Fanfics Brasil - Capítulo 3 (PARTE 3) Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada)

Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 3 (PARTE 3)

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— Não é da sua conta, Dare. Vá embora.


— Esta é a minha casa. — A reação assustada o intrigou, e Christopher mudou o que ia dizer. — Tenho um coche e uma carruagem. Ambos estão à sua disposição. A senhorita não precisa contratar alguém de fora.


— Não me espione. Farei como bem entender. — Dulce hesitou, como se quisesse entrar no salão de música, mas não quisesse que ele a seguisse. — Estou auxiliando suas tias como uma amiga. Não sou sua criada, e com quem falo, onde, quando e como vou a algum lugar cabe a mim decidir. Não ao senhor, milorde.


— Menos na minha casa — ponderou ele. — O que a senhorita quer no salão de música? Minhas tias não estão aí.


— Estamos, sim — ecoou a voz de Milly. — Comporte-se.


Para a surpresa de Christopher, Dulce deu um passo em sua direção.


— Decepcionado, Dare? — sussurrou. — Tinha alguma expectativa de poder me atormentar mais um pouquinho?


Ele sabia como jogar esse jogo.


— Qualquer “expectativa” com relação à senhorita já foi satisfeita, no meu caso, não?


Christopher tocou em um dos cachos que emolduravam o rosto da moça.


— Então vou lhe dar outra expectativa — respondeu Dulce, apertando o maxilar.


Ele mal teve tempo para reparar que ela estava segurando um leque antes que atingisse seus dedos.


— Maldição! Sua garota abusada — grunhiu, recolhendo a mão enquanto o marfim quebrado e o papel caíam no chão. — Não pode sair por aí batendo nos cavalheiros.


— Nunca bati em um cavalheiro — ralhou Dulce, desaparecendo no salão de música.


Christopher desceu novamente a escada, recusando-se a massagear os dedos latejantes. Agora teria que encurtar seu almoço no White’s para comprar outro maldito leque para ela. Deu um sorriso sombrio. Por mais vazio que seu bolso estivesse, comprar leques para Dulce era um hábito que se recusava a abandonar. Nada a irritava mais do que os presentes dele.


***


Christopher olhou para o rebanho de jovens solteiras amontoadas em um canto do salão de baile de Ibbottson. As não tão jovens estavam mais perto da mesa de aperitivos, como se a proximidade da comida fosse torná-las mais atraentes para a alcateia de lobos machos. Ainda não vira Dulce perto daquele mercado de carnes, a não ser que estivesse conversando com algum pobre infeliz que tivesse se juntado a elas.


O que jamais conseguiria imaginar, mesmo em seus sonhos mais loucos, era ver a filha de cachos marrons do marquês de Harkley relegada à seção de solteironas desesperançosas. A ideia de que ela talvez fosse forçada a estar ali por causa de suas atitudes seis anos atrás era ridícula. Dulce era inteligente, bem-educada, perspicaz e linda. Também era incrivelmente abastada, o que, por si só, bastava para atiçar a maioria dos pretendentes.


Ora, se soubesse, naquela época, da péssima situação em que seu pai deixaria as propriedades e o título de Dare, talvez tivesse levado — teria levado — mais a sério as afeições dela. Se Dulce não tivesse descoberto a aposta idiota e se convencido de que aquele era o único motivo pelo qual a seduzira, talvez suas circunstâncias atuais fossem imensamente diversas.


— Aquela não é a sua Amelia? — perguntou tia Edwina atrás de Christopher.


— Ela não é minha nada. Por favor, deixemos isso claro.


Tudo de que não precisava era outro desentendimento entre ele e uma potencial esposa. Com seus infortúnios financeiros, ele mesmo estava prestes a se tornar um pretendente indesejável. Na verdade, estava mais pretenso a acabar ao lado da vasilha de ponche e dos doces do que Dulce.


— Então você se definiu por outra? — Tia Edwina segurou lhe o braço e ficou na ponta dos pés. — Qual?


— Pelo amor de Deus, tia, nenhuma delas. Pare de bancar o cupido. — Edwina olhou para baixo e Christopher suspirou. — Provavelmente será a Amelia. Mas gostaria de ter a chance de avaliar toda a cesta de frutas antes de escolher o meu pêssego.


Ela riu.


— Você está começando a aceitar o casamento.


— Como a senhora pode saber?


— Mês passado, o casamento se resumia a farmácias e veneno. Agora, são cestas de frutas e pêssegos.


— Sim, mas pêssegos têm caroço.


Uma cadeira de rodas passou por cima dos dedos dele e parou.


— O que tem caroços, querido? — perguntou Milly.


Milly Uckermann era uma mulher robusta, e seu peso, combinado com o da cadeira de rodas, foi suficiente para fazê-lo ver estrelas. A condutora da cadeira, Dulce, sorriu para ele, os olhos brilhando de maldade. Mantendo o olhar fixo no dela, Christopher colocou a mão sobre a dela nas costas da cadeira e empurrou.


Dulce se encolheu como se tivesse apanhado, mas a roda se moveu e Dare pode respirar de novo. Christopher supunha que tê-la esmagando seus dedos dos pés era melhor do que ser atacado com leques, mas isso não levava em consideração tias pesadas e grandes cadeiras de rodas.


— Pêssegos — respondeu ele.


— E o que isso tem a ver com qualquer coisa?


— Christopher vai se casar com um pêssego — explicou Edwina. — E tem medo de caroços.


— Eu não tenho medo de caroços — retrucou ele. — É apenas uma questão de sabedoria.


— Então uma mulher é uma fruta? — intrometeu-se Dulce. — O que isso faz do senhor, lorde Dare?


Ele ergueu uma sobrancelha.


— Mantenhamos essa questão retórica, sim? — sugeriu com sua fala arrastada.


— Que graça há nisso?


Dulce estava bem-disposta. Em qualquer outra ocasião, ele teria se regozijado com a discussão, mas como estava decidido a passar a noite convencendo a si mesmo de que poderia tolerar o pêssego conhecido como Amelia Johns, não queria desperdiçar a energia necessária para fazer jus à sua algoz.


— Por que não continuamos com essa brincadeira mais tarde? — sugeriu, fazendo um carinho no ombro de tia Milly. — Com sua licença, senhoras.


Christopher seguiu na direção do rebanho de moças que aguardavam. Havia várias herdeiras entre elas, prontas e dispostas a trocar seus dotes por um título para a família. Amelia Johns parecia a menos ofensiva, embora todas compartilhassem de uma mediocridade pudica.


— Milorde.


Christopher parou abruptamente ao som da voz feminina atrás dele.


— Lady Dulce — respondeu, virando-se.


— Eu, humm, me lembro, de vários anos atrás, que o senhor fazia algo muito bem — disse ela baixinho, um rubor tocando suas bochechas macias.


Dulce não podia estar falando do que achava que estava.


— Como é? — perguntou ele, o que pareceu mais seguro do que pôr seus dedos em risco novamente.


— Dançar a valsa — respondeu, sua voz aguda e abrupta, corando ainda mais. — Lembro-me que o senhor dança a valsa muito bem.


Christopher inclinou a cabeça, tentando ler a expressão dela.


— Está sugerindo que a convide para dançar?


— Pelo bem de suas tias, acho que devemos ao menos fingir que somos amigos.


Aquilo era inesperado, mas, por ora, estava disposto a entrar no jogo.


— Correndo o risco de ser rejeitado, lady Dulce, a senhorita dançaria esta valsa comigo?


— Sim, milorde.


Ao estender a mão, reparou que os dedos da mulher tremiam.


— Prefere esperar pela quadrilha? Pareceremos igualmente amistosos.


— É claro que não. Não tenho medo do senhor.


Com isso, Dulce segurou os dedos dele e permitiu que Dare a guiasse até a pista de dança. Christopher hesitou ao virar-se para ela, segurando sua mão com mais firmeza e envolvendo com cautela a cintura fina com o braço. Ela tremeu novamente, mas colocou a mão livre em seu ombro.


— Se não tem medo — murmurou, iniciando a dança —, por que treme?


— Porque não gosto do senhor, lembra-se?


— A senhorita não me permitiu esquecer.


Por um instante, os olhos se encontraram, então Dulce os abaixou novamente focando sua gravata. Do outro lado do salão, Christopher avistou o primo dela, o duque de Wycliffe, olhando para os dois com uma surpresa óbvia, mas ele não tinha resposta alguma a não ser dar de ombros.


— Acho que Wycliffe vai desmaiar — comentou, para ter algo a dizer.


— Eu disse que deveríamos dançar para garantir a suas tias que podemos nos entender — respondeu. — Isso não significa que o senhor precise conversar comigo.


Se não conversariam, ao menos ele estava gostando de dançar com ela.


Dulce era ágil e graciosa, e dançar com ela era tão prazeroso quanto seis anos antes. Aquele era parte do problema de tê-la em sua casa agora: jamais deixara de desejá-la totalmente. Ela era voraz, bem-disposta e intensa, e Christopher se sentia perversamente satisfeito por ter sido o primeiro a tê-la, mesmo com a eternidade de tortura que ela parecia decidida a lhe infligir por isso.


— Se vamos ser amistosos, permita-me recomendar que não aperte seus lábios com tanta força — murmurou Christopher.


— Não olhe para meus lábios — ordenou Dul, fitando-o enraivecida.


— Devo olhar para seus olhos, então? Ou para seu nariz? Para seu belo colo?


Ela corou ao extremo, e então ergueu o queixo.


— Para minha orelha esquerda — determinou.


Christopher riu.


— Muito bem. É uma bela orelha, preciso admitir. E bastante parelha à direita. No geral, aceitável.


Os lábios femininos estremeceram, mas ele fingiu não perceber. Afinal de contas, estava olhando para a orelha dela. E, apesar de não estar olhando para o restante, podia senti-la. A saia azul-celeste roçava em suas pernas, os dedos apertavam e afrouxavam nos seus, e, quando a girava pelo salão, seus quadris se tocavam.


— Não me aperte tanto — murmurou Dulce, os dedos apertando os dele novamente.


— Desculpe — disse Christopher, retomando a distância adequada entre eles. — Hábito antigo.


— Não dançamos a valsa há seis anos, milorde.


— A senhorita é difícil de esquecer.


O âmbar frio dos olhos dela voltaram a encará-lo.


— Isso é para ser um elogio?


Meu Deus, acabaria sendo assassinado.


— Não. Apenas uma constatação. Desde que... nos distanciamos, a senhorita quebrou dezessete leques em mim, e agora me deixou com dois dedos do pé esmagados. Isso é difícil de esquecer.


A valsa terminou e Dulce se afastou rapidamente.


— Fomos amistosos o suficiente para uma noite — afirmou, fazendo uma reverência e distanciando-se.


Christopher observou o movimento dos quadris arredondados enquanto ela se afastava. Amistosa ou não, conseguiu fazê-lo se esquecer de que deveria ter dançado a primeira valsa da noite com Amelia. Agora aquela garota tola provavelmente o ignoraria pelo resto da noite.


Ele a observou até Dulce sumir atrás dos outros casais de dançarinos.


Apenas um dedo esmagado e uma valsa esta noite. E, se suas suspeitas estivessem corretas, o caos apenas começara.



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41

    Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua

  • candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10

    Continuaaaa

  • candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08

    Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua

  • candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02

    Continuaaa

  • candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01

    Continuaaaaa, tô amandoooo

  • candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28

    Continuaaa

  • candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33

    Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk

  • candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12

    Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa

  • candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03

    Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis

  • candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10

    Continuaaaaa


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