Fanfic: Os órfãos de Nevinny | Tema: RPG, drama adolescente, mistérios

— O que é isso? O quê que vocês estão fazendo aqui? — Lívia pergunta surpresa e sem entender.

— Ai, vou fingir que não ouvi essa pergunta — Vicky responde.

— Feliz aniversário, Lívia — Gabriel diz aproximando-se de sua irmã para dar-lhe um abraço.

— Gabriel? Você não tinha se mudado pra outra cidade? Quando você chegou aqui?

— Ah, ontem a noite. Vim adiantado especialmente pro seu aniversário e pra matar a saudade do nosso tempo de faculdade – Gabriel diz sorridente dando uma piscada de olho.

— Olha, eu não sei se fico feliz por estarem aqui ou brava, porque já cansei de dizer que não gosto de festas surpresas.

— A gente sabe. Mas nós todos concordamos que você merece — Jeremy fala, sorrindo.

— E vocês, hein? Dormindo debaixo do mesmo teto que eu e aprontando uma festa pelas minhas costas! Quando eu digo que não confio totalmente em vocês, ainda mais quando estão juntos — sua irmã diz balançando a cabeça em negação.

— Falando assim até parece que não gosta de festas — você comenta.

— É claro que eu gosto de festas. O que acontece é que me sinto estranha quando fazem uma pra mim. Mas até que eu gosto, não vou negar.

— É, gosta de festas mas essa aqui por pouco não foi por água abaixo por causa dos seus gritos exagerados — Gabriel fala.

— O que eu ia fazer, gente? O negócio todo cheio de fumaça, eu jurava que 'tava pegando fogo mesmo — Lívia diz.

— Ai, amiga. Só você mesmo — Vicky fala, gargalhando.

— Okay, agora chega de mais falações e vamo' pro que interessa que é a festa? — Gabriel pergunta, animado.

— Boa, Gabriel. Achei que íamos ficar aqui dando explicações — Jeremy diz.

— Vamos amiga. Estamos há dias prepando tudo e não aceito não como resposta — Vicky fala, puxando Lívia pelo braço.

— Espera. Dias? Vocês estão há dias nisso aqui? Vocês todos são da raça dos "pelas costas", né? Minha nossa — Lívia pergunta, boquiaberta.

— Ai, amiga. Deixa de drama, depois a gente te explica.

— Ai, tá bom. Já que tô aqui mesmo, né? — Lívia fala revirando os olhos.

— É isso aí. Menos falação e mais ação — Gabriel fala batendo palmas chamando a atenção de todos — Pessoal, a aniversariante da noite: Lívia Montenegro, senhoras e senhores.

Todos os presentes começam a aplaudir e dar assobios fortemente por alguns segundos. Ao cessarem, Lívia decide por subir em uma das cadeiras posicionadas no local, e, para chamar a atenção de todos, em um bom e alto tom diz:

— Olha, eu só peço uma coisa de vocês: que façam esse aniversário valer a pena.

Então, mais uma vez, todos a ovacionam com gritos e aplausos, e no mesmo instante a música começa a tocar.

⌚ Alguns minutos depois...

Passara vinte minutos de festa, porém você não está curtindo tanto como deveria. Sentadx em um dos bancos bebendo um copo de refrigerante, você apenas observa Jeremy, Lívia e seus amigos curtindo e dançando. Claro, isso é nítido porque há apenas adultos no lugar e, apesar de você conhecer a maioria deles, não está sendo animador ficar ali sem a companhia de alguém que "lhe entendesse melhor".

Ao te notar numa situação tristonha, Lívia acaba surgindo e se aproximando para lhe perguntar o motivo de estar assim tão "deprê".

— Sabia que uma festa é pra gente se divertir?

Você nada responde apenas forçando um sorrisinho.

— Vamo', me diz. Por que 'tá com essa cara de tacho aí?

— Ah, eu tô feliz pelo ser seu aniversário, mas...

— Deixa eu ver... você não está se divertindo, né isso? — sua irmã pergunta dando um gole de sua bebida.

— Pra falar a verdade, não muito — você responde com sinceridade.

— Então você tá aí pensando em quê?

— Eu não sei. Eu estava pensando aqui se talvez eu...

— Pudesse chamar alguém pra te fazer companhia, acertei?

— Se não for te incomodar... — você fala.

— Lógico que não. A festa também é sua. Você também ajudou a preparar, não é? Se quiser pode chamar a Lavínia, o Stefan, os dois ou quem mais quiser.

— Posso mesmo?

— É claro que pode! Sei que conheci os dois ontem, mas já gostei deles. E também quem sou pra te impedir, não é?

— Te agradeço por entender, irmã.

— Não tem de quê. Agora vai logo, porque não se esqueça que hoje é domingo e já passou das nove. Quanto mais você demorar, mais chance de alguém recusar seu pedido por causa do horário.

— Verdade. Nem me toquei nisso.

— Poisé, é melhor andar logo.

Você procura por seu celular e logo percebe que não está nos bolsos de sua roupa.

— Ah, eu vou ter que subir. Acho que deixei meu celular lá em cima.

— Tá, vai lá pegar então — sua irmã diz.

— Volto já.

Você começa a andar apressadamente para ir em direção ao elevador para chegar no seu apartamento e pegar seu celular, mas algo lhe faz parar no meio do caminho e voltar em direção de Lívia.

— O que foi? — ela pergunta, desconfiada.

Aproximando-se dela lentamente, você a abraça fortemente e diz:

— Feliz aniversário.

Ela, de início sem reação, fica olhando para o seu gesto. Mas também não perde tempo e retribui seu abraço e logo mais diz:

— Obrigada, S/N. Eu te amo.

E assim ficam por alguns segundos num forte abraço, mas o momento logo é interrompido quando um dos amigos de Lívia a chama.

— Bom, estão me chamando. E é melhor você ir logo também antes que fique tarde.

— Tá bom, eu vou.

— Certo. Agora deixa eu ir antes que me arrastem — ela diz gargalhando e indo em direção da tal pessoa que a chamou.

Você a observa toda animada se juntando aos seus amigos. É tão bom vê-la sorrindo assim. Nem parece que é uma daquelas pessoas que se irrita com facilidade e de vez em quando é um pouco complicada de se lidar.

Porém tudo o que é relacionado a festa, é diferente. Como dito antes, Lívia realmente não gosta de festas surpresas, mas quando está em uma, é uma das últimas a querer ir embora. E isso dá pra ver nitidamente durante esses minutos de festa, onde ela chegara um pouco azeda quando viu que tinham armado pra ela e agora, que já tinha acostumado com a ideia. Como entender o que se passa na cabeça dessa mulher?

⌚ Mais alguns minutos depois...

Logo mais você entra no elevador para finalmente ir para o seu apartamento.

Sendo assim, em questão de segundos já encontra-se em seu apartamento. Tirando a chave do seu bolso logo adentra o recinto. Sem mais demoras, vai em direção do quarto, porém, antes de chegar nele, repentinamente o interfone começa a tocar, mas apenas dá um toque.

Você acha estranho aquilo e começa a se perguntar o porquê de ter sido um toque único. Será que foi engano do porteiro?

Já aproveitando que está em casa, vai no banheiro rapidinho para não tardar em ligar para convidar alguém para a festa de Lívia. Segundos depois sai do local e vai para o quarto procurar por seu telefone. Chegando lá, vê que o aparelho está em cima do móvel ao lado da cama. Pega o objeto e põe-se a procurar pelos contatos de seus amigos.

Os nomes de Lavínia e Stefan estão na lista de contatos recentes, então opta por contatar um dos dois primeiro. Pensa por alguns segundos qual dos dois fazer o convite primeiro. Mas sua opção logo é imediata, na qual acaba escolhendo falar com Lavínia, a única com quem tem mais contato da escola e da cidade.

Prestes a clicar no nome dela para mandar uma mensagem ou fazer uma ligação, escuta alguém batendo na porta de entrada. Saindo de seu quarto, vai em direção da sala para verificar se realmente há alguém a bater na porta ou se é impressão sua.

Ficando imóvel em frente dela para esperar a batida surgir novamente, logo tem a resposta que anseia. Três batidas na porta são emitidas, e assim tem certeza que há alguém do outro lado.

Sem tardar, você pergunta:

— Quem é?

Ninguém responde.

Então, você anda devagar em direção ao objeto e põe seu olho no orifício da porta para poder ver de quem se trata.

Lentamente vai se aproximando até se espantar quem é a pessoa que nada responde. Ao vê-la, imediatamente destranca a porta e, com muita pressa, abre-a sem acreditar no que está vendo.

— Alisson?!

— Boa noite, S/N.