Fanfics Brasil - Winds of Rebellion Stay with me

Fanfic: Stay with me | Tema: Gintama


Capítulo: Winds of Rebellion

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Em meio a um céu estrelado havia um corvo com um chapéu de couro que observava atentamente o distrito de Kabukicho. Sobrevoou de telhado em telhado até pousar em um beco sem saída, onde uma figura sinistra lhe aguardava.


“Yami Karasu, você demorou.” – Afirmou uma voz meio rouca e meio grossa. – “Está ficando cada vez mais difícil de localizá-lo.”


“Irei acreditar que é apenas um elogio.” – O corvo falava enquanto acendia o seu charuto de marca luxuosa. – “Referente ao encontro, a sua teoria estava correta. O Shiroyasha possui ligações com o líder de Yoshiwara, ou melhor, com a líder.”


“Uma mulher?”


“Exatamente.  Além do mais, o plano ocorreu conforme o planejado; ele estava acreditando nas falsas provas, só que uma figura externa apareceu e atrapalhou com o roteiro.” – Fitou em um rosto imaginário e demonstrou-se rancoroso. – “Maldito Damian!”


“Estão trabalhando juntos?”


“Não. Estão mais para gato e rato.” – Deu uma tragada. - “Até onde notei, vazar os planos de Damian sobre a conquista de territorial em Yoshiwara e a expansão da venda da droga de Yohalo fez com que o Shiroyasha acendesse uma chama raivosa contra Damian, deixando-nos de lado.”


“Isso é bom. Assim podemos usar como uma forma de enfraquece-lo.”


“Como irá fazer isso?”


“Por hora não irei dizer, apenas afirmarem que botei o plano em prática.” – A cada passo que a figura sinistra dava, os passos escovam em seus ouvidos. – “Ah Karasu, não se deixe enganar. Eu sei que você andou ajudando aquele maldito samurai prateado.”


O corvo sentiu uma vibração negativa vindo de sua voz, que acabou deixando-o tenso e seu estômago embrulhado, mas não deixou isso transparecer em seu rosto.


“E se eu descobrir sobre a sua traição novamente, eu lhe matarei.”


“Certo... Rey.”


A figura, agora Rey, imergiu em meio a escuridão causada pela falta de luminosidade da cidade, deixando Karasu arrasado. Ele não entendia como Rey havia descoberto sobre a sua breve “parceria” com o demônio branco, talvez havia um possível espião, mas dane-se isso não era de sua conta. Talvez o mesmo entendesse isso como um possível entretenimento durante o horário de trabalho, tanto que sorriu maliciosamente, revelando sua ansiedade em descobrir o desfecho da história.


-X-


Na manhã seguinte, Tsukuyo foi convocada por Fumiko para uma reunião particular em Yoshiwara. O local em questão ficava dentro da prisão subterrânea, onde a cortesã Kahena era mantida aprisionada.


Os primeiros momentos em que Tsukuyo pisou dentro da prisão, pôde-se sentir um calafrio seguidos de gritos agoniados implorando para tira-la de lá.  A loira continuou a caminhar em direção a cela, onde encontrou com Fumiko e a cortesã roendo as unhas de forma desesperadora.


“O que está havendo aqui?” – A loira questionou com uma voz firme, tentando não demonstrar medo perante as duas.


“Eu não sei, ela está assim desde ontem à noite.” – Fumiko a respondia em um tom preocupado. – “É como se ela tivesse tido contato novamente com a droga, mas me certifiquei antes para ter certeza. Felizmente todos os testes deram negativo...”


“Então estamos lidando com uma droga de ciclo de vicio sem fim, huh?”


“Sim, por isso a chamei aqui.” – Limpou a garganta. – “Tsukuyo, não me entenda mal, mas você deveria tomar cuidado com o Gintoki-dono... Ele também teve contato com a droga e...”


“Eu sei.” – A interrompeu. – “Irei cuidar disso em breve, até lá não se preocupe.”


“Certo...”


Um pouco mais tarde, Tsukuyo caminhava em direção a saída, tendo o seu trajeto interrompido por barulhos de salto colidindo com o chão arenoso.


“Chefe, tem um minuto?” – Dizia um membro do grupo da patrulha leste.


“Diga.”


“É sobre a Fumiko-san...”


“Algum problema?”


“Nenhum. Mas não acha que você está dando muita confiança a ela?”


“Não nos entenda mal, chefe.” – Dizia a outra garota. – “Só estamos com medo de Yoshiwara parar em mãos erradas.”


“Entendo a preocupação de vocês.” – Dizia a loira em um tom suave, mais relaxador enquanto tragava seu kiseru. – “Não se preocupem quanto a isso, não irei permitir que algo assim aconteça.”


“Chefe...”


Embora odiasse admitir, elas estavam certas; Tsukuyo praticamente havia entregado Yoshiwara para alguém que não fosse tão próxima de ti. Ela conhecia Fumiko apenas por suas habilidades e feitos, porém não a conhecia em relação a sua personalidade ou ao seu passado, isso foi um grande descuido de sua parte que a fez sentir uma raiva profunda de si mesma.


“Bom, por sorte nada aconteceu até o momento... Talvez há uma chance de Fumiko ser realmente alguém de confiança.” – pensou.


Por um pequeno instante, não se reconheceu com esse tipo de pensamento. Ela não era do tipo de uma pessoa fria, mas também não era alguém que entregava a confiança logo de cara. Tudo era estranho. Tudo estava sendo deixado para depois e depois, mas por que? A verdade era que estava cansada de todos os seus problemas e sua cabeça barulhenta só piorava as coisas. Conforme caminhava, seus pensamentos foram cortados por uma voz grossa de um rapaz que a lhe esperava na saída da prisão.


“Achei que você demoraria mais.” – Dizia o ex-samurai.


“Não imaginei que estaria aqui me esperando.”


“Bom, eu não posso deixá-la sozinha e correndo perigo.”


“Você sabe que eu posso me cuidar!”


“É mesmo?” – Ergueu a seu porta-kunais. – “Se soubesse se cuidar, teria percebido que eu roubei suas kunais.”


“O-QUE? QUANDO VOCÊ PEGOU?”


Ele não a respondeu, apenas soltou um suspiro e lhe devolveu todas as suas kunais. Ele parecia mais decepcionado com ela e talvez, não, muito preocupado com a sua distração com os seus pensamentos. Ele estava ciente que tudo era efeito colateral dos recentes eventos que ocorreram.


Normalmente a convidaria para voltar para casa, porém ele sabia que ela estava aflita só de passar alguns dias longe de Yoshiwara. Ele não se importava em mudar seus planos para vê-la feliz.


“Vamos dar uma volta.” – Ele afirmou ultrapassando-a. – “Você vem?”


“Sim.”


Mal começaram a andar e repentinamente Tsukuyo parou à mais ou menos três passos de distância do seu ponto inicial, fazendo com que o albino também parasse e virando-se para trás.


“Gintoki, eu tenho algo para te falar.”


“Então fale.”


“Eu... Quero- preciso voltar para cá. Não é ruim morar com você ou algo do tipo, mas eu só... não consigo ficar longe desse lugar.”


“Eu sei.”


“Sabe?”


“Isso era bem óbvio na verdade.” – Suspirou. – “Você não deixaria esse lugar por nada, correto?”


Ela assentiu com a cabeça, deixando escapar a sua cara de insatisfação com a situação. Gintoki apenas ergueu o seu rosto em um completo silêncio, assumindo que parte da culpa seria sua, não sabendo como lidar muito bem com tudo isso.


“Vamos mudar os planos.”


“Como?”


“Você poderá ficar aqui.” – Afirmou. – “Desde que aquele amanto não chegue perto de você.”


“Isso não é justo!” – Demonstrava-se aborrecida. – “Não posso deixar o Lucca para trás.”


“Não se preocupe quanto a isso, eu conversei com a Fumiko e ela tomará conta de Lucca.” – Ele a encarou. – “Ao contrário de você, eu não confio nele cegamente.”


“...” – Tsukuyo abaixou a sua guarda por um momento, mantendo-se em silencio por alguns segundos enquanto desviava o seu olhar para ele.


Embora não fosse sua intenção, ele percebeu o gelo que havia dado acabou deixando-a desolada, mas como sairia dessa situação? Indiscretamente ele sentia medo de acabar se afastando dela pelas coisas que pensa e faz, mas ao mesmo tempo sente a necessidade de expor a sua opinião.


“Venha comigo, eu quero te mostrar um lugar.” – O albino convidando-a.


Ela apenas assentiu com a cabeça mesmo que confusa e talvez um pouco curiosa para onde ele a levaria.


-X-


Fumiko caminhava em direção a uma casa no alto ponto de Yoshiwara onde abrigava Lucca, carregando consigo uma sacola contendo algumas comidas empacotados, tal como biscoitos e salgadinhos. Durante o seu trajeto, uma silhueta feminina a esperava do alto de um telhado em prontidão para ataca-la.


Ao saltar com sua wakizashi em mãos, Fumiko bloqueia o seu ataque com sua kunai, desviando rapidamente para trás. A silhueta, agora então revelada, usava o mesmo uniforme da patrulha leste, mas o que realmente chamava a sua atenção era a sua beleza exuberante, com seus cabelos e olhos negros e um corte Chanel, olhos bem puxados com maquiagem neutra e uma pele pálida com uma pinta no alto de seu rosto.


“Você demorou para me atacar, Gai.”


“Estava apenas observando os passos do meu oponente.”


Novamente Gai avançou em sua direção com vários golpes diretos, focando nos pontos vitais de Fumiko, que agora estava apenas na defensiva. Depois de várias trocas de ataques, ambas recuaram para trás, dando uma distância de 3 pés, fazendo Gai perceber um pequeno corte em seu rosto realizado for Fumiko.


“Heh, você é rápida.” – Dizia a Jovem albina. – “Talvez eu não deveria me segurar tanto.”


“Eu agradeço.” – secou a garganta. – “Me diga, qual o porquê disso?”


“Vejamos... Desde que Housen foi derrotado, Tsukuyo tomou posse de Hyakka por livre e espontânea vontade. Muitas de nós não aceitamos o cargo entregue a ela, então fomos exilados de Yoshiwara por nossas irmãs de guerra. Depois de muitos anos retornei novamente para cá e implorei para ser aceita em Yoshiwara, me dedicando a cada segundo para conseguir então o tão sonhado cargo de líder.”


“Eu me lembro de você... Você era uma do pequeno grupo de rebeldes que estava se formando...”


“Exatamente. A patrulha leste era a minha única forma de chegar ao alto escalão de Yoshiwara, mas VOCÊ não só atrapalhou meu caminho, mas ofuscou minhas habilidades! E adivinhe? Tsukuyo apenas tinha olhos a você!”


“E por que você não a contestou?”


“Ai, ai, jovem Fumiko, como você é tola... Você não acha que eu tentei? Infelizmente ela estava totalmente ocupada com o novo namoradinho que acabou ignorando vários dos meus pedidos.”


“E por isso você pretende ataca-la?”


“Não...” – Ironizou. – “Nem se eu a matasse seria suficiente para mim, mas talvez faze-la sofrer seria melhor, não acha? Ver todo o seu legado sendo destruído por uma ex-colega de trabalho...”


“Do seu jeito de falar... Não é possível que esteja trabalhando sozinha.” – Afirmou com precisão. – “Quem mais está envolvido?”


“Damian.” – Cruzou os braços. – “Embora os planos sejam diferentes, o objetivo é o mesmo.”


“Não pude imaginar que você se rebaixou a esse nível, Gai.”


“Não me rebaixei, apenas optei em fazer um acordo.”


“Que seria?”


“Um passe livre para matar quem esteja em meu caminho ou que atrapalhe a invasão de Yoshiwara. Em troca serei promovida ao alto escalão e poderei ter parte do distrito só para mim, incrível, não?”


“O que você está dizendo?” – Rosnou. – “E quanto aos seus semelhantes? Você irá trazer de volta a maldita ditadura.”


“Eu não me importo.”


“Maldita seja.”


Fumiko lançou três kunai em direção de Gai, focando em seus pontos vitais. A mesma esquivava com saltos em telhados, caçoando de seu ataque.


“O que foi Fumiko? Parece tensa.” – Sorriu maliciosamente. - “Por que não tenta correr em direção da Tsukuyo e contar para ela o que está acontecendo?”


“Seria muito covardia de minha parte fugir de você.”


“Oh, então você acha consegue ser mais rápida que minha lâmina?”


“Irei descobrir.”


O ritmo do lugar mudou quando ambas sacaram suas armas. Embora fosse habilidosa, Fumiko apresentava dificuldades em enfrentar a sua oponente, e a mesma sabia que não iria ganhar facilmente. Chegou a um ponto em que a lâmina de Gai atravessou de raspão em seu braço, sinalizando que estava chegando ao sem ponto limite.


Em partes Gai tinha razão, a melhor escolha para Fumiko naquele momento era recuar e procurar por ajuda, mas por onde? Ela não poderia recorrer a Hyakka, pois não sabia quem era aliado ou quem era inimigo, não poderia recorrer a Tsukuyo por que não sabia onde a mesma se encontrava e talvez a melhor escolha era ir em busca do Yorozuya para ajudá-la.


Ela não fugiu de imediato, apenas começou a ataca-la com golpes rápidos afim de conseguir afasta-la um pouco que seja e conseguir recuar. Assim que Gai recuou um pouco para trás, Fumiko aproveitou a brecha para jogar uma pequena bomba de fumaça e correr o máximo possível pelos telhados de Yoshiwara.


O que não contava era que uma de suas Kunais seria arremessada em sua direção, acertando em cheio a sua perna direita, fazendo-a perder parte da sua mobilidade.


“Isso não funcionará comigo.” – A jovem de cabelos negros soltava uma risada, claramente caçoando-a, enquanto puxava pelo seu cabelo.


Antes de qualquer golpe final, ocorreu uma grande explosão no centro da cidade, deixando ambas surpresas com o ataque. Rapidamente iniciou-se um incêndio junto a uma gritaria dos cidadãos que estavam presentes, fazendo com que Gai mudasse o seu rosto para um sorriso malicioso.


“Eh, então você não perde tempo mesmo, hein Damian?” – Seus olhos brilhavam conforme via o fogo. – “Está vendo Fumiko? A sua última memória será da cidade em que você jurou protegê-la sendo queimada aos poucos, assim como você queimará no fogo do inferno.”


Fumiko não rebateu ou reagiu, o seu corpo estava chocado com a situação e a única coisa que reagiu foi as lágrimas em seu rosto percebendo o seu fracasso. Seu coração batia freneticamente causando uma agonia inexplicável, muita tensão e desespero, muitos pensamentos passavam em sua cabeça até que então tudo escureceu.


Gai atravessou a lâmina em seu peito e jogou-a para o lado, como se fosse um nada. Seus olhos se fechavam lentamente e as lágrimas paravam de escorrer em seu rosto, que agora estava pálido. Utilizou o pouco de forças que restavam para murmurar suas últimas palavras enquanto assistia Gai dando as costas e caminhando para o lado oposto.


“Me perdoe, Tsukuyo...”


E assim se encerrou.



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Autor(a): Kayomii

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