Fanfics Brasil - Capítulo 17 (PARTE 3) Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada)

Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 17 (PARTE 3)

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Ainda bem que descobrira antes de perder seu coração completamente. Um soluço escapou da garganta quando Pascoe abriu a porta. Não, não doía, porque não se importava. Qualquer coisa entre eles era apenas luxúria. E podia afastar a luxúria de sua cabeça.


— Milady?


— Estarei em meus aposentos — disse, passando correndo pelo mordomo. — Não devo ser incomodada, por nada nem ninguém. Fui clara?


— Si-sim, milady.


***


Falar em um “quadro” no White’s era, na verdade, um erro. Tratava-se de um livro-razão no qual qualquer um admitido no clube exclusivo podia anotar uma aposta com outra pessoa. A maioria se resumia a apostas privadas entre duas partes. Ocasionalmente, aparecia alguma que despertava um interesse maior, ou que era fechada entre um número maior de cavalheiros.


Quando Christopher entrou no White’s, empurrando para longe o porteiro, que tentou informá-lo de que o almoço só seria servido dali a uma hora, foi diretamente até o salão de jogos principal e até o livro-razão depositado em cima do estrado em um dos cantos. Proferira todas as obscenidades possíveis durante o trajeto até ali, mas repetiu algumas selecionadas quando avistou o livro e a meia dúzia de homens que estava em pé ao seu redor.


— Dare, seu safado — disse um dos mais novos, sorrindo —, você não pode apostar em si mesmo, sabe. Traz má...


Christopher cerrou as mãos em punhos e acertou o rapaz no queixo.


— Saia da frente — ordenou tardiamente quando o homem desabou no chão como um pano molhado.


Lacaios apareceram de todas as direções enquanto o restante dos espectadores saía apressadamente de seu caminho. Sem olhar para eles novamente, Christopher virou o pesado livro para seu rosto.


— “Na perspectiva de matrimônio com Christopher Uckermann, lorde Dare” — leu para si mesmo —, “as candidatas estão listadas abaixo. Por favor, faça sua aposta de acordo com sua escolha”.


Nenhum nome reclamava a responsabilidade pela inclusão daquela aposta, mas a lista de candidatas e de seus apoiadores já ocupava duas páginas inteiras, mesmo a aposta tendo sido registrada apenas ontem.


— Quem fez isto? — rugiu, virando-se para encarar a multidão crescente.


— Milorde, por favor, venha tomar uma bebida comigo em particular — convidou Fitzsimmons, gerente do clube, em um tom apaziguador.


— Eu perguntei: quem fez isso? — repetiu, a raiva fervilhando no fundo de seu estômago.


A expressão no rosto de Dulce quando Bellefeld contou sobre a aposta quase o matara. Ela tinha começado a confiar nele; podia ver em seus olhos. E agora nunca mais confiaria. Poderia jurar sua inocência pelos céus, e Dul sempre acreditaria que era responsável, de alguma forma, ou pelo menos que sabia. Alguém iria pagar por isso — e, com sorte, algum sangue seria derramado.


— Milorde.


— Quem? — berrou Christopher.


Agarrando as páginas, as arrancou do livro.


A multidão arfou. Ninguém removia páginas do livro de apostas. Isso simplesmente não se fazia. Olhando com raiva para o ofensivo documento, o rasgou no meio, e novamente, e novamente, até que as páginas pareciam confetes em suas mãos.


— Lorde Dare — disse Fitzsimmons, a voz mais severa —, por favor, venha comigo.


— Inferno! — ralhou Christopher. — Esta aposta acabou. Fui claro?


— Preciso pedir que o senhor se re...


— Eu não voltarei, a não ser que fique sabendo de outra aposta relacionada a lady Dulce Saviñon. Se ficar sabendo de alguma, qualquer uma, incendiarei este lugar, e que Deus me ajude se precisar fazer isso! — Antes que qualquer um dos corpulentos lacaios pudessem se mexer para escoltá-lo para fora do clube, ele marchou até Fitzsimmons e o segurou pela gravata. — Agora, pela última maldita vez, Fitzsimmons, quem registrou essa aposta?


— Foi... Foi o seu irmão, milorde. Bradshaw.


Christopher congelou.


— Brad...


— Sim, milorde. Agora, por favor, solte...


Soltando o homem tão rapidamente que ele quase caiu, Christopher trotou para fora do clube e tomou o primeiro coche que viu.


— Residência Uckermann — rosnou, batendo a porta.


O tráfego do meio da manhã estava intenso, o que lhe deu mais tempo para contemplar o tamanho do estrago que a aposta de Bradshaw causara. De todas as coisas que pensara que pudesse ter de enfrentar com Dulce, outra aposta não era uma delas.


Quando o coche parou, saltou fora, arremessou um xelim para o motorista e caminhou a passos largos até a casa. Desta vez, Dawkins estava em seu posto, e quase teve o nariz quebrado quando Christopher escancarou a porta mais rápido do que o mordomo podia abri-la.


— Onde está Bradshaw? — perguntou, jogando o sobretudo e o chapéu no chão.


— Mestre Bradshaw está no salão de bilhar, eu acre...


Christopher estava no segundo piso antes mesmo de Dawkins terminar a frase. A porta do salão de bilhar estava entreaberta, e ele a escancarou com tanta força que uma pintura na parede do corredor caiu no chão.


— Bradshaw!


Seu irmão se endireitou, com um taco de bilhar na mão, e Christopher o esmurrou. Ambos rolaram pela mesa e caíram com força no chão do outro lado. Christopher se levantou primeiro, e deu um soco no queixo de Bradshaw.


Shaw rolou por debaixo da mesa e saiu do outro lado, pegando o taco de bilhar ao se levantar.


— Que diabos há de errado com você? — indagou ele, passando a mão pelo lábio cortado.


Christopher deu a volta na mesa, furioso demais para falar. Bradshaw acompanhou seu ritmo, mantendo a mesa entre os dois. Dawkins, aparentemente, alertara a casa de que algo estava errado, porque Andrew, seguido de Edward, apareceu à porta. Robert chegou um instante depois.


— O que está acontecendo? — perguntou Andrew, entrando no salão.


— Saia daqui — ralhou Christopher. — Isso é entre mim e Bradshaw.


— O quê?


— Não faço ideia — arfou Bradshaw, limpando o sangue novamente. — Ele enlouqueceu. Simplesmente entrou aqui e me atacou!


Christopher saltou por cima da mesa e atingiu parte do taco de bilhar. Aquilo o desequilibrou, e ele acertou o ombro de Bradshaw, em vez do peito. Não sabia ao certo o que estava fazendo, só que queria machucar Bradshaw, pois ele o machucara e a Dulce.


— Faça-o parar! — gritou Edward, correndo para dentro do salão.


Robert o agarrou pela nuca.


— Deixem os meninos maiores resolverem isso — disse, entregando Edward a Andrew. — Leve-o lá para baixo.


Drew corou.


— Mas...


— Agora.


— Droga.


Robert entrou no salão e fechou a porta, trancando a criadagem e quais quer outros espectadores para fora.


— Fique fora disso — alertou Christopher, empurrando Bradshaw novamente.


— Eu ficarei. Por que você o está surrando?


— Porque — respondeu Christopher, dando outro soco de que Bradshaw desviou no último segundo — ele fez uma aposta.


— Eu faço apostas o tempo todo — exclamou Bradshaw. — Você também faz!


— Você fez uma aposta sobre Dulce, seu imbecil!


Bradshaw tropeçou na perna de uma cadeira e desabou. Arrastando-se para trás, pegou a cadeira e a segurou à sua frente.


— Do que você está falando? Fiz uma aposta sobre com quem você vai acabar se casando. Só isso, Chris. Pelo amor de Deus, qual é o seu problema?


— Ela não confia em mim, esse é o problema. E agora, graças a você, nunca confiará. Quero você fora desta casa ainda hoje. E nunca mais quero pôr meus olhos em...


— Ela o culpa pela aposta? — interrompeu Robert do lado oposto do salão.


— Sim, ela me culpa pela aposta.


— É por causa daquela outra aposta? — continuou Bit.


Christopher se virou para encará-lo.


— Quando você decidiu voltar a falar? Não se intrometa e saia daqui.


— Se você mandar Shaw embora — ponderou Robert, cruzando os braços —, ele não poderá explicar nada. Então o que você quer: que ele desapareça, ou uma explicação para Dulce?


Considerando suas chances com ela, aquela era uma decisão difícil. Bit, maldito seja, o estava fazendo pensar, desacelerar e olhar para o que estava fazendo. Bradshaw segurava a cadeira com as pernas apontadas em sua direção.


Estava ofegante, com os olhos fixos no rosto de Christopher.


Ele voltou a encará-lo.


— Dulce — rosnou. — Acha que tive algo a ver com a aposta.


Bradshaw abaixou a cadeira, mas continuou segurando-a.


— Então direi a ela que não teve.


— Não é tão simples assim. O fato de eu saber é quase tão ruim quanto se eu tivesse registrado a aposta. Que merda, Bradshaw!


— Então, direi a ela que você não sabia, e que tentou me matar quando descobriu.


Provavelmente não importaria. Provavelmente será tarde demais.


— Vista-se — ordenou, saindo do salão.


Ao passar por Bit, esticou-se para segurá-lo pelo ombro, mas seu irmão fugiu ao contato. Não se sentia preparado para a frustração adicional de lidar com Robert hoje, mas também não queria deixar o milagre passar em branco.


— Explique — disse, continuando a atravessar o corredor até seu quarto.


Ele tinha rasgado a manga da camisa, e Bradshaw acertara pelo menos um soco. Precisava parecer semicivilizado, ou então Dulce nunca o ouviria.


Bit o seguiu.


— Explicar o quê?


— Por que você decidiu abrir a boca.


O silêncio os acompanhou pelo corredor. Irritado novamente, Christopher se virou para encarar o irmão.


— Isso é um jogo, Bit?


Robert meneou a cabeça, pálido, a boca formando uma linha tensa e reta. Pela primeira vez, Christopher percebeu que a intervenção custara algo a seu irmão. Ele se virou para a frente e entrou no quarto.


— Conte-me quando quiser contar, então. Mas vá se certificar de que Bradshaw não escapou.


— Ele não fará isso.


Respirando fundo algumas vezes, Christopher tentou acalmar o alvoroço de emoções e angariar algum senso de lógica. Por mais que odiasse admitir, Bit tinha razão: se ainda tinha alguma esperança de reconquistar um pouquinho da confiança de Dulce, precisava que Bradshaw explicasse o que acontecera. E então, precisava fazer algo que não fazia havia muito tempo: rezar. A qualquer um que o ouvisse.



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41

    Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua

  • candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10

    Continuaaaa

  • candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08

    Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua

  • candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02

    Continuaaa

  • candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01

    Continuaaaaa, tô amandoooo

  • candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28

    Continuaaa

  • candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33

    Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk

  • candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12

    Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa

  • candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03

    Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis

  • candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10

    Continuaaaaa


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