Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy
— Fico feliz em ou...
— Dulce! Ei, lady Dul!
Christopher olhou para a rua. Lorde Luxley, aquele maldito rostinho bonito cheio de si, galopou na direção deles, derrubando um carrinho de laranjas em sua pressa em alcançá-los. Se fora aquele idiota quem mandara a carta que deixou Dulce tão convencida, Christopher iria comer o seu chapéu. O barão sofria de uma carência lamentável de inteligência.
Ele viu o olhar de Dulce migrar das laranjas que rolavam pela rua para o rosto de Luxley.
— Bom dia, milorde — cumprimentou ela com o tom de voz gélido que costumava reservar para Christopher.
— Lady Dulce, a senhorita parece um anjo. Fico imensamente feliz por encontrá-la esta manhã. Tenho — ele começou a remexer em seus vários bolsos — algo para lhe entregar.
Sem mudar de expressão, Dulce ergueu a mão, comandando-o a parar.
— Acho que o senhor também tem algo a dar àquela vendedora de rua.
— Hum? O quê?
Enquanto Christopher continuava a observá-la, intrigado, ela apontou para a velha parada ao lado do carrinho virado, chorando enquanto o tráfego matinal intenso de carruagens e coches esmagava sua colheita, transformando-a em bagaço na Park Road.
— Ali. Lorde Dare, quanto está custando uma laranja hoje em dia?
— Dois pences cada, acredito — respondeu Christopher, triplicando o preço.
Dulce olhou irritada para ele, ciente do exagero, então voltou sua atenção novamente para o barão.
— Acho que o senhor precisar dar àquela senhora pelo menos dois xelins, lorde Luxley.
Finalmente, Luxley olhou para sua vítima.
— A mulher das laranjas? — O lábio se contorceu de desgosto. — Acho que não. Ela não devia ter deixado o carrinho no meio da rua daquele jeito.
— Muito bem, então. Não há nada do senhor que eu queira receber — respondeu Dulce friamente.
Colocando a mão no bolso, ela tirou uma moeda de ouro no valor de uma libra esterlina. Comandando Sheba a andar, Dulce passou pelo perplexo e enrubescido barão e se abaixou para entregar o dinheiro à mulher.
— Ah, que Deus a abençoe, milady — agradeceu, entre lágrimas, a senhora, segurando a mão encoberta pela luva de Dulce e pressionando-a contra o rosto. — Que Deus a abençoe, que Deus a abençoe.
— Lady Dulce, preciso protestar! — explodiu Luxley. — A senhorita deu dinheiro demais. Não vai querer mimar uma...
— Acho que lady Dulce fez exatamente o que queria fazer —
interrompeu Christopher, posicionando Charlemagne entre ela e o barão. — Tenha um bom dia, Luxley.
Eles voltaram a se locomover, deixando o barão boquiaberto para trás. Após um momento de silêncio, Dulce lançou a Dare um olhar por debaixo da aba de seu bonnet azul.
— Provavelmente foi bom você tê-lo interrompido naquele momento, Christopher, ou eu precisaria esmurrá-lo.
— Estava apenas pensando nas lesões que sofreria se tivesse que separar uma briga entre vocês dois. E no estrago que a senhorita causaria no pobre Luxley, é claro.
O sorriso que ela deu se refletiu em seus olhos.
— É claro.
Minha nossa, Dulce o havia presenteado com dois sorrisos em uma só manhã. E o chamara pelo seu nome de batismo pela primeira vez em seis anos. Ainda bem que ele saíra para combinar um piquenique com Amelia, ou teria perdido a chance de passar essa manhã com Dul.
Christopher se perguntou o que ela pensaria se soubesse que guardara, por todos esses anos, a meia da aposta em uma caixa de mogno na primeira gaveta de sua cômoda. Pelo que a sociedade sabia, ele vencera a primeira parte da aposta ao conseguir um beijo, e fracassara tremendamente na segunda parte. Seu silêncio podia ter resguardado a reputação de Dulce, mas não salvara o que florescera entre os dois.
Christopher se sacudiu.
— Vamos?
Ele bateu o joelho em Charlemagne.
Rindo, Dulce disparou com Shelba como uma bala.
— Até as árvores! — gritou ela, o vento removendo o bonnet de cima de seus cachos castanhos.
— Meu pai do céu — murmurou Christopher, pasmo com aquela visão.
Seu grande baio era mais forte e mais rápido que Sheba, mas até mesmo Charlemagne percebeu que estavam ali apenas pela disputa, não pela vitória. Se Dulce estava fazendo algum tipo de jogo, era um extremamente interessante.
Ela chegou primeiro às árvores. Rindo em triunfo, o encarou quando Christopher se aproximou.
— Meu caro lorde Dare, acho que o senhor me deixou vencer.
— Não sei ao certo como responder a isso — disse ele, acariciando o pescoço de Charlemagne —, então apenas direi que a senhorita e Sheba cavalgam como se tivessem sido feitas uma para a outra.
Dulce ergueu a sobrancelha fina.
— Um elogio, então. Estou quase tendendo a ficar impressionada com as suas maneiras. Na próxima vez que disputarmos uma corrida, contudo, esforce-se mais.
Christopher sorriu.
— Então receio que esta seja sua última vitória.
— Eu apostaria meu dinheiro em lady Dulce sem pestanejar — disse uma voz vinda das árvores, e o marquês de Westbrook apareceu na trilha, por debaixo dos galhos, enquanto se aproximava em seu capão cinza.
O sorriso dela vacilou.
— Não participo de apostas, milorde — disse Dul, com um leve tremor na voz.
Westbook nem sequer piscou.
— Então apostarei apenas minha confiança na senhorita.
Christopher estreitou os olhos com aquela resposta bajuladora. O marquês devia saber da aposta que envolvia ele e Dulce — todos sabiam. Então cometera aquele “deslize” deliberadamente.
— Obrigada, lorde Westbrook.
— John, por favor.
Os lábios de Dulce se curvaram para cima.
— Obrigada, John — emendou.
Os dois pareciam ter esquecido que Christopher estava ali. Ele afrouxou as rédeas com os dedos e moveu o pé direito. Charlemagne deu um passo para a direita, atrapalhando o cavalo de Westbrook.
— Perdoe-me — falou Christopher quando o cavalo cambaleou.
— Controle seu animal, Dare — disse o marquês em um tom irritado, fazendo a volta com seu cavalo.
— Acho que Charlemagne não gostou de ouvi-lo dizer que a minha Sheba poderia derrotá-lo — comentou Dulce.
Quando ela o olhou, Christopher não teve dúvidas de que Dulce sabia o que ele acabara de fazer. No entanto, não o denunciara.
— Charlemagne não gosta de elogios deliberados — respondeu Christopher, virando-se para olhar para Westbrook.
— Sua montaria deveria ser relembrada de que é apenas um cavalo. Animais devem conhecer seu lugar.
Ah, então é guerra, pensou Christopher, o sangue esquentando com aquele insulto.
— Charlemagne conhece seu lugar, como lady Dulce apontou. É o mais alto do pódio, pelo que me consta.
— E eu acho que lady Dulce estava apenas sendo gentil. Ela certamente reconhece a qualidade inferior do animal em questão.
— Se não se importar, lorde Westbrook — disse Dul —, prefiro tirar minhas conclusões sozinha.
Pobre criatura, já retornando de “John” para “lorde Westbrook”. Christopher teria corrido atrás da vitória, mas não queria que Dulce também ficasse zangada com ele. Quando o marquês o olhou enraivecido, apenas sorriu. Assim que Dulce olhou na direção de Westbrook, Christopher mudou de expressão.
— Minhas desculpas, lady Dulce — disse o marquês. — Não era minha intenção ofendê-la.
— É claro que não. Lorde Dare costuma ter um efeito adverso nas pessoas.
— É verdade — concordou Christopher. Aquela descrição era a mais polida que a ouvira dar.
Ela o fitou novamente, então voltou sua atenção mais uma vez para Westbrook.
— Se me der licença, milorde, preciso retornar à Residência Uckermann. As tias de lorde Dare estarão em pé em breve.
— Então eu me despeço. Tenha um bom dia, milady. Dare.
— Westbrook.
Assim que o marquês desapareceu de vista, Dul virou Sheba na direção da borda do parque.
— Para que aquilo? — perguntou, olhando para a trilha.
— Sou malévolo.
Os lábios dela se contorceram.
— Obviamente.
Autor(a): leticialsvondy
Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Os santos e os devotos não têm boca? — Romeu e Julieta, Ato I, Cena V — Ninguém morreu ainda? Estou pasmo. O duque de Wycliffe estava parado ao lado de um conjunto decorativo de vasos de palmeiras. Christopher olhou para a esposa mignon de Wycliffe, que dançava uma música folclórica com o filho do conde de Resdin, Thoma ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41
Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua
-
candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10
Continuaaaa
-
candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08
Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua
-
candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02
Continuaaa
-
candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01
Continuaaaaa, tô amandoooo
-
candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28
Continuaaa
-
candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33
Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk
-
candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12
Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa
-
candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03
Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis
-
candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10
Continuaaaaa