Fanfics Brasil - O começo da aventura de um herói! Caminho do Heroi

Fanfic: Caminho do Heroi | Tema: Histórias Originais


Capítulo: O começo da aventura de um herói!

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Após o velório passei o resto da noite em claro preparando a bolsa com o essencial para a jornada que me aguarda, ainda não me acostumei com o sentimento de perda, sinto um vazio enorme dentro de mim, mas não posso ficar para baixo. Agora tenho um objetivo, preciso chegar até a cidade dos humanos conforme o vovô havia me informado, mas como, se é praticamente impossível ir a pé até o Sul?


Um flash de memória repentinamente surge na minha cabeça, anteriormente eu acabei encontrando com a Lyra, e ela tinha dito sobre encontrá-la em uma vila de anões localizada depois da floresta onde nos encontramos pela primeira vez, com certeza ela pode me levar até a cidade.


Depois de pronto saio pela porta da frente, mas por um momento eu hesito ficando parado em frente a casa a olhando sabendo que é a última vez, dar adeus a tantas lembranças felizes é realmente doloroso, mas eu tenho uma missão a cumprir e vou seguir o que o velho disse, “Não olhar para trás”.


- Obrigado por tudo... Vovô. – Olho para casa uma última vez com um sorriso calmo, mas ao mesmo tempo triste.


Faz um tempo que estou andando pela floresta, o caminho até a aldeia dos anões era curto, porém perigoso, mas eu estou determinado a chegar lá. Pelo mapa a aldeia está localizada nas pegadas das montanhas, em uma área difícil de alcançar.


O caminho começa a mudar de pouco em pouco, deixando de ser apenas uma floresta serena e calma para se transformar em uma trilha íngreme e rochosa cercada por penhascos escarpados e desfiladeiros profundos. Devo ser muito cuidadoso em cada passo evitando escorregar ou cair para a morte certa.


À medida que a trilha se elevava a neve aos poucos a neve toma conta do lugar me obrigando a colocar um casaco mais grosso afim de suportar o frio, começo a sentir o ar rarefeito e a falta de oxigênio, tanto que tive que parar várias vezes para descansar e recuperar o folego, porém sempre tomando cuidado para não ficar preso por uma avalanche ou uma tempestade de neve.


Após algumas horas de caminhada, chego a um trecho plano de terra, onde um pequeno rio corria serenamente. A paisagem é de tirar o folego, com vistas deslumbrantes de montanhas nevadas e vales profundos.


Mas a beleza do cenário não durou muito tempo, logo o caminho se torna mais seguido com a trilha ficando cada vez mais estreita me obrigando a usar as mãos e pés para subir pelas rochas, o vento frio sopra com força tentando me derrubar a cada passo dado.


Finalmente, depois de um longo e exaustivo dia de caminhada, avisto ao longe as luzes da aldeia, elas brilhavam como pequenas brasas no meio da escuridão da montanha, um sinal de que a aldeia está viva e me esperando. Com um sorriso aliviado no rosto continuo andando em direção a pequena cidade luminosa.


A aldeia é escondida nas montanhas, longe do alcance de olhos curiosos. Construída em uma encosta rochosa, era composta de casas de pedra e túneis escavados na rocha e cercada por grandes muros de pedra maciça. A entrada está sendo guardada por dois anões robustos que se qualquer pessoa os olhasse já correria de medo, então me aproximo e rapidamente eles fixam seus olhos e bloqueiam minha passagem de imediato.


- Você, humano! O que queres nessas terras? – Questiona seriamente encostando a parte afiada de seu machado no meu pescoço.


- Meu nome é Lian Reniel, sou apenas um viajante que veio de longe e estou querendo apenas um lugar para passar a noite. -Respondo firmemente sem demonstrar nenhum medo de sua investida.


- Humanos não são bem vindos por aqui, ainda mais os pirralhos, de meia volta e volte para a sua mamãezinha – Ridiculariza o outro anão enquanto solta uma gargalhada.


- Então faremos assim... Se eu os derrotar em uma batalha, terão que me deixar entrar, mas caso eu perca irei embora e nunca mais voltarei, o que acham? – Proponho com um sorriso confiante no rosto.


- Você tem coragem moleque, porém ela não valerá de nada quando estiver com todos os ossos do seu corpo quebrados! – Exclama se preparando para a batalha.


- Isso é o que veremos! – Respondo deixando minha mochila no chão e apontando a espada para os dois.


Ambos ficam um de cada lado para me cercar, um clima tenso toma conta do lugar onde apenas podia se ouvir os ventos gelados. O anão da direita está usando um grande machado de guerra enquanto o outro um poderoso arco, com certeza será uma situação difícil, porém não vou me abalar com uma simples provação.


Cada um deles tem habilidades e técnicas diferentes, então precisarei ser rápido e ágil se quiser vencer. Após alguns minutos de silêncio, o primeiro a começar é o anão com o grande machado, que avança rapidamente com confiança, percebo que por mais lento que fosse ele é um oponente habilidoso então, terei que ser cauteloso na minha abordagem.


Consigo me esquivar do primeiro golpe machado, saltando para o lado e se posicionando para o próximo ataque, aquele guerreiro não era tão rápido quanto eu, então consigo desviar dos seus golpes com facilidade. Fico algum tempo somente na defensiva, esquivando e me afastando de seus golpes brutais com machado, o impacto da arma é tão forte que destrói o chão com facilidade.


Então finalmente vejo uma abertura e ataco com minha espada, acertando o guerreiro no braço o fazendo soltar sua arma, logo em seguida acerto a cabeça do nobre guerreiro o deixando desnorteado assim o incapacitando momentaneamente de continuar a lutar.


O segundo oponente é um arqueiro habilidoso, ele atira flechas envenenadas sem parar com uma velocidade e precisão impressionantes, consigo correr e pegar cobertura atrás de uma pedra. O seu plano era usar o guerreiro como distração enquanto ele tenta me acertar com seus projeteis mortais.


Percebo a ameaça que aquele arqueiro representa e procuro uma maneira de neutralizá-lo, eu respiro fundo me concentrando e lembrando das lições que o vovô havia me ensinado, então rapidamente pego minha espada e começo a defletir as flechas com golpes de espada enquanto corro em sua direção. Consigo chegar perto o suficiente e dou um chute em seu arco o derrubando-o de suas mãos assim deixando o anão vulnerável.


Com o guerreiro enfraquecido e o arqueiro desarmado, aproveito a oportunidade para acabar com a batalha. Ataco o guerreiro com força acertando-o com minha espada, ele até tenta defender com seu machado, porém não estava totalmente recuperado e acaba jogado ao chão, em seguida me aproximo do arqueiro e o ameaço com sua própria flecha envenenada que logo se rende.


- Parece que eu sou o vitorioso, não é? – Dou um sorriso e estendo a mão para ajudá-los a se levantar.


- Sim... Fomos completamente derrotados, você luta bem garoto! – Ri agarrando minha mão e se levantando.


- Eu me enganei a seu respeito criança, onde aprendeu a lutar desse jeito? – Questiona enquanto ajeita sua armadura.


- Pode-se dizer que eu tive um bom mestre... – Respondo olhando para a direção da antiga casa de Dargon.


- Trato é trato garoto, pode entrar! – Diz com um sorriso abrindo os portões de entrada da aldeia.


- Muito obrigado, foi uma honra batalhar com guerreiros tão nobres! – Aceno me despedindo enquanto passo pelos portões.


Após entrar me surpreendo ao ver que uma simples aldeia possui uma série de lojas e tabernas vendendo produtos artesanais de alta qualidade, também há uma forja em chamas com um ferreiro trabalhando em uma espada, enquanto outros anões estão sentados ao redor, conversando, rindo e se embebedando.


A maioria das casas são simples e práticas contendo uma ou duas janelas de pedra e portas de madeira maciças. Algumas das casas eram decoradas com símbolos rústicos e brasões de família, indicando a importância daqueles que vivem nelas.


A atmosfera do lugar é amigável e acolhedora com muitos anões oferecendo ajuda ou conversando comigo, totalmente o contrário do que aconteceu no portão anteriormente, então aproveito e pergunto sobre duas viajantes humanas que rapidamente mostram o caminho.


Elas estavam hospedadas em uma pousada feita de pedras cinzas e altas, com janelas pequenas e grossas. O telhado era inclinado e coberto com pedras que se sobrepunham, mantendo o interior seco e protegido de qualquer intempérie. Havia uma grande porta de madeira na entrada, decorada com entalhes de animais e símbolos de supervisão.


Ao bater na porta sou recepcionado por um dos funcionários da pousada, era uma senhora de idade avançada, possui uma baixa estatura e rosto enrugado marcado pelas linhas da idade e da sabedoria. Seus cabelos são grisalhos amarrados em um coque apertado, ela também usa um avental vermelho e um pouco sujo com massa de pão.


- Em que posso ajudar jovem aventureiro? – Pergunta em um tom carinhoso e acolhedor.


- Ah, bem... Eu estou procurando por uma mulher pesquisadora chamada Lyra, me disseram que ela está hospedada nesse lugar. – Respondo um pouco nervoso.


- No momento a Sra. Lyra e sua acompanhante saíram para dar uma volta pela cidade, mas creio que logo estarão de volta. – Disse calmamente.


- Entendo, nesse caso irei esperá-las aqui na porta mesmo. – Sorrio gentilmente para a doce senhora.


- Não posso permitir que fique aqui fora, está muito frio ainda mais com neve, por favor entre, eu insisto! – Exclamou enquanto me puxava pelo casaco.


- Ei! Espera um pouco! – Digo enquanto tento resistir, porém sem sucesso.


Ao entrar me deparo com um hall amplo e acolhedor, com paredes de pedra rústica e um chão de ladrilhos de cerâmica. A luz entrava por pequenas janelas no alto das paredes iluminando o espaço de forma suave e agradável.


A direita do Hall, há uma escada que leva aos quartos no andar superior. Os quartos são pequenos, porém confortáveis, com camas de madeira robusta e lençóis limpos e macios. Cada quarto tem uma pequena janela com vista para a aldeia e a paisagem montanhosa ao redor.


A esquerda do Hall, tem uma grande sala de jantar, com mesas e cadeiras de madeira escura e grossa, adornadas com tapeçarias coloridas. Uma lareira grande e aconchegante que ocupa uma das paredes e um cheiro de comida vindo da cozinho


No fundo do Hall, possui um balcão onde a senhora recebe os hóspedes e os ajudava com suas necessidades. Todo o ambiente é decorado com objetos de pedra, madeira e metal, todos trabalhados com habilidade e cuidado, mostrando a destreza e a paixão dos anões por suas habilidades artesanais.


- Este é seu quarto, por favor fique o tempo que precisar, logo a Sra. Lyra estará de volta. – Sorri se ausentando do quarto e fechando a porta.


- Obrigado... – Agradeço deixando a bolsa na cadeira ao lado.


Aproveito o momento e deito na cama, enquanto meu corpo descansa, fico refletindo sobre as escolhas que havia feito até que e as consequências que elas levariam até aquele momento. Eu me pergunto se estou seguindo o caminho certo ou se estou tomando as decisões corretas.


Minhas memórias se misturam com preocupações, só o que conseguia pensar eram nas novas pessoas que poderei conhecer nessa jornada. Nunca interagi com outros humanos e com a Lyra não foi o suficiente para saber lidar com essa situação.


Será que realmente serei capaz de manter minha integridade diante de tantas influências externas que encontrarei pelo caminho? Por algum momento, fico tão perdido em meus pensamentos que sem perceber adormeci.


Me levanto com o corpo relaxado, olho para o relógio do quarto que marcava 21:00, então procuro alguma roupa casual na mochila. Algumas vozes e risadas de mulheres ecoam do lado de fora do quarto chamando minha atenção e rapidamente me levanto pois uma delas é a da mulher que tanto procuro.


- Finalmente te encontrei...?! – Exclamo animado abrindo a porta, porém sou surpreendido por uma cena um tanto surpreendente.


Lyra e guarda costas se beijando em frente a porta do quarto ao lado, ambas percebem minha presença e de imediato se separam de imediato.


- Que... Que merda você está fazendo aqui garoto?! – Questiona a guarda costas nervosa, porém ainda envergonhada.


- Isso... Não é... O que você... Está pensando!!! – Exclama Lyra completamente corada.


- Não... Foi culpa minha , depois nos falamos... – Respondo virando o rosto envergonhado e entrando novamente em meu quarto.


- Você não vai a lugar nenhum Jovem! – Grita puxando a gola da camisa e em seguida puxando Lyra para dentro do outro quarto.


Depois que os nervos se acalmaram, nos sentamos em algumas cadeiras para conversar, a outra mulher estava normal, porém Lyra ainda demonstra vergonha, já eu tento esquecer e focar no meu objetivo (Mas admito que ainda estou bastante surpreso)


- Bem... Creio que não nos apresentamos direito antes, gostaria de saber o seu nome criança. – Pergunta Lyra com um sorriso.


- Eu me chamo Lian Reniel e tenho 17 anos! – Respondo firmemente.


- Certo, essa é minha companheira e Guarda Costas de viagem, Keila Worstfield – Apresenta a mulher que estende seu braço em comprimento.


- É um prazer te conhecer, eu não agradeci por antes, mas obrigado por cuidar da Sra. Lyra quando ela se perdeu na floresta. – Sorri serenamente.


- Ah... Isso não foi nada e o prazer é meu! – Respondo seu cumprimento.


Lyra diz um pouco sobre sua companheira, ela é uma espadachim destemida e decidida, que não tem medo de enfrentar qualquer inimigo que cruze o seu caminho. Ela é leal e protetora com todos aqueles que considera amigos principalmente com Lyra.


-Não é para tanto... – Responde com os braços cruzados e um pouco envergonhada


- Enfim... O que veio fazer por aqui? Porque está longe de casa e da sua família? – Pergunta com curiosidade.


- Nós fomos atacados por uma criatura sombria que surgiu da floresta, eu lutei e matei a criatura...  Mas antes de me enfrentar ele feriu mortalmente o meu avô, eu tentei salvá-lo... Porém em seu leito de morte disse que eu devia ir até a cidade dos humanos para descobrir sobre o meu passado... – Fecho os punhos em raiva por lembrar de antes.


- Entendo... – Responde Lyra com um tom de tristeza na voz.


- Sei que vocês não têm nada a ver com meus problemas, mas eu vim justamente pedir a ajuda! Por favor me levem até a cidade do sul! – Abaixo a cabeça implorando as duas.


- Olha... Eu não consigo compreender o que você está passando nesse momento, eu gostaria muito de te ajudar, mas eu não posso retornar ao Império até concluir minha missão, desculpe... – Suspira em tristeza, posso sentir em sua voz que ela não queria dizer isso.


- Porém... Se você nos ajudar em nossa jornada, com certeza iremos retribuir o favor. – Diz Keila com um sorrido no rosto colocando sua mão em cima da minha.


- Eu ajudo! É o mínimo que posso fazer pela ajuda de vocês! – Exclamo animado


- Que ótimo, agora peço que vá descansar pois sairemos amanhã pela manhã. – Diz calmamente.


- Tudo bem, mais uma vez agradeço muito a vocês duas! – Saio rapidamente do quarto


- O que foi isso? Você nunca foi de ajudar as pessoas assim. – Pergunta confusa com a decisão da companheira.


- Eu apenas me simpatizei com a história do garoto. – Suspira olhando para o lado.


- Entendo, confesso que gostei desse seu novo eu! – Da um sorriso caloroso.


- Idiota... – Vira o rosto envergonhada.


- É melhor irmos dormir, também precisaremos acordar cedo amanhã, você vem se deitar? – Pergunta enquanto se embrulha nos lençóis da cama.


- Pode dormir primeiro, vou ler um pouco do meu livro em seguida me junto com você. – Sorri se sentando em uma poltrona em frente a janela.


- Tudo bem, mas não deite muito tarde... – Boceja se ajeitando.


- Pode deixar! – Solta uma risada.


-Ei Keila... Te amo... – Diz de forma meiga e logo em seguida cai no sono.


- Eu também... Lyra... – Sussurra com um sorriso para não acordar sua companheira.


            Após Lyra adormecer Keila fechou seu livro e olhou pela janela, observando a noturna e calma aldeia, ela suspirou e fechou seus olhos respirando profundamente. Em sua mente ela refletiu sobre os eventos passados que ocorreram em sua família e principalmente com seu irmão menor.


            Estranhamente ela lembrou de Lian, aquelas feições em seu rosto eram muito parecidas com as de seu irmão menor a muito tempo perdido, mas rapidamente ela se nega dizendo para si mesma que ele já estava morto há muito tempo e que tal coisa não seria possível, por mais que desejasse.


             



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Autor(a): aquelequeescreve

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