Fanfic: Stay with me | Tema: Gintama
Yoshiwara era conhecida por possuir uma das melhores vistas noturnas graças a belíssima iluminação e ambientação feita pelas mulheres que trabalhavam na cidade, mas agora essas luzes brigavam com a lua, que tentava expandir raios luminosos entre as nuvens enquanto brasas espalhavam-se rapidamente aos céus junto de uma fumaça escura. A beleza do local era levada embora com as chamas que queimavam rapidamente tudo o que tocavam.
Em meio ao caos, questionamentos confusos se iniciavam junto de agonia e desespero para sair o mais rápido da li. A Hyakka tomou controle imediato da situação, organizando as patrulhas Norte e Sul para recuar os cidadãos e a patrulhas Leste e Oeste para controlar o fogo rapidamente.
“Nós não encontramos a chefe nem a Fumiko-chan... O que faremos?” – perguntou um dos membros de um trio formado de última hora.
“Talvez devêssemos contatar a Hinowa.”
“Não temos tempo para isso.” – Uma voz com peso, dito de um líder, atravessava o grupo que rapidamente abria espaço para falar. - “Patrulha leste fiquem responsáveis para que o fogo não cheguei no gerador e patrulha Oeste fiquem responsáveis pelas casas.” – Uma jovem se aproximava para meio da roda, com seis cabelos roxo e pele escura, usando um longo cachecol vermelho. – “E vocês três, continuem procurando pela Tsukuyo.”
“Certo!”
A roda rapidamente se dissolvia para as direções indicadas por Yoru. Ela demonstrava um rosto serio enquanto olhava para a direção da explosão.
“Yoru-chan, você não acha que há algo de estranho acontecendo aqui?”
“Sim.” – suspirou. – “A chefe está desaparecida e é muito estranho Fumiko não estar presente durante um ataque desses... Fique de ouvidos em pé, a qualquer momento o inimigo poderá nos atacar pelas costas.”
“Entendo... Pode deixar.” – Dizia em tom melancólico enquanto olhava para as brasas subindo em direção aos céus.
-Horas Antes-
Um barulho de copo batendo sobre a mesa ecoava até o lado externo do bar, vinha de um cliente que estava mais do que satisfeito com sua bebida, chegando ao ponto de beber mais da metade da garrafa. Ele elogiava a velha senhora como nunca, e a mesma retornava com um sorriso meramente a amostra enquanto ouvia suas palavras.
Não demorou muito para que o bar esvaziasse rapidamente. Aquele barulho de conversas avulsas agora já não estava mais presente e o silêncio reinava no ambiente. Otose desligou a placa e encostou a porta, iniciando uma rápida faxina para então poder descansar.
Durante a limpeza no balcão, a porta se abria e se fechava logo em seguida, com barulhos de passos que chamava a sua atenção para a porta de madeira.
“Estamos fechados.”
Assim que revelado, era o jovem rapaz de cabelos grisalhos com seus olhos de peixe-morto encarando-a com uma expressão neutra. A velha senhora apenas ergueu uma de suas sobrancelhas, com um olhar desconfiado.
“Aconteceu algo?” – Ela o questionou.
“Talvez.”
“Algo sério?”
“Depende do seu ponto de vista.”
“Você falando feito um idiota apenas complica as coisas!” – Exclamou. – “Vamos, me diga o que aconteceu.”
“Bom... Isso é tão... embaraçoso..., Mas enfim, eu estou saindo com uma pessoa.”
Ao ouvir a frase, rapidamente apoiou sua vassoura no balcão e demonstrou-se interessada e surpresa ao mesmo tempo pelo assunto.
“Aquela garota de Yoshiwara?”
“Exatamente. Como você sabe?”
“A garota chinesa me disse.”
“Imaginei... Enfim, muita coisa aconteceu nesse meio tempo.” – Ele afirmou.
“Me conte mais.”
“Um filho.” – Otose ergueu novamente a sobrancelha, demonstrando a sua surpresa. – “Ela está grávida e eu não sei o que eu faço...”
“E você espera que eu resolva o seu problema?”
“Não.” – Ficou em silêncio. – “Eu pensei melhor e talvez se eu pedisse a mão dela seria melhor, correto?”
Otose, por um momento, não sabia o que dizer e nem como reagir, apenas demonstrou-se mais confusa ainda.
“Isso depende de você e ela. Se você a ama, corra atrás.”
“É o que eu pretendo...” – Sentou-se na banqueta. – “Quando seu marido pediu você em casamento, como é que foi?”
“Ele me levou para aquele lago que fica na costa oeste de Kabukicho, onde nos conhecemos. Era um fim de tarde ensolarado e com pouco movimento, ele ajoelhou-se e pediu a minha mão em casamento com um anel barato. De início acabei sendo dura, mas logo acabei cedendo ao seu pedido.” – Suspirou. – “Mesmo depois de sua partida, eu não consegui tirar o anel de minha mão uma única vez.”
Ele notava os olhos da mesma brilhando enquanto encarava o anel. Era como se, por um único momento, um flashback passasse diante dos seus olhos relembrando dos momentos felizes que tiveram juntos. O albino reconheceu a importância que um simples pedaço de metal poderia fazer para Otose, e esperava que tivesse o mesmo efeito com a Tsukuyo.
“Bom...” – Levantou-se. – “Obrigado pela dica.”
Otose, por um momento, demonstrou-se um pouco confusa, mas logo demonstrando um leve sorriso assim que o observava sair do bar.
“Ah, e bruxa velha...” – Esticou o pescoço na beirada da porta. – “Esse mês não terei o dinheiro do aluguel-” – Sua fala foi cortada ao receber uma garrafada em sua direção.
Embora estivesse bufando de raiva, ela sentia um orgulho em ver aquele rapaz, que confiou cegamente, tomando um rumo na vida, mesmo sabendo do seu estilo de vida não era dos melhores, mas ainda tinha esperanças que ele mudaria para melhor. Um sorriso expandiu-se em seu rosto para demonstrar o seu orgulho.
-x-
O albino rapidamente começou a olhar joalheria por joalheria atrás de uma “aliança perfeita” para a ocasião, mas parecia que nenhuma lhe agradava o suficiente, nem mesmo as de alto luxo ou as mais brilhantes e detalhadas. Todas, aos seus olhos, pareciam genéricas, como se fossem feitas para casais genéricos de filmes de romance. Suas esperanças estavam se esgotando, até que uma joia em específico chamou-lhe a atenção: ela não possuía muitos detalhes e também não tinha muitas pedras. Era realmente uma aliança simples, mas tinha um glamour em seu brilho. Era dourada, no mesmo tom do cabelo de Tsukuyo, e possuía detalhes em violeta que remetiam aos seus olhos. Parecia ter sido feita exclusivamente para ela.
O problema era o preço. Não era o valor de um mês de aluguel, nem de dois, mas de três. Era totalmente fora da curva, e, mesmo que quisesse, não conseguiria pagar à vista. Por um momento, sentiu-se frustrado. Por outro, desejava tanto aquele anel que parecia não se importar com as futuras dívidas. E assim o fez: comprou aquele belíssimo anel em uma caixinha de camurça vermelha, enquanto tentava ao máximo não pensar em como explicaria isso para aqueles dois.
-Agora-
Ele parecia ansioso quando a convidou para ir para um lugar “especial”, tanto que deixou transparecer em seu rosto, deixando-a com uma expressão confusa. Ela reconhecia aquele caminho melhor que qualquer um, mas não entendia o porquê ele estava levando para aquela direção.
“Esse lugar...” – Ela murmurou.
Era coincidência? Não, ele realmente a levou a antigo castelo de Housen. Ela reparou que esse era o prédio onde eles se encontram pela primeira vez, onde lutaram lado a lado e também, onde surgiu a primeira promessa. Embora ela não tivesse boas memórias de lá, não hesitou em pisar novamente sob aquele solo amaldiçoado.
Nada havia mudado desde a última batalha. Telhados caindo aos pedaços, o chão rangendo e um forte cheiro de mofo impregnava o local. A cada passo era um questionamento sobre o porquê ele estava trazendo-a nesse lugar imundo. Começaram a subir vários e vários degraus, chegando assim, ao último andar, onde ocorreu a batalha final. Ainda havia aquele buraco que foi o sinal da liberdade de Yoshiwara, continuando sendo iluminado pela luz do sol. Ele começou a andar para o lado de fora e a segurou para que ela subisse no telhado junto com ele.
“Desculpa por trazê-la aqui... Eu sei que você não tem boas memórias nesse lugar, mas eu queria te mostrar algo precioso.”
“Não tem problema.” – [...] – “Nada mudou, parece que o tempo congelou aqui.”
“Pois é, porém eu queria compartilhar essa maravilhosa vista de Yoshiwara com você.”
“Nunca tinha reparado como é bonito daqui de cima...”
Ele sentou-se no telhado junto com ela, e ambos ficaram admirando a beleza da cidade de Yoshiwara. Para ele, era uma vista totalmente diferente em relação à superfície: o formato dos prédios, as luzes e a calma do local. Já para ela, era a primeira vez que via Yoshiwara de tão alto. Ficou encantada com a vista e também com a brisa batendo em seu rosto. Sentou-se e permaneceu por vários e vários minutos admirando a paisagem com um leve sorriso, enquanto ele a observava, encantado com o seu rosto e com os cabelos dourados que balançavam suavemente conforme a brisa ia e vinha.
“Acho que aqui vai virar meu novo refúgio...”
“Será mesmo?”
“Sim...”
[...]
“Tsukuyo...”
“Hum?”
“Será que é possível tornar um lugar desse mais especial?”
“Não estou te entendo.”
“Imaginei...” – Ele esticou os braços para trás, deixando o corpo levemente inclinado. – “Desde que iniciamos um relacionamento, não fizemos nada de especial... Eu pensei bem e achei que era melhor saímos de um relacionamento nada sério para um mais do que sério...” – Ela estava corada, pois sabia que algo estava prestes a acontecer, mas não estava entendendo o que era. – “Poderíamos começar uma vida juntos, sabe? Eu quero estar ao seu lado todos os momentos da minha vida, principalmente quando ela chegar...”
“Ela? Como você sabe que é ela?” – Ela ergueu um sorriso enquanto encarava-o.
“Um pai sabe melhor que qualquer um sobre seu filho.”
“Será mesmo?”
“Sim, é uma aposta!”
“Uma aposta? Está bem então.” – Ambos soltaram uma leve risada.
“Mas voltando ao assunto...” – Ele começou a mexer no bolso da camisa que era escondido pelo seu Yukata, ela apresentava traços de ansiedade, pois sabia que algo surpreendente, mas não conseguia ver o objeto. – “Eu queria dar um passo a mais, então...”
Começou a aproximar-se lentamente de seu rosto, deslizando a mão suavemente até suas bochechas, agora coradas, que aqueciam sob o toque. A respiração dela ficou mais curta, e sua pulsação disparou em um piscar de olhos, enquanto ele continuava se aproximando, os olhos fixos nos dela. O mundo ao redor parecia diminuir, como se apenas eles existissem naquele instante.
Ela foi se entregando aos poucos, os pensamentos silenciando, enquanto fechava os olhos lentamente. Seus rostos estavam tão próximos que era possível sentir a troca de respirações, o calor aumentando à medida que chegavam cada vez mais perto. Os lábios, hesitantes, começaram a se encostar em um toque suave e delicado, carregado de emoção. E então, tudo parou.
Um forte barulho de explosão interrompeu de repente, onde rasgava o ar e um ruído monstruoso que explodiu com um impacto que fez o chão tremer violentamente sob seus pés. Logo uma forte fumaça começava a subir deixando o céu acinzentado. A paleta, que antes era tons vivos, agora era composta por tons melancólicos. Agora era possível ouvir o grito da população assustada, fazendo os dois levantarem e observarem assustados a situação.
Agindo sem pensar, os dois saíram correndo o mais rápido possível em direção ao local da explosão. Tsukuyo estava tensa diante da situação, questionando o que teria causado a explosão, enquanto Gintoki desconfiava que fosse obra de Damian ou Rey.
“Chefe!” – Exclamou um membro do trio da Hyakka.
Tsukuyo rapidamente parou enquanto o trio pulava do telhado em sua direção, ajoelhando-se perante a ela.
“O que está acontecendo aqui?”
“Não sabemos, a Yoru nos mandou aqui para procurar por você.”
“A Yoru?” – Assentiam com a cabeça. – “Estranho...” – A kunoichi murmurava com a mão sobre o queixo. – “E onde está a Fumiko?”
“Não sabemos...”
“Não a vimos desde a tarde.”
“Será que...” – Tsukuyo encarava o albino, o mesmo já havia entendido a sua pergunta antes mesmo de ser citada.
“Não podemos descartar qualquer suspeita.” – Suspirou. – “Ela sabia de todos os nossos planos e eles também.”
“Eu odeio isso.” – A loira afirmou.
“E o que faremos agora, chefe?”
“Voltem para o seu grupo. Irei ver o que aconteceu.”
“Ok.” – Rapidamente saltaram em cima do telhado e foram em direção do restante do grupo.
“Eu não sei o que fazer... Não queria desconfiar dela dessa forma, mas...”
“Não se culpe sem saber a verdade.” – Interrompeu-a. – “Neste momento, temos coisas mais importante de se preocupar.”
O albino encarou o incêndio à sua frente, enquanto Tsukuyo parecia atordoada com a situação, observando as brasas que vinham em sua direção. Conforme caminhavam, os gritos de pessoas agoniadas e feridas pela explosão se intensificavam. Membros da Hyakka e voluntários corriam de um lado para o outro, carregando medicamentos, enquanto se ouvia o choro daqueles que haviam perdido pessoas importantes. Tsukuyo queria negar, mas não conseguia deixar de sentir o peso da culpa por não estar presente pela situação. Ela caminhava, mordendo os lábios para não desabar em lágrimas. Seu silêncio foi interrompido quando ouviu os gritos dos dois membros do Yorozuya e, ao olhar para trás, notou o rosto de Hinowa, Seita e Lucca juntos, todos próximos à saída da cidade.
“Gin-san!”
“Gin-chan!” – Gritavam em conjunto. – “Onde você estava, seu idiota?”
“Nós não conseguíamos encontra-los em lugar nenhum.” – Shinpachi afirmou. – “Se a Hinowa não tivesse ligado para a gente, eles estavam fritos!”
“O que aconteceu exatamente?” – A loira questionava.
“Tudo se iniciou com uma explosão dentro do depósito de armas da Hyakka e depois outros lugares, como bares e hotéis, também foram atacados.” – Seita explicava.
“Fumiko... essa maldita...”
Hinowa observava o rosto desorientado de Tsukuyo, percebendo claramente a preocupação que a consumia. Ela sabia que Tsukuyo estava desesperada para sair dali o mais rápido possível, mas algo a impedia de seguir em frente. De repente, ela começou a murmurar, sua voz embargada pelo pânico.
“Eu... eu preciso acha-la.”
“Você é maluca?” – O ex-samurai interrogou, segurando-a pelo braço. – “Você nem sabe se há inimigos aqui!”
“ME SOLTA!” – Gritou, fazendo-o soltar imediatamente. – “Eu vou acha-la, e... e se necessário irei matá-la!”
O seu rosto doce, agora parecia assustador. A Kunoichi saiu rapidamente, avançando diretamente para o centro do incêndio, ofegante a cada passo. Ela estava cegada pela situação, tomada pela sede de encontrar Fumiko. Gintoki a seguiu, gritando seu nome, mas parecia que não surtia efeito.
Lucca conseguiu se desvencilhar dos braços de Hinowa durante o caos, correndo atrás de Tsukuyo. Quando Hinowa reagiu, uma outra explosão ocorreu próxima a eles, forçando os Yorozuya, Seita e a própria Hinowa a se protegerem imediatamente. Quando abriram os olhos, Lucca já havia desaparecido na densa nuvem de poeira que se formara.
“Vamos ter que ir para um lugar seguro!” – O garoto se óculos afirmava.
“Certo!” – Ambas afirmavam.
Autor(a): Kayomii
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