Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy
O calor subiu pela parte de trás de suas pernas até o couro cabeludo. Ela não esperava reagir fisicamente. Sim, ainda gostava de seus beijos, mas pensara estar imune à atraente masculinidade.
Para encobrir seu desconcerto, fez uma reverência.
— Boa noite.
Christopher queria umedecer os lábios. Em vez disso, a cumprimentou com um aceno de cabeça, sem conseguir deixar de admirar a bela figura por completo mais uma vez. Dulce reluzia — a gaze refletia a luz fraca das lamparinas e se transformava em esmeraldas. Christopher mal podia imaginar o efeito que teria no salão de baile bem-iluminado. O decote profundo se ergueu quando ela respirou fundo, a curva rotunda e perolada dos seios o convidando e o atormentando.
Um rubor corou as bochechas femininas, e Christopher se estapeou mentalmente.
Idiota. Precisava dizer alguma coisa.
— A senhorita está deslumbrante.
Dulce inclinou a cabeça.
— Obrigada.
Dawkins pigarreou, oferecendo a Dulce um xale de renda marfim. Christopher se adiantou, arrancando a peça dos dedos do atônito mordomo.
— Permita-me. — Os olhos dela o seguiram enquanto se aproximava, e Christopher inspirou lentamente. — Vire-se — murmurou.
Com um sobressalto, como se tivesse despertado de um sonho, Dulce obedeceu. O vestido deixava seus ombros e boa parte de suas escápulas à mostra. Christopher queria deslizar as mãos pela pele macia, para saber se ainda era tão quente quanto se lembrava. Em vez disso, enrolou o xale nos ombros dela, afastando-se rapidamente enquanto Dulce segurava as pontas com firmeza em cima do peito. Um cacho macio tocou-lhe o rosto quando ela se virou para ele novamente.
— Meu coche está aqui — avisou desnecessariamente.
— Eu a acompanharei até lá fora.
Christopher lhe ofereceu o braço enquanto Dawkins abria a porta da frente.
Dulce envolveu a manga do casaco cinza com os dedos e, mesmo através do tecido grosso do paletó, ele podia sentir que ela tremia enquanto a guiava pelos rasos degraus até o coche que a aguardava.
— Dulce, lorde Dare — disse uma voz feminina das profundezas do veículo. — Estava começando a achar que vocês tinham matado um ao outro.
Ele fez uma reverência.
— Sua Graça, peço desculpas. Não sabia que a senhora estava esperando aqui fora.
— Eu também não sabia, tia Frederica — Dulce apressou-se a dizer, corando enquanto soltava o braço de Dare e entrava no coche. — Jamais a deixaria esperando.
— Eu sei, minha querida. Colocarei a culpa no seu acompanhante.
— Por favor, faça isso. — Ele conseguiu encontrar os olhos de Dulce, que se sentara de frente para a duquesa viúva. — Nós nos veremos em breve.
Christopher observou o coche se afastar e, então, voltou para dentro para pegar o casaco e as luvas. Bradshaw lhe entregou o chapéu e colocou o tricórnio azul marinho sobre o cabelo escuro.
— O que foi aquilo tudo? — questionou baixinho.
— Aquilo o quê?
— Vocês dois. Os pelos do meu braço estão até arrepiados.
Christopher deu de ombros.
— Talvez seja o tempo.
— Eu é que não iria querer ficar preso nessa tempestade, então.
O coche chegou e eles entraram. Christopher tentara convencer Edwina, ao menos, a se juntar a eles, mas a tia recusara. A amiga de Dulce, Anahí Portilla, trouxera o novo gatinho aquela tarde, efetivamente arruinando seu plano de fazer com que Dulce o acompanhasse em seu coche.
Aquilo o irritara, mas nenhum dos dois podia discutir diante do brilho nos olhos de tia Edwina quando pegou Dragão — que, por algum motivo, ela decidira ser o nome de seu novo gato preto. Christopher pensou que aquela coisinha mirrada parecia mais um rato, mas não diria aquilo em voz alta. Não quando Dulce abraçara a bola de pelos debaixo do queixo e arrulhara para ela.
— O Nanico disse que você foi a um piquenique ontem.
Christopher piscou.
— Sim.
— Com Amelia Johns.
— Sim.
Bradshaw fez uma careta.
— Você parece o Bit falando. Como foi o almoço? Em mais que duas palavras, por favor.
— Muito agradável, obrigado.
— Seu bastardo.
— Se eu for mesmo, então você pode herdar o título de visconde e se casar com a srta. Johns. Isso seria interessante.
— Horripilante, mais provavelmente. — Bradshaw cruzou os tornozelos. — Então, você se decidiu pela srta. Johns? Definitivamente?
Christopher suspirou.
— Ela é a candidata mais provável. Rica, bonita e obcecada por um título.
— É uma pena que você e Dulce não se entendam bem. Ou agora se entendem? Aquele tempo adverso me deixou confuso.
— E por que seria uma pena? — quis saber Christopher, essencialmente para ouvir o que seu irmão diria. — Ela é obstinada, e tem uma língua afiada.
É claro que aquelas eram as características de que mais gostava nela.
— Bem, você está procurando por uma mulher rica e bonita, e ela o é. É claro, seu pai é marquês, então Dul não está caçando um título, apesar de eu não conseguir imaginá-la agindo dessa forma, de qualquer maneira. — Ele mexeu no berloque do relógio. — Se Westbrook não a estivesse cortejando, e com toda a horda de pobretões precisando de dinheiro, talvez eu mesmo considerasse desposá-la. Com os recursos e a influência dela, eu chegaria ao posto de almirante antes dos 35 anos.
Westbrook, de novo. Ele certamente já a estava esperando no baile, o maldito.
— Você acha que é fácil assim? Você decide, ela é obrigada a aceitar porque, bem, é para isso que as mulheres servem... e vocês vivem felizes para sempre?
Bradshaw olhou para o irmão.
— Amelia o rejeitou?
— Ainda não a pedi em casamento. Fico esperando... Não sei. Por um milagre, suponho.
— Não espere por um quando se trata de dinheiro. Papai fazia questão de gastar cada centavo que conseguia ganhar, emprestar ou roubar.
Christopher suspirou.
— É preciso manter as aparências, você sabe.
Aquela era a parte mais complicada — gastar um dinheiro que não tinha para que parecesse que a família tinha algum dinheiro.
— Não me diga que você o entende. Não depois de todo o caos que ele deixou para trás e o fez passar. Ainda o faz passar.
— Eu não fui de muita ajuda quando papai estava vivo. Poderia ter me interessado mais pelas propriedades.
— Você traçou o próprio caminho. E eu não fazia ideia de que estávamos tão perto da falência até ser tarde demais. Não sei como não percebemos o que estava por vir — disse Shaw.
— Eu sabia que era o herdeiro. Mas não levava isso muito a sério.
— Mas agora está levando. Já é mais do que ele fez. Se os credores não tivessem espalhado boatos por toda a sociedade quando papai morreu, acho que ninguém sequer suspeitaria do caos que ele causou.
— Ele foi muito cauteloso — comentou Christopher.
— Não, não foi. Você foi. Ainda é.
Autor(a): leticialsvondy
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Christopher sorriu. — Quantos elogios esta noite. Precisa que eu troque algumas palavras com Penrose, certo? Bradshaw riu. — Não. Exatamente o oposto. Quero que você fique o mais longe possível. O contra-almirante ainda se lembra daquelas duzentas pratas que você ganhou dele naquele jogo de faraó. Já perdi a conta de qua ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41
Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua
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candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10
Continuaaaa
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candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08
Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua
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candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02
Continuaaa
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candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01
Continuaaaaa, tô amandoooo
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candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28
Continuaaa
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candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33
Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk
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candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12
Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa
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candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03
Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis
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candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10
Continuaaaaa