Fanfics Brasil - Capítulo 8 (PARTE 3) Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada)

Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 8 (PARTE 3)

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Christopher ficou parado próximo à roda de seu coche enquanto ajudava Amelia Johns a descer. Tinha levado quase uma semana de tentativas débeis e algumas tramoias para despistar Dulce, mas conseguira ir até a Residência Johns e levar Amelia para um piquenique.


— Ah, é tão lindo aqui — arrulhou ela, arrastando a saia de musseline amarela na grama alta. — O senhor escolheu este local especialmente para nós?


Ele tirou a cesta da parte de trás do veículo enquanto o cavalariço levava o coche e os cavalos para poucos metros dali.


— É claro que sim. Sei que a senhorita gosta de margaridas.


Amelia olhou para os amontoados de flores agrupadas na beirada de uma pequena clareira.


— Sim, são lindas. E combinam com meu vestido, não combinam? — ela riu. — Estou tão feliz por não ter colocado meu vestido cor-de-rosa, pois o efeito seria bem menor.


— Nesse caso, a teria levado a um jardim de rosas — respondeu Christopher, estendendo o cobertor e colocando-o no chão. — Sente-se.


Amelia se acomodou graciosamente, com a saia se espalhando ao seu redor de forma tão artística que Christopher se perguntou se ela praticara aquele movimento. Provavelmente. Reparou também que a moça não fazia nada malfeito.


— Espero que goste de faisão assado e de pêssegos — comentou ele, abrindo a cesta e tirando as taças e o vinho Madeira.


— Eu iria gostar de qualquer coisa que escolhesse, Christopher.


Amelia concordava com tudo o que ele dizia, no que agradavelmente era diferente de Dulce. Se dissesse que o céu era azul, Dul o informaria que a cor era algum tipo de ilusão causada pela refração da luz do sol. Sim, uma tarde com Amelia era, definitivamente, uma mudança para melhor.


— Mamãe permitiu que eu arrumasse todas as flores do térreo hoje — contou ela, aceitando um guardanapo e uma taça. — Mamãe diz que tenho muito talento para montar arranjos de flores.


— Não tenho dúvidas.


— Quem costuma arrumar as suas flores?


— Minhas flores? — Christopher pensou no assunto por um instante. — Não faço ideia. Uma das criadas, suponho. Ou a sra. Goodwin, a governanta.


Amelia pareceu chocada.


— Ah, sempre é preciso ter uma pessoa muito qualificada para fazer os arranjos. É muito importante.


Christopher tomou um gole de vinho.


— E por quê?


— Um arranjo de flores bem-feito é sinal de uma casa bem-administrada. Mamãe sempre diz.


— Faz sentido.


Também explicava por que não se importava com quem arrumava suas flores, e por que não pensava duas vezes antes de jogá-las na lixeira para apagar incêndios que começara. Bem-administrado e Uckermann não eram exatamente sinônimos.


— Vocês usam rosas, íris ou margaridas como tema central?


Piscando, Christopher tomou outro gole, e então percebeu que havia esvaziado a taça.


— Lírios — respondeu distraidamente, voltando a encher a taça.


Dulce lhe dissera, certa vez, que preferia lírios a qualquer outra flor. O gosto e o estilo dela eram impecáveis, então parecia uma resposta segura.


Amelia fez um leve bico, provavelmente para fazê-lo olhar para sua boca. Christopher descobrira esse truque durante a incursão na escola para meninas Emma Brakenridge, e não teve dificuldades em decifrar o que ela estava tramando.


— Não são margaridas? — perguntou Amelia, piscando os olhos.


Outro truque, bem executado, porém óbvio.


— Bem, a senhorita quis saber.


— O senhor quer me beijar?


Aquilo capturou sua atenção.


— Como é? — indagou Christopher, tentando não engasgar. Outra taça do vinho doce desaparecera.


— Eu deixaria, se o senhor quisesse.


Surpreendentemente, jamais pensara em beijá-la. Depois que estivessem casados, precisaria beijá-la em alguns momentos, supunha, além de se engajar em outras atividades mais íntimas, mas... Christopher olhou para ela por um longo momento. O sexo sempre fora um ato prazeroso, independentemente de quem escolhia para consumá-lo. Ultimamente, contudo, andava ansiando por uma iguaria especial, rara — que só provara uma vez na vida. E não era Amelia.


— Beijá-la não seria apropriado.


— Mas quero que o senhor goste de mim, Christopher.


— Gosto da senhorita, Amelia. Beijá-la não é necessário. Aprecie seu faisão.


— Mas eu o beijaria, se o senhor quisesse. O senhor é muito bonito, sabia? E é um visconde.


Meu Senhor, Dulce nunca fora ingênua desse jeito, mesmo aos 18 anos. Se quisesse garantir um casamento com Amelia, provavelmente podia derrubá-la no chão e erguer suas saias bem ali, no meio do Regent’s Park, e ela nem sequer se queixaria. Dulce arrancaria suas entranhas com uma faca de cozinha e jogaria seus restos na lagoa dos patos.


Christopher riu, então pigarreou quando Amelia olhou-o.


— Minhas desculpas. E obrigado. A senhorita está excepcionalmente bela hoje, minha querida.


— Sempre procuro estar o mais bonita possível.


— E por quê?


— Para conquistar um marido, é claro! É para isso que servem as mulheres. As que mais se esforçam para estarem sempre bonitas são as que conseguem um parceiro.


Aquilo era interessante, em um sentido pavoroso.


— Então as mulheres que não são casadas...


— Não estão se esforçando o bastante. Ou são de qualidade inferior.


— E se a mulher opta por não casar?


Apesar do insulto às suas tias solteiras e plenamente felizes, Christopher estava, na verdade, pensando em Dulce. Ela não era de qualidade inferior, e a ideia de que tentaria conquistar um marido porque era para isso que as mulheres serviam — bem, era ridícula.


— Opta por não casar? Isso é absurdo.


— Minhas tias não são casadas, sabe?


— Bom, elas são bem velhas — disse Amelia, dando uma mordida em seu pêssego.


— Suponho que sejam mesmo — concordou Christopher, em sua maior parte porque a ideia de tentar argumentar era absurda. Teria mais sorte discutindo com um nabo.


Christopher não costumava achá-la tão sem graça e afetada. E o motivo para tal mudança era óbvio. Dulce. Não conseguia tirá-la da cabeça, e agora estava comparando cada segundo da conversa oca que estava tendo com a pobre Amelia com os tête-à-têtes que engatava com Dul.


O problema, entretanto, continuava sendo o mesmo. Precisava se casar com uma herdeira antes da colheita de outono. Se não, precisaria começar a vender partes alienáveis de suas terras, e ele se recusava a financiar o presente com o futuro de seus descendentes. Dulce era uma herdeira, e definitivamente mais interessante do que qualquer outra moça abastada com quem se engajara. Ela, no entanto, o odiava.


Contudo, a ideia continuava intrigante. Ele não a odiava... Na verdade, o desejo ardente que se espalhava por seu corpo toda vez que colocava os olhos em Dul estava ficando difícil de esconder. Ela abrandara um pouco em relação a ele, mas Christopher não podia se dar ao luxo de perder mais três ou quatro meses.


— Christopher?


Ele voltou ao presente.


— Sim?


— Não quis dizer que suas tias são inferiores. Tenho certeza de que são adoráveis.


— Sim, elas são.


— Às vezes, acho que eu, talvez, deveria ser um pouco mais grosseira com o senhor.


— Grosseira?


Aquilo era algo estranho a se dizer, visto que ele se dera ao trabalho de levá-la a um piquenique.


— Sim, porque o senhor nunca presta muita atenção em mim. Mas parece mais gentil hoje. Acho que está aprendendo sua lição.


Christopher a fitou, a mente se libertando do tédio que Amelia provocava. Ela estava dizendo coisas interessantes, repentinamente. Aprendendo sua lição? Ela pareceu usar aquela expressão deliberadamente. E Amelia não achava que estava aprendendo uma lição, mas sua lição. Ela tinha algum motivo para pensar que alguém estava ensinando algum tipo de lição a ele? Não era ela, é claro; Amelia estava ali para se casar, e nada mais.


Christopher poderia supor quem poderia ser, mas não fazia ideia de por que Amelia saberia das maquinações de Dulce quando nem ele mesmo conseguira descobrir qualquer coisa. Talvez ela estivesse apenas se referindo a uma lição em geral e tivesse verbalizado aquilo de uma forma incorreta e ele só estivesse sendo desconfiado.


Por outro lado, ser desconfiado o salvara de grandes confusões mais de uma vez.


— Estou me esforçando bastante — comentou, devagar, tentando fazê-la falar mais — para aprender minha lição.


Amelia concordou.


— Consigo perceber. Acho que o senhor está ouvindo o que estou dizendo hoje, sendo que quase nunca o faz.


— Existe mais alguma coisa que a senhorita notou que estou fazendo melhor hoje?


— Bem, ainda é cedo para dizer, mas tenho grandes esperanças. Se vamos nos casar, eu gostaria que fosse, ao menos, um pouquinho agradável.


Christopher suprimiu um tremor. Essa era a hora perfeita para informar que pretendia conversar com o pai dela sobre essa perspectiva. Era o que precisava fazer, pela família. Porém, no fundo de sua mente, um pensamento continuava se repetindo: ainda tinha três meses. Três meses e uma mulher dormindo sob seu teto que não o irritava, nem de longe, como Amelia, embora o excitasse e enfurecesse consideravelmente mais.


— Continuarei tentando ser agradável, então — foi o que disse.


Era melhor não deixar a questão pender nem para um lado, nem para o outro; falar sobre casamento poderia ser tão comprometedor quanto prometê-lo, e se, em três meses, Amelia ainda fosse a melhor opção, precisaria fazê-lo.


— Ainda acho que, se o senhor me beijasse, seria bastante agradável.


Meu Senhor. Christopher se perguntou se Amelia fazia ideia da reputação que ele tinha quando era mais jovem ou o que significaria se alguém os pegasse se beijando. É claro, provavelmente era isso que a jovem tinha em mente.


— Tenho respeito demais por nossa amizade para arriscar arruiná-la, Amelia. — Ele remexeu a cesta novamente. — Torta de maçã?


— Sim, por favor. — Ela segurou a fatia com os dedos delicados e mordiscou uma ponta. — O senhor comparecerá ao baile de Devonshire amanhã à noite?


— Sim.


— Sei que é ousado da minha parte perguntar, mas o senhor dançaria comigo? A primeira valsa, quem sabe?


— Seria um prazer.


Christopher planejara um passeio de duas horas, e parecia que o tempo já estava terminando. Pegou o relógio de bolso e o abriu. Haviam se passado 35 minutos desde que a pegara na casa do pai. Christopher conteve um suspiro. Não sabia ao certo se conseguiria tolerar mais uma hora e meia. Esperava que sua família apreciasse o esforço. E esperava que Dulce estivesse passando uma tarde igualmente monótona em qualquer outro lugar, e que estivesse pensando no que ele estaria fazendo.



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41

    Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua

  • candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10

    Continuaaaa

  • candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08

    Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua

  • candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02

    Continuaaa

  • candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01

    Continuaaaaa, tô amandoooo

  • candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28

    Continuaaa

  • candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33

    Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk

  • candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12

    Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa

  • candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03

    Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis

  • candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10

    Continuaaaaa


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