Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy
Transformarei em pez sua virtude, e com a própria bondade apresto a rede que há de a todos pegar.
— Otelo, Ato II, Cena III
Amelia estava sentada no salão matinal, bordando uma bela flor na extremidade de um lenço. Sua mãe estava sentada à escrivaninha, enviando correspondências, e sabia que seu pai estava no escritório fingindo fazer contas.
Dada a importância daquele dia, achava que parecia extraordinariamente tranquila. O vestido de musseline azul-clara que escolhera para o evento era tanto discreto quanto bonito, e destacava seus olhos ao mesmo tempo em que acentuava a pele clara do pescoço e dos braços. O colar duplo de pérolas que estava usando talvez fosse um pouco exagerado para um almoço, mas queria lembrar Christopher Uckermann com que ela iria contribuir em sua união.
Ele tinha razão em uma coisa: uma declaração formal era, no fim das contas, muito mais satisfatória do que um casamento forçado para preservar sua reputação. E, dessa forma, seus pais poderiam dizer que o visconde de Dare tinha ido até eles, e não que Amelia o tinha aliciado. Bem, talvez o tivesse aliciado, mas ninguém mais precisava saber.
O relógio atrás dela acabara de anunciar que faltavam 15 minutos, e Amelia respirou fundo. Não estava exatamente animada; na verdade, sentia-se ansiosa.
Dedicara várias semanas de trabalho, e as recompensas desse esforço estavam prestes a se materializar pela porta da frente, tornando-a uma viscondessa. Coches e pedestres passavam na rua lá embaixo, mas mal reparava no barulho.
Não esperava que ele chegasse cedo — Christopher dissera 13h, e era nesse horário que chegaria. Foi o que disse aos pais.
No mínimo, eles estavam mais animados do que ela, embora tivessem sido cautelosos para não contar a ninguém o que todos esperavam que acontecesse.
Protocolo era tudo, e nem seu pai, nem sua mãe mencionariam a palavra “casamento” até que Dare o fizesse. Mas sabiam, e ela sabia, que, até o final do almoço, Amelia estaria noiva.
***
Quando alguém bateu à sua porta pouco antes das 13h, Dulce esperava que fosse tia Frederica com uma xícara de chá de ervas.
— Por favor, vá embora — disse, movendo-se em uma cadeira de balanço perto da janela, apertando uma almofada contra o peito. Precisaria jogá-la fora, visto que estava encharcada com suas lágrimas.
— Milady — disse a voz de Mary —, lorde Dare e seu irmão estão aqui para vê-la.
O coração palpitou.
— Diga a lorde Dare que não quero vê-lo — conseguiu dizer — nunca mais.
Até mesmo dizer o nome dele doía.
— Eu direi, milady.
Evitá-lo em Londres seria quase impossível, visto que participavam dos mesmos círculos sociais. Não, dessa vez iria para Shropshire, como devia ter feito no momento em que saíra da cama dele. Nunca encontraria Dare por lá.
Alguém bateu à sua porta novamente.
— Milady, lorde Dare insiste que ele e o irmão precisam falar com a senhorita.
Por um instante, se perguntou qual irmão ele arrastara consigo. Provavelmente Edward, visto que sabia que ela morria de amores pelo menino. Mas não iria vencê-la usando crianças fofas como arma. O que ele tinha feito dessa vez era pior do que indesculpável.
— Diga a ele que não, Mary.
A aia hesitou.
— Sim, milady.
Dessa vez, quando Mary voltou à porta, sua voz estava agitada.
— Ele se recusa a ir embora, lady Dulce. Devo chamar Gilbert e Hanley?
Parte dela gostaria de ver Dare sendo expulso da Residência Hawthorne pelos corpulentos ajudantes do estábulo, embora não fosse ser tão fácil quanto Mary parecia pensar. Mas dizer a ele pessoalmente para deixá-la em paz e nunca mais visitá-la talvez fosse ainda mais satisfatório.
— Descerei em um minuto.
— Sim, milady.
Mary pareceu aliviada.
O corpo de Dulce tremeu quando se levantou. Parecia que seus pés eram feitos de chumbo, e cada passo exigia esforço. Concentrar-se em caminhar ajudava, e ela manteve a mente focada em colocar um pé diante do outro enquanto saía do quarto e descia as escadas, com Mary logo atrás, parecendo muito preocupada.
— Onde estão? — perguntou.
— Na sala de estar da frente, milady. Pascoe não os deixou passar de lá.
Muito bem, Pascoe. Endireitando os ombros e torcendo para que os olhos não estivessem tão vermelhos e inchados quanto os sentia, Dulce abriu a porta da sala de estar, pronta para proclamar algo devastador e derradeiro — e então esqueceu o que era.
Christopher, com um hematoma do lado esquerdo do rosto, estava parado perto da porta. Bradshaw estava sentado no sofá, com um olho roxo, inchado e quase fechado, e o lábio dilatado e arroxeado. Nenhum dos dois se olhou quando ela entrou.
— Dulce — disse Christopher, seu rosto terrivelmente sério —, dê-me um minuto, e então faça o que bem entender.
— O senhor está assumindo, lorde Dare — retrucou, surpresa por sua voz soar firme e objetiva enquanto fechava a porta e deixava Mary e Pascoe para fora —, que eu acho que o senhor merece um minuto. Eu não acho.
Ele abriu a boca, e então a fechou novamente, assentindo com a cabeça.
— Está bem. Então, por favor, dê um minuto a Bradshaw.
O olhar que lançou ao irmão, sombrio e cheio de raiva, a surpreendeu. Dulce nunca o vira expressar nada além de calor e afeição por todos os membros de sua grande família.
— Um minuto.
Bradshaw se levantou.
— Registrei uma aposta no livro do White’s ontem à noite — começou ele, no mesmo tom seco que o irmão usara — sobre com quem Christopher acabaria se casando. Achei que seria divertido. Ele não sabia de nada. Na verdade — tocou o lábio com os dedos —, ele ficou muito desgostoso quando ficou sabendo o que eu tinha feito. Peço desculpas, Dulce, se fiz algo que a magoou. Não era minha intenção.
Uma lágrima escorreu por seu rosto, e Dul a secou.
— Seu irmão o obrigou a fazer isso? — perguntou, recusando-se a olhar para Christopher.
— Obrigou-me a vir até aqui com ele. Disse que se eu não o fizesse, me expulsaria de casa. — Seu olhar se desviou para o lado, fitando Dare com raiva. — Fora isso, não, ele não me obrigou a nada.
— Dulce — disse Christopher, desesperado —, fui um idiota no passado, mas espero que saiba que nunca faria algo assim, nem com você, nem com ninguém. Aprendi minha lição.
Autor(a): leticialsvondy
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Christopher não disse que ela deveria confiar nele, mas era isso que estava implícito. Dulce o encarou relutantemente. Seus olhos castanhos analisaram o rosto dela com a expressão era preocupada. Christopher se incomodava tanto com o fato de ela o dispensar para sempre? Talvez ela fosse uma idiota completa, mas confiava nele. Confiava porque queria confi ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41
Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua
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candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10
Continuaaaa
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candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08
Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua
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candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02
Continuaaa
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candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01
Continuaaaaa, tô amandoooo
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candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28
Continuaaa
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candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33
Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk
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candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12
Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa
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candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03
Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis
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candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10
Continuaaaaa