Fanfic: A história se repete | Tema: Harry Potter / James & Lilian
Deitada, observando o dossel da sua cama no dormitório feminino do sexto ano da Grifinoria, Evans não dormia. Havia aula no dia seguinte, já era bastante tarde e por mais que ela tentasse, nada a fazia descansar a mente e dormir.
Um pensamento insistente a perseguia há um tempo e o dia anterior havia consolidado o que ela pensava estar acontecendo.
Fazia um tempo que ela se sentia diferente em relação ao Potter. Os anos de implicância adolescente foram se tornando mais amenos, a convivência se tornou mais amigável e os dois amadureceram para perceber o que acontecia (há tempos) entra eles. Mas ela não esperava que o interesse inocente dela se inflamasse de tal maneira a ponto de virar motivo para tirar seu sono à noite. E ainda por cima, era difícil lidar sabendo da reciprocidade, uma vez que ele nunca havia escondido como se sentia. Primeiro arrebatado, com fulgor, depois moderado e educado, mas sempre sempre demonstrando seu carinho por ela.
A moça que dormia na cama ao lado quase acordou, incomodada pelo revirar de Evans.
“Não vou conseguir dormir de qualquer maneira. Não adianta ficar aqui agora.”
Ela se levantou devagar para não fazer mais barulho, vestiu um robe para se proteger do vento gelado sempre presente dentro daquele castelo milenar e saiu do quarto, descendo as escadas para a sala comunal.
A sala estava iluminada apenas pelas últimas brasas acesas da lareira. Ela sentiu o cheiro aconchegante de madeira queimada e já ia se sentar de fronte à lareira quando viu o entorno de alguém já sentado no poltrona.
Seu pensamento parecia ter invocado esse acontecimento.
Era Potter sentado ali, ela sabia, porque já havia perdido muito tempo encarando a nuca e o cabelo preto sempre despenteado dele.
Coração meio acelerado, ela pensou em voltar silenciosamente para o quarto, mas não era realmente o que queria fazer.
- Potter? Você dormiu na sala comunal?, ela sussurrou, esperando não acorda-lo caso estivesse de fato dormindo.
- Evans? Oi, não tinha te visto. Não, só não conseguia dormir e decidi descer. Você?
- Sem sono também. Posso?
- Claro, senta aí.
Ela se sentou no sofá, agora desconsertada por não se sentir confiante como sempre, e por perceber que ele realmente mexia com ela.
Silêncio, momentâneo, que ele quebrou:
- Quase não te vejo de madrugada na sala comunal.
- Você fica aqui com frequência de madrugada?
- De vez em quando. Dormir é difícil, ele deu um riso meio de lado ao responder.
- Sim, alguns dias me deixam agitada. E geralmente tem bastante gente aqui até tarde, deve ser comum., ela respondeu também já meio rindo. Os dois eram amigos, estavam tendo uma conversa casual, bastante normal.
E seguiram assim por um tempo, falando das aulas e de livros, e de acontecimentos fora do castelo no tempo livre e de tudo mais. Os dois sempre tinham bastante assunto e se divertiam conversando um com o outro. Todos os temas, mesmo os mais inusitados, eram fáceis.
- E aí, então, eu vi que o pessoal da Sonserina estava todo me vendo, quase morri de vergonha!, ele disse rindo, enquanto ela gargalhava baixo, da história que ele tinha contado.
- Ai ai., ela disse arfando ainda do riso.
Os dois tentavam voltar a respiração ao normal depois das risadas e permaneceram em silêncio enquanto ficavam sérios novamente.
Calados, olhando as brasas apagarem. Era muito tarde, não se ouvia nenhum som.
James quebrou o silêncio mais uma vez, perceptivelmente mais sério:
- Estou feliz que está tudo bem entre a gente depois de ontem. Não queria que ficasse um clima estranho.
- Está tudo bem sim.
- Sua amizade é importante e não gostaria de perder isso por uma bobeira assim. Me senti meio culpado. Você ficou chateada?
- Não.. não sei, na verdade. Foi tudo meio inesperado e de repente. E na frente de muita gente, meu deus, como eu vou viver amanhã?!, Ela disse, não em tom de repreenda, mas fazendo piada, o que deixou ele mais relaxado.
- Ai cara, eu sei hahaha me desculpa por isso, também detesto essas coisas.
Pausa de novo.
- Mas porque você fez isso? ela questionou baixo, o coração saltando uma batida.
Ele se demorou pra responder, olhos nas brasas quase apagadas.
- Eu estava em frenesi pelo jogo. Tudo estava uma bagunça, eu estava feliz pra caramba. Todo mundo estava fazendo uma algazarra que me deixou até meio bebado!. Então se virou de frente pra ela, parecendo tomar coragem pra algo importante, vermelho e com olhos brilhando.
- E então eu te vi no meio da sala, rindo e celebrando que a gente tinha ganhado e ia pra final, tão feliz… Evans, eu, olha…, ele respirou mais fundo, decidido a continuar: pode parecer apenas que eu estou só continuando um comportamento que já estamos acostumados porque eu sempre dei em cima de você. Mas não é isso. Eu te vi ali e tive muita certeza que precisava estar com você. Eu nunca flertei com você por brincadeira, eu sempre gostei muito de você. E apesar de todos os seus nãos, esse sentimento não diminuiu em nada. Aliás, eu não respeitei o seu não, te beijando do nada ontem, me desculpa por isso de novo.
O coração saltando pela boca, o rosto quente, as mãos tremendo, era como ela estava, acorrentada ao olhar e às palavras dele. E feliz, de um jeito muito forte.
Ela ficou em silêncio por uns segundos, abaixou os olhos e sorriu para as próprias mãos (pra se recompor um pouco).
- Todo esse tempo... eu sabia que você queria alguma coisa, dava pra ver, até porque você não escondia muito; ele abaixou os olhos, também rindo de leve; e sempre disse não porque não queria, obviamente, perder a amizade caso desse errado.. mas por um lado talvez eu só estivesse com medo porque sabia que daria certo. Quando me beijou ontem eu senti uma avalanche de coisas. E fiquei feliz por você ter feito isso.
Ela levantou o olhar para encontrar ele compenetrado, absorvendo cada palavra com seriedade. Por um momento ele continuo fixo nela, até que se levantou e sentou ao seu lado no sofá. Ele pegou uma das mãos dela e disse, muito baixinho, ainda olhando pra ela:
- Não tem nada que eu gostaria mais do que estar com você, te conhecer melhor, viver coisas com você. Eu não perco o sono tantas vezes por alguma coisa boba como notas ou quadribol. A maioria das vezes eu me sento aqui só imaginando tantas coisas contigo.. ou lembrando de pequenos momentos que tivemos juntos. Você mexe muito comigo, Evans.
Arrebatada, a única coisa que ela conseguiu fazer foi se aproximar e o beijar. Dessa vez de verdade, sem a pressa de uma ato espontâneo com na vez anterior, mas com intenção e vontade.
Encaixe perfeito.
Eles continuaram assim um tempo, interrompendo os carinhos para conversarem baixinho sobre o quanto queriam aquilo ha tempos, sobre como imaginavam que seria e o quanto sentiam um pelo outro. Até que não falaram mais e se viram cada vez mais envolvidos. Ela estava excitada e ele claramente também. Mas a sala comunal não era exatamente o lugar mais privativo do mundo e eles já estavam correndo bastante risco de alguém aparecer. Ele se levantou e a puxou pela mão.
- Vamos pra um outro lugar?
Sairam da sala comunal, desceram as escadas e andaram pelo castelo vazio, parando com bastante frequência pra entrar em uma esquina escondida pra continuar o que estavam fazendo. A biblioteca foi o local mais propício pra ficarem com calma. Havia um canto muito escondido, inclusive bastante usado para esses fins, por outros estudantes na mesma situação.
Os dois ardiam.
James a encostou contra a parede, segurando com firmeza o corpo dela, que parecia derreter. Ele a beijava sôfrego, carinhoso, intenso. Ela deslizou a mão pelas costas dele até que chegou ao botão da calça, a essa altura quase arrebentando. Ela abriu o botão e segurou, começando a se movimentar pra ele.
Ele a seguiu, subindo a mão pela sua saia, apenas para a encontrar igualmente excitada.
Ela nunca havia sentido uma química parecida. Sua pele parecia eletrizada. Ele sussurrava pra ela como a sentia e como ela o fazia sentir, descrevendo o que fazia e o que queria fazer com ela. Por várias vezes ela sentiu que ia arrebentar de prazer.
A noite seguiu assim até os primeiros raios de luz entrarem pelo vitral. Deitados no chão da biblioteca, os dois conversavam baixo, sem desviar o olhar nem por um segundo um do outro.
- Não consigo parar de olhar pra você.
- Não consigo te soltar.
- Te quero tanto. Te quero pra mim.
Eles se levantaram apenas porque era inevitável e voltaram para a torre da Grifinoria. Ainda perderam um tempo na porta do quarto feminino, para se despedir.
James beijou a mão de Lilian pela milésima vez naquela noite e disse: - quero tomar café da manhã do seu lado.
- Já? Na frente de todo mundo?
- Na frente de todo mundo. Na verdade todo mundo viu a gente ontem, então não seria novidade pra ninguém. Acho até que todo mundo espera isso faz tempo.; ele disse rindo.
ela também riu, e concordou.
- Te vejo daqui a pouco no café então.
- Até daqui a pouco, linda.
Autor(a): travelinti
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