Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy
Tróilo: Privaste-me de todas as palavras, senhora.
Pândaro: Palavras não pagam dividas, dai-lhe ações.
— Tróilo e Créssida, Ato III, Cena II
Ele esperava vanglória, insolência ou uma arrogância indiferente. Em vez disso, Dulce estava tremendo. Deixando de lado a raiva pela presunção dela — aquela mulher realmente achava que podia ensiná-lo uma lição —, Christopher precisava admitir que quanto mais entrelaçadas suas vidas se tornavam, mais interessante achava tudo aquilo.
Observou-a enquanto ela se juntava novamente às amigas, estudando os gestos, a maneira como se portava. Dulce estava magoada, o que não fazia sentido, visto que não a deixara nem pedira que o deixasse. Estava quase a pedindo em casamento. Parecia perfeito: todos os seus problemas financeiros desapareceriam e ele teria uma mulher que desejava em sua cama. Obviamente, estava deixando algo passar, e Dul tinha todas as respostas.
Analisou o curto bilhete que ela lhe deixara até ter cada manchinha, cada curva memorizada. Tudo aquilo significava alguma coisa, e iria descobrir o quê.
— Parece que você quer comê-la — murmurou Bradshaw atrás do irmão —, e não no bom sentido. — Pelo amor de Deus, olhe para outra pessoa.
Christopher piscou.
— Pedi sua opinião? Vá perturbar uma admiradora, ou algo assim.
— Você não está ajudando em nada.
O visconde se virou e olhou para o irmão mais novo.
— Em que, exatamente, eu deveria estar ajudando? — perguntou Christopher, irritado.
Bradshaw ergueu as mãos em rendição.
— Esqueça. Mas, se tudo isso explodir no seu rosto, apenas lembre-se de que eu o avisei. Seja mais sutil, Dare.
Antes que Christopher pudesse responder, Shaw desapareceu na direção da escadaria. Respirou fundo, tentando relaxar os músculos tensos de suas costas.
Seu irmão estava certo; seis anos atrás, quase se matara para manter os rumores sob controle e, esta noite, estava marchando de um lado para o outro como um touro enfurecido.
— Boa noite, Christopher.
Olhou por cima do ombro.
— Amelia. Boa noite.
Ela fez uma reverência, graciosa e delicada em seu vestido azul.
— Decidi ser ousada e convidá-lo para uma dança — disse ela, exibindo as covinhas ao sorrir.
— Eu agradeço, mas não pretendo ficar esta noite. Tenho alguns... assuntos a resolver.
A desculpa era lamentável, mas não estava disposto a inventar uma melhor, ou a ficar ouvindo o falatório fútil de Amelia. Em vez disso, fez uma reverência tensa e se afastou para procurar Dulce.
Ela parecia estar se esforçando ao máximo para permanecer longe dele, amontoando-se com as amigas do outro lado do salão e, de vez em quando, soltando uma risada nervosa como que para convencer todos de que estava se divertindo. Mas Christopher a conhecia bem.
Finalmente, lady Hortensia chamou a orquestra, e os focos dispersos de conversa se voltaram para a pista de dança. Christopher não sabia se outro homem a convidara para dançar, apesar de presumir que sim. Não se importava, desde que a primeira valsa fosse sua.
Precisou esperar duas quadrilhas e uma música folclórica, observando-a girar pelo salão com lorde Luxley — aparentemente desculpado pelo acidente com o carrinho de laranjas —, depois com Francis Henning, e depois com Grey. O único ponto positivo era que Westbrook ainda não aparecera.
Quando a orquestra iniciou uma valsa, Dulce estava parada ao lado do primo e da esposa, Emma. Christopher se obrigou a caminhar em um ritmo normalaté ela.
— Esta é nossa dança, acredito — disse com a fala arrastada, oferecendo a mão e tentando não deixar transparecer que estava pensando em arrastá-la para longe dali para exigir uma explicação.
Grey fez uma careta.
— Dulce está cansada. Importa-se se...
— Sim, me importo. — Manteve os olhos na sua presa, apesar de sentir que o duque o rodeava. Se Grey quisesse brigar, estava disposto a atendê-lo. — Dulce?
— Está tudo bem, Grey. Eu prometi uma valsa.
— Não importa. Se não quiser...
— Aprecio seu cavalheirismo, primo — interrompeu Dul, com a voz mais incisiva —, mas, por favor, permita que eu fale por mim mesma.
Assentindo brevemente com a cabeça, Greydon pegou a mão da esposa para levá-la à pista de dança.
— Como se eu pudesse impedi-la... — resmungou o duque.
Christopher ignorou a saída deles; toda a sua atenção estava voltada para Dulce.
— Vamos?
Ela aceitou a mão oferecida. Lembrando-se vividamente da valsa no quarto dele, Christopher envolveu a cintura feminina com o braço e deu início à dança.
Dulce fez tudo que podia para evitar encará-lo: olhava para sua gravata, para os outros casais, para a orquestra e para a decoração na parede dos fundos do salão. Christopher se manteve em silêncio, tentando decidir a melhor forma de fazer as perguntas sem perder ainda mais terreno, além de ainda estar com raiva o suficiente para se satisfazer com o transtorno dela.
Finalmente, Dulce suspirou pesadamente e olhou-o. Parecia cansada; leves rugas em torno de seus olhos ofuscavam seu brilho.
— A intenção era que você me deixasse em paz.
— Você me estimulou, e depois me insultou. O que a fez pensar que eu não iria querer uma explicação?
— Você disse à minha tia que tinha compreendido a mensagem, mas acho que não compreendeu. Se tivesse, não estaria dançando comigo.
— Então me explique, por favor. — Christopher abaixou a cabeça, encostando a bochecha na orelha de Dulce. O aroma de lavanda o fez engolir em seco. Zangado ou não, a queria de novo. E muito. — Eu senti a paixão, Dul. E você, também. Então, por favor, me explique por que foi embora daquele jeito.
Um rubor subiu devagar pelas bochechas dela.
— Está bem. Você deveria estar cortejando Amelia Johns... você mesmo me disse. Mas mal podia esperar para me seduzir. Eu queria que soubesse como é esperar algo de alguém e ter isso roubado. Ensinar-lhe que não pode sair por aí partindo corações apenas porque lhe convém.
— Você me seduziu tanto quanto eu seduzi você, meu bem.
— Sim, para lhe ensinar uma lição. — Dulce pausou, olhando para o casal mais próximo, distante demais para ouvir a conversa discreta. — Por acaso essa lição continha o bônus adicional de nos deixar quites.
— Quites — repetiu Christopher, a raiva e o desejo se misturando em suas veias.
— Sim. Você me magoou e eu o magoei. A lição acabou. Volte para Amelia e comporte-se como um cavalheiro, se conseguir.
Por um bom momento, Christopher ficou olhando-a. Estavam, de fato, quites, exceto por uma coisa.
— Você tem razão.
candyle: Até nesse quesito os dois combinam kkk dois teimosos
Autor(a): leticialsvondy
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— Então vá se casar e ser um bom marido. — Quis dizer que você tem razão quanto a estarmos quites, com uma pequena diferença. Ela o fitou, desconfiada. — Qual diferença? — Você fugiu na última vez, e eu permiti. Não tenho intenção alguma de agir da mesma forma agora. &mdas ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41
Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua
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candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10
Continuaaaa
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candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08
Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua
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candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02
Continuaaa
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candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01
Continuaaaaa, tô amandoooo
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candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28
Continuaaa
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candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33
Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk
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candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12
Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa
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candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03
Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis
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candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10
Continuaaaaa