Fanfic: In my dreams Vondy - Finalizada | Tema: Vondy

Nesse mês que passou, algumas coisas aconteceram, mas ruins do que boas. Não quero ser pessimista ou algo do tipo, mas as coisas para o meu lado não estavam 100% legais. Principalmente na lanchonete ao ter que lidar com Verônica que sempre fazia questão de aparecer por aqui todos os dias. E o pior de tudo, foi ela ter tirado os lanches que fazíamos todas as tardes com pretexto de diminuir os gastos. Já que ela alegou que os funcionários comiam muito. Inclusive eu e as meninas que parecíamos três mortas de fome. Como pode uma pessoa ser tão mesquinha e egoísta? Me questionei com a bandeja nas mãos, enquanto caminhava até a mesa sete. Pois o cliente havia pedido um hambúrguer com fritas acompanhado de uma garrafa de dois litros de coca. Mas ao aproximar da mesa, eu não poderia julgá-lo. Visto que o cliente era um pouco acima do peso. Não estou criticando, mas sabendo do seu problema com a balança ele deveria ao menos tentar restringir alguns alimentos. Principalmente os cheios de gordura saturada e também os ricos em açúcar como o nosso bom e velho refrigerante. 

- Obrigada moça! - Agradeceu logo após eu ter posto o lanche sobre a mesa. - Os hambúrgueres dessa lanchonete são os melhores. Vocês estão de parabéns! - Adorava quando escutava algum cliente elogiar a comida daqui. 

- Muito obrigado senhor! Nos é que agradecemos pela preferência.- Sorri gentilmente enquanto segurava a bandeja e me afastava da mesa. Mas ao virar o corpo na direção da recepção meu sorriso murchou ao dar de cara com ela a Verônica. 

- Eu quero mais agilidade no serviço ok. Anda garota! Você não está vendo um cliente sentado na mesa cinco esperando há bastante tempo. - Não podia acreditar no que eu estava ouvindo. Será que ela não se dava conta de que não poderíamos servir duas mesas ao mesmo tempo?! Pelo visto não. É pela sua cara eu pude comprovar que estava fazendo isso propositalmente. - Lembre-se de que hoje é a folga da Larissa. Aliais hoje e amanhã, já que ela irá resolver uns assuntos pessoais. Portanto eu quero as duas dando conta de tudo, porque senão eu vou mandá-las embora. 

Não creio que ela iria dar folga a Larissa duas vezes na semana?! Pois é muito injusto com os outros funcionários. Tenho que dar um jeito de comunicar isso ao Christian. Pois assim não dá. 

- Pode deixar Verônica eu vou servir a mesa cinco. 

Minha vontade era de esgoelar essa mulher, mas eu tinha que me conter porque precisava do emprego. Ainda mais agora que eu tinha passado no vestibular para pedagogia e as coisas lá em casa não estavam tão boas. Pelo menos em meio ao caos que a minha vida se encontrava, essa foi a parte boa de tudo. 

- Eu acho bom. Pois se você é a sua amiguinha não andarem na linha eu demito as duas. 

Virou as costas e caminhou em direção a porta que dava acesso ao escritório. 

- Mano será que essa mulher nunca vai cansar de ser cruel. Juro, eu não entendo o que o patrão viu nela?! Tirou os nossos lanches vespertinos, agora quer que nós atendemos duas mesas ao mesmo tempo. Quem não garante que essa bruxa vai diminuir o nosso salário. Só espero que isso não aconteça, porque senão eu vou pirar. Já que as contas estão cada vez mais caras e mal está dando pra fechar o mês. Na boa Dul isso não pode ficar assim. Temos que fazer algo? - Bateu a comanda na palma da sua mão. 

- Fazer como? Querendo ou não Bianca ela tem direito a essa lanchonete. É enquanto o Christopher não acordar do coma infelizmente ela estará no comando. - Passei os dedos entre os cabelos.

- É por falar no Christopher ele irá fazer a cirurgia? - Fez careta. 

- Sim, o médico disse a Annie que será feita uma craniotomia para drenar o hematoma e também a contusão que ele sofreu devido ao impacto na hora do acidente. E essa cirurgia será realizada hoje. Se já não estiver acontecendo. Eu pedi a Annie para me avisar logo assim que levarem ele para o centro cirúrgico, mas até agora nada. - Comecei a entrar em desespero. 

- Tenha calma mulher, não adianta se desesperar. Pois a única coisa que você tem que fazer no momento, é ter fé, de que tudo vai dar certo. 

Tentou me tranquilizar mas não adiantou muito, já que a minha cabeça estava uma loucura, e os meus nervos a flor da pele. Literalmente eu estava a beira de um colapso. 

- Tomara Bi, eu não estou aguentando mais essa situação. Já passou um mês e nada do meu amorzinho acordar. O médico disse que poderia durar esse tempo, mas também anos. Isso não pode acontecer! Não pode! - Entrei em desespero novamente ao pensar nessa hipótese. 

- Amiga relaxa por favor! Olha o que acabamos de conversar. Vamos fazer o seguinte: esquecemos esse assunto, e voltamos ao trabalho. Antes que aquela despacho de encruzilhada apareça aqui só para chamar a nossa atenção. 

Adorava quando ela se referia assim da Verônica. 

- É verdade, eu não estou podendo me aborrecer ainda mais hoje que o meu amorzinho vai ser submetido a uma cirurgia. 

💫💫💫💫

Um pouco mais tarde após o horário do Lanche, Anne ligou para o meu celular dizendo que a cirurgia foi um sucesso. Graças a Deus! Pelo menos uma notícia boa. Agora só falta o meu amorzinho acordar do coma para tudo voltar ao que era antes. E Verônica sumir daqui, para ele assumir novamente o posto. E por falar nela eu tive que ir ao banheiro atender o celular, pois não era bom dar motivos, já que qualquer brecha poderia ser a causa da minha demissão. E isso não podia acontecer, ainda mais agora que as coisas lá em casa não estavam fáceis. Papai andava muito estranho viajando bastante a trabalho e dando pouco dinheiro a mamãe para comprar as coisas. Não estávamos passando por dificuldades, mas um pouco de aperto. E eu que antes só ajudava a pagar a Internet, tive que comprar o gás esse mês, porque papai não quis dar o dinheiro a mamãe. Ele nunca foi avarento, e tampouco distante. E mamãe que em nenhum momento, havia reclamado disso, anda se queixando que ele mal está lhe dando atenção. Só espero que papai não esteja fazendo nada errado, porque será a minha ruína. Abri a porta do banheiro na intenção de voltar ao trabalho, e acabei sentindo meu estômago embrulhar, e também algo azedo subir pelo meu esofago até chegar epligote. Por isso decidi voltar para jogar todo aquele líquido azedo após ajoelhar em frente ao vaso. O que será que está acontecendo? Questionei jogando o cabelo para o lado e levantei sentindo novamente uma leve tontura. Estranho?! Não comi nada estragado? E muito menos os hambúrgueres daqui. Porque estava tendo esses enjoos com frequência? Bom eu acho melhor voltar ao trabalho antes que a bruxa resolva aparecer. 

- Amiga o que aconteceu? Está pálida. - Bianca perguntou com uma certa preocupação, assim que eu retornei a parte externa da lanchonete. 

- Não foi nada demais Bi. Só um pouco de enjoo e uma leve tontura. Mas acho que é por causa do calor que está fazendo. 

- Será que é isso mesmo Dul? -Desconfiou enquanto arqueava uma das sobrancelhas. 

- O que está pensando? Pela sua cara deve ser besteira. Essa tontura foi devido ao calor. - Repeti as mesmas palavras enquanto terminava de amarrar o avental na cintura. 

- Duvido! - Percebi uma certa desconfiança em seu olhar. - Olha eu não quero afirmar nada Dul, mas você não acha que esses enjoos frequentes tem haver com uma suposta gravidez? 

Engasguei com a minha própria saliva ao escutar a sua direta. 

- Claro que não Bianca! Aonde já se viu. Eu grávida. - Revirei os olhos. - Tenho certeza que só foi uma indisposição. - Amarrei o cabelo em um coque. 

- Sei. Essa indisposição está muito estranha. Eu não tenho tanta certeza que seja apenas um mal estar. Já você anda se queixando de enjoos há dias. Amiga vou te dar um conselho: porque você não compra um teste de gravidez só para tirar a prova dos nove. Não vai lhe custar nada. 

- Bianca eu acho melhor nos conversarmos depois sobre o assunto. Antes que a Verônica resolva aparecer aqui só para chamar a nossa atenção. 

Resolvi desconversar, já que a minha intenção não era prolongar o assunto. Se bem que ela poderia ter razão. Pensei. Já que a minha menstruação estava com duas semanas de atraso. Mas eu vou ver se compro esse teste ou não... Pois eu não acredito muito na sua eficácia. 

- Tudo bem Dulce, você tem razão acho melhor nos voltarmos ao trabalho. - Pegou a bandeja sobre a mesa e foi atender um cliente que tinha acabado de ocupar a quarta. 

💫💫💫💫

- Mocinha nos vamos fazer um exame de sangue, mas de qualquer forma eu já suspeito de uma possível grávidez. - Dr Michael o clínico geral que mamãe tinha marcado para mim no mesmo hospital que Christopher estava internado, falou enquanto anotava algumas das minhas queixas no papel. 

Mamãe resolveu seguir o conselho da Anahí, e me levar ao médico, hoje no dia da minha folga, já que as duas estavam preocupadas com meus frequentes enjoos. 

- É se ela tiver doutor, dá para saber de quantas semanas? Aí meu Deus! Só espero que esse exame dê negativo, porque seu pai não pode nem sonhar em saber. Pois ele nos mata. Principalmente a mim por não conseguir frear você. 

Não acredito que ela estava dizendo aquilo na frente do médico?! Ainda mais comigo, uma mulher adulta. Meu Deus! O que o médico vai pensar? 

- Da para saber sim. - Ele respondeu a pergunta que mamãe lhe fez, e depois direcionou o olhar para mim. - Dulce, preciso que vá ao laboratório colher sangue aí depois de três dias e só virem aqui pegar o resultado. 

- Ok doutor muito obrigada e desculpa qualquer coisa... - Agradeci enquanto esboçava um sorriso tímido. 

- Não precisa se desculpar mocinha eu entendo, pois também sou pai. Tenho uma menina que tem quase a sua idade. E natural que fiquemos assustados ainda mais com uma moça tão jovem. Mas não se preocupe vai dar tudo certo... 

Sorriu gentilmente enquanto apertava minha mão. E depois que mamãe e eu saímos do consultório, falei com ela que iria ver o Christopher, já que todas as quartas eu fazia questão de visitá-lo.