Fanfics Brasil - Capítulo 19 (PARTE 1) Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada)

Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 19 (PARTE 1)

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Em tempo algum teve um tranquilo curso o verdadeiro amor...


— Sonho de uma noite de verão, Ato I, Cena I


Ficar sentada por meia hora com fatias de pepino em cima dos olhos finalmente fizeram Dulce achar que poderia sair do quarto sem assustar criancinhas. O coração parecia mais leve também, embora as intenções de Christopher e a própria resposta ao que ele talvez lhe pedisse estavam lhe dando dor de cabeça e a fizessem ansiar por uma taça grande de bebida alcoólica.


Desde seu retorno à Residência Hawthorne Dulce estava tentando retomar as atividades de costume para ajudar a tia, mas andava sendo terrivelmente irregular. Aquilo precisava parar. A essa hora da tarde, a duquesa viúva devia estar separando a correspondência e os convites para eventos.


Dulce encontrou a tia na sala de estar, como esperava, mas Frederica não estava cuidando da correspondência. E nem estava sozinha.


— Lorde Westbrook — cumprimentou, fazendo uma reverência. — Que agradável surpresa.


O marquês se levantou.


— Lady Dulce. Sua Graça me disse que a senhorita não estava se sentindo muito bem. Fico feliz por vê-la recuperada.


— Sim, estava com um pouco de dor de cabeça. O que o traz aqui esta tarde?


— Para falar a verdade, vim para vê-la, milady.


Dando um passo adiante, ele pegou sua mão e a levou aos lábios. Assentindo com a cabeça, Dulce repassou sua agenda de compromissos mentalmente, mas não se lembrou de ter feito planos com o marquês para esta tarde.


— Posso oferecer um chá? Ou uma taça de vinho clarete?


— Vinho seria formidável.


Tia Frederica se levantou.


— Eu me encarregarei disso. Com sua licença, milorde.


Dulce franziu o cenho, desconfiada. Afastando aquela expressão com um sorriso, voltou a olhar para lorde Westbrook. Tia Frederica agia como uma mãe urso quando Christopher estava por perto, mas se voluntariara para deixá-la a sós com Westbrook.


— Sua Graça é muito generosa de compartilhá-la comigo — disse o marquês, sorrindo.


Ele ainda segurava seus dedos. Aquilo estava começando a parecer familiar, embora Dulce não pudesse encaixar Westbrook na mesma categoria da maioria dos outros pretendentes. John não precisava de dinheiro, o que tornava sua presença ali ainda mais problemática. A menos que Dulce estivesse interpretando mal suas intenções, o que era perfeitamente possível. O alvoroço que Dare provocava dentro dela era prova suficiente de que, na maior parte do tempo, não sabia o que estava fazendo.


— Por que queria me ver, John? — perguntou.


— Porque não consegui resistir. — Ele apertou lhe a mão e então a soltou, com uma expressão atipicamente encabulada em seu belo semblante. — Não sei ao certo como dizer isso sem parecer um... palhaço. Mas preciso dizer.


— Diga-o, então.


— Sim. Dulce, como a senhorita sabe, sou um cavalheiro solteiro de fortuna considerável. Não digo isso para me gabar, mas apenas porque é verdade.


— Uma verdade bastante conhecida, milorde.


— Mesmo assim. Por conta das minhas circunstâncias, tenho uma grande gama de jovens moças que poderia escolher para me casar. Conheci todas, analisei seu caráter, suas perspectivas e sua aparência. O que estou aqui para dizer é que estou... desesperadamente apaixonado por você, Dulce, e gostaria que fosse minha esposa.


Esperou sentir uma palpitação, um aceleramento das batidas de seu coração. Tudo que conseguia sentir, contudo, era dúvida de que Westbrook um dia se desesperara com relação a qualquer coisa na vida — muito menos ela.


— John, eu...


— Sei que talvez você não se sinta da mesma maneira em relação a mim, mas estou disposto a esperar. — A expressão dele se fechou. — Também sei que Dare anda apoquentando a senhorita nas últimas semanas e que, com a influência dele, pode ser que você fique... incerta quanto ao curso que seu futuro deveria tomar.


— Não compreendo.


— Estou tentando falar como um cavalheiro deveria falar de outro, mas, pelo seu bem, serei honesto. Receio que Dare ainda esteja obcecado com a aposta que fez seis anos atrás com relação à sua virtude, e que talvez ainda esteja tentando desviá-la de seu caminho.


Ah, céus. Se Westbrook soubesse a verdade sobre quão longe ela já se desviara de seu caminho, ficaria chocado. E também retiraria sua proposta na mesma hora.


— O senhor tem provas disso?


— Estou confiando em minha intuição e em meu conhecimento pessoal de Dare. Ele é conhecido por ser um malandro e um libertino. Além disso, suas propriedades estão quase falidas, o que me leva a duvidar ainda mais de seus reais motivos com relação à senhorita.


— Então o senhor acha que ele pretende me arruinar e se casar comigo pelo meu dinheiro — disse Dulce.


— Esse é meu receio.


Se cultivara alguma coisa nos últimos seis anos, era um profundo desgosto por fofocas, especialmente as relacionadas a ela e a Christopher.


— Está promovendo sua própria causa, John, ou sabotando a de lorde Dare?


— Estou apenas preocupado com o seu bem-estar, e sei que seu julgamento pode não ser racional quando se trata de Dare. Logicamente, você sabe que sou a melhor escolha.


Em sua cabeça, Dul sabia que ele tinha razão, mesmo que seu coração dissesse o contrário.


— John, você disse que esperaria. Pode me dar alguns dias para refletir sobre minha resposta?


— Sim, é claro. — O marquês voltou se aproximar. — Posso pedir um beijo, para indicar que minhas intenções são sérias?


Afastando a ideia irritante de que, de alguma forma, estava sendo infiel a Christopher, concordou com a cabeça. Além de suas afirmações de que queria mais que seu corpo, Dare nunca lhe fizera nenhum tipo de declaração direta. Devia a si mesma a obrigação de ter todos os fatos necessários para tomar uma decisão bem-informada.


Com um leve sorriso, Westbrook segurou seu rosto com as duas mãos, abaixou-se e tocou os lábios nos dela. O beijo foi breve, civilizado, e muito cortês — o beijo casto adequado à jovem donzela que devia ser.


— Posso visitá-la amanhã, Dulce?


Ela piscou.


— Sim.


— Então me retirarei. Uma boa tarde, milady.


— Boa tarde.


Minutos depois que ele se foi, tia Frederica entrou na sala.


— E então?


— Muito sutil, tia Frederica.


— Ora, não ligue para isso. Ele a pediu em casamento?


— Sim, pediu.


— E?


— E eu disse que pensaria no assunto.


A duquesa viúva desabou em uma poltrona.


— Ah, Dulce...


— Ora, o que a senhora esperava? Eu não o amo.


— O que isso significa? Você não segue os conselhos dos seus pulmões ou dos seus rins, segue?


— O que...


— Então não dê tantos ouvidos ao seu coração. Dare não é um homem adequado para uma dama de verdade, com fabulosas perspectivas matrimoniais.


Dulce colocou as mãos nos quadris.


— Foi a senhora quem mandou Westbrook me pedir em casamento?


— É claro que não.


— Ótimo. Se existe uma coisa de que não preciso é que uma das poucas pessoas em cujos conselhos eu confio se transforme em um cupido.


— Só quero que seja feliz. Você sabe disso.


Suspirando, Dulce cedeu. Ela não queria criar atritos com sua amada tia, dentre todas as pessoas.


— Eu sei. Venha me ajudar a escolher um vestido para usar no jantar de Grey e Emma.


***


A noite parecia um daqueles momentos mágicos de que Dulce se lembrava da época em que Christopher começara a cortejá-la pela primeira vez, quando era uma debutante inocente, que acabara de terminar a escola. Aqueles jantares costumavam acontecer na casa de tia Frederica, e não na de Grey, e nem todos os irmãos Uckermann costumavam estar ao mesmo tempo na cidade, mas, ainda assim, os ares eram familiares.


Ela e sua tia foram os primeiros convidados a chegar na Residência Brakenridge e, quando subiram, encontraram Emma tentando ensinar Grey a tocar harpa. Pelo rubor nas bochechas de Emma, não era exatamente isso que estavam fazendo antes, mas, dado seu próprio comportamento recente, Dulce não iria comentar. Ao menos eles eram casados.


Grey soltou a esposa e a harpa e caminhou a passos largos para dar um beijo em Frederica e, depois, nela.


— Agora me diga — falou ele, pegando suas mãos e afastando-a das outras mulheres —, permito que Christopher entre nesta casa ou não?


O olhar dele era tanto curioso quanto preocupado, e Dulce não pôde evitar um sorriso.


— No momento, estamos amigáveis — respondeu. — Se essa civilidade durará até a sobremesa ou não, não faço ideia.


Seu primo enganchou o braço de Dulce no dele e a levou até a janela do jardim.


— Ficou sabendo que ele foi banido do White’s?


— Sim, ele me contou.


— E lhe contou por quê?


Dulce confirmou com a cabeça.


— Não se sinta como se precisasse me proteger, Greydon. Sua amizade não deveria se abalar por minha causa. E posso garantir que sou perfeitamente capaz de cuidar de mim mesma.


— Você não é tão calejada quanto finge ser, minha querida. Nem eu sou tão obtuso quanto você e minha mãe gostam de pensar. — O duque olhou para a esposa, que estava sentada conversando com Frederica, com carinho. — Pergunte para Emma. Eu a decifrei.


— Sim, e quase arruinou cinquenta meninas da escola no processo.


— Quase é a palavra-chave, Dul. Não mude de assunto.


— Tudo que posso dizer é que, se precisar de ajuda, eu vou pedir.


— É melhor que peça. Nunca se esqueça de que sou maior e mais cruel do que você.


— Eu jamais esqueceria. Ainda tenho pesadelos com sanguessugas grudadas no meu nariz.


O duque riu, um som que florescia caloroso e vivaz em seu peito. Dulce não pôde evitar um sorriso de resposta, e apertou o braço dele.


— Fico contente que você esteja feliz — disse. — Você merece.


O sorriso desapareceu.


— Você está feliz?


Ela deu de ombros.


— No momento, estou, no geral, confusa.


— Estar confuso não é tão ruim assim, prima. Você está acostumada demais a pensar que tem a resposta para tudo, de qualquer forma.


— Não sei nada de...


Com a sincronia de um dramaturgo, Christopher entrou no salão, trazendo Milly em um braço e com o restante dos Uckermann os seguindo. Até mesmo Robert estava lá, reparou Dulce com certa surpresa. Era verdade que as duas famílias se conheciam há anos, e que eram os únicos convidados esta noite, mas, mesmo assim, seu coração se sentiu acalentado ao vê-lo.




candyle: Ela é terrível



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41

    Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua

  • candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10

    Continuaaaa

  • candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08

    Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua

  • candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02

    Continuaaa

  • candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01

    Continuaaaaa, tô amandoooo

  • candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28

    Continuaaa

  • candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33

    Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk

  • candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12

    Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa

  • candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03

    Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis

  • candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10

    Continuaaaaa


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