Fanfic: Os órfãos de Nevinny | Tema: RPG, drama adolescente, mistérios

— S/N! S/N! Acorda! — uma voz ecoa lhe chamando.

Aos poucos seus olhos se abrem até enxergar por completo o cenário que se forma adiante. Uma fila de conhecidos olhando para você com expressões misturadas entre preocupação e confusão é o que lhe faz despertar por completo.

— S/N, queridx, você está bem? — uma outra voz pergunta, apreensiva.

Olhando em direção da dona da voz vê que se trata de Meredith que lhe fita com um ar de preocupação estampado no rosto.

— Eu tô bem. Por que vocês estão olhando pra mim desse jeito? — você pergunta, confusx.

— E você ainda pergunta? O que você tá fazendo aí no chão? — pergunta Cynthia — E cadê as coisas do professor Daves que ele mandou pegar?

— Eu...

— Senhorita Cynthia, por favor não se exalte. Deixe que resolvemos isso, por favor — diz Meredith na tentativa de acalmá-la.

— S/N, você poderia nos contar o que aconteceu? — pergunta o professor Daves.

— Mas por favor diga com uma riqueza de detalhes. Exatamente o que aconteceu — solicita Rebekah.

— Como eu vou saber? Vocês não estão vendo que nem eu tô entendendo nada? — você diz — A única coisa que eu lembro é que eu ‘tava indo em direção a sala do professor Daves pegar as coisas e depois... bom, depois daí eu não sei mais de nada.

— Acho que devemos levar S/N à enfermaria para uma análise. Essa é a melhor coisa a fazer em situações como essa. Com certeza as enfermeiras saberão o que fazer e irão tomar conta de S/N com seus devidos cuidados — diz Meredith, decidida.

— Eu também acho — diz Allison — S/N precisa de um descanso.

— Certo, então vamos. Acabou a hora do show. Vamos, S/N. Levante-se desse chão e vamos comigo para a enfermaria. Você precisa esclarecer perfeitamente tudinho o que aconteceu.

— Eu ajudo — diz Rebekah prontamente lhe ajudando assim como Allison que também faz o mesmo.


⌚ Um tempo depois...


Após passar um período na enfermaria tendo que passar pelo processo de checagem além de ter que responder repetidas vezes para Meredith e as enfermeiras que não se lembrava de forma alguma como havia parado estiradx no corredor, você volta para a classe, pois já está prestes a tocar o sinal para o intervalo.

— Como você está? Se sente melhor? — Rebekah pergunta assim que você se senta.

— É, eu tô bem. Obrigadx — você diz.

— Você comeu hoje? Às vezes o desmaio é causado quando a gente fica muito tempo sem comer causando fraqueza — Allison afirma.

— Eu comi, sim. Não sei o que foi que aconteceu.

— Pois não parece. Você tá pálidx e com cara de quem tá com fome — Max comenta.

Você nada responde.

— Ficamos preocupados com você. Já pensou se você batesse em algum lugar que não devia — fala Cris.

— Não foi nada. Não precisam se preocupar.

O sinal toca.

— Bem, todos estão liberados para o intervalo. S/N se cuide e não esqueça de concluir seu trabalho. Ele é para nota, não se esqueça — Daves diz olhando para você dando uma piscadela.

— Eu perdi muita coisa? — você pergunta baixinho para Rebekah.

— Não muito. Foram só alguns detalhes e algumas dicas. Depois eu passo elas pra você — ela responde.

— Tá. Obrigadx.

E assim, não tardando, você, Rebekah, Cris, Allison e Max vão para o refeitório aproveitarem o intervalo. Durante o percurso inteiro você mantém-se em completo silêncio ainda lembrando do que acontecera: como você foi parar no chão do corredor misteriosamente? O que aconteceu antes disso? E a visão com Micaella beijando Tommy no corredor? Aquilo foi real ou só uma ilusão de sua cabeça? Se foi real, será que foram eles os responsáveis por você ir parar na enfermaria? São tantas questões e tantas possibilidades. Mas será que elas realmente devem ser consideradas?

Enfim, finalmente chegando em uma mesa você e seus colegas começam a conversar. Ainda de modo quieto, caladx você permanece em seu mundo de dúvidas se questionando. Isso até que um certo alguém tira sua atenção lhe fazendo voltar para a realidade.

— Prestem atenção. Foco geral. Vocês sabem da última? — pergunta Max.

— Da última? — diz Allison sem entender.

— Duas amigas do 1º B saíram no tapa só porque uma copiou a mesma ideia da outra.

— O quê? Como assim? — questiona Rebekah.

— É, duas amigas se estapearam por conta de um vestido. Parece que as duas tiveram a mesma ideia do que iam vestir no baile, uma não gostou, as duas se acusaram de inúmeras coisas e deu no que deu — Cris declara.

— Que coisa ridícula. Amigas brigando por coisas fúteis — comenta Allison.

— Concordo — você diz.

— Como você sabe disso, Cris? Agora tá ficando expert em fofocas? — brinca Rebekah.

— Mas eu não tô fazendo fofoca. Só tô trazendo uma informação pra vocês — assegura Cris.

— Ah, tá. Até parece. Nem vem com essa conversa pra cima da gente.

— Mas é sério. Vocês não acreditam em mim?

De imediato vocês riem nem sequer dando uma resposta enquanto que Cris olha para vocês com uma cara de desentendidx. Ao mesmo tempo que isso acontece a veemente e animada Micaella chega encostando-se à mesa.

— Gente, vocês estão sabendo da fofoca das duas amigas? Não se fala de outra coisa. É o assunto do momento em toda a escola.

— É, a gente 'tava falando sobre isso agorinha — diz Allison.

— Nossa, que coisa patética. Duas amigas de tanto tempo brigarem por uma besteira dessa? Isso é terrível. Assim dá pra gente ver que elas não eram tão amigas assim. Amigas de verdade não fazem esse tipo de coisa. Não engana e não mentem uma pra outra. Nossa como eu tenho sorte de ter a Rebekah como a minha 'best forever' — Micaella diz sentando-se ao lado de Rebekah dando-lhe um abraço na qual a mesma corresponde.

— Ahh, que fofas! Mas até parece que isso quase não aconteceu quando quase brigaram por causa do Thomas — Max comenta.

— Nem me fale. Só de pensar que por causa disso quase acabamos nossa amizade — Rebekah diz balançando a cabeça.

— Não pense, minha amiga, não pense. Vamos deixar esse assunto pra lá. Esse assunto já morreu pra gente — Micaella diz — Inclusive nem foi sobre isso que vim falar. O assunto principal é o baile. Vocês já sabem o que vão vestir?

— Lá vamos nós de novo — queixa-se Allison.

— Eu já sei. Micaella e eu estamos planejando algo bem formidável. Acredito que vai ficar bem bonito — comenta Rebekah.

— Vai sim, amiga — Micaella fala.

— Vocês não acham que ainda tá muito cedo pra isso? O baile é só em dezembro. Ainda falta um pouco menos de dois meses eu acho — você diz.

— Concordo — opina Allison.

— Discordo totalmente. Eu digo e repito: nós temos que arrasar. O quanto antes estivermos com as nossas roupas lindas e prontas, mais os outros vão ver pro que viemos. Não vamos ficar conhecidos como o primeiro ano amador. Nossa série é de classe alta — Micaella diz, gargalhando.

— Eu também discordo de S/N. Esse baile tem que ser o melhor de todos — Max declara.

— Eu não vejo a hora pra gente curtir esse baile. Nós juntos vamos ser a sensação do momento. A trupe inteira vai ser referência e destaque em Montreal — Cris ri.

— Trupe? — Max pergunta sem entender.

— Nossa, você falando isso me fez lembrar da Lavínia. Esse vocabulário combina tanto com ela — diz Rebekah — Afinal, por que ela não veio hoje?

— Eu soube que ela ia à uma consulta — você responde.

— Eu espero que ela fique boa logo — Micaella comenta — Agora mudando de assunto: oque foi que aconteceu com você, S/N? Você desmaiou no corredor da escola? O que foi que aconteceu? — Micaella questiona.

— Eu só desmaiei. Não 'tava bem. Acho que era fome — você fala tentando disfarçar.

— S/N do nada teve um surto. Isso que aconteceu — Cris brinca.

— Ainda bem que não foi na frente da escola toda. Imagina a vergonha — Max fala.

— Poxa, obrigadx — você diz.

— Ah, não vai ficar chateadx. Vai me dizer que eu tô erradx?

— Não, não tá — você concorda dando um sorrisinho.


E, durante as conversas no refeitório, estranhamente, Micaella fica lhe observando por algumas vezes. Toda vez que você percebia o olhar dela, imediatamente a mesma virava o rosto como se disfarçasse o momento. Suas desconfianças lhe viam à mente a todo instante no momento em que lembrava da cena que supostamente havia visto no corredor há uns minutos e junto á ela as perguntas que ainda lhe perturbavam. Será que aquilo foi tudo real ou só um lapso da sua imaginação?