Fanfic: In my dreams Vondy - Finalizada | Tema: Vondy

{Anahí Giovanna Uckermann} 👛

Antes de entrar no quarto, para mais uma visita que faria ao Christopher, acabei recordando de tudo que passamos durante esses três meses que ele finalmente  tinha acordado desse maldito coma. Me lembro como se fosse hoje, quando estava conversando com Dr Jarbas sobre o seu estado de saúde que se encontrava bastante complicado. Já que a única certeza que eles tinham, é que se passa-se mais um mês ele ficaria em estado vegetativo para sempre. Poderia até ficar vivo por mais três meses e depois viria a óbito. Na hora eu me desesperei, e a minha única reação foi correr para o quarto em que ele estava internado, afim de encontrar alguma solução. Ou Deus operar um milagre que fizesse ele despertar totalmente. E não ficasse do jeito que Dr Jarbas havia falado. Mas quando eu abri a  porta, não acreditei no que vi. Pois Christopher estava com os olhos abertos enquanto olhava tudo ao seu redor com uma certa curiosidade. O que era natural para uma pessoa que ficou quase dois meses em coma. E eu permaneci paralisada, em estado de choque propriamente dizendo. Já que aquilo era impossível de acontecer segundo os médicos. Por isso continuei observando ele, que estava do mesmo jeito até que: Onde estou? Foi a primeira coisa que ele perguntou, logo após fazer o seu primeiro contato visual comigo que apenas mantive o olhar no seu. Enquanto fiquei muda, até o presente momento que Belinda abriu a porta e exclamou: Meu Deus! E num ímpeto virei o pescoço para encará-la, vendo a alegria transparecer em seu rosto. Ele acordou, o nosso irmão acordou. Ela se aproximou de mim que novamente voltei a olhar para Christopher, que no momento estava começando a ficar agitado, e ao mesmo tempo falando que queria sair do quarto. No entanto Belinda resolveu retirar-se do ambiente para chamar alguma enfermeira após ver que a pequena tela aonde mostrava os seus batimentos cardíacos, estavam com uma leve alteração.

Minutos depois, a enfermeira apareceu com Belinda que ainda estava com a expressão de choque em seu rosto, só por ter visto o ataque que o nosso irmão teve. O que aparentemente era normal no caso dele, como Neusa havia falado. "Pronto esse sedativo vai acalmá-lo e irá fazer ele dormir um pouco." Ela disse após aplicar o medicamento via intravenosa. Como assim dormir? Esse pessoal não podia dopar meu irmão. Já que ele tinha acabado de acordar. Tentei entender toda a situação, e ela acabou falando para ficarmos tranquilas. Já que ele só dormiria por algumas horas. Depois só observei ela descartar a seringa na lixeira e sair do quarto. 

- Olá. - Abri a porta vagarosamente assim que voltei ao momento presente. E lancei um olhar para o meu irmão que estava mirando o teto de gesso que tinha no quarto. 

- É você Gabi? Sabe eu não estou aguentando mais ficar nesse lugar. Quero muito sair daqui para ver as coisas que tem lá fora. 

Infelizmente ele ainda não tinha recuperado totalmente a memória. Visto que essas coisas vinham acontecendo gradativamente. Pelo menos conseguiu se lembrar do Luan quando esteve aqui na semana passada. Que por sinal ficou radiante e feliz de finalmente Christopher ter se lembrado dele. 

- Não é ela, sou eu a Anahí. Sei que você ainda está bastante confuso e que infelizmente não se lembra de mim mas eu tenho certeza que esse dia vai chegar. 

Agora ele virou o pescoço para o lado só para me olhar. 

- É Verdade você é muito diferente da Gabi. Ela tem cabelos escuros meio lisos e você é loira com os olhos iguais da mamãe. - Me aproximei da maca e em seguida segurei sua mão. 

- É aí como você está? 

Sorri genuinamente enquanto observava cada detalhe do seu rosto sua barba aparada e aquele olhar que ele sempre fazia quando estava querendo descobrir algo. 

- Bem, mas se você não é a Gabriela, então quem é tu? - Franziu o cenho. 

- Sou a Anahí sua irmã do meio que é dois anos mais velha que a Gabriela. E você é o nosso irmão mais velho. 

- Sério! Eu sou o mais velho. - Repetiu as mesmas palavras que eu havia dito enquanto apertava minha mão. - E aquela outra loirinha que de vez em quando vem me ver, e tem os olhos iguais ao seu? Qual é o nome dela mesmo? Eu achei que fosse a Gabriela, mas agora estou vendo que ela tem cabelo escuro e vocês duas são loiras. 

- Ela é a Belinda a nossa irmã caçula. - Acariciei o dorso da sua mão com o polegar. 

- Belinda, esse nome não me é estranho. Nem o seu. Já ouvi em em algum lugar, só que não estou conseguindo me lembrar. Anahí né, posso te fazer uma pergunta? - Me encarou com uma certa curiosidade. 

- Claro maninho quantas você quiser, vou responder todas, pois estou aqui para ajudá-lo. - Sorri com os lábios semicerrados. 

- Tenho uma dúvida, e gostaria muito que você esclarecesse. Tem uma mulher que sempre vem aqui, e diz que sou o marido dela. E verdade que sou casado? - Estreitou o olhos. 

- Não, você não é casado com essa mulher. Ela é uma mentirosa. Olha tudo que ela te disser não acredite ok. Pois aquela coisa já te fez muito mal. 

Pareceu pensativo. 

- Entendo... Tem algo nela Anahí, que eu não gosto. Nem sei o que falar. Mas toda vez que essa mulher vem me visitar, o ambiente fica pesado. Sei que estou lhe enchendo de perguntas, mas será que você poderia me responder essa. Ela ainda continua me fazendo mal? 

Ele realmente estava bastante interessado em saber. E eu aproveitaria disso, para falar todas as coisas relacionadas a ela. Talvez ele se lembre de algo. O que será mais fácil das coisas voltarem ao que era antes, caso isso aconteça. 

- Sim muito, olha não estou afirmando nada, mas eu tenho certeza que ela foi a responsável por você está nessa cama.

Eu queria colocar mais lenha na fogueira. Pois se o Christopher lembrasse de quase tudo, a mamata dessa ordinária acabaria em apenas um segundo. 

- Essas coisas que você está me contando e verdade? 

Christopher estava em uma fase que era só perguntas e mais perguntas. O Dr Jarbas disse que no caso dele era normal pois infelizmente continuava bastante confuso. Além de ter perdido a  memória que aos poucos vinha recuperando. Mas ele disse que era só questão de tempo. 

- Sim, pior que é. Mas não se preocupe nos como a sua família não deixaremos ela te fazer mal algum. 

- Obrigado! - Ele agradeceu enquanto esboçava um sorriso tímido. - Tem como suspender as visitas dela? 

Eu realmente escutei ele me fazer essa pergunta, ou era coisa da minha cabeça?! Acho que não. 

- Eu não sei, mas vou verificar pra você ok. - Apertei sua mão. 

- Gosto de você, me passa uma alegria e confiança. E a sua sinceridade é o que mais me admira. 

Ah não tinha como ficar emocionada com essas palavras. Meu irmão sempre tão amável. 

- Eu também te amo, você me deixou tão emocionada que eu faço questão de lhe abraçar. Posso? 

- Claro, afinal de contas, nós somos brothers. Não foi isso que você me disse. 

- Sim. - Concordei e após sentar na pontinha da cama, envolvi ele em um abraço apertado. 

- Devagar por favor. - Ele resmungou após eu acabar lhe apertando. 

- Desculpa irmão, e que eu me empolguei aqui. Sei que das outras vezes fui cautelosa, mas agora eu achei que poderia te dar um daqueles abraços de urso como quando éramos crianças. - Ele sorriu após eu me afastar. 

- Sem problemas, e só ter mais cuidado da próxima vez. - Passou a mão de forma carinhosa no meu antebraço. 

- Pode deixar. Chris. - Pigarreei. - Eu tenho uma coisa para te contar. Olha por favor não comente com o Luan por enquanto tá. 

Fiquei empolgada para contar sobre a minha relação com o Alfonso. 

- Ok, mas porque eu não posso falar com ele? - Ficou curioso. 

- Porque ele pode não gostar muito e querer se meter. Você sabe como o Luan é. Ciumento que só. Era para você como o irmão mais velho fazer esse papel. Mas é ele que faz. Affs! Ninguém merece. Mas vamos ao babado. Eu estou saindo com o segurança aqui do hospital. 

- Saindo? - Me encarou com um olhar duvidoso. - Namorando não é? 

- Ainda não, mas se ele não me pedir em namoro esse mês, eu mesmo pedirei. - Ele riu...

- Você é engraçada... Anahí eu tenho mais uma pergunta para te fazer. Além de vocês três, e da mulher que fala que somos casados, tem uma outra moça que também sempre vem aqui, e me pergunta se eu lembro dela. Porém quando digo que não, ela foge. Nem o seu próprio nome eu sei. Mas eu me lembro da sua aparência. Os cabelos parecidos com o da Gabi só que é um pouco mais claro puxando para o marrom. E uma voz doce e suave, e o rosto com traços muito delicados como daquelas bonecas de porcelanas. 

Pelos detalhes com certeza ele estava falando da Dulce. 

- Ah e a Dulce... 

Ele me interrompeu. 

- Dulce. - Novamente ele estava todo pensativo, como se estivesse fazendo alguma força para se lembrar de algo. O que não seria nada mal. - Quem é essa tal de Dulce? É porque ela sempre vem aqui me visitar? - Um pequeno vinco se formou entre suas sobrancelhas. 

Como eu explicaria a ele que os dois são namorados, e... Esquece vou falar mesmo contra a vontade do Dr Jarbas que nos advertiu para não ficarmos forçando a mente dele. Já que poderia ser pior. 

- Ela é a sua namorada. Olha eu queria que se lembrasse automaticamente mas como você indagou fui obrigada a dizer. 

- Namorada! - Exclamou surpreso. - Por que eu não consigo me lembrar dela? Eu estou confuso aqui porque cada hora me falam uma coisa. A mulher alta e magra diz que nós somos casados, e agora você fala que a moça dos cabelos castanhos e a minha namorada. 

Ele acabou agarrando seu cabelo na tentativa de tentar entender toda a situação, e eu acabei ficando preocupada por piorar tudo. 

- Desculpa irmão, a minha intenção não era deixar você ainda mais confuso. 

- Tudo bem, fica tranquila a culpa não e sua se eu não consigo me lembrar dela. Mas vou tentar prestar mais atenção quando essa moça vier outras vezes. Até farei perguntas para saber como nos conhecemos. Agora só uma pergunta, eu prometo que essa será a última. O Luan chegou a comentar, que sou o dono de uma rede de restaurantes, e duas lanchonetes exato.

Então quero saber como estão as coisas por lá? E quem está a frente de tudo?

- Infelizmente é a mulher que diz ser sua esposa, juntamente com seu sócio e amigo o Christian. Se lembra dele? - Resolvi sentar na poltrona ao lado da sua maca. 

- Christian esse nome não me é estranho. Mas eu não consigo me lembrar dele. Desculpa. Só me lembro de vocês, aliás somente do pai da mãe, Gabriela e Luan. E essas duas pessoas que você  mencionou estão cuidando de tudo enquanto estou aqui? 

- Sim, o Christian está em Guarapari. E a bruxa se apossou das lanchonetes aqui de Cachoeiro. 

- Guarapari. - Novamente pareceu pensativo. - Eu já ouvi falar desse lugar. É porque chama ela de bruxa? Você poderia me dizer o nome dela. Talvez eu me lembre de algo. 

Mesmo contra a minha vontade eu tinha que falar, já que infelizmente a qualquer momento ele poderia se lembrar dela. 

- Verônica. É respondendo a sua outra pergunta eu a chamo assim porque ela não presta. E também porque já te fez muito mal. - Não consegui segurar a língua. 

- Entendi. Mas porque eu não consigo me lembrar desse nome? É nem dela da Dulce e do Christian. São tantas pessoas que vem aqui além de vocês. Tem mais pessoas que fizeram parte da minha vida e que eu não me lembro. Me fala Anahí? 

Essa curiosidade dele estava me deixando doida. Como não responder as suas perguntas se ele ficava o tempo todo me indagando. 

- Tem sim os seus amigos e funcionários. 

- Compreendo... Agora Anahí me fala um pouco sobre você a sua vida, e o que faz quando não está aqui? 

- Sou dona de um atelier de  roupas na cidade em Guaçui, e quando não estou aqui com você, ou no Poncho, fico lá. Mas eu tenho a gerente e mais duas funcionárias que tomam conta de tudo. 

- Poncho e o cara que você está saindo? - Franziu a testa. 

- Sim mas por enquanto, porque se ele não tomar uma atitude eu mesmo tomarei. Poxa três meses nessa enrolação de ficar indo para casa dele, e de vez em quando um barzinho assim não dá. Eu queria levar ele lá em casa sabe e apresentar para o pai e a mãe como o meu namorado. Mas infelizmente o Poncho não facilita. - Ele riu. 

- Anahí, posso te dar um conselho? 

- Pode mas não venha com críticas por favor. - Fiquei na defensiva. 

- Calma, eu não vou te criticar ok. Agora me escute. Não peça ele em namoro, deixa que o rapaz faça o pedido. Sei que está apressada, mas não precipite as coisas. Talvez ele queira te conhecer um pouco mais entendi.

O que aconteceu com ele? Me questionei achando a sua forma de pensar meio estranha. Pois conhecia Christopher o suficiente para saber que o seu pensamento não condizia com esse que ele acabou de explanar. 

- Sinto muito, mas acho que não seguirei seu conselho. Desculpa maninho. Não vou esperar mais um mês para o Poncho tomar uma atitude. Se ele não pedir até o final do mês, eu mesmo farei questão de pedi-lo.