Fanfic: In my dreams Vondy - Finalizada | Tema: Vondy

{Christopher Uckermann} 🍽️

Paredes e janelas brancas tudo branco, porém a única coisa que destacava nesse lugar era o pequeno detalhe azul que tinha na cortina. Estava cansado de ficar trancado nesse quarto, e não conseguir me lembrar de nada. Fazia várias perguntas as pessoas que vinham me visitar e elas me respondiam a mesma coisa de sempre: que tudo ia ficar bem, e que eu iria recuperar a memória. Até o médico falava a mesma coisa. Inclusive dizia que eu era o milagre segundo a medicina. Já que o meu caso era irreversível.

Virei o corpo na direção da janela, e olhei para a ponta dos dedos, vendo que eles estavam arroxeados. Acredito que deva ser por causa do ar condicionado desse quarto, já que ele esta ligado no máximo. Quando o Luan vier ou as meninas, pedirei a eles para diminuir. Respirando fundo, eu acabei sentindo novamente aquele cansaço estranho de quando tive aquela tremedeira esquisita de alguns dias atrás, no momento em que estava conversando com Luan. Só espero não me sentir daquele jeito novamente, porque foi horrível. Resolvi fechar os olhos, enquanto tentava controlar a respiração, para então poder relaxar. Mas não adiantou muito, pois queria a todo custo sair daqui e saber quem realmente sou. Conseguir me lembrar da Dulce, e do restante das pessoas que me visitaram nos outros dias como: O careca baixinho que se dizia meu funcionário, o outro moreno, que falou que somos sócios, e por último se realmente ainda continuo casado com aquela mulher maluca. 

- Olá boa tarde! 

Após escutar o barulho da porta, resolvi virar o corpo no sentido contrário, e fiquei imensamente feliz ao ver a mãe que estava segurando um pequeno jarro de flores, entrar na companhia do pai. 

- Oi mãe e pai, que bom que vieram. Já estava com saudades. 

Tentei levantar para ficar sentado, mas papai fez um sinal com as mãos, indicando para que eu não fizesse aquilo. 

- Nem pensar rapaz! - Exclamou após ter deixado a sacola colorida no chão. - O Dr Jarbas disse que não é bom você ficar nessa posição por enquanto. Vou levantar um pouco da maca para que você possa ficar sentado e também aumentar a temperatura desse quarto, já que ele está um gelo. 

De relance reparei ele apertar um pequeno botão branco ao lado, e de modo automático, acabei ficando na posição da qual eu realmente queria. Para então depois aumentar a temperatura do ar condicionado. 

- Obrigado pai! - Agradeci reparando mamãe colocar o vaso com as flores na mesinha que ficava em frente a cama. - Que flores são essas? - Vislumbrei elas que tinham uma tonalidade azul com branca e amarela. Tão bonitas! 

- É Amor-perfeito, trouxe lá de casa para colorir um pouco esse quarto, já que ele é branco demais. Você deve estar enjoado de ficar aqui não é querido? - Sentou na pontinha da cama enquanto passava a mão no meu joelho. 

- Sim não sabe o quanto mãe. Estou doido para sair desse lugar recuperar a memória, e saber quem realmente sou. E não continuar aqui como um indigente, dependendo dos outros para tudo. Até banho as enfermeiras me dão. - Riu... 

Eu não sei que graça tinha aquilo. Quero ver se fosse com ela. 

- Ah meu filho. - Continuou rindo. - Fica tranquilo que tudo vai passar. É só questão de tempo. 

- Tempo! - Exclamei indignado. - A senhora só pode estar brincando comigo não é? Eu não posso continuar nesse lugar sem memória, e nem saber direito sobre o meu passado, e de como sofri esse acidente que me trouxe para cá. Da Dulce, daquela mulher maluca que diz que nos somos casados. E a minha filha, ela não pode ter um pai assim, desmemoriado. 

Entrei em desespero. Já que eu estava cansado das coisas continuarem na mesma situação. 

- Christopher me escuta, você precisa ter paciência. O Dr Jarbas disse que com o tempo irá recuperar a memória. Aí vai se lembrar de tudo: do acidente, da Dulce, Verônica e de como as coisas eram antes de você parar aqui. 

Papai tentou me tranquilizar, mas não adiantou muito. Sendo que a todo custo, eu queria descobrir as coisas para sair desse lugar que mais parecia uma prisão. 

- É como era antes? Me conta por favor! Estou desesperado. - Agarrei meu próprio cabelo. 

- Filho infelizmente não temos permissão para te contar. É também não sabemos com riqueza de detalhes como aconteceu o acidente. Entende? Dr Jarbas disse para não forçamos a sua mente contando tudo. E sim deixá-lo lembrar de forma automática. 

Droga! Pelo visto não teria jeito de convencê-los ao contrário. É agora como eu faço para me lembrar das coisas? Questionei olhando para mamãe que acabou levantando e tirando um pote de dentro da sacola colorida. Já que ela estava ao lado da cama. 

- Trouxe essas panquecas de carne para você. São as suas preferidas. Dr Jarbas falou que nós poderíamos trazer algo de casa. Contanto que não fosse regado a sal e nem muito tempero. Mas eu lhe garanto que essas panquecas estão melhores que a comida que servem aqui. A Any me disse que comeu com você ontem e falou que a comida daqui é horrorosa. - Papai riu. 

- E verdade nisso eu tenho que concordar e horrível. Parece um isopor de tão ruim... - Agora foi a vez dela rir. - Foi tão bom passar a tarde na sua companhia, pelo menos não fiquei sozinho e entediado nesse lugar como os outros dias. Ela me contou que Dr Jarbas ia fazer alguns exames relacionados ao problema que eu tive devido ao acidente. - Comprimiu os lábios. 

- Falou?! Mas é o resto, ela também lhe contou? - A expressão que ela fez, acabou me preocupando. 

- Que resto? - Franzi o cenho. - Ela só disse que eu vou ter que fazer uma tomografia do crânio, e a ressonância magnética do cérebro para descobrir aquele negócio esquisito que eu senti quando o Luan esteve aqui.

- Compreendi. - Passou a mão no meu cabelo enquanto esboçava um sorriso murcho. 

- Por que a senhora fez essa cara mãe? - Fiquei preocupado. - Vocês estão me escondendo algo? Me diz por favor, eu preciso saber. 

Percebi que ela tinha ficado incomodada com o interrogatório. 

- Christopher os médicos disseram que o seu ataque foi devido uma crise epilética. Eles já suspeitam, mas querem ver a confirmação através dos exames entende? 

- Epilético! - Repeti aquelas palavras sem acreditar. - Eu estou doente não é. Me diz? 

Espalmei a mão na testa, e ela apenas balançou a cabeça em concordância. 

- Está, mas ele disse que com o tratamento você poderá levar uma vida normal. Se caso fizer tudo corretamente. Sinto muito querido. Colocou o pote sobre a cama, para segurar minha mão. 

- É agora mãe, como vou fazer para cuidar da minha filha? E a mãe dela, será que vai querer algo comigo nesse estado? - Apertei a sua mão vendo o pai se aproximar. 

- Você está se lembrando da Dulce filho? - Papai ficou surpreso. 

- Não pai, eu ainda não consigo me lembrar de nada. Só das coisas que ela me contou quando esteve aqui. 

Resolvi não falar com eles sobre o beijo. E nem com as meninas. Só falaria com o Luan. 

- Ah sim... - Desconfiou. 

- Só conversamos um pouco, e eu enchi ela de perguntas como faço com todos que vem me visitar. 

- Certo. Agora vamos comer essas panquecas da sua mãe porque estão com uma cara ótima. 

Pegou o pote que estava sobre a cama, e em seguida mamãe, tomou dele lhe dando um tapa. 

- Você não, eu trouxe para o Chris. Larga de ser guloso Victor! Essas daqui são dele. - Ri. 

- Amo vocês! Obrigado por tudo. E principalmente por essas panquecas que eu não me recordo muito bem se é o meu prato preferido, mas eu tenho certeza que devem estar deliciosas. 

Mamãe me entregou o garfo e em seguida abriu o pote. Senti o aroma da comida e parti um pedaço levando até a boca. 

- Hum... - Gemi em aprovação após ter mastigado o alimento e engolido. - Que delícia! Realmente são muito boas. Parabéns mãe! A senhora é uma excelente cozinheira. 

Esboçou um sorriso tímido. Provavelmente ficou sem graça com o elogio. 

💫💫💫💫

Um pouco mais tarde, após meus pais irem embora, Luan resolveu dar as caras por aqui. Ainda bem, já que eu precisava a qualquer custo partilhar com alguém sobre o beijo que eu dei na Dulce. Embora ela tenha iniciado. 

- Cara não sabe como foi. - Contei os detalhes a ele com uma certa empolgação. - Ela é tão linda! Doce, carinhosa, parece um anjo. É ainda por cima disse que vai me visitar novamente. E uma pena que eu não consiga me lembrar totalmente dela. Eu acho que eu estou começando a me apaixonar. 

Suspirei pensando no beijo que demos, na troca de olhares, a conversa, as mãos entrelaçadas, em tudo que aconteceu no dia que finalmente ela resolveu aparecer para me ver. 

- Ucker posso te falar uma coisa? 

Perguntou enquanto se aproximava da cama. Já que ele estava escorado na janela observando o movimento da rua. 

- Pode, mas depende não venha me frustrar dizendo que não tenho chances com ela. Ou que você já está de olho. Porque eu cheguei primeiro tá bom. - Ele riu com a minha forma categórica de falar. 

- Calma rapaz, eu não vou roubá-la de você ok. Até porque eu tenho a minha gatinha. E mesmo que não tivesse, jamais seria talarico. - Bateu no meu ombro. 

- Gatinha! Me conta essa história direitinho? - Fiquei curioso, já que ele nunca tinha me contado sobre estar namorando. - Namorada nova não é? - Cutuquei sua cintura com o cotovelo. 

- Namorada! É-e-é. - Gaguejou. - Não estou namorando, apenas conhecendo. 

Ele coçou a cabeça, e eu já conhecia bem esse tique. Com certeza deveria estar enrolando a moça. 

- Conhecendo. - Desconfiei. - Eu aposto que você deve estar enrolando ela como faz com as suas outras conquistas. 

Sua expressão mudou pois ele arregalou os olhos enquanto me encarava com uma certa surpresa.

- Como você sabe?! Não vai dizer que está se lembrando de tudo. - Me envolveu em um abraço. - Ah rapaz fico tão feliz por estar recuperando a memoria. 

- Em partes sim. Principalmente quando eu fico te observando. Aí me vem um monte de coisas sobre você. Sua maneira, de ser entre outras coisas. É num impulso sabe. Não tenho controle, vem quando menos espero. Aconteceu a mesma coisa com as meninas. - Falei após ele ter se afastado. - Você ia me falar algo, mas eu acabei cortando. Me desculpe foi mal. 

- Sem problemas maninho eu entendo. - Esboçou um sorriso amigável. - Bom, eu ia dizer que você já é apaixonado pela Dulce, e que talvez esteja apenas ativando as memórias. 

Não consegui compreender muito bem a sua fala. 

- Como assim "ativando memórias". - Enfatizei é ele riu. 

- Depois eu que sou o lerdo aqui. - Continuou rindo. - Eu disse que você deve estar se lembrando dela de alguma forma. E esse sentimento deve ser um sinal. 

Não tinha pensado por esse lado. 

- É mesmo cara faz todo o sentido. - Me surpreendi com a sua forma de captar as coisas. 

Mas agora com o seu toque eu ficarei mais ligado. Principalmente quando ela vier aqui novamente.