Fanfics Brasil - Oficial e ofídico Os órfãos de Nevinny

Fanfic: Os órfãos de Nevinny | Tema: RPG, drama adolescente, mistérios


Capítulo: Oficial e ofídico

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⌚ 08:50 p.m.

Estando na delegacia com sua irmã, Lívia, e dona Leca que deu seu testemunho mais cedo em frente à casa de Ami, vocês aguardam na recepção da delegacia tudo o para iniciar o depoimento que os oficiais fazem questão que dêem. Acontece que um incidente havia ocorrido chamando mais a atenção das autoridades que parecem quase enlouquecer pra resolver a situação.

Esse chá de cadeira que estão tomando começara a irritar uma das pessoas mais impacientes que você já conheceu em sua vida. A sua infelicidade é tanta que nem dá pra disfarçar. A raiva e a ansiedade que ela sente fazem papel dos cheiros daqueles perfumes duradouros nos quais suas fragrâncias são exaladas a todo momento. É exatamente assim o jeito que ela se comporta e seu efeito parece estar bem longe de passar.

— Agora você vê. Eu 'tava na minha casa preparando a mistura pra passar no meu cabelo pra deixar ele todo sedoso, brilhoso, bonito, impecável pra amanhã quando recebo a ligação de um policial mandando eu comparecer na delegacia pra dar depoimento de uma coisa que eu não tenho nada a ver. Pode uma coisa dessa?

— Eu só quero saber que horas nós vamos sair daqui. O policial disse que a gente tem a noite toda pra fazer isso. Eu não tenho a noite toda. De manhã eu já tenho aula — você declara com um ar de nervosismo.

— É! E eu ainda tenho que tratar o meu cabelo! Como que eu vou amanhã pra sessão de fotos com meu cabelo cheio de pontas duplas? — sua irmã diz, revoltada.

— Se acalmem, se acalmem. Isso não vai demorar tanto. Pelo menos assim eu creio — diz a senhorinha sentada ao lado de vocês — A única coisa com que estou preocupada agora é de como minha amiga está.

— Ela está bem, minha senhora. Dona Amelita está tendo a atenção e cuidados que precisa pra se recuperar nesse momento — o policial responsável pelo caso declara aproximando-se.

— E pra qual hospital ela foi? Estamos aqui há um tempão e vocês não dão uma notícia, não dizem nada pra gente. Parece até que nem fazemos ideia de quem é a dona Ami — Lívia reclama.

— A informação que nós temos é que a dona Amelita encontra-se no Hospital Resumption. Ela está descansando, sendo acompanhada pelos enfermeiros e se encontra bem.

— Coitada da minha amiga. Ser encontrada toda amarrada e dopada dentro da própria casa... Ela não merecia isso — dona Leca diz.

— Todos esses anos, conhecendo a dona Ami como eu conheço, isso nunca tinha acontecido. Uma senhora de meia idade agora não pode mais ficar sozinha sossegada dentro de casa. Isso é o cúmulo! — Lívia reclama — E digo mais: isso com certeza tem o dedo daqueles miridianos. Eu já falei pra essx aqui não andar mais com o povo de lá pra não influenciar — ela fala apontando o dedo para você.

— Por favor, Lívia, não começa — você fala revirando os olhos.

— Vai me dizer que não é verdade? Eu já disse que não quero você na companhia de ninguém de lá. Eu já avisei, não avisei?

— Calma, senhora! Calma. Nós ainda não temos certeza de que há envolvimento de alguém de Miríade nesse caso — o policial declara.

— Mas como não? Eles deixaram bem claro escrito naquele papel, não foi?

— Há uma chance de que eles possam ser de lá, mas como eu disse, não há nada confirmado ainda. Ainda estamos estudando isso — ele conclui, mas, logo muda de expressão e, franzindo a testa olhando para você ele pergunta — Vem cá, sua irmã disse que você anda com o pessoal de Miríade. Isso é verdade?

— Não. Claro que não. Isso é conversa da Lívia.

— S/N, você vai me desmentir na frente de uma autoridade? — sua irmã pergunta fazendo cara de surpresa.

— Ué, mas eu não tô desmentindo. Eu não conheço nenhum pessoal de Miríade. Eu só conheço Allison, que inclusive você conhece também — você declara.

— Mas como você tem certeza de que todos os moradores de lá não são iguais?

— Ah, não vamos começar com essa história de novo, né?

— Eu começo quantas vezes for necessário. Eu já disse que não quero você andando com aquela gente, porque senão eu...

— Ei, ei, ei, ei! Esperem. Vocês não vão discutir na delegacia, né? Aqui não é lugar pra esse tipo de coisa — o policial diz, repreendendo.

— Foi ela que começou — você fala.

— Mas assim estão parecendo duas crianças e vocês já são duas pessoas crescidas — a senhora comenta dando uma risada rouca.

— Não adianta falar. S/N gosta de teimar e só vai aprender quando acontecer alguma coisa — Lívia declara.

— Que coisa vai acontecer? — você pergunta.

— Chega, chega! Vocês, parem de falar. Temos uma coisa a fazer agora. Chegou a hora da nossa conversa. Me acompanhem até uma sala, pois já é a hora do depoimento.

— Ah, por favor. Vamos logo com isso porque eu tenho coisas pra fazer ainda — Lívia dispara.

— Eu prometo que vou falar tudo o que sei e somente o que eu sei com todos os detalhes — a senhorinha diz.

— Ótimo. Assim eu espero. Toda informação é muito bem-vinda — ele diz.

— Vamo' logo com isso — você fala levantando-se da cadeira.


⌚ Minutos depois...


Já estando na sala do interrogatório em uma mesa retangular, os quatro são posicionados em cadeiras em volta da grande mesa. Seus olhos se cruzam na preocupação do que poderia vir pela frente, quais perguntas seriam feitas e como respondê-las. É claro que deveriam ser respondidas da maneira mais clara e simples possível, mas acontece que estar diante das autoridades ainda mais quando você é parte de uma investigação traz uma sensação de nervosismo pra qualquer um.

— Primeiramente, boa noite. Eu sou o oficial Zhylan e vou dar início agora ao depoimento do caso 434 no qual há um possível envolvimento de uma dupla provavelmente vinda dos arredores de Miríade na qual fizeram uma vítima cujo tem por nome Amelita Von Pretzel, mais conhecida como Ami. A dita senhora foi encontrada desacordada e amarrada no cômodo de sua casa localizada na cozinha sem sinais de violência pelx amigx S/N Montenegro na qual afirma asseguradamente que não há envolvimento no caso. Dessa forma, para que tudo seja esclarecido da forma mais limpa possível, realizo esse interrogatório para obter informações na qual auxiliarão no andamento do fato e assim poder seguir com a investigação. E a primeira pergunta que eu tenho a fazer é para uma das peças do acontecimento, S/N Montenegro — o policial diz — Diga-me, S/N, o que você fazia na casa de dona Amelita quando foi encontradx por nós, agentes da polícia?

— Eu fui buscar uma coisa que Lívia me pediu na casa da dona Ami — você responde.

— Uma coisa? Que tipo de coisa?

— Folhas de jarmello. Foi isso que eu pedi pra S/N pegar lá — Lívia dispara — Eu só queria ficar com o cabelo bonito pra minha sessão de fotos de amanhã e...

— Por favor, dona Lívia. A pergunta foi direcionada a S/N. É elx que tem que dar a resposta — o policial declara — A senhora poderá falar quando for a sua vez, tudo bem?

Lívia faz uma cara séria olhando fixamente para o agente como se o repudiasse. Dona Leca ao lado, entretanto, abaixa a cabeça como se envergonhasse diante da situação.

— Então, novamente eu pergunto: senhor/a Montenegro, o que fazia na casa de dona Ami quando lhe encontramos andando pela residência?

— Foi o que ela disse. Eu fui buscar as folhas de jarmello — você responde.

— Folhas de jarmello? O que é jarmello?

— Eu não sei. Uma planta, talvez.

— Então de acordo com suas palavras e com as de sua irmã Lívia, você foi apenas buscar essa possível planta pra que ela fizesse o tratamento nos cabelos?

— É, foi isso — você afirma.

— E eu estou de prova. Eu vi o exato momento em que elx estava paradx bem em frente à porta da casa. Isso foi momentos antes da chegada das viaturas — dona Leca diz.

— Ok, muito bem — Zhylan diz dando um breve suspiro — Mas tem uma coisa que eu não entendo.

— Pode perguntar que S/N diz tudo, né S/N? — Lívia fala.

— Naquela hora que chegamos na residência, você estava paradx, bem tranquilx. Não tentou fugir, nem nada. Normalmente pessoas intrusas em residências alheias fugiria pra não ter que se explicar pras autoridades depois. Por que você fez isso? Por que quis correr o risco de ser presx por isso? Você não ficou com medo?

— Não tinha porque eu ficar com medo. Não sou criminosx, não 'tava fazendo nada de errado. Eu já disse isso, não é?

— Sim, disse. Mas parece que algo não faz sentido — ele diz.

— Caramba, me desculpe mas você é bem turrão mesmo, hein? — Lívia se pronuncia, indignada.

— Do que você me chamou, dona? — o policial pergunta virando-se para sua irmã.

— S/N já disse que não estava fazendo nada de errado na casa da dona Ami. Por que você insiste em querer fazer parecer que elx é culpadx?

— Escute, dona, não é sua vez de falar. Eu ainda escolho as perguntas que devem ser feitas.

— Por favor, Lívia, não vai arranjar confusão com o policial — você solicita temendo a situação.

Então, ela cruza os braços, encosta-se na cadeira e cruza as pernas fazendo uma cara emburrada.

— Bom, seu policial, não sei qual rumo o senhor que levar esse depoimento, mas eu tenho certeza de que eu não sou culpadx de nada que o senhor tenha em mente. Eu não conheço as pessoas que dona Leca viu na casa e não tenho amigos em Miríade também se isso for importante pra você. Exceto uma pessoa que é da mesma escola que eu estudo, mas eu tenho certeza de que não se trata dos suspeitos em questão aqui — você declara — E quanto à minha irmã, ela tá certa. Eu posso estar enganadx, mas parece que o senhor quer me fazer de culpadx no meio disso tudo. Se esse for o caso, infelizmente eu terei que fazer contatos e pedir uma defesa de um advogado e denunciar esse possível ataque. O senhor está de acordo com a lei, não é? Você sabe que isso é crime e pode resultar em grandes problemas, não sabe?

O oficial fica emudecido por uns segundos lhe olhando fixamente e, sentando bem devagar na cadeira ele diz:

— Okay, okay. Gostei da sua resposta. Parece bem convincente e verdadeira. E respondendo a sua pergunta: sim, com certeza eu estou de acordo com a lei e a conheço muito bem. Pode ter certeza que não estou querendo lhe acusar de ser responsável pelo crime, de modo algum. Eu estou apenas querendo esclarecer dúvidas. É meu dever fazer perguntas repetidas vezes pra poder analisar quem está sendo interrogado. Ou você não sabia disso? Não precisa responder a essa pergunta — ele fala dando uma pausa — Mas saiba que acusar uma autoridade de algo não verdadeiro também pode causar problemas maiores para o réu e desse modo ele ou ela passará a ser bem questionável. Mas eu tenho certeza de que isso não está acontecendo aqui, não é mesmo? Há muitas injustiças no mundo e não é certo pagar por algo que não fez.

— Eu concordo — diz a senhorinha rouca.

Você nada diz apenas encarando Zhylan seriamente até que ele diz:

— Então, mudando de assunto, me diga, já que você estava só na casa de dona Amelita, quero que me diga, que me descreva exatamente como encontrou a casa quando chegou para pegar esses... jarmelos. Não é assim que se diz?

— É, jarmelos — você fala.

— Pois me diga: como estava a casa quando você chegou?

— A porta de entrada 'tava entreaberta. Eu chamei por dona Ami algumas vezes e como ela não respondeu acabei empurrando um pouco e entrei pra ver se ela se encontrava.

— Certo. Vamos falar agora sobre os tais suspeitos. Agora eu vou perguntar pra você e para a dona... Me desculpe, eu me esqueci de seu nome — Zhyan fala olhando para a senhorinha.

— Eu me chamo Leca Rosanini — ela responde.

— Pois bem, dona Leca. Diante da afirmação que tenho em que a senhora viu os dois suspeitos que tratamos em questão onde há a afirmação que um deles não é S/N Montenegro, por favor, eu peço que me descreva melhor como são os indivíduos para que o retrato falado seja feito por nosso desenhista e irmos atrás das pessoas certas.

— Obrigada, senhor Zhyan — ela diz — Pois bem, como eu já disse antes havia uma moça jovem, de pele branca, muito bonita. Ela tem os cabelos loiros, lisos e sempre que aparecia na casa de dona Ami ela estava com ele preso com um rabo de cavalo. Também sempre vinha vestida numa roupa de enfermeira e trazia sempre uma maleta prateada que parecia um kit de primeiros socorros. Eu não tenho plena certeza se era isso mesmo pois eu só a via de longe do portão da minha casa.

— E quanto ao rapaz? Como ele era?

— O rapaz é um homem um tanto charmoso com seu cabelo preto todo arrumadinho no estilo Elvis Presley.

— Elvis Presley?

— É, ele sempre vinha numa moto cheia de luzes azuis e parava em frente à casa de Ami sempre com um cigarro na mão e com aquela roupa de anos oitenta: calça jeans, uma camisa branca e uma jaqueta às vezes preta, às vezes jeans. Ele vinha principalmente para levar a tal garota loira embora, mas tinha vezes que ele só vinha pegar algo e ia embora. Mas o que mais me chamou atenção foi quando um dia ele entrou na casa. Não demorou tanto, só alguns minutos, mas eu achei bem estranho. Até aí tudo bem, talvez não pudesse ser nada de mais. Mas aí tudo mudou quando eu fiquei dois dias sem ver a minha vizinha Ami. Ela sempre costumava passear com seus animais, principalmente com a cabrita dela e, nesses dois dias, ela não apareceu mais. Cheguei até a pensar que ela tinha viajado, mas eu via as luzes da casa acesas algumas vezes e a garota loira continuava a vir.

— Certo. Prossiga — Zhyan fala.

— Foi aí que chegou a noite de hoje. O rapaz da moto reapareceu depois de dois dias sem vir e na garupa estava a moiça loira. Mas ela não estava em seu traje branco. Ela estava parecida um pouco mais como ele.

— E o que levou a senhora a fazer a ligação para irmos até lá? Qual foi o motivo pra nos contatar?

— Hoje aconteceu algo diferente dos outros dias. A tal moça loira costumava chegar sozinha na casa de Ami e hoje ela veio acompanhada do rapaz. Pelo menos assim eu concluí já que eu vi os dois saindo bem apressados da casa carregando uma bolsa não tão grande. Puseram na moto e saíram em disparada. Foi então que eu corri pra dentro de casa e procurei o telefone pra poder ligar o mais rápido possível pra polícia — Leca conclui.

— Correto. Com todas essas informações fica mais claro e fácil de prosseguir com a investigação. Elas já contam como uma boa ajuda e vão ser anexadas ao restante de informações que temos até agora. Muito obrigado dona Leca por nos conceder essas informações e compartilhar tudo o que você pôde testemunhar com a gente — Zhyan fala.

— Não tem de quê, seu policial. Tudo o que eu sei é somente isso. A sorte é que eu sou uma pessoa bem interessada e me preocupo com a segurança da vizinhança. Mas se eu souber de mais coisas por alguém eu terei o prazer de contar a vocês. Nós aqui queremos que os responsáveis pelo o que aconteceu com a nossa amiga paguem.

— Entendido.

— Bom, então acabou? É isso? Podemos ir embora? — Lívia pergunta levantando-se da cadeira.

— Ao meu ver parece que temos uma boa quantidade de informações e como ambxs já deram seus depoimentos acredito que talvez podemos encerrar por aqui — Zhyan diz.

— Ai, que ótimo! Me perdoe seu policial, mas eu não via a hora disso aqui acabar.

— Eu entendo, dona Lívia. Me perdoe pela demora, mas precisamos dessas informações pra que tudo isso seja resolvido o mais depressa.


— Eu sei, eu sei. Mas o que importa é que já deu nossa hora. Nós podemos ir, não é? Temos que assinar alguma coisa ainda, algum papel? É que eu ainda preciso tratar meus cabelos.

— Bom, se ninguém não tem mais nada para falar...

— Ótimo, ótimo. Nós não temos mais nada a falar, isso foi tudo — sua irmã diz apressando-se.

— Certo, mas antes eu só preciso que assinem esses papéis como confirmação de que deram esses depoimentos e...

Nesse meio tempo enquanto Zhyan já começa a iniciação para preparar os papéis do depoimento para assinarem, algo repentino surge em sua mente lhe fazendo questionar se poderia ser inserido no depoimento e assim auxiliar de alguma forma o avanço da investigação.

Trata-se da fala de dona Ami sobre algo que acontece com ela por algumas repetidas noites, mas que nunca sabe como ocorre de fato. Uma vez ela disse que acordava no dia seguinte de manhã e Mirella não estava mais lá, como se conversassem por um tempo e do nada ela dormisse repentinamente o que lhe trouxe um pensamento no mínimo suspeito.

Sendo assim, você pensa numa hipótese de compartilhar o fato para o policial Zhyan adicionar a informação ao depoimento podendo assim ter mais motivos pra que a procura por Mirella fosse agilizada por ter mais uma acusação na qual ela possivelmente teria que responder.

Todavia, também é válido lembrar que talvez a sua interpretação esteja errada. Talvez Mirella possa não ser culpada por esse fator suspeito e não ter nada a ver com a sonolência e esquecimento de dona Ami. Talvez ela tenha simplesmente ido embora depois que Ami adormeceu e isso seja uma coincidência. Nesse caso seria errado e injusto querer insinuar que a mesma possa ter feito algo sem realmente ter feito e assim poder a vir sofrer consequências como ser punidx por difamação e calúnia por ter contado algo não verdadeiro para as autoridades.

Mas... e se não fosse assim?



Tendo em vista tantas teorias e questionamentos, após pensar um pouco sobre a — possível — informação obtida, você decide que seria mais vantajoso contar a informação a Zhyan.


No momento em que Lívia já iniciara a assinar o papel de comprovação de depoimento, você de uma vez interfere a ação quando, sem pensar, dispara:

— Eu preciso dizer uma coisa que eu acho que é importante pra esse caso.

Todos da sala olham imediatamente para você com uma expressão desconfiada e de espanto e tudo que está sendo feito é interrompido.

— Eu tenho mais uma informação pra que ela seja adicionada no depoimento. Eu acabei me lembrando agora e acho melhor dizer logo antes que eu me esqueça ou me arrependa depois.

— Que história é essa, S/N? O que você vai inventar agora? A gente quer ir embora, lembra? — sua irmã fala arregalando os olhos como quem quer dizer “CALA A BOCA!”

— Eu não vou inventar nada, só dizer algo que me veio em mente e acho que vou me sentir culpadx por não ter dito antes — você diz dando uma breve pausa e logo continua... — Dona Ami uma vez me disse que tinha vezes que ela acordava pela manhã sem lembrar do que havia acontecido na noite passada. Pra ser mais específicx ela disse que acordava no dia seguinte pela manhã sem a presença de Mirella antes de ficarem conversando por um tempo na noite anterior. É como se elas estivessem juntas e de repente acontecesse algo pra que dona Ami adormecesse rapidamente.

— Acontecesse algo? Como assim? O que você tá querendo insinuar, garotx? — Zhyan questiona.

— Eu não tô querendo insinuar nada, mas é porque você não acha meio suspeito alguém estar com uma outra pessoa conversando e dormir assim de repente e no dia seguinte acordar sem a presença daquela pessoa com você, meio sem se lembrar direito do que aconteceu?

— Não. Pra mim isso parece perfeitamente normal. Uma pessoa muito cansada pode passar por isso facilmente ou alguém que ingeriu algum medicamente forte ou bebida alcoólica.

— Esse não é o caso de dona Ami — você afirma.

— Talvez a garota, a tal Mirella viu que dona Amelita estava muito cansada e a coitada acabou dormindo de uma vez e ela preferiu deixar a dona da casa sozinha.

— Assim sem mais nem menos?

— Assim sem mais nem menos.

— Isso parece no mínimo muito suspeito.

— Saiba que isso é uma acusação e tanto. Sabe que isso pode acarretar consequências caso não for verdade. O que exatamente você sabe sobre isso? Tem evidências, provas de que isso possa ter acontecido como suspeita?

— Não, eu não tenho — você diz — Talvez eu possa estar enganadx.

— Mas se isso for verdade tem que parar e avaliar porque até que faz algum sentido. Já pensou se essa garota fez isso mesmo? — Lívia diz, indignada — Se segundo S/N a dona Ami ficava meio desorientada, quer dizer que ela pode ter sido até dopada por essa Mirella.

— Mas por qual motivo ela faria isso? — Leca pergunta.

— Essa é uma boa pergunta. Eu vou adicionar isso ao depoimento e avaliar o que faremos com ela. Certamente em uma ocasião propícia perguntaremos diretamente à vítima e ver o que ela tem a dizer sobre isso. Se não tiver nada vamos ter que rejeitar essa teoria — Zhyan declara.

— Pronto, eu já assinei meu nome, agora só falta S/N. Depois disso já podemos ir embora? — Lívia pergunta.

— Sim, podem. E eu agradeço a vocês por me darem um pouco de tempo pra isso.

— Já que não tivemos escolha, né?

Você rapidamente assina seu nome no papel de depoimento entregando a caneta para Leca e logo diz:

— Pronto. Eu já assinei também. Já podemos ir agora.

— Ótimo. Se nos der licença agora, seu policial nós precisamos ir. S/N tem que acordar cedo pra aula de amanhã e eu ainda tenho que preparar minhas coisas também. Mas outra hora eu quero visitar a dona Ami. Quero ver como nossa amiga tá — Lívia diz — Não tem mais nada que o senhor precise, não né policial? Pelo amor.

— Não, não. Vocês estão liberadxs. Eu e minha equipe continuaremos a investigar com cautela baseado no que vocês nos passaram. Assim que quiserem e quando pudermos nós passaremos todas as informações possíveis.

— Ok. Com certeza nós iremos. Com um tempo tudo vai ser esclarecido. Agora, vamos S/N! Estamos atrasadxs.

— Calma, me esperem. Eu vou com vocês — diz Leca.

— O quê?! — exclama Lívia.

— É, ela mora em frente da casa da dona Ami. Ela também tá indo por aqueles lados — você diz.

— Tá bom, eu dou uma carona pra senhora. Mas tem que ser agora.

— Tudo bem, eu já terminei — a senhora diz.

— Até mais, S/N. Até breve. Foi um prazer conhecê-lx — Zhyan diz olhando para você, na qual retribui dando um breve sorrisinho.

Então, sem muita demora, você, Lívia e Leca se despedem do policial Zhyan e logo saem da sala do interrogatório bem depressa. Porém, ao passar pela porta, você dá uma olhada pela janela de vidro em direção a Zhyan que lhe olha seriamente do outro lado. A sua cara de poucos amigos lhe amedronta um pouco, pois ele nem sequer pisca os olhos. Sendo assim, pra escapar do clima tenso e também um tanto esquisito você se apressa mais uma vez e, em passos acelerados sai de vista do homem torcendo pra que o “até breve” que ele disse nunca viesse a acontecer outra vez.



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Autor(a): brenno.gregorio

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

    "Eu fico tentando pensar em tantas coisas que quase acabo enlouquecendo. Ao mesmo tempo que parece que estou prestes a fechar um ato e passar pro próximo, parece que mais atos vão se construindo e assim ficando espaços em abertos que eu nem sei se algum dia vão se fechar. Era pra ser uma coisa de cada vez, mas parece que cada vez ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • white_giraffe Postado em 01/04/2023 - 18:28:04

    Oi, também sou nova neste site que tentou publicar outras fanfics. Estou ansiosa para o próximo capítulo, espero que continue! ⁠✿

    • brenno.gregorio Postado em 01/04/2023 - 23:22:56

      Oi! Obrigado por gostar da minha história, fico muito feliz. O capítulo 3 já vai estar disponível em instantes. Não perde, não! :)


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