Fanfic: Os órfãos de Nevinny | Tema: RPG, drama adolescente, mistérios

⌚ 07:11 a.m.

— “Após dias desde a notícia do assalto ao banco Khanterah ter vindo à tona, vários fatos e especulações giraram em torno do ocorrido trazendo revolta e também dúvidas para os moradores de Nevinny. Agora, segundo informações fornecidas pelas mídias jornalísticas e sociais, uma nova notícias está ganhando destaque entre a população a respeito dos envolvidos da noite em que o crime foi cometido. De acordo com os funcionários e clientes que estavam presentes quando tudo ocorreu, um casal composto por um homem e uma mulher foi um dos responsáveis pela abordagem e a facilitação do restante do grupo para a execução do delito. Mas não é só isso: segundo uma das vítimas que nos concedeu uma entrevista, um dos criminosos acabou deixando escapar a sua origem ao confirmar ser do bairro de Miríade. De acordo com as palavras do entrevistado, foi dito: “Vocês vão nos devolver tudo o que nos foi tomado. Já que não nos dão de uma forma pacífica, então teremos que tomá-los tudo o que os foi tirado, até o último centavo.” As identidades da dupla ainda permanecem desconhecidas, mas as forças de segurança da cidade não pararam as procuras para dar um fim de vez no caso que pode tomar um rumo diferente após esse novo capítulo” — diz o homem na rádio.

— Já vi que esse assunto do banco vai demorar pra terminar. Ainda mais agora com essa notícia. Tudo vai ressurgir outra vez — comenta Lívia balançando a cabeça em negação.

— Por que eles vieram anunciar isso só agora e não logo no momento do fervo da notícia? — você questiona, confusx.

— Vai saber. Talvez estavam escondendo a informação ou a pessoa entrevistada resolveu abrir a boca agora — ela responde.

— Que estranho.

— Estranho nada, isso tudo foi medo. Pode ser que a pessoa tomou coragem pra falar só agora ou então foi a mídia mesmo guardando a informação.

— É, faz sentido, eu acho.

— Só que você viu uma coisa? — ela pergunta.

— O quê?

— Mais uma vez eles falaram o nome do bairro de Miríade. Agora foi falado que um dos criminosos era de lá. Isso me faz querer te reforçar sobre aquele povo. Tenha distância deles, S/N.

— De novo esse assunto? Já te disse que a única pessoa que eu conheço de lá é Allison, e você conhece também — você diz.

— Allison. As únicas coisas que eu sei sobre elx é o nome, que estuda na mesma escola que você e que mora naquele bairro de gente estranha. Eu já te disse, S/N: não se aproxime tanto de quem você não conhece e por favor, não leve mais Allison lá em casa.

— Mas eu nunca levei, elx simplesmente apareceu lá.

— Ah, é verdade. Esqueci que o pai policial facilitou pra encontrar o endereço.

— Tá vendo? Mais um motivo pra você não desconfiar. Allison tem um pai policial. É de confiança.

— Isso não faz delx uma pessoa cem por cento confiável. Por via das dúvidas fique longe.

— Tá bom, vou ficar, sim — você diz garantindo fingidamente.

— E a sua amiga desaparecida também.

— Que amiga desaparecida?

— E tem outra? A Lavínia, é claro. Você me disse que ela sumiu por dias e recentemente ela voltou pra escola e até agora não disse o que aconteceu. Isso é no mínimo muito esquisito.

— Ela disse que 'tava doente. Eu e Allison até desconfiamos dela um pouco, mas se foi o que aconteceu, o que a gente pode fazer?

— Eu não quero que você tenha contato com essa garota.

— O quê?! Já foi com Allison, agora com a Lavínia também? Você conhece ela! Mais do que conhece Allison.

— É, eu conheço. Mas assim como Allison eu só sei o primeiro e segundo nome dela. Não sei onde fica a casa dela e só vi a mãe dela uma vez naquela noite na delegacia. Você tem que se afastar dela. Esse sumiço repentino dessa menina tá misterioso demais pro meu gosto.


Você dá uma breve e alta gargalhada e diz:

— Não pode ser. Você só pode tá paranoica, não é possível.

— Não, eu não tô. E isso é sério. Eu sei que você gosta dela e eu também gostei do jeito dela, mas nós não sabemos onde ela se meteu, por onde. Por acaso você já esqueceu que alunos e professores da sua escola estavam metidos num roubo ao banco? Eu acho que você ainda não esqueceu. Sumir assim e não dar satisfações pra nenhum de vocês? Isso não é estranho?

Ao ouvir isso você arregala os olhos engolindo a seco por saber o que sua irmã lhe contara sobre o “sumiço” de Lavínia. A notícia tinha chegado à mais pessoas, e se depender de Lívia esse boato também poderia chegar. Você não tinha parado pra pensar no que ela lhe disse e que se parar pra pensar, até que faz algum sentido.

Realmente Lavínia fez muito mistério para apenas falar que tinha sumido uns dias por conta de uma doença. Desde o seu breve sumiço você não obteve nenhuma informação concreta sobre Lavínia. Não mantinha contato, nem fazia telefonema, nem mandava mensagem ou até carta. Será que esse pouco tempo que esteve com Lavínia foi o suficiente pra concluir que ela é uma garota boa ou tudo não passou de uma bela grande ilusão?

Por mais que sua mente pense dessa forma por uns instantes devido a desconfiança, decide então melhor não levar isso a sério e seguir com o mesmo pensamento amistoso de antes.




⌚ Um tempo depois...


Ao chegar na escola, vai andando pelos corredores rumo à sua sala, e, durante o percurso, encontra os seus colegas reunidos sentados nos bancos do jardim. Eles acenam para você lhe chamando para ir até onde estão, no qual atende no mesmo minuto.

— Oi. Como vocês estão? — você diz se aproximando.

— Fofocando — Lavínia responde.

— Bom dia, S/N — cumprimenta Cris dando um singelo sorriso.

— Bom dia, Cris. Sobre o quê vocês estão conversando? — você pergunta logo pondo sua mochila sobre a mesa.

— Sobre... — inicia Allison.

— Ora como sobre o quê? Do assunto da vez de novo: o roubo do banco — Max diz.

— Isso — diz Rebekah.

— Ah, claro. Esse assunto — você fala, desanimando-se.

— É claro que é sobre esse assunto. Tá todo mundo comentando de novo. Essa nova informação que eles deram sobre os dois criminosos já trouxe um “Q” a mais pra história — declara Micaella.

— Verdade. Apesar de eles terem demorado dias pra divulgar isso, o que foi dito já vem com mais um peso e pode mudar o rumo das investigações. Eles envolveram o nome do bairro Miríade de novo, mas dessa vez de uma forma mais negativa — Rebekah comenta — Allison, eu sei que você é de lá, mas com essa vocês agora vão ficar com uma reputação mais manchada ainda.

— É, eu seu disso. Miríade vai se tornar um bairro odiado, não só temível — Allison diz, preocupadx — Nós que somos moradores vamos ficar conhecidos como monstros ou rebeldes da cidade.

— Daqui a pouco não vai nem poder mais andar com a gente. Tô brincando — brinca Micaella.

— Não, não fale assim. Allison, isso não vai acontecer. Não liga pra Micaella — fala Lavínia.

De repente, Cynthia surge vindo em suas direções já com aquele sorriso de ironia no rosto. Andando que nem uma super modelo, esvoaçando seus cabelos com as mãos, ela aos poucos vai mudando sua expressão ficando mais séria e, ao chegar na mesa, logo diz:

— Ora, ora. O que temos aqui: o grupinho dos inocentes. Ou será que não tão inocentes assim?

— Lá vem ela. O que você quer, Cynthia? Já veio estragar nossa manhã? — Micaella pergunta.

— Não, meus planos são outros pra hoje. Mas não se preocupem comigo, eu vim apenas falar com uma pessoa. Allison, queridx, já está na hora de seu pai e toda aquela turma de policiais incompetentes fazerem algo pra aquietar os ânimos e darem uma lição de vez nos moradores de Miríade, senão eles vão continuar trazendo mais problemas pra cidade. Não é só porque ele mora naquele antro que tem que defender as pessoas que habitam aquele covil de estranhice. A não ser que... — ela fala pondo as mãos sobre a mesa.

— A não ser que o quê? — Allison pergunta já ficando impaciente.

— Que seu pai também esteja metido nessa. Quer dizer, já imaginaram a polêmica que ia ser? Um dos policiais encarregados para prender os criminosos, na verdade também é um deles? Ia ser a notícia do ano!

Todos ficam em silêncio se olhando, surpresos pela fala de Cynthia que parecia estar adorando aquilo. Allison não aguentando as provocações, levanta-se de uma vez da mesa e sai sem falar nada. Max, então, pega suas coisas e vai atrás de Allison, porém antes de ir, vira-se para Cynthia e dispara:

— Sua garota narcisista! Deixa a gente em paz!

— Por que você tem que fazer isso, Cynthia? Nunca tem nada melhor pra fazer? — Lavínia questiona — Por que você não vai cuidar da sua rádio idiota?

— Ahh, olha ela aqui. Lavínia, enfim nos encontramos de verdade pra ter uma conversa, porque só na sala não conta. Agora, quanta petulância! Por que você é tão assim, hein?

— Eu sou assim pra quem não tenho paciência — ela diz.

— Ui! Cuidado com ela!

— Tá bom, tá bom. Não vão brigar aqui, por favor. Cynthia, se não for incomodar, te peço gentilmente pra você ir com seus amigos. A gente não quer outro escândalo e mais duas alunas suspensas, não é mesmo? — diz Rebekah.

— Eu vou sair porque tenho mais o que fazer, porque por mim...

— Sai daqui, Cynthia! — Lavínia exclama ordenando, na qual a mesma já sai em partida rumo à outra direção.

— Senhorita Lavínia, peço que por favor se comporte. Você não pode fazer tanto esforço nem se irritar facilmente. Você ainda está em processo de recuperação — Meredith fala surgindo do nada.

— Me desculpa, dona Meredith. É só que essa garota...

— Só que nada. É melhor você ir para a sala. Daqui a pouco as aulas vão começar. E quanto ao resto de vocês, façam o mesmo. Nao quero saber mais de nenhuma confusão hoje — Meredith diz logo saindo.

— É melhor a gente ir nessa, galera! — sugere Cris fazendo com que todos lhe acompanhe saindo imediatamente do jardim.

⌚ 08:45 p.m.


Estando em seu quarto, sentadx bem em frente à janela sentindo o vento gelado da noite tentando estudar sobre o novo — e complicado — conteúdo de Geometria, (sim, eu usei “tentar”, pois, além do conteúdo não ser um dos mais simples, ainda há a movimentação da vida noturna lá fora que está facilmente a tirar sua concentração em alguns momentos) o seu telefone começa a tocar indicando notificações de mensagens. Você logo pega seu celular e procura pelo remetente. Olhando para a tela, vê que a mensagem é de Allison, na qual diz:

Allison: Oi S/N tá podendo falar agora?

Você: oi Allison boa noite
Você: Eu 'tava estudando
Você: Mas eu posso falar sim

Allison: Desculpa eu não queria te incomodar
Allison: Outra hora falo com vc

Você: Agora que começou tem q terminar
Você: O que aconteceu?

Allison: Eu estava pensando em algumas coisas mas não quero te preocupar

Você: Em q vc pensou? E pq eu iria me preocupar

Allison começa a digitar a mensagem, mas, depois o indicador para como se mostrasse que a mensagem havia sido apagada. Porém, logo em seguida volta a escrever, enviando-lhe:

Allison: Eu pensei em algo q talvez vc não vá gostar
Allison: Mas por favor não fique com medo

Você: Se vc continuar com o suspense é desse jeito q eu vou ficar

Allispn: Tá bom eu falo
Allison: S/N, será que existe uma probabilidade de estarmos correndo perigo outra vez?

Você: Como correndo perigo outra vez? 😶

Allison: Primeiro foi sobre os assaltantes que nos renderam na parada de ônibus onde descobri que eles possivelmente foram contratados por alguém pra nos... vc sabe
Allison: E agora com mais esse novo capítulo que também que de uma certa coisa nos envolve
Allison: então eu pensei
Allison: Com essa notícia do casal ser de Miríade e aquela frase que um dos dois disse
Allison: Será q as autoridades vão começar a vasculhar o bairro atrás dos criminosos?

Você: Bom, pra falar a verdade isso faz sentido
Você: Eles deram essa pista “valiosa” pras autoridades
Você: Então é possivel q isso aconteça sim

Allison: É tem razão
Allisson: Meu pai disse isso pra mim
Allison: E tbm é óbvio

Você: É, mas...
Você: Ainda não entendi a parte que vc disse pra eu não se preocupar
Você: O q isso tem a ver comigo?

Allison: Então é que...
Allison: Vc ainda lembra quando aconteceu a noite do crime não é?
Allison: Vc tava aqui comigo quando tudo aconteceu
Allison: Além disso nós fomos pegxs pelos homens que cuidam da segurança do bairro
Allison: Isso vc lembra, não lembra?

Você: Sim, eu acho 😑
Você: Mas e aí?
Você: Ainda não entendo onde vc quer chegar com isso

Allison: Ora, pensa um pouco S/N
Allison: Vc não consegue ver?
Allison: E se nós nos tornassemos suspeitxs?
Allison: Veja, nós estávamos lá, à noite, andando pelas ruas
Allison: Pode ser que alguém tenha visto a gente

Você: Confesso que andei pensando em coisas como essa mas acho que isso não vá acontecer
Você: Como a gente vai saber, por exemplo se outras pessoas de foram não estiveram lá? Qualquer um pode ser suspeito tbm

Allison: Mas é isso que eu tô falando
Allison: Sendo só a gente ou não isso pode vir a acontecer
Allison: Eu já tinha pensado nisso antes
Allison: Mas agora com essa fala deles muda muita coisa
Allison: Nós podemos ser interrogadxs e talvez facilmente acusados
Allison: E se isso acontecer talvez nem meu pai seja capaz de nos ajudar
Allison: Estamos correndo perigo outra vez, S/N

Você: Vc acha que devemos suspender a visita da Lavínia em Miríade?

Allison: Eu não sei
Allison: Mas é uma boa ideia
Allison: Mas uma coisa eu sei, S/N
Allison: Pode até ser um certo exagero, mas temos que nos preparar

Você fica olhando para a tela do telefone em choque após ler as mensagens em que Allison dissera que provavelmente vocês possam estar correndo perigo novamente. É uma teoria que faz sentido se parar pra pensar, então talvez o que Allison esteja falando não seja tolice. Mas agora com essa informação tão real e também tão inesperada e com grande potencial de tomar forma, como as coisas iriam prosseguir daqui em diante se assim acontecer?