Fanfics Brasil - Capítulo 20 (PARTE 3) Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada)

Fanfic: Como Se Vingar De Um Cretino(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 20 (PARTE 3)

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Os olhos azuis intensos a fitaram por um longo momento, deixando-a com a sensação de que Robert podia ler seus pensamentos.


— Você é a única pessoa que não faz com que eu me sinta como Pinch — contou ele, por fim.


Dulce franziu o cenho.


— Pinch?


— Você sabe, de A Comédia dos Erros. “Com eles vinha um tipo denominado Pinch, um magricela, uma espécie de esqueleto, um saltimbanco, um charlatão e tirador de sortes, um pobre-diabo de olhos encovados, um biltre de olhar baço, um morto-vivo.”


A citação e o tom grave e seco da voz a perturbaram.


— Para alguém que alega ter problemas de memória, você se lembrou disso muito bem.


Aquele quase-sorriso débil tocou os lábios dele novamente, e então desapareceu em um instante.


— Passei sete meses em uma prisão francesa. Decorei esse trecho, um velho livro de peças era a única coisa que tínhamos para ler. Nós éramos... encorajados a permanecer em silêncio. O tempo todo.


— Robert... — murmurou ela, esticando a mão em sua direção.


Ele se afastou.


— Não há... nada pior; não se deixe ser encurralada, Dulce, não importa se isso significa ficar com Christopher ou não. Não desista porque é mais fácil. Se o fizer, nada restará. Foi isso que vim lhe dizer.


Ele montou no cavalo e partiu ruidosamente pela viela de entrada. Inquieta, Dulce se sentou nos degraus da frente. Robert não falava muito, mas quando falava...


— Minha nossa — sussurrou.


Por mais terrível que fosse o que lhe contara, aquilo ajudava a esclarecer as coisas. Não permitiria que ninguém mais ditasse como viveria o resto de sua vida. Amelia Johns detinha algo que não lhe pertencia — e Dulce pretendia retomá-lo.


***


O mordomo dos Johns levou Dulce até uma sala de visitas no térreo, onde uma dúzia de jovens damas da idade de Amelia estava reunida, rindo e comendo sanduíches.


Amelia se levantou para cumprimentá-la com um sorriso em seu belo rosto oval.


— Boa tarde, lady Dulce. Eu jamais esperaria vê-la por aqui.


— Bem, eu precisava de uns minutos para conversar com a senhorita sobre um assunto, srta. Johns — explicou Dulce, sentindo-se desconfortável. ForaChristopher, Amelia era a única pessoa que sabia o que tinha feito, e que possuía os meios para arruiná-la perante a sociedade.


Olhando-a, contudo, com os olhos bonitos e inocentes e suas amigas risonhas, Dulce não pôde evitar pensar que Christopher devia ter interpretado mal os motivos da garota para ter guardado a carta e as meias. Talvez só estivesse com ciúmes. Afinal de contas, Christopher demonstrara interesse por Amelia, e ele era devastadoramente atraente, além de que Dulce tinha prometido ajudá-la. Em certo sentido, tudo aquilo era culpa sua.


— Certamente deveríamos conversar — respondeu Amelia —, mas a senhorita não gostaria de tomar um chá primeiro?


Dulce forçou um sorriso.


— Seria ótimo. Obrigada, srta. Johns.


— Ah, pode me chamar de Amelia. Todos chamam.


— Está bem. Amelia, então.


Sua anfitriã virou-se para as outras garotas na sala.


— Meninas? Tenho certeza de que vocês conhecem lady Dulce Saviñon. O primo dela é o duque de Wycliffe.


— Ah. Ouvi dizer que ele se casou com uma governanta — exprimiu uma delas. — É verdade?


— Emma era a diretora de um colégio de meninas — explicou Dulce. O clima na sala parecia... estranho. Quase hostil. Os pelos da nuca de Dulce se arrepiaram. — E prima de um visconde — acrescentou, aceitando uma xícara de chá de um lacaio.


— E agora é duquesa — observou Amelia, indicando que Dulce se sentasse ao seu lado. — Então nada de seu passado tem importância alguma. O olhar que lançou parecia cheio de segredos, como se estivesse instigando Dulce a dizer algo em defesa do caráter da mulher. Começando a sentir que a irritação estava florescendo, bebericou seu chá. Ela podia estar em menor número ali, mas certamente não estava desarmada.


Embora já as tivesse visto em vários eventos durante a temporada, Dulce não conhecia muito bem a maioria das garotas. Eram filhas e sobrinhas de barões e cavaleiros, em sua maior parte, e uma ou outra neta de um nobre de classe mais alta adicionada à equação para equilibrar as coisas.


As meninas começaram a conversar novamente, coisas mundanas, como o tempo e moda, e ela relaxou um pouco. Talvez só estivesse nervosa e interpretando mal as coisas.


— Lady Dulce — disse Amelia suavemente. — Estou surpresa por vê-la aqui.


— Eu queria me desculpar com a senhorita — respondeu Dulce.


— É mesmo? E por quê?


— Por lorde Dare. Meus planos saíram alarmantemente dos trilhos, receio.


— Como?


Depois de ver o bilhete, Amelia certamente sabia. Se queria ouvir outro pedido de desculpas, no entanto, Dulce estava disposta a atendê-la. Olhando para as outras meninas, disse:


— Acho que esta conversa requer um pouco mais de privacidade, se não se importar.


— Humm. Suponho que minhas convidadas possam ficar sem mim por uns minutos. — Amelia se levantou, puxando Dulce consigo. — Podem nos dar licença por um instante?


O burburinho e os risos não diminuíram enquanto Dulce seguia a anfitriã para fora da sala de visitas e atravessava um corredor até uma sala menor, com vista para a rua silenciosa.


— Sua casa é realmente linda — comentou, admirando novamente a decoração cara e de bom gosto.


— Obrigada. Agora, você veio aqui para pedir desculpas por suas... indiscrições com Christopher? Isso não é necessário, garanto.


Dulce engoliu uma resposta. Amelia tinha o direito de estar zangada.


— É necessário porque eu lhe disse que a ajudaria a se casar com ele, e acabei fazendo tudo errado.


— Bobagem. Você é o motivo pelo qual Christopher será o meu marido.


Seja gentil, lembrou Dulce a si mesma.


— É tudo um terrível mal-entendido, e me sinto péssima. Eu só queria ajudá-la. Você deve acreditar nisso.


— Não acredito nem por um segundo — respondeu Amelia, o sorriso calmo ainda estampado em seu rosto. — Mas, como disse, não significa nada. Eu me decidi por lorde Dare, e me casarei com lorde Dare.


— Chantageando-o? — ralhou Dulce, antes que conseguisse se conter.


A garota deu de ombros.


— Não sou tola de não usar de artifícios que apareceram em meu caminho.


Perguntas diretas e indignação pareciam estar rendendo melhores resultados.


— Você os roubou.


— E como Christopher os conseguiu? Por favor, conte.


Dulce abriu a boca para dar uma resposta brusca, mas se conteve. Brigar não adiantaria de nada.


— Amelia, o que aconteceu entre mim e Christopher foi totalmente inesperado, mas não pretendo permitir que você use disso para prejudicar qualquer um de nós. Você não faria algo tão... desnecessário, que prejudicaria tanto sua amizade com Christopher quanto comigo.


— Não somos amigas, lady Dulce. Somos rivais. E eu venci.


— Não acho que isso seja uma disputa, Ame...


— E minhas ações são necessárias porque Christopher já me informou que não tem intenção alguma de se casar comigo. — Ela suspirou. — Suponho que ainda não precise fazê-lo, mas o que acontecerá em seguida, nesse caso, será culpa dele. Eu disse que você o estava enganando e lhe ensinando uma lição, então Christopher não vai querê-la agora, de toda forma. Assim que estivermos casados, devolverei seus pertences nojentos e todos podemos ser felizes.


E pensar que Dulce achava que Amelia era uma garota ingênua e indefesa. Por um bom tempo, ficaram apenas olhando uma para a outra, e então Dulce se virou e foi embora.


Seu primeiro instinto, ao entrar no coche de sua tia, foi encontrar Christopher, contar que tinha razão e ver se ele bolara algum plano.


Ao analisar o problema, contudo, uma coisa insistia em retornar à sua cabeça. Realmente tinha provocado tudo isso para si mesma. Primeiro, decidira que Christopher precisava aprender uma lição e que era a única que podia aplicá-la.


Depois, falhara em sua missão, emaranhando sua vida com a dele novamente.


Mas ela queria Christopher Uckermann. Como Robert dissera, não podia desistir e aceitar o futuro que outra pessoa lhe relegara. Eles precisavam conversar para que pudesse decidir se poderia, um dia, confiar nele tanto quanto seu coração desesperadamente desejava.


Dulce debruçou-se na janela.


— Hanley, por favor, leve-me à Residência Uckermann — ordenou. — Quero visitar a sra. Milly e a sra. Edwina.


O motorista assentiu com a cabeça.


— Está bem, milady.



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • candyle Postado em 20/03/2023 - 23:57:41

    Christopher gente como a gente cheio de dívidas kkkkkkk continua

  • candyle Postado em 19/03/2023 - 23:42:10

    Continuaaaa

  • candyle Postado em 18/03/2023 - 20:51:08

    Meu Deus, que mulher desprezível essa Amélia Continua

  • candyle Postado em 17/03/2023 - 19:45:02

    Continuaaa

  • candyle Postado em 14/03/2023 - 20:41:01

    Continuaaaaa, tô amandoooo

  • candyle Postado em 10/03/2023 - 12:11:28

    Continuaaa

  • candyle Postado em 07/03/2023 - 17:59:33

    Morri na parte do vadiar kkkkkkkkkkkk Continua, tô amando essa guerrinha nada saudável (pras leitoras) kkkk

  • candyle Postado em 04/03/2023 - 23:24:12

    Dois cabeças duras mano kkkkkkkkkkkkkk continuaa

  • candyle Postado em 03/03/2023 - 22:27:03

    Aínda bem que vc voltouuu! Tava muito ansiosa e veio logo um hot maravilhoso kkkkkkk Posta maiiiis

  • candyle Postado em 23/02/2023 - 23:29:10

    Continuaaaaa


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