Fanfics Brasil - Capítulo 13 - Rosas no precipício Outono em Abril

Fanfic: Outono em Abril | Tema: Stray Kids


Capítulo: Capítulo 13 - Rosas no precipício

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Hyunjin


O terraço seria o último lugar onde alguém procuraria por ele e somente eu seria capaz de levantar essa suspeita. Chamei o elevador e fiquei rezando para estar certo naquele palpite, apesar de que isso poderia não significar boa coisa também, pois Lee Know era acrofóbico e sempre passava mals bocados quando era obrigado a estar sobre alturas muito elevadas.


Desatei a correr assim que a porta do elevador se abriu no décimo quarto andar, subindo tão rápido as escadas de emergência, que passei pela porta do rooftop quase totalmente desprovido de fôlego. Apoiei as mão sobre os meus joelhos para respirar e, quando olhei para o lado, avistei Minho sentado no chão, encostado contra a parede do prédio.


Não tinha muitas fontes de luz ali naquele horário e a noite já tinha se estendido no céu. Andei apressado na sua direção e me abaixei para tentar falar com ele.


Lee Know estava no escuro, segurando os joelhos flexionados em frente ao corpo. Seus olhos estavam extremamente arregalados e piscando com muita frequência.


- Meu Deus, Lee Know - exclamei e o abracei automaticamente, mesmo que completamente sem jeito por conta da posição em que ele estava sentado. - Eu estava morrendo de preocupação. Temos que sair daqui!


Lee Know balançou a cabeça negativamente.


- Eu não consigo - disse, com uma expressão de intensa frustração. - Eu já tentei...


Notei que os olhos dele estavam cheios de lágrimas por conta do colapso nervoso, pois Minho não era uma pessoa que chorava com facilidade, fazia anos que não presenciávamos isso acontecer.


- Eu vou te ajudar, me dá a sua mão.


- Eu te procurei nas salas de dança, mas como você não estava, achei que te encontraria aqui.


Sua respiração estava bastante deficiente àquela altura.


- Por que você não me ligou?


- Acabou a bateria do celular antes que eu chegasse e eu fiquei preso aqui, e agora eu não consigo sair - Lee Know me olhou com uma expressão de dor no rosto.


Eu não queria chorar, porque precisava passar segurança para ele, então tentei manter a minha expressão facial amena, mas não tive como conter as lágrimas de escorrerem dos meus olhos.


O olhar de Minho se desviou por um instante para a mureta de vidro do terraço e eu puxei o seu rosto com minhas duas mãos, mantendo o seu foco em mim.


- Não se incomode em olhar para lá, nós não vamos por aquele caminho - falei e tentei sorrir, para ver se conseguia aos poucos trazê-lo de volta a si.


- Eu não consigo - repetiu ele, com a voz fraca.


O abracei novamente.


- Ei, está tudo bem. Você vai fazer o seguinte, vai ficar olhando apenas para mim, okay? - voltei a fitá-lo de frente. - Esquece tudo que está em volta.


Lee Know assentiu com a cabeça, mantendo seus olhos enormes no meu rosto.


Senti meu celular vibrar dentro do bolso, mas tive que ignorar a chamada, não podia me distrair do que estava fazendo ali. Atenderia qualquer ligação depois que já estivéssemos fora daquele andar.


- Vou soltar os seus braços - falei e desci as mãos com que ele segurava as próprias pernas.


Ao fazer isso, o próprio Minho conseguiu relaxar os joelhos e estender os pés para frente.


- Ótimo, respira fundo. A gente já vai sair daqui.


Me coloquei de pé novamente e ofereci minha mão para ele.


- Já estava mais do que na hora de invertermos esse papel - falei, tentando manter um sorriso caloroso. - Confia em mim.


Assim que ele segurou minha mão, tentei puxá-lo com cuidado, mas as suas pernas estavam bambas por causa do estado de choque que ainda se instalava nele, e só não tombamos juntos porque eu tentei jogar meu peso para frente para firmar meus pés, mas fiquei com medo que aquele movimento desastrado assustasse Lee Know e fizesse ele sentir que poderia cair do prédio, mesmo que estivéssemos a uns bons metros de distância da beirada do edifício. Ao pender para a frente, abracei seu corpo e consegui pressioná-lo contra a parede, mantendo Minho em pé.


Seu rosto estava agora há poucos centímetros do meu e ele não havia deixado de me encarar nem por um segundo.


- Estamos quase lá - falei.


Senti seus pés firmarem com mais segurança ao chão, e seus olhos começaram a reduzir de tamanho. Soltei um dos braços com que eu o abraçava e posicionei a palma da minha mão sobre o seu peito, verificando o estufar da sua respiração, que também parecia estar voltando a se normalizar.


Soltei um suspiro aliviado e abracei ele pela milésima vez, porém apertando mais o seu corpo.


- Eu fiquei tão nervoso - admiti. - Me desculpa. É por minha causa que você veio parar aqui - comecei a chorar -, eu sinto muito mesmo!


Os braços de Lee Know, que até então haviam estado rígidos, estirados de cada lado do seu corpo, contornaram a minha cintura durante o abraço - que eu desfiz logo em seguida para poder fitar o seu rosto novamente.


Coloquei uma mão em cada uma de suas bochechas e encostei a minha testa na sua.


- Vamos agora, está bem? - falei.


Mas nós não saímos do lugar, pois Minho ergueu um pouco os pés para inesperadamente encaixar os seus lábios nos meus, e me beijou pela primeira vez.


Não foi um beijo longo, até porque nós dois mal devíamos ter fôlego a essa hora, mas foi intoxicante a ponto de apagar minha mente por todo o espaço de tempo que durou. Eu não queria que acabasse, mas precisava retomar minha consciência para tirá-lo daquele lugar, já tínhamos avançado muito para colocar em risco todo o progresso feito.


- Agora temos que ir, de verdade - enunciei.


- Okay - Lee Know disse apenas.


Passei meu braço direito em torno dos seus ombros e o guiei para o interior do prédio. Uma vez que estávamos lá dentro, tirei a minha jaqueta e coloquei sobre os ombros dele.


- Temos que pegar as escadas para o andar de baixo - lembrei.


Minho segurou na minha mão e eu entrelacei nossos dedos para descermos de mãos dadas pelos degraus.


Depois do primeiro lance, Lee Know parou de súbito no intervalo da escada, e como ainda estava segurando a minha mão, virei para trás tentando entender o que tinha acontecido.


- Obrigado - disse ele com a expressão um pouco abalada ainda.


Passei uma mão acariciando o seu rosto.


- Você não tem que agradecer nada, isso é culpa minha.


- Eu amo você, Hyunjin - falou, me pegando totalmente de surpresa. - Você não precisa dizer nada. Eu vim até aqui só para te dizer isso, então queria que soubesse.


Eu não sabia como me portar, se deveria sorrir ou falar algo. Parecia que a minha mente tinha esquecido o dicionário inteiro, então simplesmente decidi inclinar minha cabeça de acordo com a sua altura e beijá-lo novamente.


Seus lábios eram mais finos que os meus e isso fez com que tivéssemos uma compatibilidade notável. Sentir a sua língua se mover de acordo com a minha era tão surreal, que beijá-lo parecia um sonho, pois eu já estava desejando aquilo há muito tempo.


Sem romper nosso contato, conduzi Lee Know até a parede e pressionei ele contra ela, fazendo com que minha jaqueta resvalasse dos seus ombros ao chão. Encaixei uma de minhas pernas entre as suas e intensifiquei o nosso beijo. Depois, contornei sua cintura firmemente com meus braços para poder sentir seu corpo ainda mais colado ao meu enquanto nossos lábios seguiam trabalhando, e ficamos assim até que precisássemos renovar o ar em nossos pulmões.


Quando essa pausa aconteceu, encostei minha testa na sua, de olhos fechados ainda, com arrepios percorrendo todo o meu corpo, por não acreditar estar vivendo aquilo.


- Eu também te amo - falei finalmente.


Minho afastou levemente o meu rosto com a mão esquerda, para poder me olhar nos olhos, e finalmente conseguimos sorrir um para o outro. Mas, ao mesmo tempo, não consegui refrear minhas lágrimas e elas desceram pelas minhas bochechas.


Visual até chorando - brincou ele.


Eu ri, com a voz distorcida pelo choro, e senti uma paz maior por perceber que ele estava voltando a si e conseguindo até mesmo achar graça em algo.


Durante todo o tempo que passamos nos beijando, eu havia ignorado o vibracall do meu celular e agora estava até com medo de verificar a tela e me deparar com a ansiedade ininterrupta de Han.


Quando entramos no elevador, posicionei novamente a minha jaqueta sobre os ombros de Lee Know e ele segurou a minha mão mais uma vez, assim que a porta se fechou.


Naquele momento, eu não me importava que estávamos sobre a vigilância de uma câmera, dificilmente a empresa deixaria vazar imagens que pudessem comprometer nossa segurança pessoal, e como costumávamos dar as mãos em muitas filmagens, apenas pela zoeira para Stays, aquela cena nem seria tão fora do comum se vista por alguém.


Quando a porta do elevador abriu no térreo, nos demos de cara com Han e o restante do grupo, aguardando como se soubessem que estávamos descendo. Andamos poucos passos e Jisung correu, se jogando sobre o corpo de Lee Know em um abraço quase violento, que fez com que Minho soltasse a minha mão involuntariamente.


- Eu achei que ia morrer coração! - exclamou Han durante o abraço e depois segurou com as duas mãos os ombros de Lee Know, encarando o rosto dele. - Onde você estava? - perguntou e depois virou para me olhar com uma expressão de censura. - E por que você não atendia o maldito celular?


No calor daquele momento, a primeira coisa que me passava na cabeça era "porque eu estava beijando o seu namorado", mas isso era apenas uma meia verdade, pois Han começara a me ligar no momento em que eu estava ocupado demais em estabilizar Lee Know para ter que lidar com outras coisas.


- Eu... - comecei a tentar me explicar, mas Minho segurou a minha mão novamente em sinal que eu parasse com o discurso e interrompeu minha fala, sem cortar nosso contato físico.


- Eu estava no terraço - disse ele. - Tentei subir lá... foi uma ideia estúpida. Hyunjin me encontrou em choque e ficou comigo até que eu conseguisse me mover de novo. Ele não tem culpa de não atender o celular, eu dei muito trabalho.


- Desculpe - pediu Han, me fitando novamente, mas sem tirar o tom sério da voz.


- Não tem problema - falei. - No seu lugar, eu estaria na mesma aflição.


- Você está bem, Lee Know? - questionou Chan, aproximando-se mais dele.


Minho fez que sim com a cabeça.


- Não quer que a gente te leve para um hospital? 


- Não, obrigado. Eu só preciso descansar.


- Vem, jagiya, vamos para casa - falou Jisung.


O braço de Han envolveu a cintura de Lee Know pela esquerda e a mão de Minho se soltou da minha novamente quando eles começaram a andar. 


Observei parado enquanto Lee Know olhava de relance para trás, captando o meu olhar, e senti meu peito estufar com a minha respiração afetada pelo incômodo.


Todos estavam indo em direção à porta principal, provavelmente já abrindo os aplicativos para chamar táxis, mas eu continuava estático, com ciúmes do lugar privilegiado que Jisung ocupava na vida de Minho.


Reparando minha ausência, I.N parou na metade do caminho entre o grupo e eu, influenciando Felix a fazer o mesmo quando este notou sua precipitação.


- Hyunjin? - Jeongin chamou minha atenção.


Ajeitei meus cabelos para trás das orelhas e andei ao encontro dele.


- Você está bem? - indagou Felix.


Balancei a cabeça positivamente.


- Foi tudo muito intenso - expliquei.


- Nem imagino - disse I.N.


- Agora já acabou - Yongbok tentou me tranquilizar -, logo logo você vai poder descansar.


Assenti com a cabeça novamente e finalmente me reencontrei com o grupo todo.


- Galera, escutem - disse Bang Chan, tentando organizar o carpool para o retorno. - Lee Know vai para a nossa casa, então como estaremos em cinco, vamos nos dividir em dois carros, e como vocês vão estar em três, Felix, Seungmin e I.N, dá para ocuparem apenas um carro. Tudo bem assim?


- Não querem mesmo que a gente passe lá antes? - questionou Felix.


- Acho que é melhor não, Lee Know precisa descansar depois disso. O que você acha, Lee Know?


- Não se preocupem mais comigo, gente. Eu literalmente só vou chegar e ir dormir, mesmo que seja cedo demais para isso.


- Tudo bem, mantemos esse plano então - aceitou Felix.


- Okay. Han e Lee Know vão em um carro, eu, Changbin e Hyunjin iremos no outro - continuou Bang Chan, explicando a dinâmica.


Com essa informação nova, Minho e eu nos entreolhamos rapidamente e eu senti meu coração pesar por não poder acompanhá-lo na viagem até em casa. Ele até poderia requisitar a minha presença se quisesse, mas eu sabia que não faria isso, porque não poderíamos levantar suspeitas. Nem tínhamos processado ainda tudo que tinha rolado na escadaria de incêndio. Talvez fosse melhor assim mesmo, porém, não era nem um pouco aprazível.



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Autor(a): leeluna

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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