Fanfics Brasil - Capítulo 10 (PARTE 1) Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada)

Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 10 (PARTE 1)

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Por sorte a noite é escura e não me vedes, pois tenho acanhamento de meus trajos.


— O mercador de Veneza, Ato II, Cena VI


Já passava das duas da manhã quando o coche da duquesa viúva de Wycliffe parou em frente à Residência Uckermann. Dulce massageou os pés cansados uma última vez e se levantou quando o pajem uniformizado abriu a porta.


— Fico feliz em saber que Milly está melhor — comentou Frederica. — Diga isso a ela.


— Eu direi. — Dulce deu um beijo no rosto da tia. — Boa noite.


— Venha me visitar mais vezes, minha querida.


Ela parou, olhando para a duquesa por cima do ombro.


— Não ficarei aqui para sempre. Milly está quase conseguindo andar sozinha novamente, e então a senhora poderá se cansar de mim de novo.


— Jamais, minha criança.


Dawkins parecia não conseguir ficar acordado nem de dia, muito menos durante a madrugada, então Dulce abriu a porta para si mesma. Christopher e Bradshaw tinham desaparecido cedo, sem dúvida para ir a alguma das salas de jogos que o duque de Devonshire montara. Esperara que Christopher voltasse para o salão do baile ao menos para ver com quem ela podia estar dançando, mas ele não voltara. Dulce se perguntou se Amelia também procurara por ele, mas logo afastou aquela ideia. Ao menos Amelia conseguira dançar com o visconde.


Uma lamparina ainda queimava no saguão o que ajudava a enxergar o topo da escadaria, o suficiente para iluminar o caminho até o quarto. Dissera a Mary para não a esperar acordada, então precisaria encontrar um jeito de desabotoar as costas do vestido sozinha, ou teria que dormir com ele. Não estava muito ansiosa para tirá-lo.


A maneira como Christopher a olhara, praticamente devorando-a com os olhos, incitara aquele calor, que um dia fora familiar, na boca de seu estômago. Seis anos atrás, a sensação a entusiasmara. Saber que ela havia capturado a atenção de lorde Dare e que ele não tinha olhos para mais ninguém. Céus, como fora estúpida e ingênua. O que aquilo dizia sobre si? O fato de um elogio e um olhar faminto daquele homem ainda a fazerem se sentir daquele jeito?


— Dulce.


O sussurro, vindo da sala de visitas escura, a fez arfar.


— Christopher? O que...


— Venha cá.


Franzindo o cenho, atravessou o corredor até onde ele estava parado, ao lado da porta, tudo engolido pelas sombras, com exceção dos olhos dele. Ainda bem que Christopher não conseguia ler mentes.


Ele pegou sua mão, puxando-a para dentro da sala, e fechou a porta.


— Não se mexa — murmurou ele, a respiração quente na têmpora feminina.


— Vou acender a lamparina.


Em um instante, a sala foi inundada com uma luz dourada oscilante. Christopher ainda usava o traje formal, embora tenha tirado as luvas e o sobretudo. Ele se endireitou, os olhos brilhando sob a luz fraca.


— Está muito tarde, Christopher — disse Dul no mesmo tom baixo. — Diga o que quer logo, pois quero ir para a cama.


O visconde sorriu, uma curva lenta e deliciosa de seus lábios que fez a boca de Dulce ficar seca.


— Onde comprou esse vestido?


— Madame Perisse. Era por isso que queria me ver?


— Parece algo que as fadas teceriam de teias de aranha e gotas de orvalho.


Ela recebera elogios a noite toda, e nenhuma palavra a tocou como aquelas.


— Foi isso que pensei na primeira vez que vi. Obrigada.


Christopher deu um passo em sua direção.


— Dance comigo. Eu lhe prometi uma valsa.


— E a música?


— Posso cantar, se quiser, mas eu não recomendaria.


Dulce riu de leve.


— Acho que posso contar os compassos, se necessário.


Christopher estava de ótimo humor. Por um instante, ela se perguntou se ele tinha pedido Amelia em casamento e tinha recebido um sim como resposta. Mas Dul não achava que isso o faria sorrir. Os dois dançavam com precisão demais para estarem apaixonados — por ora.


Pensar nele com Amelia provocou em Dulce uma sensação muito parecida com o pânico. Respirou fundo. Nada acontecera. Ele ainda não estava pronto para se casar. Ainda não o preparara. Nem para si mesma Dulce admitiria que também não estava preparada para o casamento dele com outra pessoa.


— Venha cá — repetiu Christopher, estendendo a mão.


— Como foi sua valsa com a srta. Johns? — indagou Dul, entrelaçando as mãos atrás das costas.


Ficara mais sábia com o passar dos anos, sabia disso. Então por que parecia não conseguir resistir a ele?


— Preferia ter dançado com você — respondeu Christopher com a voz grave. — Vai pegar minha mão, Dulce? Eu lhe prometi uma valsa.


— Você já fez promessas antes que não cumpriu.


Os olhos dele se estreitaram.


— Isso foi há muito tempo. Hoje, cumpro minhas promessas. Ou tento, pelo menos. Você está dificultando um pouco.


— Eu...


— Quero dançar uma valsa com você.


Christopher deu outro passo adiante, tranquilo e seguro como uma pantera. Ah, isso era um erro. Ela precisava ir embora antes que arruinasse tudo que planejara, porque parecia não conseguir mais odiá-lo.


— Tenho uma pergunta — falou Dulce, tentando fazer seu cérebro funcionar de novo. — Quero saber...


— Por quê? — completou ele.


A pergunta não pareceu surpreendê-lo nem um pouco.


— Nada de mentiras ou de explicações mirabolantes, Christopher — pediu secamente. — Apenas me conte.


Lentamente, ele assentiu com a cabeça.


— Em primeiro lugar, eu tinha 24 anos e era muito idiota. Quando ouvi alguém no White’s propor uma aposta para conseguir um beijo e uma das meias de Lady Dul, agarrei a oportunidade. — Olhou para ela, e a expressão arrogante de confiança parecia ter desaparecido de seu semblante pela primeira vez. — Mas não por causa da aposta. Isso apenas me deu uma desculpa.


— Uma desculpa para quê?


Christopher estendeu o braço, acariciando o rosto dela com o dedo.


— Para isto.


Dulce tremeu.


— Houve um tempo em que eu teria lhe dado uma meia minha. Você não precisava...


— E era apenas isso que eu pretendia fazer: pedi-la a você. Mas, quando a toquei, quis mais que isso. Estava acostumado a ter o que queria. E o que eu queria era você, Dulce.


Ela sabia do que ele estava falando. Quando se beijaram — quando ele a beijara recentemente —, parecia que raios estavam atingindo sua espinha.


— Tudo bem, aceitarei essa explicação. Mas, quando fiquei sabendo da aposta, por que não explicou?


Christopher franziu o cenho brevemente, olhando para as próprias botas como um garoto culpado.


— Eu errei em fazer o que fiz — confessou, voltando a olhá-la —, independentemente dos meus motivos para ter participado da aposta. Você tinha toda razão em ficar zangada.


A boca de Dulce estava seca.


— Então onde está minha meia?


Por algum motivo, aquilo o fez sorrir.


— Posso lhe mostrar, se quiser.


Então ele ainda a tinha. Em algum lugar no fundo de sua mente, ela esperava que Christopher a tivesse guardado. Sempre receara que a tivesse dado para alguém ou a descartado onde alguém pudesse encontrar e, por conta da aposta, descobrir de quem se tratava. Ela vivera com o medo de ser arruinada perante os olhos de todos por anos, sem nunca saber quando poderia acontecer.


— Mostre-me.


Erguendo a lamparina com uma mão, Christopher indicou que ela o seguisse. Atravessaram o corredor até a ala oeste da casa, e Dulce hesitou. Os aposentos particulares dele ficavam naquela direção. Mas, se Christopher acreditasse que ela o tivesse perdoado, então talvez ele se apaixonasse por ela, bem a tempo de ajudar Amelia. Dul seguiu os passos silenciosos dele como se uma escapadela de madrugada não a perturbasse nem um pouco.


Pararam diante de uma porta fechada. Dando uma olhada para ela, como que para se certificar de que Dulce ainda estava ali, Christopher a abriu e entrou.


Endireitando os ombros, ela o seguiu.


— Este é o seu quarto — disse ela, engolindo em seco quando Christopher fechou e trancou a porta.


Sem respondê-la, ele foi até a cômoda em um dos cantos do quarto amplo e escuro e abriu a gaveta de cima.


— Aqui — disse, voltando-se novamente para ela.


Christopher segurava uma pequena caixa de madeira, quase do tamanho das caixas de leques de Dulce. Franzindo o cenho, ela se aproximou e abriu a tampa de mogno entalhada. Sua meia, cuidadosamente dobrada, estava ali dentro. Sabia que era sua, pois ela mesma tinha bordado as flores na bainha.


Ergueu os olhos e percebeu que o olhar dele estava fixo em seu rosto, analisando sua expressão.


— Você perdeu a aposta — sussurrou ela.


— Perdi mais que isso. — Colocando a caixa de volta na gaveta, Christopher segurou o rosto dela delicadamente com as mãos. — Sinto muito, Dulce — murmurou. — Não pelo que fiz aquela noite, pois não mudaria isso, mas por tudo que a situação lhe causou desde então. Eu consertaria tudo, se pudesse.




Não sei porquê, mas não estava conseguindo abir o sites há uns dias



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41

    Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua

  • candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10

    Continuaaaa

  • candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08

    Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua

  • candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02

    Continuaaa

  • candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01

    Continuaaaaa, tô amandoooo

  • candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28

    Continuaaa

  • candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33

    Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk

  • candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12

    Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa

  • candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03

    Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis

  • candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10

    Continuaaaaa


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