Fanfic: ENTRE TU Y YO! | Tema: VONDY

Dulce chegou do trabalho com os dois filhos, jantavam quando a campainha tocou, ela foi abrir e espantou-se com a presença de Anahí.

• O que faz aqui? – Dulce a olhou surpresa e Anahí fez menção para entrar.

Dulce deu passagem a loira e fechou a porta.

• O que te trás aqui? – viu Anahí sentar e apontar para que Dulce sentasse também.


• Não se preocupa que meu irmão não sabe que sei onde você está, e também não vou falar nada. – Anahí garantiu.


• E por quê faria isso? – Dulce a olhou desconfiada – Hein?


• Porque eu não estou de acordo com o que Christopher fez, eu entendo que esteja magoada com ele e não tiro sua razão, eu também ficaria e agiria até pior. – Anahí falava rapidamente e com propriedade no assunto.


• Anahí, espera um pouco. – Dulce pediu – O que você sabe?

 Anahí tocou-se que havia falado demais.

• Desculpa. Disse sem graça – Não vim para te chatear.


• Anahí, o que você sabe? – Dulce a olhou séria e Anahí suspirou.


• Eu sei o que aconteceu. – Limitou-se, de fato não estava alí para chateá-la.


• Christopher te contou? – Anahí negou – E como descobriu?


• Você não vai querer saber. – Suspirou e Dulce a estranhou – Vamos mudar de assunto, por favor.


• Não até você me falar como foi que você descobriu. – Disse séria e Anahí negou – Por favor, me fala.


• Dulce daqui um mês é aniversário de Enrico e foi para isso que eu vim aqui, me desculpa se falei demais, de fato não quis te chatear, mas vamos ao que interessa, ok? – Anahí tentou corta-la falando sério, mas Dulce negou.


• Ou você me fala como você descobriu que Christopher estava tendo um caso, ou pode ir embora, por favor. – Levantou-se e apontou a porta.


• Espera! – Anahí levantou e a fez sentar-se – Se acalma, por favor.

Anahí convenceu Dulce a sentar-se novamente e respirou fundo para se acalmar, havia se exaltado um pouco.

• Por favor, me fala.


• Eu peguei os dois, e não pensei que guardei isso pra mim para protege-lo porque não foi, passei dias e dias sem falar com ele, até hoje não estamos muito bem.


• Mas você foi vê-lo e estavam conversando... – disse confusa.


• Ele é meu irmão, estava há dias sem ir trabalhar, aquela foi a primeira vez que nos falamos depois que tudo aconteceu, ele estava há dias sem nos atender, eu ia procura-lo e os estagiários dele me diziam que ele não havia ido e nem dado satisfação. Então por isso fui até lá, foi quando me disse que você já sabia de tudo e em nenhum momento tirei sua razão.


• Me deu mais satisfação que ele, mas não me disse como os pegou. – Dulce voltou ao assunto e Anahí arfou, pelo visto ela não desistiria.


• Você é masoquista é? Parece que gosta de sofrer. – A loira rolou os olhos e Dulce insistiu – Dulce, eles estavam... – calou-se – Por favor, não faz isso com você.


• Eles estavam transando? – Formulou aquela frase de coração partido e Anahí assentiu.

Dulce não segurou o choro e Anahí pela primeira vez em toda sua vida sentiu necessidade de abraçar a cunhada, abaixou-se a altura dela que continuava sentada com as mãos no rosto e a abraçou pela cintura.

• Me desculpa. Eu imagino o quão mal deve se sentir com tudo isso, e acredito não tirei e não tiro sua razão. – Afastou-se para olhá-la – Mas também me deixa te dizer uma coisa. – Anahí sentou no chão de frente para Dulce que permanecia na poltrona. – Christopher se arrependeu do que fez, e ele te ama muito. Assim como eu sei que o ama também. – Dulce mordeu o lábio para não assentir. – Então não fica se martirizando com o que aconteceu não, ele errou, se arrependeu e se você deixar ele fará de tudo pra te reconquistar, não alimenta isso que você tá sentindo, principalmente se o seu amor por ele não acabou, a história de vocês é muito linda pra terminar assim.

Anahí começou a puxar pela memória algumas lembranças e levou Dulce ao passado junto a ela.

• Sabe o que eu lembro que acho muito engraçado? – Anahí encostou-se a mesinha de centro enquanto falava. – Christopher ia pra porta da escola onde eu estudava logo cedo, tipo uns 40 minutos antes só porque você chegava cedo e ele queria te ver. – disse e Dulce riu – Era muito engraçado. Ele mudou muito quando começaram a namorar, fiquei morrendo de ciúmes de vocês, eu queria que me levasse a casa das minhas amigas e ele ou falava que não podia ou me fazia sair toda descabela pra sairmos logo pra dar tempo de te ver. Nossa, não imagina a raiva que eu ficava.


• É por isso que já me infernizou tanto a vida? – Dulce a questionou num tom divertido, Anahí riu, mas negou.


• Na verdade não. – a viu olha-la estranhamente – Hoje me sinto melhor pra falar disso, mas o que vou te contar carreguei por anos sozinha, na verdade nem tão sozinha, junto a Christian, mas ele nunca foi de tocar no assunto, foi como um baú que tem todas as memórias, mas foi enterrado, sabe? Ele é demais, e sou muito grata, sabe? Eu também o amo muito. – disse e Dulce sorriu – Mas não foi isso que me fez pegar tanta pilha de você.


• E o que foi? Porque eu nunca te fiz nada. – Dulce disse e Anahí assentiu concordando, de fato, era verdade.


• Quando vocês fizeram nove meses de casados, pouco tempo antes eu tinha descoberto que estava grávida. – Dulce a olhou surpresa e Anahí assentiu – Pois é. E eu sabia que eu não tinha condições de engravidar pelo problema que enfrentei quando papai saiu de casa, não sei se Christopher já te contou. – Dulce negou – É, eu tive anorexia logo após o papai ir embora, eu vi a morte de perto, meu coração chegou a parar de bater, e por 08 segundos eu morri, foi horrível. Christopher sempre cuidou de mim, me protegeu, e no meu coração ele tomou o lugar do papai, com o tempo eu superei isso, mas aí com o passar dos anos, vocês se conheceram, e eu conheci meu amor. – Sorriu quando falou de Poncho – E acabou que aconteceu, engravidei, e eu não esperava obviamente. Eu guardei aquele segredo só para mim até conversar com Christian que também me deu um grande apoio. – Enfatizou a força que havia recebido de seu primo - Então no dia em que completei 03 meses, e que eu ia contar para todo mundo, Chris foi me visitar.


• Chris, Christian ou Chris, Christopher? – Dulce perguntou confusa.


• Chris, Christian. Meu primo. – Explicou e Dulce assentiu. Anahí continuou – E aí eu estava me sentindo muito mal, e ele chegou me motivou a irmos para o hospital, eu aceitei porque realmente não estava suportando mais, e quando descemos do carro, comecei a perder líquido e sangrar, e aí entramos em desespero, fui atendida, dopada e quando eu acordei... – A voz de Anahí embargou e a loira levantou o rosto tentando impedir o choro – Ok, eu consigo. – Sorriu segurando o choro e continuou – E aí quando eu acordei já foi com a notícia que eu teria que ficar alí pelos próximos quatro dias esperando que o meu corpo expulsasse o meu filho, e eu nunca senti tanta dor no meu coração. Eu não tinha forças pra comer, pra ficar em pé, pra nada. Foram os piores dias de toda minha vida. – Continuou a falar, mas já não conseguia segurar o choro. – E quando eu vi meu filho descer pelas minhas pernas, e depois entrarem pra tirar ele daquele banheiro, como se ele não fosse nada, eu fiquei muito mal, muito pior, minha mente não parava, e eu questionava o porquê daquilo, sabe? E aí eu recebi alta, chegamos em casa, eu e Christian, e vocês estavam lá, todo mundo muito feliz celebrando a sua gravidez do Enrico, enquanto eu vivi o luto o meu filho sozinha, porque Christian precisou ir embora, Christopher e mamãe não sabiam, e eu não queria falar sobre aquilo com ninguém, não queria a piedade de ninguém.


• Eu sinto muito. – Dulce lamentou.


• Estou fazendo terapia. – Anahí comentou – E hoje entendo que você não tem culpa de nada do que eu senti aquele dia. Me desculpa todas as vezes que te alfinetei, que te tratei mal, que me menti na sua vida.


• Não acho nem que tenha o que desculpar depois de ouvir tudo isso. – Dulce sorriu, seus olhos também revelavam que estava a ponto de chorar, mas estava se segurando por Anahí. – Fica tranquila.


• E também estou me tratando há alguns meses. Aconteceram algumas coisas, e Poncho tocou nesse assunto de filhos, eu não quis mais fugir disso, sabe? Até porque se ele não me entendesse, eu teria que ser forte o suficiente para deixa-lo seguir a vida dele, mesmo que eu não consiga me imaginar longe dele nunca. Mas ele me entendeu, me apoiou, não me julgou e tá me dando força a cada negativo. – Abaixou a cabeça.


• Estão tentando? – Dulce perguntou e Anahí assentiu – Eu tenho certeza que você vai conseguir, e que você vai ser uma mãe incrível.

Anahí sorriu para Dulce, as palavras dela a deixavam mais confiante e esperançosa de uma hora ou outra seu maior sonho se realizaria.

Anahí levantou-se e sentou no sofá outra vez, abriu sua bolsa e tirou seu ipad de lá.

• Bom, passada as emoções. – Ela riu enquanto o ligava – Na verdade eu vim aqui para tratarmos da festa de Enrico. Separei algumas coisas, e eu queria que você visse.


• Anahí, eu não vou ter como fazer festa pra Enrico. – Dulce tentou explica-la.


• Por quê? – A olhou confusa. – Já está tudo quase certo.


• Porque agora eu vou manter tudo isso sozinha. Não será nada fácil, e as crianças vão ter que aprender a viverem aqui com aquilo que eu posso oferecer.


• Dulce, por favor... – Insistiu – Não vai fazer tudo sozinha, eu vou te ajudar, Poncho também, e Christopher se você disser que quer fechar um parque na Disney, ele não vai hesitar em pagar, então não me venha com essa.


• Não, Annie. Isso não é certo. Vamos comemorar com um bolo, uma coisa pequena aqui, na sua casa, onde quiser, mas não me venha com as suas festas gigantescas, porque não vai rolar. Eu te imploro por aquilo nós vivemos agora a pouco. – viu Anahí suspirar – Posso confiar em você?


• Não muito. – Anahí disse com um risinho e Dulce a encarou – Ok então. Eu vou organizar tudo, e você só vai, ok?


• Anahí! – Dulce a repreendeu e loira sorriu.

Estava ficando tarde e Anahí apenas deu um beijo nos sobrinhos que já dormiam e foi embora.