Fanfic: In my dreams Vondy - Finalizada | Tema: Vondy

༄ Não esqueçam de conferir se já leram o capítulo anterior.

Alguns dias tinham passado desde a visita da Dulce e a da Verônica que graças a Deus não veio mais aqui no hospital me perturbar. A não ser quando Estevão ligou para ela avisando sobre os papéis do divórcio. E meus caros depois de um ano nessa peleja, finalmente estava livre da Verônica. Principalmente depois de depositar o dinheiro na sua conta. Pelo menos agora viveria em paz com a minha família que estava prestes a iniciar, já que finalmente amanhã eu iria receber alta do hospital. Do qual passei oitos longos meses, que ao meu ver foram bem complicados. Primeiramente por tudo que a Verônica me causou, e depois com a perda de memória que infelizmente tinha parado no Jaime. Já que ainda não conseguia me lembrar da Dulce. Mas quem sabe agora eu consiga quando ela for para o meu apartamento amanhã. Ontem quando Dr Gustavo veio aqui para a minha sessão de fisioterapia, eu consegui dar alguns passos até a porta, mas logo comecei a sentir um pouco de dor no joelho. Por isso o doutor achou melhor eu pegar as muletas. E desde então estou arriscando a sair um pouco da minha zona de conforto que ultimamente se resume a essa cama de hospital. Sei que fiz próximo de receber a alta, mas já é um grande passo para não depender de ninguém e começar a fazer as minhas coisas sozinhos como: tomar um banho, e até mesmo arriscar a fazer algumas tarefas domésticas. 

- Pego em flagrante. 

Levei um susto com a voz do Luan já que nesse momento eu estava encostado no parapeito da janela olhando o movimento da rua na intenção de me sentir menos entediado e de também controlar a minha ansiedade para que o dia passe rápido. 

- Você me assustou seu cabeça oca. - Olhei para o lado vendo que ele tinha sentado na cama. 

- Ah que isso seu cabeçudo! Não dramatiza que foi só um sustinho. Mas é aí como está se sentindo depois de voltar a andar? Deve ser maior chatice ficar o tempo todo deitado nessa cama. - Passou a mão sobre o lençol. 

- Nem me fale irmão, não estava aguentando mais ficar assim. Mas estou me sentindo ótimo e doido para retomar minha vida novamente e principalmente lembrar da minha gata. 

Sorri ao pensar no que tinha acontecido ontem a noite quando ela esteve aqui e a sua mãozinha sedenta alcançou minha intimidade. Porra! Aquilo me levou a loucura e a sua brincadeira resultou em uma noite inteira de ereção. Tanto que os alívios que dei quando fui ao banheiro, não resolveram muito. Porque só em pensar nos seus beijos e na sua mãozinha explorando cada parte do meu corpo, eu ficava animado outra vez. Por isso eu evitava pensar para não assustar mais nenhuma enfermeira desse hospital. Já que eu não tive uma experiência tão positiva da última vez em que isso aconteceu. 

- Não fica assim cara, você vai se lembrar da sua mina. Falando nela parece que a própria vira amanhã junto comigo para buscá-lo. Já que infelizmente o restante da nossa família, não vai poder. Mas eles disseram que esse fim de semana irão te fazer uma visitar. Não fique triste por eles não poderem estar aqui nesse momento importante. E que infelizmente amanhã todos estarão bastante atarefados e só eu disponível. Porém representando a todos. 

- Obrigado maninho! - Agradeci após ter dado alguns passos dificultosos até a cama. 

- Senta aqui rapaz para não cansar muito as pernas. - Ele chegou para o lado na intenção de liberar espaço. Enquanto eu deixei as muletas e me apoiei na cama, para depois sentar com um pouco de dificuldade. Luan fez até menção de me ajudar, porém neguei dizendo que iria me virar sozinho. - A sua teimosia não muda né. Mesmo precisando de ajuda faz questão de ser independente. - Ele riu enquanto passava a mão no meu cabelo. - Tá um pouco grande precisa de um corte se quiser eu te levo no barbeiro que cortou o meu. 

- Eu ia falar isso contigo. Mas foi boa a sua sugestão. Vou querer ir lá sim depois que sairmos daqui. Deixamos a Dulce em casa, e você me leva para cortar o cabelo. 

- Ou na lanchonete. - Completou rindo. 

- Put`z. - Espalmei a mão na testa. - É mesmo eu tinha até me esquecido que ela trabalha pra mim. 

- Sem problemas. - Continuou rindo. - Vou relevar porque ainda está se recuperando da memória. Christopher e o seu carro ele acabou devido ao acidente, então você sabe se o seguro irá cobrir? 

- Pior que não faço ideia. É não só isso. Mas como vou saber se nem me lembro do acidente. 

- Eita! - Coçou a cabeça. - Eu tinha até me esquecido desse detalhe. 

- Infelizmente. - Olhei para o chão e depois voltei a encará-lo. - Não quero nem pensar no tanto de coisas que eu terei que resolver quando sair daqui. 

- Pelo menos uma já resolveu. - Esboçou um sorriso jocoso. 

- Verdade nem me fale. Só em me livrar daquela la já, foi uma grande vitória. - Suspirei aliviado. 

- É por falar na aranha de dez patas, fiquei sabendo que ela foi torrar o dinheiro que você deu lá no Rio de Janeiro. Na boa irmão eu no seu lugar não daria toda essa grana a ela só para te dar o divórcio. Sinceramente eu achei um abuso da parte dela. Mas enfim a merda já foi feita né e não tem mais o que fazer. Porque não me contou antes cara?! Se contasse eu te daria um toque para não dar essa grana toda a uma mulher que sempre quis botar no seu c* o tempo todo. 

- Pois é cara, mas agora não adianta chorar pelo leite derramado. A merda já foi feita, e infelizmente não fiz nada pra reverter a situação quando aceitei esse acordo deixando ela tirar vantagem de tudo. Mas eu só fiz a burrada, porque queria me ver livre dela logo. Juro pra você que não estava aguentando mais ela dificultando as coisas. Se eu partisse pra justiça ia demorar muito, provavelmente mais um ano. O Estevão deixou bem claro quando conversamos após ela pedir o dinheiro. 

- Caramba! Então a situação era bem pior do que eu pensava? - Fez careta. 

- Exatamente. Foi por isso que eu resolvi dar logo esse dinheiro. Para que ela me deixasse em paz. E graças a Deus aconteceu porque finalmente eu consegui me livrar dela. 

- Assim espero maninho. Porque você sabe né. - Coçou a ponta do queixo. - Não dá pra confiar. 

- Acredito que dessa vez ela não volta a me perturbar novamente. Até porque não somos mais casados. Antes tinha um motivo, porém isso deixou de existir quando assinamos os papéis. 

- O que acha de falarmos das coisas boas agora hum? - Espalmou a mão no meu joelho. - Me conta alguma novidade. Sei que tem, principalmente quando a sua gata vem te ver... - Arqueou uma das sobrancelhas enquanto esboçava um sorriso malicioso. 

- Você não tem jeito né. - Dei um peteleco atrás da sua orelha. 

- Pô cara essa doeu! - Fez careta passando o indicador no mesmo local. 

- Larga de ser frouxo que nem doeu tá. Então eu tenho mas não vá achando que irei contar os detalhes.

Sempre gostei da nossa relação de irmãos, pois desde a adolescência nunca tivemos filtros um com outro e contávamos tudo. Até segredos meus eu confiava a ele, já sabendo que ninguém mais além de nós dois saberia. Porém só não gostava de falar muito sobre as intimidades, mas por muita insistência da sua parte que era na maioria das vezes, eu acabava cedendo. 

- É por isso que você esta todo alegrinho hoje né. Aposto que quando chegarem amanhã no seu apê a noite vai ser longa. - Cutucou minha cintura com o cotovelo. 

- Não sei cara, como será daqui pra frente. - Curvei os ombros pra frente sentindo um certo desânimo. 

- Vai me dizer que se esqueceu de como faz a parada? 

- O que cê acha? Claro que não! Eu não estou assim por causa disso, mas com receio de não conseguir me lembrar dela e também do acidente e isso. 

- Olha só cara não fica mal por causa disso. Você vai se lembrar dela e do acidente e as coisas voltaram a ser como antes. 

- Deus te ouça. Porque eu não estou aguentando mais. 

- Então Brother infelizmente eu vou ter que ir. Mas amanhã estarei de volta. - Apenas concordei. - Agora toca aqui. - Abriu a palma da mão para eu bater com a minha. E assim fizemos o nosso cumprimento. - Te amo cara! - Agora ele me abraçou de lado. 

- Eu também seu cabeçudo. - Dei uma batidinha de leve no seu ombro. 

- Ah e cabeçudo né. - Bagunçou meu cabelo. Se fosse em uma outra situação eu ficaria puto, mas como os tempos são outros eu deixei passar. - Foi mal maninho desculpa bagunçar seu cabelo sei que não gosta. 

- Se lembrou né. - Sorri. 

- Aham. Tchau seu mané. - Senti seus lábios encostarem na minha testa. - Amanhã estarei aqui novamente. 

💫💫💫💫

No dia seguinte eu acordei ainda mais ansioso do que ontem. Tanto que a todo momento eu olhava o relógio para saber se já tinha dado o horário deles virem me pegar. Já que Dr Jarbas disse que só me daria alta na parte da tarde, após realizar alguns exames mais específicos. 

- Oi. -Escutei uma voz doce e suave bastante conhecida por mim, e logo constatei que fossem eles. 

Virei o pescoço para encará-la já que novamente estava olhando pela janela o movimento da rua. 

- Eu não disse que viria. - Atrás da Dulce estava Luan com uma cadeira de rodas. Espera. Não sei pra que isso, já que estou conseguindo andar com a ajuda das muletas. 

- Porque trouxe a cadeira? Você sabe muito bem que eu estou conseguindo andar.

- Eu sabia que iria perguntar isso. Então são recomendações do Dr Gustavo. Para que não faça muito esforço. 

- Entendi. - Observei ele colocar o cadeira ao lado da cama, e Dulce se aproximar. - É aí minha linda como está? 

- Melhor agora com você aí de pé. Nem tô acreditando que isso está acontecendo. Parece um sonho te ver assim sabe. Andando falando. 

- Você vem comigo como o prometido? 

Sei que ela confirmava sempre nas vezes que vinha aqui, mas eu queria saber se realmente ela iria cumprir com a palavra. 

- Claro que sim meu amor. Jamais te deixarei sozinho. - Segurou minha mão levando-a até os lábios. - Te amo! 

- Idem princesa. - Segurei seu rosto com as duas mãos enquanto grudava minha testa na sua. 

- Não se preocupe que eu vou cuidar de você. - Ela também fez o mesmo enquanto enfiava suas mãos entre meus cabelos. - Adorei seu cabelo grandinho, podia deixar assim. 

-Sério! - Exclamei surpreso. - Obrigada meu anjo! Você é incrível.

- Não, você é que é incrível. 

- Rum rum. - Luan acabou com o clima assim que resolveu pigarrear. 

- Então porque não deixam pra matar a saudade quando estiverem no apartamento. O que acham disso? 

Dulce resolveu se afastar, e se ofereceu para me ajudar a caminhar até a cadeira de rodas, mas eu neguei dizendo que poderia muito bem realizar a tarefa sozinho. 

Depois que acomodei Dr Jarbas apareceu na sala e chamou Luan para uma conversa. Observei Luan caminhar até a porta já que ele estava a sua espera. Assim que os dois saíram, eu me questionei se o assunto do qual Dr Jarbas iria lhe falar, tinha haver com os exames que fiz hoje cedo. Tomara que não seja algo grave. Porque já não basta o acidente que me deixou epilético, agora se for outra coisa eu não sei se irei aguentar.

- É essa carinha aflita? Está tudo bem? 

Agachou só para ficar da minha altura já que eu estava sentado na cadeira. E pra falar a verdade não precisava já que ela não era tão alta para isso. 

- Então estou preocupado... 

Ela interrompeu. 

- Já sei esta assim por causa do médico ter chamado Luan para uma conversa? 

- Aham. Sabe Dul tenho muito receio de algo dar errado nos exames que fiz. - Entrelacei nossas mãos e apertei em seguida. 

- Ei não fica assim que vai dar tudo certo. - Sorriu docemente. 

- Obrigada minha linda! Eu não sei o que seria de mim sem o seu apoio e principalmente carinho. - Levei sua mão esquerda até os lábios. 

- Vamos nessa. - Levei um susto com Luan que abriu a porta de modo repentino. 

- É ai cara o que o Dr Jarbas falou com você? - Fiquei curioso pra saber. Porque afinal de contas era algo relacionado a minha saúde. 

- Nada do que você já não saiba... Repouso absoluto, não forçar a mente a se lembrar de tudo, e fazer o tratamento corretamente. É sobre a crise. Ah Dulce depois eu te explico como fazer quando ele tiver o ataque. 

- Ok! 

- Droga! Sério que eu vou ter que conviver com essa doença até o final da minha vida? 

- Infelizmente maninho. 

Passou a mão no meu ombro e depois começou a me empurrar em direção a porta. Quando estávamos no corredor, falei com ele que não precisava passar no barbeiro pois deixaria meu cabelo grande já que a minha gatinha tinha gostado dele assim. Então só disse que era apenas pra deixá-la na lanchonete e seguirmos até o meu apê. 

💫💫💫💫

Minutos depois de sairmos do hospital, eu fiquei olhando a movimentação da rua através da janela enquanto Luan e eu conversávamos. Era tão bom estar do lado de fora, e poder observar o azul do céu, as nuvens, as árvores e também escutar o canto dos pássaros. Essa era a vantagem das cidades de interior que abrangia os dois lados: o da natureza e também o urbano. 

- Está entregue mocinha. - Pronunciou Luan após estacionar o carro em frente a lanchonete. 

É olhando para a faixada me veio algumas lembranças da época em que inauguramos. Me lembro como se fosse hoje quando Christian todo empolgado me arrastou até a parte interna dele para me mostrar a cozinha. Mas agora olhando ele por fora estou vendo que está um pouco diferente das minhas lembranças. Será que passou por alguma reforma? Depois eu perguntarei isso a ele. 

- Obrigado cunhado! - Fui despertado dos meus devaneios pela voz doce e suave da minha gata. 

- Por nada gatinha. Agora vai lá... 

Ele mal terminou de completar a frase e já logo foi surpreendido com o beijo da sua namorada. Espera eu não fazia a mínima ideia de que a namorada dele fosse uma das minhas funcionárias. Confesso que essa atitude me deixou um pouco surpreso. 

- Gente não acredito! - A moça colocou a mão sobre os lábios parecendo perplexa. -Patrão você aqui. Ei você não me disse que seu irmão receberia alta hoje!?

- Disse sim sua maluquinha, você é que não está lembrada.

Agora ela meteu o rosto dentro do carro e olhou para trás.

- Ele realmente falou isso comigo Dul? Porque eu não estou lembrada. - Estreitou o olhar. 

- Se você não se lembra do que seu namorado falou que dirá eu. Ah Bianca vai tomar remédio pra memória. Tá muito esquecida minha filha. - A moça revirou os olhos enquanto meu irmão ria. 

- Viu como ela está Lu? Os hormônios da gravidez tem deixado ela ainda mais ácida. E a falta de sexo também. Mas agora que amor saiu do hospital né. - Um sorrisinho malicioso surgiu no canto da sua boca. E percebi que Luan também fez o mesmo. 

- Bianca! - Olhando pelo retrovisor vi Dulce arregalar os olhos enquanto seu rosto ruborizava. 

- Amiga! Até parece que eles não sabem. Principalmente o seu Love. Tenho certeza que ele também deve estar subindo pelas paredes. 

Luan só ria enquanto Dulce ficava ainda mais vermelha que um tomate. 

- Bi para com isso. - Luan a repreendeu. - Está deixando a menina sem graça. 

- Até parece que nós duas somos completamente estranhas não é Dulce María? Ela sabe que a amiga dela aqui não tem papas na língua. 

- E como né Bianca. Adora me colocar em cada situação. - Resolvi virar o pescoço para trás na intenção de encará-la. E vi o suor escorrendo em sua testa... 

- Tá muito quente não é. - Observei ela jogar o cabelo para o lado contrário ao qual estava e fiquei hipnotizado com sua beleza. Como era linda! Seus lábios rosados, os olhos amendoados e o nariz arrebitado faziam qualquer um ficar encantado por ela. - O que foi? - Sua respiração ficou profunda. 

- Nada, só estou vendo o quanto você é linda. - Olhou para baixo e depois voltou a me encarar. Acredito que eu tenha deixado ela sem graça, pois a própria acabou ficando vermelha novamente. - Bom trabalho minha gatinha. - Segurei na sua mão levando-a até meus lábios. 

- Obrigada Chris! Mas tarde a gente se vê. - Aproximou seu rosto do meu selando nossos lábios. 

-Hum olha os pombinhos gente. - Dulce afastou-se rapidamente para depois abrir a porta do carro. Mas antes de sair ela disse algo para Luan do qual eu não escutei. Só espero que os dois não estejam me escondendo algo porque senão ficarei muito chateado. 

- O que você falou com ele? - Perguntei movido pela curiosidade. 

- Pra que cuidasse de você até eu chegasse. - Sorriu docemente. 

- Linda! - Acabei não segurando. Porque toda vez que eu olhava para seus olhos eu me perdia na sua imensidão castanha. 

- Te amo! - Repetiu as três palavrinhas que eram música para os meus ouvidos. 

- Eu também. - Sorri ao ver ela abrir a porta e sair. 

༄ Christopher saiu do hospital. Graças a Deus. Para quem estava aguardando ansiosamente aí está. 

༄ Verônica foi pro espaço. Já não era tempo né. 🙌🏼 Mas fiquem tranquilas que vocês saberão sobre o triste final dela. 

༄ É quanto ao nosso personagem principal, ele se lembrará da Dulce, e também do acidente. Digo a vocês que está pegando fogo. Esperem pelos próximos capítulos porque muitas coisas serão reveladas e após isso nos entraremos na Reta final da história...

Bjuxxx. 😘