Fanfics Brasil - Capítulo 20 (PARTE 2) Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada)

Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 20 (PARTE 2)

27 visualizações Denunciar


Mas três meses não pareciam suficientes para se redimir, muito menos os dois dias do ultimato de Amelia Johns. Com quatro irmãos, duas tias e um bocado de propriedades, todas ocupadas por criados que dependiam de Christopher para colocar comida na mesa e roupas em seus corpos, ele não tinha muita alternativa.


Christopher subiu para se arrumar para ir à Câmara dos Lordes. Ao passar pela porta aberta do quarto de Robert, deu uma olhada para dentro, esperando ver o irmão sentado à janela, lendo. Em vez disso, Robert estava colocando um casaco de cavalgada.


— Bit? — chamou, parando abruptamente.


O irmão olhou-o por cima do ombro e colocou um par de luvas.


— O quê?


— O que você está fazendo?


— Vestindo-me.


Continuando a fazê-lo, Bit colocou um chapéu de pele azul sobre o cabelo preto longo demais.


— Por quê?


O antigo Robert, aquele antes de Waterloo, teria feito algum comentário sobre não querer sair à rua nu em um dia tão frio. Este Bit, no entanto, passou em silêncio por ele.


— Você está bem, ao menos?


— Sim.


Aquilo tinha que bastar, embora Christopher desejasse ter tempo para seguir Robert e se certificar de que realmente estava bem. No entanto, segui-lo não levaria a lugar algum. Além de ser muito bom em não se deixar seguir, Bit precisava de ajuda, e Christopher não fazia ideia de que tipo de ajuda, ou quem seria a melhor pessoa para fornecê-la.


— Dane-se — resmungou, seguindo até o quarto.


Dulce era a única com quem Bit parecia conseguir conversar em frases inteiras, e ela estava a caminho da casa de Amelia Johns para negociar. Que porcaria de dia maravilhoso todos estavam tendo, pensou com sarcasmo.


***


— E aonde você vai?


Dulce deu um pulo, quase arrebentando o botão de sua peliça ao se virar.


— Tia Frederica, a senhora me assustou!


— Percebi.


A duquesa viúva continuou olhando-a, erguendo uma sobrancelha para a escolha de traje.


Dulce olhou para o próprio vestido. Verde-claro e bastante simples, provavelmente era o mais modesto que tinha. Parecer o mais inocente possível lhe parecera uma boa ideia.


— Tenho alguns afazeres a cumprir. — Aquilo não pareceu fazer a tia querer continuar seguindo-a pelo corredor, então ela sorriu. — Quer alguma coisa da Mendelsohns?


— Ah. Eles têm uma renda nova que quero ver. Importa-se se eu a acompanhar?


Droga. Não podia levar a tia a tiracolo à casa de Amelia para pedir suas meias de volta. Bem, era isso que merecia por tentar enganá-la.


— É claro que não. Apenas pensei que a senhora acharia tedioso.


— Besteira. Vou pegar minha bolsa.


Frederica saiu da porta bem quando Pascoe apareceu.


— Lady Dulce — disse o mordomo —, a senhorita tem uma visita. Devo informar que não está?


Ele. Uma visita poderia ser qualquer pessoa, e ela sabia que o marquês de Westbrook apareceria por lá aquela tarde. Mas é claro que seu coração disparou de toda forma, apenas com a possibilidade de ser Christopher. Sua tia tinha parado de novo e Dulce conteve um suspiro. O subterfúgio era muito mais difícil do que imaginava.


— Sim, por favor, transmita minhas desculpas, Pascoe.


— Está bem, milady.


O mordomo se encaminhou para a escada.


Praguejando para si mesma, Dulce o observou descê-las.


— Pascoe, quem é, afinal? Você não informou — gritou ela.


O mordomo parou.


— Ele não tinha um cartão, milady, senão eu o teria entregue à senhorita. É Robert Uckermann, acredito. Tudo que o cavalheiro disse é que queria lhe falar.


— Robert Uckermann? — Dulce correu escadaria abaixo. — Importa-se em esperar, tia?


— Não se preocupe, querida. Vou almoçar com lady Dorchester. Sua agenda é errática demais para mim.


— Obrigada!


Dulce sorriu ao chegar à porta da sala de visitas — e quase colidiu com Bit ao entrar correndo no recinto. Ele deu um passo atrás, evitando-a, embora parecesse estar de saída. Aquilo não a surpreendia.


— Bit, bom dia — cumprimentou, afastando-se para dar espaço a ele.


— Minhas desculpas — murmurou, como se falar o machucasse. Passou por ela apressadamente, saindo no saguão. — Foi um erro.


— Eu estava saindo para fazer uma caminhada — disse para as costas dele, jogando a bolsa para Pascoe, que a pegou e escondeu atrás do corpo sem nenhuma outra reação além de uma sobrancelha erguida. — Gostaria de me acompanhar?


Robert desacelerou, concordando com a cabeça. Ela precisava de um acompanhante. Mary estava no piso de cima remendando o vestido que ela usara na noite anterior na casa de Grey e Emma e que, misteriosamente, perdera dois botões. Uma criada do piso inferior emergiu de uma porta, com os braços cheios de toalhas de mesa.


— Josephine, por favor, largue essas toalhas e acompanhe-me em uma caminhada.


— E-eu, milady?


Pascoe se adiantou.


— Faça o que lady Dulce ordenou, Josephine. Imediatamente.


Logo estavam na rua. Robert andava tão rápido que Dulce não teve sequer tempo de pegar o bonnet ou a sombrinha.


— Robert — disse, tentando alcançá-lo sem precisar correr —, seu ritmo é um tanto vigoroso para uma caminhada.


Ele desacelerou imediatamente, permitindo que Dulce se aproximasse, mas o maxilar estava cerrado com tanta força que ela não achava que Bit teria falado qualquer coisa, mesmo que quisesse. Bem, se aprendera alguma coisa com a duquesa, era como tagarelar sobre nada até a outra pessoa se sentir confortável para também se pronunciar.


— Esqueci de dizer a Edward ontem à noite — começou — que ele devia datar e assinar seus desenhos. Quando os vir futuramente, terão mais valor se souber quando os desenhou.


— Também tenho dificuldade em me lembrar das coisas, às vezes — comentou Robert em sua voz baixa e silenciosa.


Sucesso.


— Eu também, embora dependa do que se trata — continuou Dulce, depois de dar um tempo para Robert prosseguir, se quisesse. — Sou boa com rostos, mas, quando se trata de onde ou quem disse o quê, minha mente tem maisburacos que um metro de renda.


— Duvido disso, mas obrigado por dizê-lo. — Bit respirou fundo, soltando o ar em um suspiro. — Algum dia a pedi em casamento?


— Não. Você foi um dos poucos que não pediram.


— Eu era um idiota.


Dulce riu, embora um suspiro de inquietação tenha soprado por seu corpo.


Estar envolvida com o irmão dele já era difícil o bastante, e não queria magoá-lo.


— Você era, ainda é, independente.


— Tão independente que não consigo me obrigar a sair de casa, na maioria dos dias.


— Você está aqui hoje.


Algo que se assemelhava a um sorriso tocou-lhe os lábios.


— Você gosta de Dare hoje. Não tinha certeza de que iria querer conversar comigo amanhã.


— Sempre vou conversar com você, Robert. Independentemente do que possa acontecer entre mim e Christopher.


Ele assentiu com a cabeça.


— Ótimo. E você sempre pode conversar comigo. Já me disseram que sou um bom ouvinte.


Bit olhou-a de lado por detrás dos longos cílios pretos, como que para se certificar de que Dulce entendera que a estava provocando.


— Estou vendo que você não perdeu seu senso de humor.


— Não totalmente.


Chegaram ao limite leste do Hyde Park, que estava repleto de cavaleiros e coches àquela hora da manhã. Embora Robert não tenha dito nada, Dulce podia sentir que ele estava ficando cada vez mais perturbado com a presença da multidão.


— Você já comeu os doces da Johnston’s?


— Não.


— Então comprarei um para você.


Dulce virou-se para o sul, na direção oposta à do parque.


— Não. Preciso ir.


Um músculo no maxilar dele se contraiu, o semblante era igualmente exausto e raivoso — consigo mesmo, ela imaginou. Os Uckermann eram homens orgulhosos, e Robert devia odiar o fato de que ela podia perceber sua angústia.


Retornaram pela rua Regent, caminhando lado a lado em silêncio com Josephine em seu encalço. Queria perguntar a Bit se havia uma razão em especial para ele ter decidido visitá-la hoje, ou se havia algo em específico que queria lhe dizer. Mas não queria afastá-lo ou deixá-lo tão desconfortável a ponto de não querer voltar.


Quando chegaram à Residência Hawthorne, Dul pediu a um cavalariço que buscasse o cavalo de Robert.


— Fico feliz por você ter vindo — disse. — E falo sério: sempre que quiser conversar, estarei à disposição.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): leticialsvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Os olhos azuis intensos a fitaram por um longo momento, deixando-a com a sensação de que Robert podia ler seus pensamentos. — Você é a única pessoa que não faz com que eu me sinta como Pinch — contou ele, por fim. Dulce franziu o cenho. — Pinch? — Você sabe, de A Comédia dos Erros. “Com e ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41

    Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua

  • candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10

    Continuaaaa

  • candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08

    Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua

  • candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02

    Continuaaa

  • candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01

    Continuaaaaa, tô amandoooo

  • candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28

    Continuaaa

  • candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33

    Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk

  • candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12

    Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa

  • candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03

    Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis

  • candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10

    Continuaaaaa


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais