Fanfics Brasil - Capítulo 8 (PARTE 2) Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada)

Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 8 (PARTE 2)

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— Que sandice, Dulce — arrulhou Milly. — Edwina e eu estaremos dormindo muito tempo antes de a dança sequer começar. Você precisa ir.


— Bem, eu vou — declarou Bradshaw. — Estão dizendo que o contra almirante Penrose estará lá, e quero pressioná-lo...


— ... sobre ter o seu próprio navio — completaram Andrew e Edward em uníssono.


Dulce viu a contração no maxilar de Christopher, mas a expressão se fora antes que qualquer outra pessoa percebesse. Independentemente de Bradshaw conseguir uma capitania ou comprar uma, aquela era uma premissa custosa. E sabia que os Uckermann passavam por sérios problemas financeiros; todos sabiam. Mas o fardo disso, e da solução, jazia sobre os ombros de Christopher.


Dulce se sacudiu. Ele poderia muito bem se casar com uma mulher rica como Amelia Johns, mas também podia ser mais polido em relação a isso. Mesmo que ele não nutrisse uma afeição genuína por ela, fazer a pobrezinha sentir-se como um mal necessário era cruel.


— Então está decidido — proclamou Christopher. — Bradshaw, Dulce e eu iremos ao baile de Devonshire. — Ele olhou para o irmão calado, sentado na ponta da mesa. — E você, Bit? Você também foi convidado, sabe?


Com um tremor quase imperceptível dos ombros largos, Robert meneou a cabeça.


— Estarei ocupado. – Afastou-se da mesa e, fazendo uma breve reverência, saiu da sala.


— Droga — murmurou Christopher, tão baixinho que Dulce quase não o ouviu.


O olhar dele estava fixo na porta por onde o irmão saíra.


— O que aconteceu? — sussurrou ela enquanto o restante das pessoas começava a discutir o sarau iminente.


Os olhos castanhos do visconde a fitaram.


— Além de quase ter morrido baleado? Não sei. Ele não quer me contar.


— Ah.


Christopher apontou para o pão no prato dela.


— Vai comer isso?


— Não. Por que...


Christopher se esticou para pegá-lo.


— Fico feliz por você ir ao baile.


Arrancou um pedaço do pão e o enfiou na boca.


— Não sei por quê — respondeu Dulce, olhando para os lados para ter certeza de que ninguém os ouvia. — Apenas usarei a ocasião para atormentá-lo.


— Gosto de ser atormentado por você. — Ele também olhou para o restante da mesa antes de voltar sua atenção para ela. — E gosto de tê-la aqui.


Então, o plano estava começando a dar certo. Dulce julgou que a pulsação acelerada era por conta da satisfação.


— Às vezes, também gosto de estar aqui — confessou lentamente.


Se sucumbisse rápido demais, Dare ficaria desconfiado, e ela precisaria começar tudo de novo.


— Às vezes? — repetiu ele, dando outra mordida no pão.


— Quando você não está fazendo declarações tolas sobre minha correspondência, ou sobre como está disposto a guardar segredos.


— Mas eu e você temos segredos, não temos? — murmurou Christopher.


Dulce abaixou os olhos.


— É melhor parar de me lembrar disso.


— Por que deveria? Foi excepcionalmente memorável, e você mesma se recusa a esquecer. É sua desculpa para não se casar.


Dulce estreitou os olhos.


— Não, você é minha desculpa para não me casar. O que o faz pensar que eu pensaria em me casar com qualquer homem depois do péssimo exemplo que deu? — indagou. — O que o faz pensar que eu daria a qualquer homem o poder de...


Dulce parou, enrubescendo.


Christopher se ateve àquelas palavras.


— O poder de...


Ela se levantou abruptamente.


— Com licença. Preciso de um pouco de ar.


Com todos os outros Uckermann a olhando, perplexos, Dulce saiu correndo da sala. Dawkins nem sequer teve tempo de chegar à porta antes que ela a escancarasse e descesse os curtos degraus de pedra correndo. Não era tola de perambular pelas ruas de Londres sozinha no escuro, mesmo em Mayfair, então se encaminhou para o pequeno jardim de rosas na parte leste do terreno.


Maldizendo-se em resmungos, desabou no pequeno banco de pedras debaixo de um olmeiro.


— Idiota! Idiota! Idiota!


— O que você diz às pessoas, quando perguntam por que parecemos nos odiar tanto?


A voz baixa de Christopher veio das sombras da frente do jardim. Ele se aproximou devagar, parando ao lado da árvore para se apoiar no tronco desgastado.


— O que você diz? — devolveu Dulce.


— Que só consegui um beijo quando você descobriu que eu queria uma meia sua para ganhar uma aposta, e que não ficou nem um pouco feliz por ser objeto de qualquer tipo de aposta.


— Está próximo do que digo, só que acrescento a parte em que soquei seu rosto quando tentou mentir para mim.


Ele assentiu, o olhar passeando pelo jardim escuro sob a luz do luar.


— Isso foi seis anos atrás, Dulce. Quais as chances de você um dia me perdoar?


— Muito pequenas, se continuar mencionando chances e apostas na minha presença — respondeu, com a voz áspera. — Eu não entendo, Christopher, como você pode ser tão... insensível. Com qualquer pessoa. Não apenas comigo.


Os olhos deles se encontraram por um instante, sombrios e indecifráveis.


— Entre. Está frio aqui fora.


Dulce engoliu em seco. O ar gelado estava cortando sua pele pelo tecido fino do vestido noturno, mas algo acontecera esta noite. Algo além da primeira discussão civilizada e honesta que ela e Christopher tiveram em seis anos. Algo que a fez olhar para o perfil esguio dele quando se aproximou e lhe ofereceu a mão.


Cruzando os braços para não se sentir tentada a tocá-lo, ela se levantou e guiou o caminho de volta até a casa. O fato de Christopher não estar com raiva a perturbava, e Dulce não sabia o que dizer.


— Faria alguma diferença — começou ele baixinho — se eu me desculpasse novamente?


Dulce se virou para ele.


— Desculpasse pelo quê? Por me fazer pensar que gostava de mim, ou por ter sido pego mentindo?


A raiva passou pelos olhos masculinos brevemente. Ótimo. Era mais fácil de lidar quando ele não estava sendo sensível e amável.


— Vou entender isso como um “não”, então — disse Christopher, indicando que ela continuasse a caminhar. — Mas, se fizer alguma diferença, naquela noite... Magoá-la era a última coisa na minha cabeça. Não era minha intenção e é por isso que sinto muito.


— É um bom começo — reconheceu Dul, a voz não tão estável enquanto subia os degraus da entrada da casa. — Ou seria, se eu acreditasse em você.


***


Outra carta chegou para Dulce no dia seguinte. Christopher a cheirou relutantemente, mas quem quer que as tenha perfumado aparentemente usara todo o frasco de colônia nas primeiras missivas.


Olhando para a porta, ele quebrou o selo de cera e a abriu.


— Minha cara Lady Dulce — leu —, refleti sobre o conteúdo desta carta por muitos dias. Embora a...


— Milorde?


Christopher deu um pulo.


— O que foi, Dawkins? — indagou, colocando a carta no colo.


— A cesta de piquenique está pronta, milorde, e o coche está na entrada, como solicitou.


— Sairei em um instante. Feche a porta, por favor.


— Sim, milorde.


Reerguendo a carta, olhou diretamente para o final. Westbrook — então ela estava recebendo cartas de conhecidos. Christopher chegou a pensar que Dul estava mandando cartas para si mesma. Bom, já que abrira a carta, então por que não terminar de ler?


Embora a senhorita tenha gentilmente aceitado minhas desculpas por meu péssimo comportamento no Regent’s Park, sinto que lhe devo mais explicações. Há muito tempo sei de sua animosidade para com lorde Dare, e receio ter saído em sua defesa rápido demais quando ouvi os comentários grosseiros dele para com a senhorita.


Christopher estreitou os olhos para a carta.


— Comentários grosseiros? Eu estava sendo gentil, seu porco — resmungou.


Por favor, saiba que apenas intervim porque tenho pela senhorita a mais alta estima, e continuarei a ter. A seu dispor, John Blair, lorde Westbrook.


Então Dulce tinha um pretendente que não estava interessado em seu dinheiro. Christopher não conhecia o marquês muito bem, apesar de já tê-lo visto no White’s e nos eventos da sociedade algumas vezes. As apostas de Westbrook eram mais conservadoras que as suas e, além de um ou outro encontro casual, seus caminhos raramente se cruzavam. Também não compartilhavam a mesma crença política. Pareciam, contudo, ter uma coisa em comum.


Christopher ficou olhando para a carta por um bom tempo, e então a dobrou novamente. Levantando-se, encostou uma ponta do papel na lamparina da mesa.


A carta começou a esfumaçar e pegou fogo. Assim que estava engolida pelas chamas, a jogou na lixeira e despejou o conteúdo do vaso mais próximo dentro dela.


Christopher deu um sorriso sinistro. Independentemente do que estava acontecendo, não iria deixar que Dul vencesse. Vale tudo no amor e na guerra — e isso, definitivamente, era uma coisa ou outra.



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Autor(a): leticialsvondy

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Christopher ficou parado próximo à roda de seu coche enquanto ajudava Amelia Johns a descer. Tinha levado quase uma semana de tentativas débeis e algumas tramoias para despistar Dulce, mas conseguira ir até a Residência Johns e levar Amelia para um piquenique. — Ah, é tão lindo aqui — arrulhou ela, arrastando a sai ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41

    Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua

  • candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10

    Continuaaaa

  • candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08

    Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua

  • candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02

    Continuaaa

  • candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01

    Continuaaaaa, tô amandoooo

  • candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28

    Continuaaa

  • candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33

    Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk

  • candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12

    Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa

  • candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03

    Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis

  • candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10

    Continuaaaaa


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