Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy
Vai, entra para o convento!
— Hamlet, Ato III, Cena I
Quando a família terminou de jantar e o quarteto partiu para a ópera, Dulce estava pronta para reconsiderar suas obrigações para com as Uckermann. Não tinha compromisso algum naquela noite, visto que os afazeres perante Milly e Edwina deveriam prevalecer sobre saraus e bailes.
E agora que fora abandonada pelas tias, tinha uma noite inteira de nada para fazer além de estar sozinha em uma casa enorme com Christopher Uckermann.
Ele era um homem arrogante e impossível; e a pior parte era que ainda conseguia entender como Amelia Johns poderia estar apaixonada por ele. Se esquecesse por um minuto como Dare fora terrível, até conseguia se imaginar com ele outra vez, em seus braços, com as mãos espertas e a boca ousada...
— Dul — chamou o jovem Edward, galopando biblioteca adentro, onde se refugiara —, a senhorita sabe brincar de Vinte e Um?
— Minha nossa. Não jogo há anos.
— Não interrompa lady Dulce — disse a voz arrastada de Dare, vinda da porta. — Ela está lendo.
— Mas precisamos de quatro jogadores!
Ela forçou um sorriso, mas pôde sentir o rubor subindo pelas bochechas.
— Mas você e eu somos apenas dois.
— Não. Bit, Christopher e eu somos três. Precisamos de você.
— Sim, precisamos — repetiu Christopher.
Dul tentou ler a expressão do visconde para ver se havia algum sinal que não fosse de inocência para poder retaliar, mas não sabia dizer o que ele estaria pensando por trás daqueles olhos castanho-claros.
Se recusasse o convite de Edward, pareceria covarde e esnobe, ou pior: Dare a chamaria de uma ou das duas coisas, visto que não tinha tendência alguma a ser um perfeito cavalheiro. Um dos dois precisaria dar o braço a torcer... antes ela do que ele.
— Está bem — consentiu Dulce, fechando o livro e levantando-se. — Eu adoraria jogar.
Ela acabou na sala de visitas, sentada entre Edward e Robert, o que significava que precisaria encarar o olhar de Dare a noite toda.
Enquanto Edward dava as cartas, ela se virou para Robert, em sua maior parte para evitar olhar para Christopher. Sabia pouco sobre o irmão do meio, apenas que, anos antes, era muito falante e engraçado. Todos tinham conhecimento de que ele quase fora morto na guerra, e ela o vira em público em raras ocasiões desde o retorno. Com exceção de um leve coaxar, Robert parecia tão perfeito quanto sempre fora.
— Como conseguiu ser convencido a isso? — perguntou ela com um sorriso.
— Sorte.
— Desculpe por perguntar — continuou, a despeito da resposta nada comunicativa —, mas como conseguiu seu apelido? Bit, não é?
— Eu dei esse apelido a ele — contou Edward, largando o restante do baralho e examinando as próprias cartas. — Quando eu era um bebê, era assim que falava o nome dele.
O jovem Edward devia achar que ela e os irmãos eram anciões.
— Você tem apelidos para os seus outros irmãos?
O caçula piscou os olhos cinza, concentrando-se.
— Bem, Christopher é Dare e, às vezes, Chris; e Bradshaw é Shaw; e às vezes chamamos o Andrew de Drew, mas ele não gosta muito.
— Por que não?
— Diz que parece nome de menina, e aí Shaw o chama de Drusilla.
Dulce tentou não rir.
— Entendo.
— Todos me chamam de Nanico.
— Isso é horrível!
Dulce olhou raivosa para Christopher. Aquilo era típico dele, usar um apelido pejorativo para um membro da própria família.
— Mas sou nanico! Eu gosto!
Edward endireitou-se rapidamente, sentando-se sobre as pernas dobradas para ganhar mais altura perto dos irmãos altos.
— Ele gosta — repetiu Christopher com sua fala arrastada, pegando outra carta da pilha no centro da mesa e colocando diante dela.
— Não consigo imaginar por quê — resmungou Dul.
— Vinte e um — disse Bit, mostrando as cartas a todos.
Christopher fez uma careta para o irmão, seus olhos castanhos revirando.
— Nunca confie nos mais quietinhos.
Ali estava novamente: aquele olhar afetuoso que ele lançava aos membros da família de tempos em tempos. Dulce pigarreou, surpresa por perceber que a intimidade e a tranquilidade entre os irmãos a faziam se sentir constrangida — e irritada com Dare por parecer ter aquelas boas qualidades.
De uma maneira estranha, aquilo o tornava mais... atraente. Era ela quem estava seduzindo, Dulce lembrou a si mesma. Não estava ali para ser seduzida.
— Fico surpresa por o senhor não estar em um de seus clubes esta noite, milorde. Certamente sua habilidade com as cartas poderia ser mais bem utilizada.
Christopher deu de ombros.
— Isso é mais divertido.
Aparentemente, jogar cartas com um menino de 8 anos e um rapaz quase mudo também era mais divertido que ir à ópera, ou aos Jardins de Vauxhall, ou visitar uma de suas amantes, ou qualquer que fosse a maneira como Dare costumava passar as noites. No entanto, se ele estava tentando impressioná-la com a domesticidade, era um esforço em vão. Nada que fizesse, pelo resto da vida, a impressionaria, porque Dulce sabia exatamente que tipo de homem Christopher era.
— Então a senhorita um dia contará quem lhe enviou aquela carta esta tarde? — perguntou o visconde depois que estavam jogando havia mais de uma hora.
— Não estava assinada — respondeu, reunindo o baralho para dar as cartas.
— Um mistério, então — disse Christopher, inclinando-se para a frente para pegar o copo de conhaque. — Algum suspeito?
— Tenho... Tenho minhas suspeitas — disse Dulce enquanto dava duas cartas para cada um, viradas para cima.
Pelo amor de Deus, só queria plantar a ideia de que talvez tivesse alguns pretendentes dispostos a encarar a fortaleza masculina da Residência Uckermann, não esperava provocar a Inquisição Espanhola.
— Quem?
Christopher apoiou o queixo na mão, olhando-a, enquanto Robert pegava mais uma carta.
O primeiro instinto de Dulce foi lembrá-lo de que aquilo não era da conta dele. O propósito daquela missão, contudo, era fazê-lo se apaixonar. Sendo esse o caso, precisava parar de insultá-lo a cada instante.
— Eu não gostaria de levantar falsas suspeitas — falou por fim, tentando não soar maliciosa. — Preservarei minha resposta, portanto, até que novas evidências surjam.
— “Novas evidências” — repetiu Christopher. — Quer dizer o rapaz em si? Por favor, peça-o para nos visitar.
Dulce fez uma careta.
— Ele não o visitaria, pelo amor de...
Autor(a): leticialsvondy
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— Vinte e um! — gritou Edward, pulando. — Vocês dois nunca vão ganhar se continuarem flertando a noite toda. Robert emitiu um ruído engasgado. — Bem — disse ela em uma voz extremamente aguda, sentindo-se ainda menos eloquente que Bit —, você me deixou sem esperanças de ganhar, Edward. Acho que vou me reco ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41
Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua
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candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10
Continuaaaa
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candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08
Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua
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candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02
Continuaaa
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candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01
Continuaaaaa, tô amandoooo
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candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28
Continuaaa
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candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33
Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk
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candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12
Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa
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candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03
Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis
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candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10
Continuaaaaa