com sorriso sádico estampado em seus rostos, o que não foi surpresa para os mesmos. Sem muitas opções, o grupo terá que enfrenta-los frente a frente para então finalmente alcançar o seu objetivo final: encontrar Shinpachi e Kagura.
Autor(a): Kayomii
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“Uma emboscada para te capturar?” – Hijikata questionou-o. “Acertou.” – Dizia o corvo destravando a arma e apontando para o policial. – “Não imaginei que o encontraria tão previamente, Shiroyasha.” “O que você quer, seu maldito?” – O albino perguntava de forma bruta, com um olhar ra ...
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