Fanfics Brasil - Capítulo 15 (PARTE 1) Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada)

Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 15 (PARTE 1)

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A teia de nossas vidas é composta de fios misturados: de bens e de males. Nossas virtudes se tornariam orgulhosas sem os açoites de nossos defeitos, como os nossos vícios desesperariam, se não fossem alentados pela virtude.


— Tudo bem quando termina bem, Ato IV, Cena III


Dulce gostava de cavalgar cedo às segundas-feiras. Com isso em mente, Christopher saltou da cama às 5h30, colocou o traje de cavalgada e desceu para mandar selar Charlemagne.


Pelo menos, cortejar Dul o mantinha longe do inferno dos clubes e dos jogos que costumava frequentar. Também andava recebendo vários bilhetes, tão irritantemente perfumados quanto os que Dulce recebera, de mulheres expressando seu desprazer com a ausência dele em seus quartos. Mesmo assim, não sentia vontade alguma de encontrar alívio para a frustração em qualquer outro lugar.


Seis anos atrás, não se desviara nem um passo de seu caminho para galanteá-la. Dulce viera, de olhos arregalados e praticamente ofegando, até ele. Foi apenas depois de ter se deitado com ela que sua vida se tornara irreversível e permanentemente atada.


A expressão nos olhos de Dulce na noite seguinte à primeira vez que ficaram juntos, quando se aproximou dela no baile de Ashton, era algo que jamais iria esquecer. E também era algo pelo qual nunca se perdoaria. Ela sabia, naquele momento, que Christopher só estava se divertindo; e o que fora um ato de desejo e prazer se tornou instantaneamente mundano e desonesto.


Independentemente do que Dulce pensasse em fazer com ele, da lição que achava que merecia, jamais ficariam quites.


Mas, pela primeira vez, Christopher achava que talvez pudesse ganhar o perdão dela. Queria isso e, pela primeira vez, queria mais. Não tinha certeza do quê, mas quando olhava para Dul — e mais ainda quando a sentia em seus braços —, algo parecia certo.


Ele a interceptou no caminho para Ladies’ Mile, no Hyde Park. Dulce estava usando o vestido de cavalgada preferido — de um verde escovado intenso. A respiração dela e de Sheba vaporizava no ar frio da manhã enquanto galopavam pela trilha, o cavalariço ficando cada vez mais para trás a cada galope. Ela estava gloriosa.


Dando um chute nas costelas de Charlemagne, ele seguiu na direção de Dulce. Abaixando-se para driblar o vento, Christopher e seu baio começaram a ganhar velocidade. Sheba era veloz, mas Charlemagne era maior. Ela ganharia nas curvas, mas em um terreno reto e plano, a égua não tinha chance alguma.


Dulce olhou por cima do ombro, obviamente ouvindo-os se aproximarem, e apressou a égua. Não foi o bastante.


— Bom dia — cumprimentou Christopher ao emparelhar os cavalos.


Dul sorriu, a crina da égua batendo em seu rosto e misturando os pelos escuros aos cachos dourados dela.


— Aposto uma corrida até a ponte e de volta — propôs ela, ofegante.


— Eu vou vencer.


— Talvez.


Estalando as rédeas, Dulce fez Sheba disparar.


As corridas eram proibidas no Hyde Park. Seriam multados se fossem pegos. Mas ao ouvir a risada gutural feminina chegando aos seus ouvidos enquanto Dulce avançava, Christopher não se importava mais com o valor.


Estimulou o impaciente baio mais uma vez, com um toque nas costelas do animal, e eles desembestaram a correr. Quando chegaram à ponta que se estendia sobre um dos estreitos riachos do parque, estavam emparelhados, e Dul tentou obstruí-lo com Sheba. Christopher não tinha intenção alguma de acabar na água uma segunda vez, e forçou Charlemagne a fazer uma curva aberta, evitando-a.


Ao perceber a chance de ficar à frente mais uma vez, ela usou o chicote para fazer uma curva ainda mais fechada com Sheba. Christopher avistou a pedra bem quando o casco da égua atingiu a ponta, e seu coração parou.


— Dulce!


Sheba torceu a pata e desabou de cabeça no chão, tirando as rédeas das mãos de Dulce e arremessando-a no chão úmido. Praguejando, Christopher forçou seu cavalo a parar e saltou da sela. Correu até Dul, que parecia desacordada no chão. A égua choramingava e se debatia a poucos metros dali.


Christopher se jogou no chão, ao lado dela.


— Dulce? Consegue me ouvir? — O chapéu tinha caído, e o cabelo estava espalhado pelo rosto. Com os dedos trêmulos, Christopher afastou os cachos delicadamente. — Dulce?


Arfando com força, ela abriu os olhos e se sentou.


— Sheba!


Christopher segurou seu ombro.


— Fique parada e se certifique de que nada está quebrado — ordenou.


— Mas...


— Você está bem? — perguntou novamente.


Dulce piscou, então se escorou novamente no peito dele.


— Ai.


— O que dói?


— Meu traseiro. E meu quadril. Sheba está bem?


O cavalariço apareceu, correndo até a égua.


— Eu cuidarei dela, milady.


Christopher manteve a atenção em Dulce.


— Com sorte, você não terá quebrado nada.


Ela arfou novamente.


— Ajeite meu vestido. Pelo amor de Deus, está quase no meu pescoço!


Contendo um sorriso de alívio, Christopher puxou o vestido até abaixo dos joelhos.


— Consegue se sentar direito?


— Sim.


Ela se encolheu de dor, mas o fez.


— E seus braços e pernas? Dobre-os. Feche os punhos.


— Estou bem. Sheba está ferida? John?


— Apenas presa nas rédeas, lady Dul. Milorde, se puder me ajudar, agradeço.


Com a pulsação retornando ao normal, Christopher manteve a mão no ombro de Dul. Não queria largá-la.


— Só um instante. Dulce, se você se levantar deste lugar antes de eu mandar, vou me certificar de...


— Eu entendo. Ficarei bem aqui.


Christopher se levantou, limpando a sujeira dos joelhos, e então se deitou sobre o pescoço de Sheba para mantê-la imóvel enquanto John soltava as rédeas. Feito isso, a égua ficou em pé e mancou, sacudindo a cabeça. Christopher segurou o arreio para impedir que o animal saísse correndo e se agachou para examinar a pata que havia tropeçado na pedra.


Dulce estava sentada onde a deixara, com a manga rasgada e o cabelo caindo sobre o rosto. Dare entregou a égua para John e depois a ajudou a se levantar.


— Sheba torceu o joelho — disse —, mas não quebrou nada. Vocês duas têm uma sorte danada.


Mancando, Dulce foi até Sheba e acariciou o nariz da égua.


— Sinto muito, minha amada.


Ela cambaleou, tremendo, e Christopher segurou lhe pelo braço.


— Vou levá-la para casa — afirmou, e indicou ao cavalariço: — Siga-me com Sheba.


— Não vou largar minha égua.


— Não pode montá-la, e não vai caminhar todo o trajeto até em casa. John caminhará com ela. Será bom para o joelho de Sheba.


— Mas...


— Uma vez na vida, vai fazer o que mando. John, pode ajudar lady Dulce a subir?


— Sim, milorde.


Relutante, Christopher a soltou de novo e montou em Charlemagne. Abaixando-se, segurou Dulce por debaixo dos braços, erguendo-a, enquanto John a empurrava do chão. Em um instante, ela estava sentada nas pernas másculas, com um braço em torno do pescoço de Christopher para se equilibrar. As coisas, enfim, estavam melhorando.


Dulce ficou olhando por cima do ombro dele, observando a égua, até entrarem no bosque.


— Foi uma ideia idiota — murmurou. — Eu devia saber.


— Eu faço despertar o pior em você, Dul. Não é culpa sua.


Suspirando, ela apoiou a cabeça no ombro forte.


— Obrigada.


Christopher resistiu à vontade de enterrar o rosto no cabelo escuro.


— Você me assustou, moça.


Ela olhou-o.


— Assustei?


Quase sem ousar respirar, Christopher inclinou a cabeça de leve e a beijou.


— Lamento que a senhorita tenha machucado seu traseiro, milady. Posso massageá-lo, se a senhorita quiser.


— Pare — protestou ela, se contorcendo. — Alguém vai ver.


— Não há ninguém acordado além das leiteiras.


Dulce se afastou novamente.


— O que você estava fazendo por aqui? Com certeza, você não é uma leiteira.


— Estava com vontade de sentir o ar da manhã.


— Em Ladies’ Mile.


— Sim.


— Você estava procurando por mim, não estava?


— Gosto de vê-la pela manhã. Não acontece com a frequência que eu gostaria.


Dulce se virou de lado. O corpo esguio e quente contra o dele fazia com que fosse difícil, para Christopher, se concentrar. Com quase ninguém no parque, qualquer clareira reclusa daria a eles toda a privacidade de que precisariam.



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Autor(a): leticialsvondy

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— Ai — murmurou ela, movendo-se novamente. Sacudindo-se para afastar a excitação, Christopher a abraçou um pouco mais forte contra o peito, sustentando mais de seu peso nos ombros. — Quando chegar em casa, tome um banho de banheira longo e quente. O mais longo e quente que conseguir suportar. — Então você é ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41

    Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua

  • candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10

    Continuaaaa

  • candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08

    Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua

  • candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02

    Continuaaa

  • candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01

    Continuaaaaa, tô amandoooo

  • candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28

    Continuaaa

  • candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33

    Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk

  • candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12

    Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa

  • candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03

    Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis

  • candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10

    Continuaaaaa


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