Fanfics Brasil - Capítulo 16 - Interrogatório matinal Outono em Abril

Fanfic: Outono em Abril | Tema: Stray Kids


Capítulo: Capítulo 16 - Interrogatório matinal

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Lee Know


A expressão séria de Bang Chan parecia ter alguma pitada de fúria e eu temi pelo curso que aquela conversa poderia tomar. Não se tratava de covardia da minha parte, mas todos sabíamos que não se devia pisar nos calos do líder do Stray Kids, pois uma vez que estivesse com raiva de alguém, ninguém o segurava.


- Vamos para o meu quarto - exigiu ele.


- Posso tomar um banho antes? - perguntei com o tom de voz normal, tentando manter minha dignidade intacta, mas por dentro eu já estava implorando para que ele dissesse sim.


- É melhor - disse ele, sem modificar a cara fechada -, você está lamentável.


Chan se virou de lado no corredor e apontou brevemente as duas mãos na direção do banheiro.


- Faça o favor - falou, indicando que eu fosse de uma vez. - Te encontro no meu quarto depois.


Abri a porta para sair, enquanto Bang Chan cruzou os braços, prestando atenção em mim. Receoso, olhei para trás por um segundo para tomar nota de que visão que ele teria do quarto após a minha saída e percebi que Hyunjin estava deitado na cama com a coberta na metade do corpo, então de sua cintura para cima dava para ver que ele dormira sem camisa.


Engoli em seco, sem nem ter coragem de olhar nos olhos de Chan novamente, e tive a minha fatídica caminhada da vergonha, andando até o banheiro em passos cautelosos para não fazer  barulho.


Tirei a roupa e entrei embaixo do chuveiro, teria que ser um banho apressado, mas não dava para deixar de lavar o cabelo. Pelo menos eu tinha sorte que ele secava bem rápido no comprimento em que estava e não precisava de nenhuma finalização específica com chapinha ou produtos, como alguns dos outros membros. 


Eu estava nervoso, não sabia especificar o motivo de Bang Chan ter ficado tão incomodado, mas havia várias respostas para isso: ele poderia simplesmente querer me colocar medo para que eu não abrisse a boca sobre a sua namorada, ou poderia estar de cara por eu estar "seduzindo" outra pessoa no grupo, ou, a pior de todas, ele havia pegado as dores de Han e estava bravo por eu ter traído seu amigo. De todos, esse era o motivo mais plausível e também o que eu mais temia a punição.


Chan não era um livro aberto, acabava sendo muito difícil de prever seus pensamentos e ações, então eu não fazia ideia do que poderia acontecer a partir do seu julgamento.


Após me secar, vesti novamente as roupas que estava, e me senti agradecido que pelo menos Hyunjin não havia me feito suar de camiseta, pois seria impossível de usá-la novamente sem evidenciar que algo tinha acontecido. Talvez tivesse um pouco do cheiro dele no tecido, mas visualmente não dava para notar nada de mais nela.


Parei em frente à porta de Bang Chan sem saber se deveria bater ou não, mas como eu não queria fazer barulho, resolvi entrar sem me anunciar, até porque ele já estaria me esperando.


- Com licença - falei, fechando a porta atrás de mim.


Chan estava sentando na cadeira de escritório em frente ao computador, ele já tinha vestido uma regata e eu estava me sentindo constrangido por seguir apenas de roupa íntima na sua presença.


O líder pegou algo preto que estava dobrado em cima de sua escrivaninha e jogou para mim.


- Veste isso - falou -, ou não vou deixar você sentar na minha cama.


Vesti rapidamente a bermuda que ele me emprestara e me dirigi até a beirada de sua cama, esperando pelo sermão.


- Lee Know, o que eu faço com você?


Baixei meus olhos, nem ao menos sabia o que responder e estava com medo que essa pergunta fosse séria demais e implicasse em Bang Chan ter cogitado em algum momento me desligar do grupo.


- Olha pra mim - disse ele quando percebeu que o meu silêncio não ia se desfazer. - Eu quero saber que está acontecendo, e não minta. Está extremamente claro o que você foi fazer no quarto de Hyunjin.


Eu queria poder questionar isso, mas Chan não estava errado. Minhas roupas, o estado do meu cabelo, o pijama de Hyunjin no chão e ele próprio sem camisa na cama, eram provas mais que suficientes para me incriminar.


- Eu não sei, okay? - falei nervoso. - Eu não sei como explicar isso direito, apenas aconteceu...


- Isso tem relação com o que rolou com você na JYPE, não tem?


Apertei meus lábios um contra o outro e balancei minha cabeça positivamente.


- Há quanto tempo isso está acontecendo?


- Não, não tem tempo nenhum - agitei minhas mãos enquanto falava rápido -, essa foi a primeira vez.


- Você tinha ido atrás do Hyunjin quando saiu da CJ - deduziu Chan, de forma bastante perspicaz -, por quê?


Ele realmente queria que eu fosse direto ao ponto e por mais que eu quisesse sair ileso daquilo, me parecia burrice pensar em enrolá-lo, a melhor saída ali era contar a verdade e esperar seu veredito.


- A verdade, hyung - comecei, utilizando o termo para demonstrar respeito -, é que eu não queria me ver nessa situação, eu nunca quis magoar ninguém. É como eu disse antes, apenas aconteceu. 


- Você fala, mas não me diz nada - comentou, com um ar frustrado. - Você está apaixonado por Hyunjin? Eu estou tentando te entender - dessa vez havia um tom de paciência na voz dele.


Eu ainda estava cavando dentro de mim para encontrar a minha coragem e tinha certeza que meus olhos pestanejavam sem parar, de puro desconforto.


- Estou - falei por fim. - Ele estava precisando de companhia nesses últimos tempos e eu cedi a minha, mas a gente acabou se aproximando mais do que devia.


- Que inferno, Lee Know - praguejou Chan.


- Eu sei - levei a mão à testa, como se pudesse medir meu estresse por ela.


- Han é um dos meus melhores amigos e agora você me colocou em uma encruzilhada.


- Por favor, hyung, eu sei que é péssimo, mas me dê tempo para resolver isso...


- Eu não vou soltar essa bomba no grupo, nós precisamos ter estabilidade, mas também não gosto de ter me tornado seu cúmplice involuntariamente, porque se isso explodir em algum momento e Han souber que eu estava por dentro do seu caso, sou eu quem sairá no prejuízo, sem nem ao menos ter participado de nada. Han é muito importante para mim e eu tenho certeza que ele significa tanto ou até mais para você, descobrir algo algo assim vai deixá-lo arrasado.


- Eu prometo que vou resolver tudo isso sem que seu nome entre na roda.


Chan soltou sua respiração, com um ar atormentado.


- Por que... - começou ele, mas fez uma pausa para fechar os olhos e respirar fundo antes de perguntar. - Por que você tinha que se meter nessa, Minho? Você é o mais velho dos garotos... que droga.


- A minha cabeça está uma bagunça - desabafei.


- Você sabe que só tem uma saída, não é?


- Como assim?


- Você precisa terminar com Hyunjin, ele é seu envolvimento mais recente e vai entender com facilidade, até porque ele sabe muito bem que você já vivia um relacionamento. Se você terminar com Han, isso vai destruí-lo, você vai estar esmagando um sentimento de quatro anos.


- Hyunjin está em um momento muito delicado agora também.


- Pois é, e você conseguiu complicar ainda mais as coisas para ele.


- Eu realmente só queria ajudar, vocês não se dispuseram como eu me dispus a oferecer a mão.


- A sua mão e o resto do corpo inteiro, né. E não tente colocar a culpa no restante do grupo, porque isso foi obra apenas sua.


- Ah, Bang Chan... é fácil querer bancar o pai agora que a situação apertou, não é? Você paga o jantar e acha que isso é o suficiente para o Hyunjin não se sentir negligenciado?


Chan esboçou um sorriso pela primeira vez durante a discussão, mas era lotado de sarcasmo. 


- Lee Know, você não quis dizer isso, eu sei.


- Realmente, eu preferia não ter dito, eu preferia que Hyunjin não se sentisse tão só e pudesse estar feliz. Eu o fiz feliz essa noite, mais do que qualquer pessoa nos últimos meses. Quando foi a última vez que você teve uma conversa significativa com ele?


Eu sabia que estava correndo um risco muito grande ao desafiar Bang Chan, no entanto, querendo ou não, era a minha vida que estava em debate e eu não desejava levar um ultimato sobre o que fazer, sem nem ao menos poder raciocinar a respeito do que sentia e do que queria - mesmo que as minhas vontades ainda precisassem ser medidas e comparadas com o que era melhor para manter o bem-estar do Stray Kids.


- Eu vou dar o braço a torcer aqui, Lee Know, você tem razão - disse Chan repentinamente, surpreendendo-me. - Essa condição do Hyunjin não poderia ter vindo em hora pior, porque está realmente difícil de equilibrar a gestão do grupo com o Kingdom e ainda dar atenção para ele.


- Falo sério quando digo que eu não queria criar essa confusão, eu realmente só desejava estar presente ao lado dele, isso foi uma consequência que eu jamais teria imaginado.


- Você imaginou um pouquinho sim, pode confessar - fiquei em dúvida, mas parecia que Bang Chan estava me provocando por divertimento. - Hyunjin é o maior Visual do grupo, é difícil alguém que não tenha olhado para ele com mais de uma intenção.


- Você se inclui aí? - questionei, erguendo as sobrancelhas sugestivamente.


- Eu tenho namorada - justificou-se.


- Você quer dizer a Sana? - joguei verde, tentando colher se a ruiva era de fato a Sana Minatozaki do Twice como eu estava imaginando.


- Você é íntimo dela agora para chamar só pelo primeiro nome? - censurou ele, sorrindo de forma irônica novamente, mas eu estava realmente sentindo que a conversa tinha se amenizado um pouco.


- É... foi um palpite de sorte e você se entregou muito fácil - observei. - Agora não consigo deixar de pensar que talvez daqui umas horas, Han já esteja sabendo de tudo e eu esteja lascado.


- Não era a Sana.


- Era sim, Bang Chan - falei, com um sorriso debochado no rosto -, infelizmente você não sabe mentir quando o assunto é sério. Talvez tenhamos um problema por causa disso.


- Não teremos se você resolver o caos que criou.


- Não tem nenhum caos rolando ainda, está tudo quieto. Mas pode deixar que darei um jeito nisso mesmo assim.


Eu precisava me assegurar de que Chan confiaria em mim, para que eu pudesse ter tempo de organizar as ideias, pois, se tudo fosse pelos ares, obviamente quem dançaria junto seria eu.


- Han não suspeita de nada? - questionou.


- Não.


- Por hora, você está no lucro. Mas você ainda ama ele?


Assenti com a cabeça.


- E quanto ao Hyunjin? Você ama ele também?


- Sim.


- Boa sorte então. Está nas suas mãos solucionar essa situação sem corromper a estabilidade e paz do grupo. Eu vou te dar um tempo, mas vamos ir nos falando a respeito disso, quero saber quando esse caso chegar ao fim.


- Você vai intervir se eu demorar demais e vai contar para o Han?


- Não, mas vou pressionar você.


- Tudo bem.


- Você quer contar para o Hyunjin que eu sei de tudo ou prefere manter isso em off e lidar sozinho?


Pensei em como seria se Hwang soubesse que Bang Chan nos descobrira, isso poderia causar nele um desconforto toda vez que encontrasse com o nosso líder.


- Tenho medo disso constrangê-lo e acabar fazendo com que se afaste mais do grupo, por temer que a história se espalhe. Ele já está muito solitário, não me perdoaria se piorasse ainda mais os dias dele.


- Faz sentido. Não comentarei nada com Hyunjin também, mas preciso confiar em você.


Respirei fundo, parecia que aquela discussão finalmente havia chegado ao fim.


- Obrigado pelo voto de confiança. Eu acho que agora devo voltar então.


- Para qual quarto? - Chan cruzou os braços, mas o sorriso enrustido no canto dos seus lábios sugeria que ele estava me zoando.


- Pro de Hannie.


- Certo, pode ir.


Levei minhas mãos até o elástico da bermuda para tirá-la, mas fui impedido pela voz de Bang Chan.


- Não, não, não. Pode ficar. Se o Han estiver acordado e perguntar, inventa que eu te flagrei indo de boxer no banheiro e te fiz colocar isso, ele não vai achar que estamos tendo um caso - satirizou ele.


- Porque ele já sabe da Sana Minatozaki também? - perguntei sarcasticamente.


- É melhor você dar o fora daqui antes que eu me irrite de novo - Chan ameaçou com um sorriso forçado.


- Sim, senhor! E não se preocupe, que eu não vou falar nada sobre ela para ninguém.


- Eu sei.


- Como você sabe?


- Porque mortos não falam.


- Mas eu ainda estou bem vivo.


- Por enquanto. Você não vai querer arriscar uma gracinha, não é? - indagou Chan, com um olhar afiado, apesar de estarmos fazendo um pingue-pongue desdenhoso em um tom divertido.


- Minha boca é um túmulo.


- Bom menino.



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Autor(a): leeluna

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