Fanfic: DEZESSEIS | Tema: adolescente romance paixão juventude música

Caminhando pelos campos da pequena fazenda que seu pai conseguiu manter das muitas terras que ele conquistou nos seus tempos de vaqueiro famoso, Jennifer conversa com seu amado contando os passos bem devagar. Os campos verdejantes se estendendo sobre um prado deslumbrante que era abraçado por uma brisa restauradora se mostrava um belo espaço para se viver em contato com a natureza. Natureza esta que trazia em seus encantos algumas espécies de pássaros que voavam por sobre as cabeças dos caminhantes e cantavam em um galho ou outro das árvores na extensão da relva. Jennifer mostra os belos cavalos que seu pai cuida enquanto relata sobre o maravilhoso passado dele. Micael confirma que já tinha ouvido falar sobre a fama de João Roberto nos tempos áureos das vaquejadas, como ele era famoso e talentoso, que chamava a atenção da mulherada com seu estiloso carrão antigo, um opala azul metálico que era a sensação na cidade e encantava a todos por onde ele passava e fazia roncar seu motor potente.

-Nem me fala desse carro... -disse Jennifer olhando para baixo.

-Por que? Não me diga que ele ainda tem esse carrão maneiro? -indagou Micael empolgado na expectativa de ver o veículo com os próprios olhos, mas Jennifer apagou o fogo do rapaz dizendo:

-Não, ele não tem mais esse carro! Ele explodiu em um acidente horrível que quase matou meu pai. O opala ficou em pedaços.

-Minha nossa! -exclamou o jovem policial.

-Quase que eu fico sem pai e sem mãe na mesma semana! -concluiu a jovem menina.

-Como assim? Eu não estou entendendo direito! -disse totalmente perplexo o rapaz.

-É que minha mãe morreu quando eu nasci, meu avô que mora no Texas, nos EUA, levou o corpo dela para ser enterrado lá e isso acabou com meu pai por dentro. Então ele pegou o carro e dirigiu muito rápido pela estrada até a cidade e bateu de frente com um caminhão. Meu pai foi lançado ao longe pela janela e sobreviveu de milagrosamente, mas não sobrou nada do carro.

-Que história incrível é esta! Incrível e triste ao mesmo tempo!

-Ele só tinha dezesseis! -disse Jennifer -A mesma idade que eu tenho hoje!

Os dois amantes caminharam até o lago dos patos, um lago bem grande e extenso que fica nos fundos da propriedade de seu pai, onde muitos patos vêm nadar e se alimentar nas águas escuras e geladas do lago. Jennifer e Micael andam até o pequeno trapiche que João Roberto construiu anos atrás e retirando seus calçados, a moça convida o rapaz para se sentarem na madeira do trapiche e colocarem os pés na água. Meio desajeitado, o jovem policial aceita o convite dela, porém reclama da água gelada do lago lhe causar calafrios, então, a moça sorri encantada com o jeitão simples do rapaz. Sentados, vendo os patos nadarem e mordiscarem algo na água, os dois jovens se olham intensamente e riem de maneira abobalhada tentando superar a timidez que travavam seus corpos e suas palavras. Eles querem se amar, mas o acanhamento os interrompe a cada tentativa em criar coragem para falarem tudo o que estão sentindo um pelo outro.

Micael fica deslumbrado com o lugar e depois de se acostumar com o frio da água do lago molhando seus pés, ele, subitamente, levanta e anunciando que gostaria de tomar um banho naquele lago, pula na água mergulhando seu corpo por completo. Jennifer se assusta com a atitude impulsiva de seu amado e meneando a cabeça em reprovação ao vê-lo submergir todo molhado, sorri alegremente sentindo uma felicidade tomando conta do seu ser como nunca tinha sentido antes em toda a sua curta vida. Imaginou que talvez seria esse mesmo sentimento que uniu seus pais anos atrás. E que agora, esse sentimento estava ali dominando-a, apresentando-lhe um mundo novo e fazendo com que esquecesse as horas durante todo o tempo em que estava ao lado dele. Um rapaz que, outrora, era um completo desconhecido, agora invadiu sua vida e ela tem dentro de si uma vontade de ficar com ele que só cresce a cada instante.

Micael nada para se aproximar do trapiche e de forma empolgada convida sua amada para também tomar banho no lago com ele. Ela recusa, mas ele insiste e a puxa para ele fazendo com que Jennifer caia mergulhando seu corpo nas águas frias do lago dos patos. Ela esbraveja censurando sua atitude, mas quando ele a envolve em seus braços e a beija novamente, tudo aquilo que poderia incomodá-la em sua mente, desaparece. Era o amor nascendo entre aquele jovem casal que não sabia muito bem como expressar aquilo que estavam sentindo, mas que eram levados pelos impulsos da paixão que só queria satisfazer os intentos de seus corações enlouquecidos. O tempo parou para a moça que sentia aquele corpo levemente musculoso apertando o seu, a pele do seu rosto e todos os outros predicados que o jovem rapaz possuía despertavam em Jennifer sensações que ela desconhecia até agora. Enquanto isso, o jovem policial estava com suas emoções explodindo dentro de si e entre beijos, abraços e amassos, não conseguindo mais controlar o fervor intenso que transbordava à flor da pele por todo o seu corpo. Decidiu avançar.

CONTINUA...