Fanfics Brasil - Cap. 4 - Nevasca Interior Nárnia - O Rei Feiticeiro [+16]

Fanfic: Nárnia - O Rei Feiticeiro [+16] | Tema: Nárnia


Capítulo: Cap. 4 - Nevasca Interior

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Alguns dias haviam se passado. Edmundo ainda estava vivo, deitado de bruços sobre uma espessa e escura pele de urso, coberto por uma grossa manta de lã. Sua cabeça repousava sobre uma almofada de cetim, e percebeu estar em um quarto feito de gelo. Seus ferimentos haviam sido tratados, pois sentia as bandagens enroladas no corpo. Na boca, um gosto agridoce lhe dizia que havia bebido algum chá medicinal; e havia o agradável aroma de incenso, que era o que devia estar mantendo seus sentidos entorpecidos. A constante brisa fria amenizava sua febre, contudo estava zonzo e sem forças para mover nada além das pálpebras.


“Aslam, por que me abandonou aqui?”, seus olhos umedeceram e ele teve que chorar para aliviar a tristeza e o desespero.


“Eu nunca o abandonei.” Ouviu a voz rouca e profunda em sua mente; ou seria atrás de si? “Nunca o abandonarei, minha criança.”


Como uma onda do mar que nos carrega suavemente, a consciência de Edmundo foi gentilmente levada a uma praia ensolarada onde, sentados na areia branca, ele e o grande leão observavam o mar azul turquesa.


— Aqui é tão bonito e tranquilo — comentou o garoto. — Eu poderia ficar aqui apreciando essa vista pelo resto da vida.


— Eu também — respondeu o leão. — Pois tudo isso existe para confortar os corações cansados daqueles que viajam por longas noites.


— É bem... reconfortante. Posso ficar aqui pra sempre?


— É o que quer?


Edmundo pensou por um instante.


— Na verdade, não. Quero ficar, mas também quero ver meus irmãos e saber se o Cérus está bem. Estou preocupado com eles.


— Então deseja voltar?


— Não vou ficar tranquilo se não voltar.


— Entendo.


— Mas podemos ficar mais um pouco, não é?


Aslam riu docemente.


— É claro que sim.


— Que lugar lindo...



 *****


Quase sem perceber, Edmundo acordou de seu sereno sono.


— Que lugar lindo... — Havia lágrimas em seus olhos, mas eram de felicidade por saber indubitavelmente que era amado pela mais bela e poderosa das criaturas. Seu coração se encheu de esperança, e em seu espírito fulgurou a chama de sua coragem e força renovadas. — Preciso me levantar, uma vez mais!


Notou que havia alguém sentado ao lado de sua cama sem pés. Era um pajem, tão jovem quanto ele, a observá-lo em silêncio. Tinha o cabelo preto, escorrido sobre os olhos acinzentados. Ele fez uma breve vênia.


— Majestade, estou aqui para servi-lo. Trouxe comida e chá, também roupas limpas e água para lhe preparar um banho, caso queira. Meu nome é Ariel.


Edmundo se sentou e pegou a comida que ele havia trazido numa bandeja. Bolo de nozes, pães confeitados, chá e frutas.


— O que significa isso? Por que não estou na masmorra? — Ele estava genuinamente confuso e desconfiado. — Onde estou? E a Feiticeira Branca?


— Sua Majestade está aqui, no Castelo de Gelo recém erguido pela Rainha da Neve que se encontra em seus aposentos. Este é o seu quarto.


Edmundo olhou em volta. Era um cômodo simples, amplo, com um banheiro, uma antessala circular onde havia uma mesa baixa embutida no chão acompanhada de almofadas para se sentar sobre um felpudo tapete, e um corredor em forma de arco que terminava em uma porta dupla de gelo translúcido. Após as portas, havia um terraço circular cercado por balaústres. Não havia muitos móveis, mas as paredes emitiam uma suave luminosidade.


Ele comeu um pouco, tomou o chá, calçou os chinelos forrados, se enrolou na manta e foi até o terraço. Ainda sentia dores nas costas e andava um pouco encurvado; estava cansado e fraco. Devia ter ficado convalescendo por dias, mas não sabia dizer quantos haviam se passado. Ao abrir a porta dupla, se deparou com um céu azul e ensolarado. Podia ver a cadeia de montanhas de neve e rocha negra à esquerda, e uma floresta de pinheiros recobrindo a serra até a cidade mais à direita. De frente ao castelo havia um lago congelado ladeado pelo bosque, entretanto, o terraço devia estar a uns sessenta metros do solo.


O dia estava agradável, por isso se debruçou sobre o parapeito apreciando a vista, mas depois de alguns minutos deslizou para se sentar; estava exausto. Ariel estava parado à soleira da porta, como um leal servo. Edmundo se incomodou com aquilo.


— Está me servindo ou me vigiando? E se eu quiser sair do quarto?


— A Feiticeira Branca pediu que se mantivesse em repouso em seus aposentos, pois o castelo ainda não foi totalmente concluído e há lugares perigosos em sua estrutura. Ela virá se reunir com Vossa Majestade tão logo se recupere para discutirem assuntos relacionados ao reino. Por isso, peço-lhe, Majestade, que permaneça em seus aposentos.


— Que assuntos do reino? E afinal, ainda sou um prisioneiro. O que ela quer de mim? Pretende me manter como refém? Porque ela vai descobrir que não sou mais o garoto medroso e fraco que ela manteve cativo. E quanto a você... — Ele se levantou, mas sentiu uma tontura e teve que se apoiar no parapeito. Ariel veio para ajudá-lo, mas ele fez um gesto negativo e se aprumou sozinho. — Se chegar perto de mim, te jogo lá embaixo!


— Majestade, estou aqui apenas para servi-lo. A porta está trancada por fora e há guardas no corredor. Sou fraco e estou desarmado, não represento nenhum perigo. Por favor, deixe-me ajudá-lo!


— Estou bem. — Ele andou de volta ao quarto e se sentou na cama. Sua visão estava turva e sua cabeça pesada. — Se quer ajudar, apague aquele incenso e me deixe sozinho.


— O incenso é para aliviar a dor dos ferimentos. E quanto a sair, bem, se é o que deseja... Mas não prefere que eu prepare seu banho antes? Além do mais, preciso renovar suas bandagens e aplicar o unguento.


— Há quanto tempo estou aqui?


— Quatro dias desde que o Castelo foi erguido.


— E o que aconteceu com a Styr? Ela queria me matar, com toda a certeza.


— A Rainha ordenou que ninguém o molestasse. Por isso, vendo que ela guardava rancor de Vossa Majestade, foi ordenado que ela ficasse no Castelo do Abismo.


— Então, ninguém pode me atacar?


— De forma alguma!


— Nada disso faz sentido... — Edmundo suspirou e acabou por aceitar os serviços do pajem, afinal ainda estava lânguido devido a perda de sangue. Tomou um demorado banho quente, e teve as bandagens trocadas. Deitou-se e adormeceu rapidamente.


A noite chegava silenciosa, assoviando pelas frestas e janelas do quarto. Nuvens se aglomeravam por sobre as montanhas e eram sopradas na direção da cidade. Acordou com um trovoar distante, ecoando pelas paredes de gelo do castelo.


“Dessa vez me machuquei pra valer.” Além das costas marcadas, seu rosto ainda tinha cortes, e os pulsos e tornozelos estavam arroxeados. Provavelmente estava sem se alimentar desde que desmaiara na cerimônia, mantido vivo por remédios e poções, e sabia-se lá mais o quê.  Quando estava caindo num sono leve, ouviu a porta pesada se abrir no corredor de entrada do quarto. Pensou ser o pajem, mas os passos leves não eram os de um homem. Edmundo sentiu o coração disparar ao ouvir aquela voz tão familiar.


— Vejo que está bem melhor agora, Rei Edmundo. — Jadis se aproximou da cama e parou, encarando seu prisioneiro com ar de superioridade. — Consegue se sentar?


Ele se sentou, olhos arregalados, garganta seca, e todo trêmulo diante daquela aparição de vestido branco. Seus pesadelos finalmente o haviam alcançado, mas Pedro não estava ali, como havia prometido. E ao contrário do que dissera, sentia-se como uma criança assustada, preso e impotente diante da mulher que quase tirara sua vida. Tentou controlar a respiração para disfarçar o medo que se apoderava dele, pois não era uma reação racional, seu corpo simplesmente não o obedecia. Com muito custo, conseguiu dizer alguma coisa em voz alta.


— O que você quer? Pensei que quisesse me ver morto.


— Ora, e por que eu mataria o Rei de Nárnia? — Ela estava de pé diante dele, com as mãos na cintura e uma expressão indecifrável. Deu um passo adiante, e Edmundo recuou por reflexo, recostando na alta cabeceira da cama. Ela achou graça. — Ainda tem medo de mim? — Ela se afastou até a mesa de refeições e pegou uma garrafa de hidromel, servindo duas taças. Voltou com as bebidas e ofereceu uma a Edmundo. — Beba. Não sei se está tremendo de frio ou de medo, mas irá lhe deixar aquecido e menos acovardado.


— Não estou com sede.


— E eu não estou pedindo. Além disso, se quisesse envenená-lo já teria feito isso há dias. Agora pare de ser uma criança mimada, e beba! A não ser que queira um copo de leite, e rosquinhas. — Seu tom de zombaria fez Edmundo esticar o braço e pegar a taça, ainda que não tivesse a intenção de sorver o líquido. Ela virou o licor de uma só vez, o que a deixou levemente rosada. — Não é ruim, mas doce demais para o meu paladar. — Ela se sentou nas almofadas e se serviu de um pouco mais. — Venha e sente-se à mesa. Precisamos conversar.


— Sobre o quê? Assuntos do reino? Seja lá o que for, não me interessa. Além do mais, é melhor você me deixar ir antes que perca a vida que acabou de receber.


— Edmundo, como se estivesse em posição de pedir alguma coisa. Eu, no entanto, tenho algo a oferecer. Um reino, pacificamente conquistado, e a vida salva de centenas, se não milhares, de pessoas.


— Mas do que é que você está falando?


— Mil anos foi um longo tempo para repensar minhas estratégias. Sei que não posso derrotar Aslam, ou os Reis e Rainhas de Nárnia. E agora ainda há os Telmarinos. Por isso, considerei usar de meios convencionais para me tornar Rainha dos Reinos Selvagens do Norte. Contudo, preciso de um diplomata que entenda essas leis ridículas e as explique para mim.


Edmundo piscava os olhos tentando entender se aquilo era real ou alguma alucinação provocada pelo incenso que nunca acabava de queimar.


— Você quer fazer as coisas sem nenhuma morte ou guerra?


— Sabe que não sou muito... tolerante.


— Nisso concordamos!


— Por isso quero que seja o meu rei e governe ao meu lado. Não tenho paciência para essas estruturas burocráticas, mas tenho um exército, poder e riquezas para tanto.


— E se eu recusar?


— Então poderá partir. Para Nárnia, para seu mundo. Não está numa masmorra, Edmundo, pode ir embora quando quiser, mas então farei as coisas do meu jeito.


— Isso me parece manipulação.


— Não o estou obrigando a nada.


— Mas está ameaçando iniciar outra guerra, se eu entendi direito. E como acha que vai terminar?


— Não importa. Porque independente do lado que vença, milhares de vidas inocentes se perderão. E a troco de quê? Da sua escolha. — Ela bebeu de sua taça enquanto ele ponderava sobre aquela questão.


— Está propondo que eu fique aqui e crie uma Aliança entre Reinos?


— Então é assim que se chama? — disse displicente.


— Como se você não soubesse! Você mesma poderia fazer isso.


— E faria, mas as pessoas não iriam acreditar em mim, por isso preciso que governe ao meu lado. Não é muito difícil de entender. Dessa forma, não haveria nenhuma guerra, apenas acordos amigáveis entre reinos. Eu estaria satisfeita em ser reconhecida como uma legítima rainha, governando meu próprio território, mas deixaria que você supervisionasse as leis, comandasse os exércitos e utilizasse os recursos do castelo como bem quisesse. Então, o que me diz?


Edmundo estava aturdido com toda aquela conversa. Ainda não podia acreditar que a malévola Feiticeira Branca quisesse agir de acordo com as leis daquele mundo. E cabia a ele decidir se o desfecho daquela situação terminaria pacificamente ou num banho de sangue. Ele bebeu o licor, quase que sem querer, e se engasgou, pois além de forte era muito doce. Mesmo assim, sentiu seu corpo esquentar e o ânimo voltar ao seu espírito. Bebeu o restante do líquido, sentindo-se revigorado.


— Isso é doce demais!


— Foi o que eu disse. — Ela se levantou e caminhou até ele, oferecendo-lhe a mão. Instintivamente, Edmundo se afastou. — Não tenha medo, não vou machucá-lo. Venha, quero lhe mostrar algo.


Ainda que hesitante, Edmundo segurou a mão dela e conseguiu se pôr de pé. Eles deixaram o quarto e andaram pelos salões e corredores praticamente vazios do castelo. Foi então que ele percebeu estar descalço sobre o chão de gelo, contudo, não sentia o frio em seus pés.


— Por que o chão não está frio?


— Encantei o castelo para que ficasse mais agradável.



Ela o levou até alguns andares acima, até uma grande porta arqueada. Ao entrar no recinto de vitrais estreitos como janelas, ergueu as mãos e evocou a luz que estava constantemente permeando as paredes da construção. A luminosidade revelou uma sala comprida, com algumas colunas, e ao redor, esparramado ao longo das paredes, um inestimável tesouro repleto de joias, montantes de ouro, baús, tapeçarias, porcelanas, armaduras, escudos, estatuetas, e muitos outros artigos que ele nem sabia de que material eram feitos. Além disso, havia mobílias de carvalho e cedro, cristais, ébano e marfim.


— O que? — Edmundo estava atônito com a quantidade de riquezas espalhadas a esmo naquele salão. — O que é isso? O tesouro de um dragão?


— De muitos! — respondeu ela observando a reação dele. — Isso é o suficiente para governar um reino?


— Suficiente? Acho que poderia gerir uns três reinos com tudo isso!


— Eu nunca me importei com tesouros. Para mim não passam de barganha para os gananciosos. — Ela andou pelo extenso salão junto a Edmundo que não conseguia tirar os olhos de tanto brilho. — É todo seu para usar como achar melhor.


O rapaz se virou desconfiado.


— Está me dando esse tesouro?


— Não apenas isso. O comando das criaturas da noite, esse castelo, e também — ela se aproximou dele — o poder para governar por quanto tempo desejar.


— De que poder estamos falando exatamente?


— Do tipo que o fará mais forte do que jamais imaginou. — Ela pegou uma pequena caixa sobre uma mesinha de mármore e a abriu. Dentro havia um anel de prata e diamante. Tinha o desenho de ventos soprando para o centro radiante. — Nunca o usei, pois estava destinado a um marido que nunca tive, mas agora ele poderá ser seu. — Ela o mostrou a ele. — Ele serve para protegê-lo de feitiços, além de aumentar a força de quem o usa.


Edmundo pegou a joia e a examinou. Parecia ter brilho próprio, e a pedra certamente possuía alguma magia, podia sentir.


— Não sei se poderia... — Ainda que alguma parte dele desejasse aquele artefato, ele o devolveu a Jadis, mas ela recusou a pegá-lo.


— É seu agora, faça o que quiser com ele.


Edmundo suspirou. Havia muita coisa em jogo naquele momento.


— Se eu ficar, não poderei voltar à Inglaterra, nem ver meus irmãos.


— Mas sempre quis governar sem eles.


— Eu sempre quis governar sozinho, não sem que eles existissem!


— Então parece que tem muito o que pensar. No final das contas, parece que ser ‘justo’ é bem mais difícil do que ser ‘magnífico’. — Edmundo imaginou que ela se referia a Pedro. O que ele faria em seu lugar? Provavelmente recusaria a oferta e acabaria com aquela situação lutando com ela ali mesmo. Contudo, sendo Jadis uma oponente tão formidável, e estando ele tão debilitado, o resultado seria óbvio. — Seu irmão sempre cortejou a guerra, mas essa foi a bênção que Aslam concedeu a ele, vitória sobre seus inimigos, inteligência estratégica para resolver qualquer conflito. E o que você recebeu, Edmundo, o Justo?


Ele ergueu o rosto com destemor.


— Sabedoria para sempre enxergar o que é certo e o que é errado — disse resoluto, ainda que um pouco pesaroso.


— E o que a sabedoria que Aslam lhe presenteou lhe diz nesse momento?


— Evitar uma guerra desnecessária, mesmo que eu tenha que sacrificar tudo o que amo.


— Isso não é uma bênção, meu caro, é um fardo. Por que será — e ela se aproximou ainda mais dele — que ele presenteou seus irmãos com dons tão aprazíveis e deixou você com uma tarefa tão árdua? Não seria isso um castigo? Viver à sombra de seu irmão, do Rei Cáspian, ser um garoto que mais serve como pajem do que governa como rei. Isso não lhe diz nada?


— Como assim? — perguntou, confuso, sentindo ressoar uma tristeza escondida em seu coração.


— Você nunca terá o que almeja, pois o seu destino é ceder tudo o que deseja para que outros realizem o desejo deles. Tanto para mim, como para todos, você é apenas um recipiente de sacrifício. — Jadis sentiu que o senso de propósito dele esmorecia pouco a pouco.


— Se esse for o destino que Aslam escolheu para mim — e a encarou com os olhos marejados —, quem sou eu para fugir da minha sina?


— Pelo menos, ficando aqui poderá gozar de um pouco dos seus sonhos. Ser rei, governar, manter a paz, fazer a diferença entre a vida e morte de muitos. Você será reconhecido, finalmente, como aquele que uniu os povos da Luz e os povos da Escuridão pacificamente. Que gloriosa sina estou oferecendo a você! A mesma que seu querido leão sempre almejou para Nárnia e seus amados povos. Mas claro, não posso tomar essa decisão por você. — Ela foi se retirando do salão, e Edmundo fez o mesmo, cabisbaixo.


Retornaram aos aposentos do rapaz. Ele se sentou na cama, cansado e com a respiração entrecortada, sentindo um grande peso no coração. Ainda segurava o anel, pois uma parte dele ainda não havia desistido de seus secretos e silenciosos desejos. Por fim, disse com a voz hesitante.


— Se eu ficar, será apenas por um tempo. O tempo necessário para conciliar os reinos e fazer cumprir a sua promessa.


— Aceito seus termos.


— E quando eu voltar terá se passado apenas alguns segundos — disse a si mesmo. Estava ofegante com o peso da decisão que estava prestes a tomar. Não sabia se era exatamente o que deveria fazer, mas pensou que evitar uma guerra já valeria o risco. — Está bem. Eu vou ficar, mas com uma condição. Se eu entender que você está descumprindo a sua palavra, vou pessoalmente acabar com você! Sabe que posso fazer isso, você me assiste há muito tempo!


— Ah, sim! Eu o assisti por todo esse tempo. Sei do que é capaz, Rei Edmundo. — Ela se sentou perto dele. — Por isso escolhi você para governar ao meu lado. Você é decidido quando está motivado. — Ela pegou o anel e o colocou no dedo dele. — A partir de agora, você também é o Rei dos Povos Sombrios das Terras do Norte!


Edmundo sentiu um fluxo de energia vindo do anel. Seus sentidos se ampliaram e ele ficou atordoado.


— Estou zonzo... — Levou a mão à cabeça.


— É uma magia ancestral, está se adaptando ao poder que você já possui. Só resta uma coisa a fazer para selar a Grande Magia. — Ela segurou o queixo dele e beijou seus lábios suavemente. Uma energia passou da aura dela para a dele, e isso o fez sentir um empoderamento se expandindo por todo o seu corpo.


Jadis se curvou sobre ele e beijou sua garganta. Tomado pelo fluxo da inebriante sensação, ele não conseguiu se desvencilhar e se deixou deitar sobre as peles almofadadas da cama de gelo morno. Enquanto o toque dela deslizava gentilmente sobre as bandagens, Edmundo foi se rendendo aos seus caprichos, permitindo que ela o tocasse mais ousadamente, desejando o corpo dela tanto quanto ela desejava o seu.


As roupas já haviam caído ao chão, e o calor entre eles aumentava como uma fome insaciável. Ela segurou os braços dele, dominando sua presença. Edmundo havia sido capturado pelas sensações de prazer que inibiram seu medo e insegurança, afastando qualquer pensamento de repulsa, vergonha ou culpa. Ele não era mais um rei místico num corpo de um adolescente, e ela não era uma feiticeira imortal e cruel, tampouco eram inimigos mortais, eram apenas um homem e uma mulher procurando conforto, um nos braços do outro.


E quando a euforia consumou o êxtase daqueles dois corpos, uma incrível sensação de paz e contentamento aquietou toda a dúvida e o receio, e eles adormeceram suavemente, entrelaçados como dois amantes.


 Fim do Capítulo 4



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Autor(a): callyzah

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Edmundo acordou só, sobre a felpuda manta de sua cama na manhã seguinte. Estava tão relaxado e sonolento que não se recordava nem onde estava, nem o que havia acontecido na noite anterior. Havia sonhado com uma música que gostava muito, e ainda conseguia ouvi-la em sua mente. De súbito, um lampejo de memória atravessou sua co ...


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