Fanfic: Stay with me | Tema: Gintama
Os raios de sol atravessavam pela a fresta da janela batendo diretamente nos olhos do albino junto do barulho de várias vozes externa. Abriu os olhos lentamente tendo como primeira vista um teto amadeirado diferente do habitual de sua casa, notando que a noite passada não era um sonho e sim tudo foi real. Após uma leve raciocinada, arregalou os olhos e levantou-se rapidamente, percebendo que já estava muito atrasado para o seu ‘serviço’ de faz-tudo. Sua primeira visão foi da mulher loira utilizando seu fiel yukata rosa com uma facha marrom que tirava a toalha de seu cabelo para penteá-lo a fim de se preparar para mais um dia de trabalho com a Hyakka.
“Finalmente acordado, bela adormecida?” – A mesma dizia.
“Cale-se.” – Disse emburrado. – “Que horas são?”
“10:30.”
“10:30?!” – Gritou. – “Por que não me acordou?”
“Você estava em um sono tão profundo, que eu não quis atrapalhar.”
“Ah merda, Shinpachi e Kagura vão me matar.”
“Já irei preparar as flores para o seu funeral.” – Ironizou.
“Bobona.” – Deu um suspiro. – “É melhor eu ir logo.” – Ele se levantou e vestiu as suas roupas antes de caminhar em direção à saída.
“Gintoki, espere.”
“Diga.”
“...”
“...?” – Levantou a sobrancelha demonstrando um olhar confuso.
“... Você deveria tomar café da manhã antes de sair.”
“Vou deixar passar dessa vez. Na próxima eu venho com um mais tempo.”
“Hum... Certo...” – Ela desviou o olhar e apenas segurou na manga do seu yukata. – “Obrigada pela noite.” – Ele a encarou mais relaxado, como se tivesse aliviado em ouvir sobre isso.
“Eu quem agradeço.”
“Será que...”
“O que?”
“Você poderia...”
“...Poderia...?”
“Vir aqui... mais vezes?”
“É claro que eu posso.” – Ele deu um leve sorriso.
“Então quer dizer que...” - Ela o encarou também com um leve sorriso. - “A partir de hoje, estarei esperando você bater em minha porta à meia noite.”
“Certo.” – Depois de uma acenada, saiu discretamente para não ser visto por conhecidos; parecia que havia cometido um crime e precisava partir o quanto antes sem deixar provas de sua existência.
Depois de uma longa noite romântica, ele se sentia muito mais leve, parecia que o peso em seus ombros havia ido embora e consequentemente deixando-o mais animado. Fazia tempo que o samurai não se sentia assim, chegando a ser estranho. Para ela, os seus sentimentos estavam confusos, mas de uma maneira positiva: Foi bom? Muito bom, era como se seu corpo desenvolvia uma certa necessidade de querer vê-lo novamente e repetir a noite, onde sempre que pensava nele, o coração palpitava um pouco mais forte, concluindo que isso era o tal do amor; por mais que odiasse admitir, era verdade e ela não podia mudar esse fato.
Durante a noite passada a mesma questionava-se se era necessário mesmo levar um relacionamento com ele: será que atrapalharia o seu desempenho no trabalho? Será que isso seria ruim se alguém descobrisse? E se algo a mais acontecesse, uma gravidez inesperada por exemplo, como seria? Ele assumiria? Ela não tinha certeza, mas também não se importava com a resposta.
-X-
Ele voltou o mais rápido possível ao Yorozuya. Infiltrou-se pelo apartamento que estava deserto com o intuito de não ser visto pelos membros, chegando ao ponto de andar de mansinho até a reta da sala, porém seu trajeto foi interrompido quando fui puxado pelos cabelos de uma forma grosseira.
“Ai, Ai, Ai!”
“Nós te encontramos~!” – Dizia a dupla que compartilhavam um olhar raivoso unido de uma energia negativa.
“Onde você estava, desgraçado?” – Dizia a garota ruiva agarrando-o pela gola da sua camisa.
“Nós tivemos que fazer o trabalho completamente sozinhos! Foi difícil, sabia?” – Disse o de óculos.
“E-Eu posso me explicar...”
“É bom você ter um ótimo motivo!” – Dizia novamente a chinesa soltando-o contra a parede.
“Bom... é... hum...” – Ele não havia pensado em nada que justificasse a sua noite, apenas falou a primeira coisa que veio na sua mente. – “É que eu dormi em uma lata de lixo depois de beber muito, sabe? Haha.”
“Ninguém cheira a perfumes de rosas depois de dormir em uma lata de lixo.” – Dizia o garoto.
“Ah... Haha.” – Ele respondeu com uma risada sem graça. Aquele maldito perfume empesteou as suas roupas com seu cheiro forte, quase dedurando-o. – “Bom... eu diria que... hum... eu tive que dar uma saída e me atrasei um pouco.”
“Um pouco?!” – Ambos questionaram.
“É... é... um pouco de mais eu diria...” – Desviou o olhar e coçou a nuca. – “Mas vocês viraram a minha mãe agora, porra?”
“Você desapareceu ontem à noite e voltou só agora, Gin-san... Ficamos preocupados.” – Dizia o samurai de óculos.
“Tsc... Vocês são chatos hein?” – Suspirou. – “Não é nada demais!”
“Tem certeza?”
“Absoluta.”
“Hum... Certo.”
“Se não fosse nada de mais, você poderia nos contar.” – Dizia a ruiva.
“Não posso.”
“Por que?”
“Porque eu não quero.”
“Mas por quê?”
“Só não quero.”
“Kagura-chan, é melhor esquecer isso... Ele não vai falar” – O Garoto retomou a fala.
“Grr, tá bem.”
O grupo retornou aos seus afazeres de um faz-tudo para um faz-nada. O dia se resumiu em dois pequenos trabalhos que garantiram o dinheiro para a comida da semana e uma fuga meio longa para não pagar o aluguel. Os trabalhos iam de cuidar de uma loja de conveniência até o nível de caçar um monstro-amanto que parecia uma mistura de chifres de alce com rosto lobo para o príncipe idiot-, quer dizer, Príncipe Hata.
Eles terminaram antes mesmo do sol começar a se pôr; mesmo cansados resolveram dar uma volta por aí antes de retornar para casa, passando no cabaré que Otae trabalhava para tomar um drink e uma rápida volta no parque que Kagura tanto amava ir. Shinpachi retornou para a sua casa e os dois restantes foram retos para o Yorozuya, onde Kagura tomava uma ducha e Gintoki preparava a janta.
Ao terminar o seu banho, Kagura notou uma cena meio icônica: enquanto o cheiro da janta empesteava o ambiente, ela podia vê-lo mais animado pegando alguns ingredientes para a refeição e cantarolando alguma música genérica que havia escutado no radio da loja de conveniência durante seu expediente. Ela não o questionou, apenas se fingiu de desentendida e foi para a sala ver TV até ser chamada para jantar.
Assim que pronto, Gintoki foi tomar um banho também sem ao menos jantar. O que chamou a atenção da ruiva, não foi o fato de que ele não havia comido e sim porque não vestiu o seu pijama verde, pelo contrário, vestiu suas roupas casuais indicando que iria sair naquela noite.
“Você vai sair?” – Ela o questionou.
“Vou.”
“Para onde?”
“Vou dar uma volta por aí.”
“Vê se não atrasa novamente, desgraçado. Teremos um trabalho amanhã.”
“Certo, certo...” – Coçou a nuca.
“Você fez pouca comida, por quê? Mal dá para comer isso sozinha.”
“Não irei jantar hoje... O bom que sobra mais amanhã.”
“Desde quando você se preocupa com a comida de ‘amanhã’, seu idiota?!”
“Vai saber.”
“Tsc... Não demore.”
“Tá bom, até.” – Ele acenou, vestiu as suas botas e saiu em direção a Yoshiwara.
“Humph...” – Pegou os Hashis e começou a comer o seu famoso arroz com ovos enquanto assistia ao noticiário que passava na TV.
Ele caminhou em direção a Yoshiwara, passando por Kabukicho inteira, na qual parou para comprar alguns bombons para presenteá-la mesmo que não houvesse um motivo para dar algo a ela, porém a necessidade de vê-la feliz falava mais alto. Ele realmente estava cegamente apaixonado naquela mulher, não pelo o seu corpo, mas sim por quem ela era e por mais que soasse estranho, ele aceitou isso numa boa.
O mesmo havia separado o dinheiro para o pachinko, mas acabou usando o pouco que tinha como forma de pagamento. Será que valeria apena? Ele não sabia, pois não a conhecia muito bem para saber exatamente os seus gostos e seus limites para açúcar (diferente dele que qualquer coisa com açúcar o deixava muito feliz).
-X-
Chegou meia-noite em ponto, e a kunoichi já estava a sua espera. Embora os dois já se conhecessem o suficiente ao ponto de ir para cama, a timidez consumia-os impedindo que tivessem uma conversa como dois adultos normais. Era uma espécie de loop, na qual sempre agiam como se estivessem se vendo pela primeira vez, mas que se lembravam da noite anterior. O samurai prateado limpou a garganta e iniciou um pequeno dialogo.
“Pensei que era para eu bater na sua porta.” – Ironizou.
“Idiota, desse jeito você acordaria a Hinowa.”
“Então tem gente aí...? Parece que teremos de fazer tudo no absoluto silêncio.”
“Pois é...” – Ambos soltaram uma pequena risada.
“A propósito...” – Ele estava extremamente corado, evitando contato visual enquanto estendia a sacola com os bombons à sua frente. “Trouxe isso para você...”
“Ah, obrigada.” – Ela abriu a embalagem dando de cara com os bombons. Ao notar o presente, esboçou um leve sorriso, pois sabia que aquilo era de coração por mais simples que fosse. – “Ora, não precisava.”
“Claro que precisava!”
“Então aqui está meu agradecimento...” – Ela o puxou para perto, permitindo-a abraça-lo e dar um selinho para agradece-lo.
Eles entraram no ambiente para iniciar a sua longa noite. De início começaram com pequenas conversas sentados próximos a uma pequena mesa com bebidas à luz de velas, enquanto um bebia alguns goles do saquê a outra comia os bombons antes de começar a provoca-lo de uma maneira sensual e fazendo o samurai cair feito patinho em suas provocações, puxando-a para perto e beijou-a de uma maneira mais ‘quente’.
A primeira noite após promessa se resumiu em conversas fúteis e muito amor com bebidas e aquela timidez citada antes havia sumido completamente junto do frio na barriga; quando estão dentro de quatro paredes o clima e suas personalidades mudam.
-X-
Novamente acordou com os raios de luz que atravessavam o vão da janela e acertando em cheio os olhos vermelho-carmesim do samurai, mas dessa vez foi diferente, e pasmem, ele acordou cedo. Era tão cedo que nem a mesma havia acordado ainda. A loira estava deitada em seu peito aparentando estar abraçando-o.
Tentou levantar-se com pequenos movimentos sem acorda-la, mas falhou miseravelmente; ela despertou com uma cara amassada e seus cabelos loiros bagunçados em conjunto de um olhar e voz sonolento. Para ele isso era fofo, pois foi a primeira vez que a via mais relaxada, totalmente o oposto da Tsukuyo casual.
“Mas já?” – Ela o questionou levantando de cima do mesmo e coçando os olhos.
“Sim. Ontem as crianças quase me mataram.” – Ela riu dele antes de retomar a fala.
“Entendo... Parece que eu não tenho como impedi-lo novamente, não é?”
“Exatamente...” – Levantou-se. “Mais tarde estarei de volta.”
“Estarei a sua espera.”
“Então prepare muitas garrafas de saquê hoje.”
“Pode deixar.” – Ela sorriu enquanto o observava colocar suas roupas.
Ele saiu deixando-a novamente sozinha. Bastou uma rápida espreguiçada para ela também levantar-se para iniciar o seu dia: Tomou o seu banho matinal, hidratou-se a sua pele e colocou o seu yukata preto com folhas de outono.
Para a kunoichi dia se resumiu pequenos trabalhos com a Hyakka, na qual capturou alguns suspeitos de furtos e ‘clientes’ que ultrapassaram os limites com as cortesãs. Isso estava ocorrendo com uma certa frequência ao ponto de deixa-la preocupada, na qual parecia com que as ‘leis’ de Yoshiwara não significava mais nada e a Hyakka não estava dando mais conta. Ela percebeu que já havia passado da hora de investir melhor na segurança e com isso deu de sugestão para Hinowa, onde iniciaria um recrutamento para um novo esquadrão.
No Yorozuya, Gintoki havia chegado antes de Shinpachi e acordado a Kagura, onde preparou uma rápida refeição para o café da manhã enquanto pegava no pé da ruiva para ir se arrumar. O único serviço que tinham era de descobrir uma suposta traição, tirando uma foto do ‘marido’ com a amante. Não foi difícil, terminaram antes do horário do almoço, permitindo que o grupo ficasse a tarde toda atoa. O dinheiro da semana possibilitou que um dos aluguéis em atraso fosse pago.
O ano mal havia começado e já estavam com todos os dias da agenda lotados, isso deixava-os animados. Chegaram no Yorozuya, na qual Shinpachi começou a preparar o almoço, enquanto Gintoki foi ler a sua Jump e Kagura deitava no sofá para assistir um pouco de TV enquanto esperava pela comida. O telefone tocou e rapidamente foi atendido pelo albino; uma conversa rápida e sem muitos detalhes. Assim que colocou o telefone no gancho, iniciou-se os questionamentos.
“Quem era, Gin-san?” – Dizia o samurai de óculos.
“Um serviço... Para o dia 7.”
“Ah?! Mas já tínhamos um serviço marcado com a hamburgueria.”
“Ora, Patsuan, a gente poderá lucrar muito se fizermos os dois serviços juntos...” – Ele apoiou-se em seu ombro. – “Pense só o quanto de dinheiro iremos receber essa semana.”
“Mas que tipo de serviço seria esse?”
“Não sei ao certo, mas parece ser um serviço de entregas à tarde... E o cliente concordou com o valor.”
“Então você irá fazer esse serviço e nós ficaríamos na hamburgueria?”
“Exatamente! Provavelmente será rápido, então eu retornarei em breve.”
“Sendo assim, não vejo problemas nisso.”
A noite chegou e a rotina de Gintoki se repetiu: Após Shinpachi se despedir e retornar para casa, Kagura foi tomar o seu banho enquanto o albino preparava a janta para ela, colocando alguns temperos e legumes novos para a ruiva comer algo um pouco ‘diferente’ do seu arroz com ovo casual. Serviu a janta e foi tomar o seu banho e suas roupas atraíram a atenção de Kagura outra vez.
“Vai sair de novo?”
“Vou.”
“Ah... Certo.”
Ela estava emburrecida. Estava há várias noites jantando sozinha e quando a solidão bateu, ela não sabia como se expressar; era como um sentimento de abandono por parte dele e uma leve tristeza com uma pitada de ciúmes. A ruiva fingia não se importar com isso, pois era normal ele sair durante a madrugada, porém antigamente ele a esperava dormir e então poder dar uma fuga para algum bar, encher a cara e finalmente chegar e apagar na porta de casa. Só que dessa vez ele não voltava bêbado e nem gastava dinheiro, chegava com um maldito cheiro de rosas e mais animado do que o normal.
‘Isso é irritante.’ – Ela pensou.
-X-
Sem mais delongas chegou em Yoshiwara. Ela já o esperava na janela e saiu quando o viu chegar usando um belíssimo yukata curto, diferente do tradicional: Ele era preto com algumas rosas em vermelho espalhadas pelo tecido, com as faixas douradas e também era possível notar que a mesma usava uma cinta liga em sua perna esquerda.
“Desde quando você ficou tão... Ousada?” – Brincou.
“Cale-se e venha.”
A noite se repetiu como a anterior: Altos papos, sexo e bebidas. Os dois já não eram mais os mesmo de antes, estavam dando vários passos tão rápidos que não sabiam o era mais um para o outro. Colegas? Bons amigos? Meros parceiros de cama? Bom, talvez eles já haviam passado dessa parte há muito tempo.
Autor(a): Kayomii
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Alguns dias se passaram desde então. As noites eram como uma agulha de toca-discos percorrendo o mesmo disco várias e várias vezes, com os mesmos diálogos idiotas e diversas aventuras por baixo de um lençol. O dia 7 em questão havia-se iniciado após as 10 da manhã, na qual o samurai não tinha nenhum serv ...
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