Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy
— Vamos dar um passeio no parque — explicou, agradecendo aos criados com um aceno de cabeça e virando a cadeira na direção da porta. Edwina aceitou um xale preto e uma sombrinha de Dawkins e se preparou para sair junto. — E eu achava que já tivéssemos combinado que o senhor não me espiaria o tempo todo.
O olhar de Dare deslizou até seus pés e então retornou ao rosto; breve, porém minucioso, como se não conseguisse conter os instintos excessivamente masculinos o suficiente para manter-se olhando-a nos olhos.
— Aqui — disse Christopher após um instante, enfiando a mão no bolso do casaco e pegando uma caixa longa e fina. — Isto é para você.
Dulce sabia o que era; ele lhe dava o mesmo “presente” havia seis anos.
— Tem certeza de que é prudente continuar me armando? — perguntou, tomando o cuidado de não tocar nos dedos dele enquanto pegava a caixa e a abria.
O leque era azul-claro, com um pombo desenhado no delicado papel de arroz. O fato de que o visconde sempre sabia do que ela gostava a incomodava.
— Ao menos dessa forma saberei o que posso esperar — respondeu Christopher, dando uma olhada para as tias e voltando a olhar Dulce. — Por falar nisso, não acha melhor pegar o caleche?
— Queremos nos exercitar, e não os seus cavalos.
— Poderíamos nos exercitar juntos.
Dulce ruborizou ao extremo. Com as tias dele presentes, não ousava dar a resposta que Dare merecia — e o maldito sabia.
— Nesse caso, pode ser que o senhor se machuque — foi o melhor que conseguiu dizer, fazendo cara feia enquanto abria e fechava o leque.
— Talvez eu esteja disposto a arriscar. — Christopher se apoiou na porta do salão matinal, os olhos castanhos cheios de divertimento. — E a senhorita pode acabar se exercitando mais do que gostaria, de toda forma, empurrando essa engenhoca pelo Hyde Park.
— Agradeço sua preocupação — disse ela —, mas não se faz necessária.
Precisava tentar ser gentil, lembrou Dulce.
O visconde se endireitou.
— Irei com vocês. O fato de que não é necessário me confere ainda mais créditos.
O irmão de oito anos de Dare, Edward, desceu as escadas correndo.
— Se vocês vão ao Hyde Park, eu também vou. Quero andar no meu novo cavalo.
Um músculo no maxilar de Dare se contraiu.
— Faremos isso mais tarde, Edward. Não posso lhe dar aulas de hipismo e empurrar a cadeira da tia Milly ao mesmo tempo.
— Eu posso ensiná-lo a montar — interrompeu Bradshaw do patamar da escada.
— Achei que tivesse se alistado na marinha, não na cavalaria.
— Só porque já sei tudo que há para se saber sobre cavalos.
Dare começava a parecer irritado, então Dulce lhe deu um sorriso genuíno.
— Quanto mais gente, melhor, é o que sempre digo.
Dul se afastou, empurrando-o para trás da cadeira de rodas.
Quando desceram os degraus da frente da casa e chegaram até a viela de entrada para se juntar a Edward, a seu cavalo e a Bradshaw, já compunham um grupo de oito pessoas, incluindo os cinco irmãos Uckermann. Christopher olhou por cima do ombro para o irmão Andrew, que saltitava pela viela, com Robert seguindo logo atrás, mancando de leve.
— Bradshaw está ensinando Edward a montar — grunhiu, empurrando a tia para a rua de pedras —, mas o que é que vocês estão fazendo aqui? – perguntou aos irmãos.
— Sou o assistente de Bradshaw — respondeu Andrew alegremente, posicionando-se do outro lado de Edward.
— E você, Bit?
O irmão do meio dos Uckermann manteve-se na retaguarda do grupo.
— Estou caminhando.
— Ah, isto é ótimo — disse Milly, unindo as mãos em uma palma. — Toda a família saindo para um passeio, exatamente como quando todos eram garotos travessos.
— Não sou travesso — afirmou Edward de cima de seu pônei cinza. — E nem o Príncipe George.
— Alguns discordariam de você, Edward — disse Christopher, sorrindo de leve —, mas tenho certeza de que o príncipe aprecia o gesto de leal...
— Príncipe George é o nome do meu cavalo, Christopher — esclareceu o mais jovem Uckermann.
— Talvez seja melhor você reconsiderar. Quem sabe apenas George.
— Mas...
— Você poderia chamá-lo de Christopher — sugeriu Dulce, tentando não rir da discussão. — Ele é castrado?
Bradshaw emitiu um ruído engasgado.
— Dare tem razão, Edward. Dar nomes de monarcas atuais ou futuros a animais não costuma ser algo bem-aceito.
— Mas então como o chamarei?
— Rei? — sugeriu Andrew.
— Demônio? — foi a proposta de Bradshaw.
— Temporal — contribuiu Dulce. — Ele é cinza, afinal de contas, como uma nuvem de tempestade.
— Ah, sim. Parece um nome indiano, vindo das Colônias. Gosto de Temporal.
— É claro que gosta — resmungou Dare.
Com seu humor melhorando, Dulce se abaixou para ajeitar o cobertor de Milly.
— Está confortável?
— Mais do que qualquer um de vocês — respondeu a senhora, rindo. — Céus, acho que vou até tirar um cochilo.
— Não, insisto que aprecie a natureza — falou Christopher, abaixando-se para dar um beijo no rosto da tia. — O sol e o ar fresco lhe farão bem. Dormir é para os fracos.
Dul analisou o perfil do visconde por um bom tempo. Ele fazia aquilo sem pensar, beijar e provocar as velhas tias. Não esperava tal afeição por parte dele, nunca o achara qualquer outra coisa que não arrogante, cínico e egocêntrico. Não fazia sentido. Se tinha sentimentos e compaixão, jamais a teria usado de maneira tão vergonhosa. A ideia de que Dare tinha mudado, contudo, era ainda mais absurda do que acreditar que tinha um coração.
Eles deviam compor uma bela visão quando chegaram ao Hyde Park: três cavalheiros extremamente atraentes na companhia de dois jovens – um dos quais montado em um pônei – duas senhoras idosas e uma acompanhante feminina. Só o que faltava era um cachorro que atravessasse argolas pulando e um elefante e eles seriam um verdadeiro circo.
— Dul, a senhorita tem um cavalo? — perguntou Edward.
— Tenho, sim.
— Como ele se chama?
— Ela — corrigiu Dulce, sentindo que quanto mais mulheres naquele grupo, melhor — se chama...
— Sheba. Uma bela égua árabe preta — completou Dare.
— Ah, que incrível. Ela está em Londres?
Dulce cruzou os braços e olhou para Dare.
— Pergunte a seu irmão. Ele parece estar me excluindo da conversa.
O visconde encaminhou a cadeira para a trilha de Rotten Row.
— Sim, Sheba está na cidade. Fica nos estábulos da Residência Brakenridge com os animais do duque de Wycliffe, embora talvez a senhorita devesse trazê-la para cá também, visto que está hospedada conosco.
— Sim — concordou Edward com entusiasmo, agitando-se na sela. — A senhorita pode passear com ela, e serei seu acompanhante.
Autor(a): leticialsvondy
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— E quem será o seu acompanhante, rapazinho? — Não preciso de um acompanhante. Monto tão bem que chega a doer. Os olhos de Christopher reviraram. — Seu traseiro é que vai doer, se continuar sacolejando em cima da montaria desse jeito. — Aqui — ofereceu-se Bradshaw, aproximando-se —, deixe-me apertar esses es ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41
Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua
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candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10
Continuaaaa
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candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08
Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua
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candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02
Continuaaa
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candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01
Continuaaaaa, tô amandoooo
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candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28
Continuaaa
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candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33
Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk
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candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12
Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa
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candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03
Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis
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candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10
Continuaaaaa