Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy
Dando uma olhada irritada para a matilha, Christopher deixou a roda de admiradores de Dulce.
— Sim, acho que reagi antes que minha natureza mais racional pudesse assumir o controle e me fazer desistir.
A duquesa riu.
— Não acredito nisso — revelou Emma baixinho. — Sei que você tem um bom coração, Christopher.
— Se puder não espalhar por aí, agradeço. Um bom coração e bolsos vazios fazem de Dare um rapaz muito solitário. — Deu uma olhada na direção de Dulce. — Especialmente quando certas damas não acreditam na parte do bom coração.
— Ora, você precisa convencê-la. Eu, por sinal, estou do seu lado.
Christopher ergueu uma sobrancelha.
— E o que o poderoso Wycliffe pensa sobre isso?
— Ele quer protegê-la. Eu recomendo que você seja paciente, porém implacável.
— Seu conselho, querida Em, provavelmente acabará me matando. — Christopher deu um beijo no rosto dela para suavizar aquelas palavras. — Mas fico grato por ele.
— Quantas vezes tenho que dizer — ralhou Grey, aproximando-se com Dulce em seu braço, ainda bem — para manter sua boca longe da minha esposa?
— Você não me deixa beijá-lo — respondeu Christopher, com a fala arrastada —, então não tenho outra opção.
— Que tal me acompanhar até a mesa de bebidas, em vez disso?
Dulce lhe estendeu o braço.
Foi bom, da parte de Wycliffe, arrancá-la daquela matilha de lobos.
— Com prazer. Suas Graças, se nos derem licença.
— Ora, suma daqui — disse Grey. — Mas fique de olho. Ela quase caiu ao descer do coche.
— Eu tropecei no vestido — protestou Dul, enrubescendo.
— Eu a protegerei com a minha vida.
Dulce olhou-o e, apesar da expressão de ceticismo óbvio, Christopher ficou surpreso ao perceber que estava falando sério. Permitir que outra pessoa a tivesse estava fora de questão. Não importava o que acontecesse, a tornaria sua. Permanentemente.
— Então, como foi que ganhei de seus outros pretendentes? — perguntou
Christopher, guiando-a pela parte menos tumultuada do salão.
— Não posso mandá-los para o inferno se me irritarem — respondeu ela prontamente. — Com você, não me importo em fazê-lo.
— Suponho que eu tenha criado certa tolerância aos seus insultos com o passar dos anos — concordou ele. — Como está seu traseiro?
Dulce corou ainda mais.
— Arroxeado, mas melhor. Por sorte, quase todos parecem pensar que torci o joelho e meu traseiro permaneceu fora das conversas.
Christopher fez que sim com a cabeça. Antigamente, talvez tivesse reivindicado o crédito que merecia por ajudar o boato falso a se espalhar, mas se sentia tão mal por Dul ter se machucado que não queria nenhum agradecimento.
— Fico feliz que tenha vindo esta noite — disse ele, apenas para ter algo a dizer.
Dulce estudou os olhos dele por um instante.
— Eu também. Christopher...
— Aí está você — disse Anahí Portilla, correndo para pegar a mão de Dul. — Estava torcendo para que você estivesse se sentindo bem o suficiente para vir esta noite.
Abafando a irritação, Christopher cumprimentou a moça de cabelo loiro com um aceno de cabeça.
— Se fosse eu, teria fingido estar doente para evitar vir ao Almack’s.
Dulce o fitou, claramente surpresa.
— Então por que não fingiu?
— Porque você está aqui.
— Fique quieto — ordenou Dul. — Assim você fará todos comentarem sobre nós.
— Todos já estão comentando — ponderou Anahí, sorrindo. — Vocês dois são o assunto do momento de Londres.
Pela primeira vez, Christopher olhou em torno do salão. Pareciam, de fato, ser o objeto das conversas. Ora, que seja. Dulce não escaparia novamente, nem por causa de sua teimosia, e nem por conta da estupidez dele. E esse tipo de boato só aumentava suas chances.
— Não seja boba, Annie. O visconde só quer o meu dinheiro.
Anahí empalideceu, seus olhos se voltando para Christopher.
— Dul, você não deveria dizer essas coisas.
Christopher abafou a raiva repentina. Ouvira conversas como aquela antes, é claro. Uma vez, chegara a ouvir, sem querer, várias mulheres discutindo se seus serviços na cama poderiam ser comprados. Aquela tinha sido uma noite e tanto.
Mas Dulce nunca mencionara as finanças dele a ninguém, disso sabia — e mesmo que ela estivesse brincando, não gostou nada daquilo. Cuidadosamente, Christopher desvencilhou o braço dos dedos dela.
— Senhorita Portilla, se puder cuidar de lady Dulce, prometi uma dança à srta. Johns. — Ensaiou uma reverência breve. — Senhoritas.
Antes que pudesse se mover, Dulce segurou sua manga de novo.
— Dare.
Christopher parou, olhando para ela com frieza.
— Sim?
— Annie, saia daqui — murmurou Dul.
A srta. Portilla obedeceu, parecendo aliviada por escapar ilesa. Os burburinhos em torno aumentaram, mas ele não ligava a mínima. As pessoas iriam comentar.
A única coisa que podia fazer era garantir que a multidão não teria nada mais sério para especular do que uma discussão. Ele e Dulce discutiam o tempo todo, afinal de contas.
— Desculpe-me — sussurrou ela. — Eu não estava falando sério, e fui cruel.
Christopher forçou-se a dar de ombros com indiferença.
— É a verdade, em parte. Mas dinheiro não é tudo que quero de você, Dulce, e sabe disso.
— Sei o que me diz, mas não sei no que acreditar. Você já me enganou antes.
— E você também me enganou, não é? — retrucou baixinho. — Então como posso provar?
Enquanto dizia aquilo, Christopher percebeu que aquilo poderia ser exatamente o que Dulce estava esperando: forçá-lo a declarar suas intenções e seu afeto para o mundo, para que ela pudesse rir dele e humilhá-lo em público. E por não conseguir ficar longe sem tocá-la, caíra direitinho em sua armadilha.
Ela suspirou.
— Às vezes, não sei o que pensar.
Christopher se obrigou a relaxar os ombros.
— Não pense tanto. Eu nunca penso.
Dul soltou uma risada curta.
— Droga, não tenho um leque. Se meu traseiro estivesse melhor, eu o chutaria.
Um sorriso lento repuxou os cantos da boca dele.
— Se seu traseiro estivesse melhor, eu sugeriria várias outras coisas mais agradáveis para fazermos juntos. — Olhando-a, Christopher se esforçava ao máximo para resistir à vontade de acarinhar-lhe o rosto. — Eu a quero — murmurou. — Muito.
Dulce engoliu em seco.
— Você só está tentando me fazer corar. Não vai funcionar, então pare.
— Não quero que você fique corada — continuou, ainda falando baixinho. —Quero que você grite meu nome e goze para mim.
— Cale a boca — ordenou Dulce, vacilando. — Você obviamente enlouqueceu.
O sorriso dele aumentou. Aquilo parecia estar funcionando bem, embora estivesse se sentindo um tanto desconfortável.
— Diga que irá passear comigo amanhã no Covent Garden, e eu paro.
— Vou tomar chá com An..
— E eu quero sentir sua pele quente sob meus dedos, e seu corpo debaixo do meu, minha Dulc...
— Está bem! — Enrubescendo ao extremo, o empurrou na direção da mesa de bebidas. — Às dez em ponto, ou eu realmente o chutarei na próxima vez que o vir.
Christopher assentiu com a cabeça.
— Acho justo.
A noite correra bastante bem, em retrospecto. Encontrara uma estratégia que parecia funcionar. Dulce o queria, sim, o que tornava o próximo passo muito mais fácil.
***
Será que Christopher teria ido embora se não o tivesse segurado pelo braço?
Dulce não tinha a intenção de pará-lo, mas, no momento em que ele a soltou, não conseguira evitar puxá-lo de volta. E então ela concordara em passear com Christopher. Dulce ainda o mantinha por perto, supostamente para auxiliá-la, caso caísse, mas, na verdade, era porque ansiava pelo calor e pelo desejo que ele provocava. Tinha ficado acalorada e tremendo só de ouvi-lo dizer aquelas coisas em voz alta.
Pior ainda: toda a multidão reunida no Almack’s os vira conversando energicamente por um bom tempo. Viram seu sorriso, viram o sorriso dele, e a maneira como enrubescera como uma perfeita idiota. Se não tivesse concordado em passear, no entanto, tinha a forte sensação de que Christopher a arrastaria para a alcova mais próxima, arrancaria seu vestido e a devoraria — e mesmo com o traseiro dolorido, teria apreciado aquilo mais do que deveria.
Doze homens a tinham pedido em casamento nos últimos dois anos, e não reagia a nenhum como reagia a Christopher. Depois de sua segunda noite juntos, chegara a tentar se imaginar nua, desejando qualquer outro de seus pretendentes.
Afinal de contas, se ela se casasse com algum deles, precisaria dividir sua cama ocasionalmente.
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41
Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua
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candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10
Continuaaaa
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candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08
Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua
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candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02
Continuaaa
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candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01
Continuaaaaa, tô amandoooo
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candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28
Continuaaa
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candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33
Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk
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candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12
Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa
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candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03
Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis
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candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10
Continuaaaaa