Fanfics Brasil - Capítulo 17 - Ponto cego Outono em Abril

Fanfic: Outono em Abril | Tema: Stray Kids


Capítulo: Capítulo 17 - Ponto cego

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Lee Know


Antes de ir para o quarto de Han, fiz um desvio rápido para o de Hyunjin. Ele continuava dormindo, então me sentei de frente para sua escrivaninha e procurei por um pedaço de papel que eu pudesse utilizar. Seu sketchbook estava em cima da mesa, mas eu não queria danificá-lo, o papel era grosso e parecia ser caro, então verifiquei a gaveta, atrás de um bloco de notas ou algo parecido. Encontrei um caderninho pequeno pouco utilizado e arranquei uma folha em branco.


Usando os lápis que ele deixara espalhados por ali, escrevi um bilhete me desculpando por ter que deixar a sua cama tão cedo. Estava muito difícil escolher as palavras naquele momento. A realidade era que o pequeno espaço de tempo que passara no quarto de Bang Chan, fora suficiente para que eu sentisse falta de estar com Hwang.


Quando me aproximei da cabeceira da cama para depositar a mensagem sobre o travesseiro que eu deixara vazio, respirei bem fundo ao ver de perto o rosto de Hyunjin, tranquilamente adormecido, e lembrei da hora em que Chan havia insistido que eu deveria terminar com ele. Eu daria tudo para poder voltar a me aconchegar debaixo daquela coberta, abraçando ele por trás mais uma vez e descansando meu rosto junto aos seus cabelos compridos.


Eu não estava pronto para desistir de Hwang. Bang Chan tinha me dado um prazo indeterminado, e ainda que eu soubesse que teria cobranças no decorrer do caminho, eu ia decidir o que fazer com o tempo, mas não poderia abrir mão de Hyunjin agora. Eu pedira para Yongbok não magoá-lo e aí me tornaria a verdadeira pessoa a fazer isso? Eu o amava demais para ter que me afastar dele tão repentinamente.


Arriscando acordá-lo, deslizei os dedos por uma mecha frontal de seus cabelos, ele se mexeu um pouquinho na cama, mas continuou com os olhos fechados. Eu sorri com aquela visão e resolvi sair do quarto em seguida ou acabaria preso ali para sempre.


Quando voltei até Jisung, ele se encontrava exatamente como eu o havia deixado, então se eu quisesse me deitar e fingir que nada havia acontecido, a oportunidade estava ali. Mas não parecia justo com nenhum dos dois que eu fizesse isso. 


Tirei a bermuda de Chan e guardei no interior de uma das gavetas que eu ocupava no armário de Han, pegando novamente a calça de moletom que eu ia utilizar para dormir na noite anterior e finalmente vestindo ela.


Alcancei meu celular no bolso de minha jaqueta e rumei para a sala de estar, era isso ou me ver obrigado a fazer uma escolha absurda entre a cama de dois homens incríveis. O tanto de sorte que eu tinha em ter ambos atraídos por mim era equilibrado com a quantia de azar que vinha junto da decisão que eu precisava tomar.


 


***


Hyunjin


Por mais que eu quisesse que fosse diferente, preciso dizer que não me surpreendi em acordar com a cama extremamente espaçosa, sem a presença de Lee Know ao meu lado. Ao me espreguiçar um pouco, meus braços tocaram em algo no travesseiro que estava em frente a mim e eu encontrei ali um recado que ele havia me deixado.


Dizia: "Hwang, peço perdão por não poder acordar ao seu lado, você sabe que eu adoraria, mas é mais complicado do que isso.", e abaixo da escrita, Minho desenhara um formato de coração em vermelho, com o rosto do seu clássico personagem Jureumi dentro dele em preto - pela dedicação em até mesmo trocar as cores de lápis para isso, imaginei que aquilo poderia ser uma substituição de um "eu te amo", pois Lee Know costumava ser muito mais aberto a declarar suas emoções com ações do que com palavras em geral.


Imaginei que ele devia ter voltado para a cama de Han de madrugada, para fingir que nada tinha acontecido, e me vi com uma pontada de inveja que Jisung poderia ter o privilégio de se enrolar nos lençóis com ele antes de levantar, enquanto eu provavelmente jamais teria essa oportunidade.


O mais engraçado é que por enquanto eu estava sentindo inveja e ciúme, mas a culpa ainda não tinha se instalado no meu sistema, porque o êxtase pela noite anterior ainda me mantinha nas nuvens, mesmo com o pequeno choque de realidade ao acordar sozinho. Só de lembrar flashes do toque de Lee Know em meu corpo, já me dava arrepios e essa sensação era muito prazerosa.


Depois de mais alguns minutos, levantei da cama, vesti meu pijama para poder sair do quarto e parti direto para o banheiro, visando tomar um banho.


Como a casa estava silenciosa e eu não tinha esbarrado com ninguém pelo corredor na ida até lá, quando saí do box, apenas me sequei e removi um pouco da umidade do meu cabelo com a toalha, enrolando ela em torno da cintura para sair dali.


Adentrei a sala para poder chegar até a cozinha e pegar um copo d'água antes de voltar ao quarto, mas me deparei com Lee Know deitado no sofá, mexendo no celular.


Ele me fitou um tanto surpreso, com os olhos maiores do que o normal, e depois sorriu maliciosamente.


- É assim que você sai do banho aqui? - questionou. - Definitivamente vou pedir para trocar de casa com Changbin.


- Nah... não se iluda, essa não é uma imagem comum.


- Ganhei na loteria então.


Minho se levantou do sofá e eu não fazia ideia do que ele tinha em mente ao fazer isso. Fiquei parado no mesmo lugar enquanto ele vinha em minha direção.


- Eu achei que você ia voltar para o outro quarto - comentei.


- Não consegui, não tinha como depois... bom, depois daquela noite.


Inspirei fundo, tentando me manter pleno, mas era difícil com ele parado a poucos centímetros.


- Eu não sei porque eu vim até aqui - admitiu, balançando a cabeça como se estivesse se auto censurando, mas seus lábios contradiziam isso com um sorriso. - Hwang, volte para o seu quarto, okay? - pediu Lee Know, quase rindo. - É simplesmente insustentável te ter por perto desse jeito.


- Eu tenho que ir para o meu quarto mesmo - falei. - Mas antes eu vou pegar uma água na cozinha.


Virei-me, já dando um passo para frente, mas meu trajeto foi interrompido por Minho, que me agarrou pela cintura por minhas costas, puxando-me de volta ao ponto de partida.


- Sem água para você, pode ir direto para o seu quarto.


Tive que segurar a toalha para que ela não caísse com o movimento que ele havia feito. Fiquei com vontade de rir alto, mas não podia, então tentei controlar um pouco da minha risada.


Lee Know me soltou e apontou o dedo para o corredor.


- Já para o seu quarto, não vou dizer duas vezes! - ordenou ele com os olhos bem abertos, mas sem perder o ar de riso. 


- O que está havendo aqui? 


Nós dois quase demos um pulo e eu tive que agradecer mentalmente a mim mesmo por ainda estar segurando firme a toalha, pois poderia ter sido muito constrangedor se tivesse me assustado e deixado ela cair de vez.


Han apareceu com cara de sono e confusão na entrada da sala.


Confesso que fiquei desconcertado e não consegui articular nada para falar naquela hora.


- Você não está vendo isso? - questionou Lee Know com uma falsa indignação. - Hyunjin acha que pode ficar desfilando no apartamento de toalha. Mandei ele ir se vestir para que ninguém mais o visse. Mas pelo visto é tarde demais, não é?


Que belo contorno que ele fez.


Han me olhou com mais atenção e depois virou para Lee Know.


- Não estou vendo problema nenhum aqui. Inclusive, se quiser tornar isso um hábito, Hyunjin, não vou me opor nem um pouco - falou debochado e com um sorriso sugestivo.


Lee Know fechou a cara e deu um tapa no braço de Han.


- Ai!


- Você, já para o seu quarto também! - esbravejou Minho. - Era só o que me faltava mesmo... viu, Hyunjin-ah? Era isso que eu estava tentando evitar.


Na sequência do sermão fingido, Minho começou a encaminhar Jisung de volta para dentro do corredor, enquanto esse outro ria sem parar.


- Calma, Jagi... era brincadeira - defendeu-se Han, sem parar de rir.


- Sei... entra aí - Lee Know empurrou o garoto para dentro do quarto e me deu uma última olhadela pela soleira da porta antes de entrar.


Ele sorriu brevemente, achando graça de como inverteu com facilidade a situação e eu não consegui deixar de sorrir de volta, balançando minha cabeça, incrédulo com tudo aquilo. Entretanto, depois que ele adentrou o quarto e fechou a porta, o meu humor despencou, porque eu não sabia quando o veria novamente, nem o que os dois estariam falando ou fazendo.


Também não fazia ideia se Han comprara a encenação de Minho como verdadeira ou se ele entendia que era tudo uma grande brincadeira. O importante mesmo era que aquilo parecia com qualquer dia comum numa das casas do Stray Kids, e nada soaria estranho a ponto de surgir algum questionamento a nosso respeito.


Fiquei ali parado, refletindo por um tempo, e somente quando já me encontrava em meu quarto novamente, que percebi que acabara esquecendo a água que queria pegar.


Passou-se cerca de trinta ou quarenta minutos e de repente bateram na minha porta.


- Entra! - falei, olhando naquela direção e avistando Lee Know segurando a maçaneta.


- Que ótimo, você já está vestido - disse ele. - Vamos sair.


- O grupo todo?


- Não, eu e você.


- Vocês não tem gravação hoje não?


- Hoje é domingo, Hwang.


- Ah... - percebi que meus dias andavam tão repetitivos, que eu nem ao menos tinha mais noção de data. - E o Han?


- Ele não vai.


- Eu sei que ele não vai, estou querendo saber o que você falou.


- Falei a verdade, que ia te levar para dar um passeio, para você não ficar vagando sozinho por aí.


- E ele não quis vir junto por quê?


- Eu não convidei, ué.


- Lee Know!


- Brincadeira - disse rindo -, Hannie se comprometeu a compor com o 3Racha hoje. Agora vamos porque o carro já deve estar esperando lá embaixo. Leve uma mochila com as suas coisas para garantir.


- Preciso levar roupas específicas? 


- Não, não. Eu quis dizer seu material artístico, não vamos passar a noite.


Ele estava tão apressado que, ao entrarmos no carro, eu nem ao menos perguntei aonde iríamos, e como Lee Know ficou mandando mensagens pelo celular, resolvi não questionar tão cedo.


Prestei atenção na janela e percebi que a paisagem da cidade foi se modificando, saindo de cenários com vários prédios e mudando para bairros com casas residenciais. Foi quando tive um estalo de para onde estávamos indo.


- Não me diga que estamos a caminho da casa dos seus pais.


- Estamos - respondeu, sem tirar os olhos do celular, provavelmente conversando com a mãe dele.


- Temos que voltar - informei.


- Por quê? Lá é perfeito para passarmos uma tarde tranquilos e sem medo de interferências. Meu pai não está em casa hoje e minha mãe não vai nos incomodar.


- Lee Know, você se esqueceu... eu tenho alergia a gatos.


- Você tem alergia a gatos? Desde quando?


- Desde sempre. Por que você acha que eu me escondia toda vez que você voltava da casa dos seus pais?


- Eu achava que você estava sendo indiferente a mim, como de costume - disse com os olhos semi cerrados. - Você sempre foi relutante a passar muito tempo perto de mim.


- De fato, porque você consegue ser meio aterrorizante quando quer. Mas nessas vezes em questão, eu tinha esse motivo. Se você não quer que a minha pele vire pipoca, por favor, vamos para outro lugar. Peça desculpas para a sua mãe, eu mesmo fico bem triste em não poder vê-la por conta dessas circunstâncias.


Lee Know respirou fundo.


- Que azar, eu achei que tinha encontrado o refúgio perfeito.


- Assim... essa sua ideia é meio esquisita - falei e assisti Minho rir -, mas não é de toda ruim. Se você quiser, podemos aproveitar a viagem para ir para a casa dos meus pais. Os dois vão estar lá, mas é tranquilo também e, de quebra, meus pais sabem que gosto de garotos e não sabem que você namora o Han.


- Meus pais também não sabem.


- Jura? Mas vocês estão juntos há quatro anos...


- É, ele também me cobra um pouco sobre isso, mas ainda não estou pronto para assumir para a família.


- É compreensível.


- Ainda assim, teria sido tranquilo por lá, minha mãe respeita a minha privacidade. Eu não sei se ela suspeitaria de algo, mas sei que ela não ficaria nos incomodando. Seus pais aceitaram fácil?


- Então... acho que eles sempre souberam, eu nunca escondi muito bem. Posso dizer que a minha história é atípica por isso, pois sei que se abrir para a família geralmente acaba sendo bem complicado para a maioria das pessoas.


- Você tem sorte.


Pedi para mandar um áudio para a mãe de Lee Know pelo celular dele, explicando tudo para que ela não ficasse chateada com a minha desistência, e então modificamos o percurso e partimos para a casa da minha família.


Meus pais já conheciam todos os garotos, então não era nenhuma novidade eu levar um amigo para casa. Assim que chegamos, minha mãe nos puxou para tomar café, uma vez que nem tínhamos nos alimentado ainda e ficamos jogando papo fora com ela. Não tinha como escapar de falar sobre o meu hiato, então fiquei feliz que Minho conseguiu conduzir o assunto de forma positiva, tranquilizando meus pais ao dizer que tinha certeza que em breve eu estaria de volta às atividades do grupo.


Quando conseguimos dispersar da reunião familiar, brincamos um pouco com Kkami na sala e depois nos retiramos para o meu antigo quarto.


- Pode entrar - falei.


- Com licença - disse Lee Know, entrando, com as mãos nos bolsos, como se estivesse tímido sem motivo.


Fechei a porta atrás de nós.


- Bom, meu quarto ainda se mantém meio juvenil, já que eu não venho tanto pra cá, por isso segue com muitas partes da decoração antiga.


- É a sua história, é legal que vira uma cápsula do tempo e toda vez que você volta para casa pode reviver um pouco.


Lee Know seguia com as mãos em seus bolsos, mas estava olhando em volta.


- Você tem muitas fotos com Yongbok aqui - constatou, parando em frente a uma prateleira com porta-retratos. - Ele já veio pra cá?


Fiz que sim com a cabeça.


- Seus pais sabiam de vocês? - questionou.


- Não exatamente.


- Como assim?


- Minha mãe sabia que eu sentia algo, acho que não sei esconder nada direito pelo visto - falei rindo. - Então um dia ela me perguntou a respeito disso.


- É, você não é mesmo o melhor dos mentirosos.


- Isso devia ser uma coisa boa, mas não soa como um elogio - estampei um sorriso indeciso.


Lee Know riu.


- Você não é uma pessoa tão simples de se conectar, mas é verdadeiro, principalmente quando quer demonstrar desgosto por algo, aí ninguém segura as suas expressões faciais...


- Era pra ser um elogio agora? Porque continua não parecend...


Sem que eu pudesse terminar o final da frase ou simplesmente pensar em respirar, Minho me beijou repentinamente e apagou tudo que se passava na minha cabeça naquela hora.


A essa altura já tínhamos nos beijado inúmeras vezes, mas todo novo beijo soava com a mesma sensação eufórica, e ao mesmo tempo que me dava uma satisfação inexplicável, também trazia um pequeno sentimento de receio de que aquilo não tivesse para onde ir e que eu estava dando abertura para um caso perdido.


Passei os braços ao redor do pescoço dele e Lee Know envolveu minhas costas com os seus,  desfazendo-se de qualquer vão entre nossos corpos. Ele foi me fazendo andar para trás enquanto nos beijávamos, até que encostei na minha cama. Nos entreolhamos e ele sorriu com uma pitada de malícia no canto da boca.


- Não vai se deitar? - perguntou.


- Não, você vai.


- Tudo bem - disse ele e se atirou na minha cama de solteiro. - Pode vir.


A timidez que antes o assolava, parecia ter sumido por completo.


Subi sobre o corpo dele e voltamos a nos beijar. Por mais inusitado que fosse, aquele era nosso primeiro encontro desde que começamos a ficar, e mesmo que fosse extremamente aleatório, estava sendo bem gratificante. Estar com Minho era uma experiência surreal, talvez porque eu havia sido pego de surpresa por aquele sentimento, pois jamais teria fantasiado nada disso antes, até porque, por motivos óbvios, sempre o enxerguei como uma pessoa indisponível, então foram as circunstâncias que acabaram nos unindo - uma conversa de madrugada, solidariedade e a tentativa de sair do tédio, compartilhando nossos dias.


É claro que além do afeto mútuo que surgiu disso, também tinha a ilusão do desafio, afinal, nós dois tínhamos plena consciência de que o que estávamos fazendo era errado, mas resolvemos dar uma chance sem trazer esse questionamento à pauta, pelo menos por hora. Era como um acordo silencioso que havíamos fechado, eu sabia que ele estava deixando todo o lance do arrependimento para depois, exatamente como eu, pois o brilho daquele caso estava tão forte, que não conseguíamos renunciar um ao outro.


Enquanto nos beijávamos, fui descendo com a minha mão pela sua cintura, até chegar no cós da sua calça. Sem romper nossos lábios, afastei meu corpo do seu por um momento, deitando ao seu lado, e abri o botão e o zíper do seu jeans para deslizar minha mão por dentro do tecido.


Senti o corpo de Lee Know dar uma estremecida com o meu toque e ele ofegou de forma contida, cuidando para não fazer barulho.


- Nós podemos fazer isso aqui? - perguntou e seus olhos quase reviraram quando eu apliquei um pouquinho mais de pressão com a mão.


- Eu fazia na época da escola - confessei.


- Que precoce - disse Minho rindo.


Ele voltou a ofegar baixinho e eu tinha certeza que, se pudesse, estaria gemendo mais alto.


- Nós não podemos ir mais longe que isso - disse ele.


Beijei seus lábios mais uma vez, mas por bem pouco tempo, porque sua respiração entrecortada se sobressaía e eu mesmo já estava começando a sentir que poderíamos estar passando dos limites ali, pois estava começando a sentir o êxtase crescer dentro de mim também.


- Vou parar, okay? - perguntei.


Lee Know estava de olhos fechados enquanto ofegava e apenas fez que sim com a cabeça em resposta. 


Tirei minha mão de dentro da sua calça e voltei para cima de seu corpo para retomar o lance como havia sido no início, mas era impossível depois dessa estimulação conter os nossos corpos de atritarem mais um contra o outro. O tecido da calça dele era mais grosso que o da minha, mas, ainda assim, eu conseguia sentir toda a sua excitação e acreditava que era o mesmo para ele.


Era quase meio dia quando minha mãe bateu na porta do quarto. Parei de beijar Lee Know na mesma hora, ficando imóvel no mesmo lugar.


- Oi! - gritei, indicando que tinha escutado as batidas.


Talvez eu tenha escolhido a expressão errada para isso, porque aparentemente ela achou que um "oi" era um aval para que pudesse entrar para falar conosco, e como minha mãe sabia do meu sentimento por Felix, talvez nem tivesse passado na sua cabeça que eu poderia estar me envolvendo com outra pessoa, então desde o princípio julgou que Lee Know era apenas um amigo.


E foi nessa hora que aconteceu o primeiro flagrante da minha vida com um cara. Tantos anos escolares tomando cuidado foram desperdiçados por esse momento.


- Vocês vêm almoç... - ela começou a falar e quando me viu deitado sobre Minho, simplesmente deu as costas com muita rapidez e saiu, fechando a porta, mas ainda falando do lado de fora. - Me desculpem! Venham almoçar, está bem?


A voz dela não parecia de alguém brava, na verdade parecia muito constrangida, então até que estava tudo certo nesse quesito, mas nenhum de nós esperava por isso e agora que teríamos que almoçar todos juntos...


- Já vamos! - gritei.


Eu estava muito surpreso e talvez fosse por isso que tinha vontade de rir.


- Por que você não trancou a porta? - perguntou Lee Know, abismado com a situação.


- Porque eu não queria parecer suspeito.


Lee Know riu sarcasticamente.


- Claro, porque ser pego foi muito melhor do que apenas soar suspeito...


- Bom, estava demorando para alguém descobrir a gente - falei, zoando ele.


- Na verdade... 


- O quê? Alguém já sabe? Você falou para alguém?


Lee Know suspirou.


- Eu não queria te contar isso para não te preocupar, mas talvez seja melhor você ficar por dentro, porque eu mesmo não sei o que pode acontecer a qualquer hora dessas. Bang Chan me pegou saindo do seu quarto de madrugada e, acredite, não tinha como mentir que não aconteceu nada entre a gente.


Senti como se tivesse desabado uma avalanche por dentro de mim, pois gelei como nunca antes. Saí de cima do corpo de Minho e deitei ao seu lado.


- O que ele falou?


- Foi uma conversa longa. Mas, para resumir, ele quer que eu termine com você para não causar danos para o Han.


Meu coração acelerou, aquela informação era grande demais para tomar nota muito rápido.


- E mesmo assim você resolveu passar a tarde comigo, enquanto Han sabia disso e provavelmente contará para o Chan no estúdio de gravação?


- Bang Chan é problema meu, eu me viro com ele depois.


- Não, ele é problema meu também se estamos juntos. Caramba, Lee Know, não dá para ocultar esse tipo de coisa!


- Você teria saído comigo mesmo que soubesse disso?


- Não!


- Por essa razão que não falei. Mas isso não muda nada, okay? A gente vai continuar vivendo como bem entendermos. Chan disse que eu tinha um tempo para resolver essa situação e nós vamos utilizar esse tempo.


- E depois disso, você simplesmente vai me deixar, como se nada tivesse acontecido, e seguir vivendo tranquilamente com o Han?


Eu estava apontando um questionamento que eu mesmo já tinha insistido muitas vezes na minha cabeça que era o único destino possível. Então como poderia indagar ele com raiva, se nem eu próprio tinha outra saída a oferecer?


- Não foi isso que eu quis dizer - disse Lee Know. - Precisamos desse tempo...


- Para você se decidir, não é? - falei como interrogação, mas era mais uma constatação mesmo. 


- Não... não faz essa carinha - disse ele, virando o corpo na cama para me olhar bem de frente. - Não fica triste, não tem por que você ficar triste com isso, eu prometo que não vou ser mais um motivo para te deixar assim. Apenas não pensa nisso, tá bom? Sempre que estiver comigo, eu quero que você esqueça o resto e deixe essas preocupações para mim.


- Como você vai explicar para o Bang Chan que passou o dia comigo?


- Eu invento alguma coisa.


- E se você dissesse que saímos para você terminar tudo?


- É isso que você quer? - perguntou ele, franzindo as sobrancelhas em uma expressão de aflição.


- Você não entende nada, mas sou eu que sou designado a ser o líder da Baboracha, né? - revirei os olhos. - Estou sugerindo que você minta para tirar ele do nosso pé agora.


Lee Know suspirou, olhando para o teto enquanto pensava.


- Isso pode nos ajudar a estender o prazo - argumentei.


- Eu não gostaria de enganar o Bang Chan, mas vendo por esse lado, parece a ideia mais racional mesmo. Se eu fizer isso, você jura que não vai mais ficar chateado pensando no futuro?


- Juro - prometi e selei seus lábios com os meus rapidamente. - Agora vamos almoçar, porque a comida já deve ter esfriado.



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Autor(a): leeluna

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Hyunjin Foi um pouco constrangedor almoçar depois que minha mãe havia dado o flagrante na gente, mas como demoramos para sair para comer, ela e meu pai acabaram almoçando antes, então Minho e eu não precisamos ficar encarando eles o tempo todo, apesar de que a sala de estar e a de jantar eram conjugadas, então minha mãe segui ...


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