Fanfic: Os órfãos de Nevinny | Tema: RPG, drama adolescente, mistérios

— E agora, o que a gente vai fazer? Tem homens vigiando por toda a parte, não é? Dessa vez não tá deserto como da outra vez — você diz, apreensivx ao observar dois grandes homens andando por volta da entrada do bueiro em frente ao galpão.

— Eles estão segurando dois porretes enormes. Eles são de madeira? O que eles pensam que vão encontrar por aqui? — Lavínia questiona, curiosa.

— A gente vai precisar despistar eles, mas não podemos porque se eles nos verem aqui vão perguntar o motivo da gente estar aqui — Allison fala.

— Então, a gente vai voltar?

— Eu acho que sim pelo visto — você hesita.

— Não, eu tenho uma ideia melhor. A gente vai precisar fazer barulho — Alisson fala.

— O quê?! — Lavínia pergunta.

— Anda, encontrem uma pedra depressa. Ela não pode ser nem tão pequena e nem tão leve.

— Pedras é só o que tem aqui — você fala olhando ao redor.

— Esses guardas são durões mas são muito protetores também. Se a gente fizer com que um deles vá para um lado, o outro vai também. Eles são muito unidos.

— E bem burros, né? Me desculpa. Porque se eles têm que proteger uma coisa importante assim, enquanto um fica de guarda o outro vai olhar de onde veio o barulho.

— Olha, achei uma aqui — você diz entregando uma pedra para Allison.

— Não quer fazer as honras? — elx pergunta.

E assim, você pega a pedra da mão de Alisson e, esperando um bom momento, você espera até que tenha certeza de que nenhum dos guardas irá te ver.

Saindo de onde está e indo cuidadosamente para não pisar nas folhas secas para de trás de um outro arbusto, você observa tranquilamente o movimento até que enfim cria coragem e... *CRASH*. O vidro da janela cai em estilhaços, sujando todo o espaço e no mesmo instante um dos guardas sai da guarda caminhando ao redor, porém o outro ainda permanece lá.

— Tá vendo? Ele não foi. Como a gente faz pra sair daqui? — Lavínia pergunta ao ouvir o primeiro guarda gritando por perto.

— Alguém joga outra pedra pra disfarçar o outro guarda — Allison sugere.

Lavínia, por sua vez consegue outra pedra um pouco menor daquela que você jogara. Sem pensar, imediatamente ela a arremessa porém, essa acaba atingindo ao lado do outro guarda que está bem atento de guarda.

De imediato ele nota o objeto e começa a chamar pelo primeiro guarda que ainda anda ao redor. Os dois se juntam e começam a andar em simultâneo bem na direção onde estão.

— E agora eles estão vindo pra cá. Ótimo, Lavínia — você diz, preocupadx.

— Não acredito que vão pegar a gente outra vez — Allisson fala, aflitx.

— Calma, gente. A gente vai sair devagar e com cuidado e eles não vão ver a gente — ela diz.

— Isso não vai funcionar — Allison fala — A gente vai ter que aparecer. Não tem mais jeito. E vocês vêm logo comigo.

— O quê?! — você pergunta. 

Desse modo, Allison sai de trás do arbusto primeiro e logo atrás vocês acompanham sem fazer movimentos bruscos e sem dizer nada. Os guardas que se aproximam ferozmente, ao lhes verem, de imediato param e ficam estáticos, observando.

Um deles faz um movimento para o outro indicando para abaixar o porrete. Allison, por sua vez, acena com a cabeça para o guarda e puxa vocês em direção à entrada do poço apenas dizendo "Vamos".

⌚️ Após alguns minutos já tendo passado pelo túnel..

— Eu ainda não entendi o que foi aquilo. Por que os guardas deixaram a gente passar assim tranquilamente? Eles ficaram que nem uns tontos olhando pra você, Allison, e não fizeram nada — Lavínia questiona, perplexa.

— E-eu não sei. Eu também não entendi nada. Você acha que eu sei de alguma coisa? — Allison diz.

— Agora eu tô preocupada. Será que eles vão contar alguma coisa pros chefes deles? Eles vão colocar a gente numa cela?

— É verdade. Isso vai acontecer com a gente? — você pergunta, preocupadx.

— Não gente, não! Isso não vai acontecer com vocês. Tenham calma. Se eles quisessem pegar a gente já tinham nos pego e nos denunciado. Tenham calma. A floresta tá bem ali e tudo o que a gente precisa fazer é passar por ela até chegar no túnel escuro. Não é isso o que a gente quer? Saber o que tem lá dentro? — Allison questiona, exaltadx.

— Será que não é melhor a gente voltar? — você pergunta, pensativx.

— De novo S/N com esse medo. A gente já tá aqui então vamo' logo continuar — Lavínia fala.

— É só que ... — você inicia — Tá bom, vocês têm razão. Vamo' logo acabar com isso.

— Isso. Assim que se fala, S/N. Mas tudo na maior seguridade. Nós temos que agir com toda cautela nisso. Precisamos agir de forma pressurosa — Allison diz.

— Seguridade. Pressuroso. Lá vem você com seu vocabulário besta — Lavínia reclama — A gente tem que cair dentro e de cabeça. Nada de pressuroso. Eu, hein?

— Tudo bem, Lavínia. Mas a gente tem que ir logo. Poder ser? — Allison pergunta — S/N, você vem?

— Vamos. Eu topo — você responde.

Depois de terem passado pela floresta que está com a maioria das folhas das árvores secas, enfim chegam em frente ao túnel que antes viram naquela noite. Porém, ele está diferente agora.

— Olha, ele tá logo ali. Nem parece o mesmo. É cheio de folhas por dentro — você diz, descrevendo a imagem à vista.

— Quando a gente veio era noite. Ele parece bem maior agora — Allison comenta.

— E o que a gente faz agora? O lugar tá limpo. Não tem ninguém — Lavínia fala, observando.

— Vamo' esperar um pouquinho. A gente vê se ninguém aparece, aí a gente vai — você sugere — Allison, não tem perigo de ter câmeras por aqui ou alguém vigiando? E se tiver alguém aí só esperando pela gente?

— Eu acredito que não. Os guardas ficam lá fora, então acho que ninguém estaria aqui dentro também — Allison responde. 

— Você acha?

— Bom, de qualquer jeito a gente tem que tomar cuidado.

Após ficarem alguns minutos de vigia, ninguém ou nenhum rastro de alguma pessoa aparece no local. Já impacientes e também curiosos, então ambos chegam a um acordo e decidem que é hora de avançar.

— Já estamos aqui e não teve sinal de ninguém passando. Vocês estão prontxs pra ir? Lavínia? S/N?

— Eu espero isso há décadas — Lavínia fala, animada. 

— Eu também. Vamo' logo ver o que tem lá dentro — você diz.

Em passos lentos e cautelosos, devido ao barulho das folhas secas das árvores no chão ao pisá-las, individualmente, você, Allison e Lavínia saem da floresta e começam a atravessar o caminho para chegarem do outro lado onde está o túnel. Sempre de guarda e com atenção em todos lados para não se surpreenderem com algum perigo, seus passos aceleram na preocupação e no intuito de chegarem o mais depressa no destino logo à frente.

— Ótimo! Conseguimos chegar! Finalmente a gente vai poder ver o que tem dentro do túnel! — Lavínia comemora com toda empolgação — Mas olha que coisa linda! É um túnel extenso cheio de plantas — ela completa admirando a beleza do local.

— É lindo mesmo. Mas onde será que isso vai dar? — você pergunta.

— Vamos andar e descobrir — Allison diz.

Sendo assim, vocês iniciam a andança sobre à aparentemente infinita e formosa trilha. A sua formação é esplêndida e de certa forma especial. O lugar possui uma beleza indiscutível na qual faz vocês se sentirem como se estivessem num daqueles lugares incríveis que veem na televisão ou internet. É como se fosse um tesouro escondido que tem que ser descoberto, assim vocês pensam. Com certeza serviria de um lugar turístico atraindo muitos olhares e visitas de todo o mundo.

📍 Após alguns minutos ainda na trilha...

— Nossa, a gente tá andando há séculos e até agora não vimos nada — Lavínia reclama com uma expressão não tão boa — Eu acho que já tô ficando fraca e querendo enjoar.

— Eu também. Mas acho que tô sentindo um peso na cabeça. É como se ela desse umas pontadas — você diz também reclamando.

— Eu não tô sentindo nada — Allison comenta — Vocês querem voltar?

— Não, não. Eu quero continuar. Acho que a gente não deve tá tão longe — Lavínia diz.

— Tem certeza, Lavínia? Você parece cansada. Não pode fazer muito esforço — você diz.

— Eu tô bem. Eu juro. Eu consigo continuar — ela diz enquanto seca o suor da testa.

— O pior é que nós viemos sem preparo pra isso. Nós não trouxemos nada pra gente se alimentar. Ou uma água, sei lá — Allison fala.

— Nós somos péssimxs em sermos escoteirxs — você comenta.

— Se vocês quiserem voltar a gente volta, sem nenhum problema. Mas aí a gente não vai descobrir hoje o que tem na frente.

— Não, Allison. Eu consigo. A gente vai seguir, não é S/N? O enjoo tá até quase passando — Lavínia diz.

— Por mim tá tudo bem. A gente consegue. Minha cabeça também deve tá doendo por outro motivo. Eu tô aqui pensando e não consigo achar a resposta — você inicia.

— O que foi, S/N? — Allison pergunta.

— Estamos andando por essa trilha de trem, mas... aqui não passa na nenhum trem, não é? Tipo, nós começamos a trilha mas não tem nenhum trem lá.

— Eu também 'tava pensando nisso e pra mim também não tá fazendo sentido.

— Ohh, e o trem não pode tá em outro lugar? — Lavínia diz.

— Que lugar? — Allison pergunta.

— E eu que sei? Você que mora aqui no bairro não sabe. Eu só fiz uma sugestão. Como que um trem vai passar aqui? Vocês nao viram que ali de onde a gente começou não tem nada? E pra onde ele iria? A gente ia ver ele pela cidade. Como que um trem vem prq cá? Eu ja andei essa cidade inteira e nunca vim parar aqui.

— É, você tem razão — você afirma. 

— Eu sei. Eu não disse?

Lavínia termina de falar e, de repente, surgem sons de helicóptero vindo ao fundo na qual em segundos vão chegando mais perto. Eles parecem passar bem por cima de suas cabeças indo na mesma direção em que fora da outra vez em que estiveram noites atrás. 

— Olha, são os helicópteros de novo! — Lavínia exclama.

— Será que eles vão pro mesmo lugar da outra vez? — você pergunta.

— Vamo' lá, vamo' ver. Eles não devem estar longe — Allison diz indo em direção à parede de plantas.

— Peraí, o que você tá fazendo?

E então, ao chegar próximo da parede, Allison começa a fuçar entre as folhas abrindo um pequeno espaço posteriormente atravessando-a.

— Pra onde Allison foi? — Lavínia pergunta.

E logo vocês vão atrás de Allison imitando seus passos também atravessando a parede.

Assim fazendo, você se depara com um enorme e vasto jardim com vários objetos que parecem muito brinquedos de um parque de diversões. Há gangorras, uma barca, uma roda gigante faltando alguns assentos, um carrinho de pipocas com um palhaço segurando um balão, entre outros brinquedos comuns de parque. Porém, eles se encontram desgastados, enferrujados e faltando algumas partes.

— Nossa, olha isso! Vocês têm um parque aqui! Ele é enorme! — você exclama admirando o imenso local.

— Por que vocês não restauram esse lugar? Por que ele tá abandonado desse jeito? — Lavínia questiona.

— O quê?! Mas do que é que vocês estão falando? — Allison pergunta sem entender.

— Eu não entendi o que você tá falando. Nossa, parece que o enjoo ta voltando.

— Parece que eles vão pousar ali. Bem no mesmo lugar da outra vez — você fala apontando para depois de uma parede localizada atrás do tal parque.

— Vocês estão enloquecendo? Não tem parque aqui. É só um jardim. Isso não é hora de vocês brincarem — Allison fala.

— Como que você não tá vendo um parque se S/N também tá vendo o parque? Você tá cegx ou o quê? Ele tá bem ali!

Repentinamente, Allison fica na frente de vocês chamando suas atenções, mas ao olharem de volta para o jardim estranhamente todos os brinquedos e decorações sumira. Sendo assim, sem hesitar logo tratam de comentar o ocorrido entre si.

— Mas ele sumiu! — Lavínia exclama.

— Ele 'tava bem aqui — você diz.

— O que sumiu? — Allison questiona — Vocês estavam com os olhos vidrados nesse jardim dizendo que tem um parque aqui do nada. Agora estão dizendo que ele sumiu?

— Mas tinha. Ele 'tava aqui agora mesmo — você fala olhando em volta.

No mesmo momento, Lavínia começa a vomiitar ao passo que os helicópteros estão a decolar do mesmo ponto de onde pararam.

— Mas o que é que tá acontecendo com vocês? — Allison pergunta enquanto observa toda a cena com expressão de repulsa.