Fanfics Brasil - O homem do futuro (1ª parte) Almas Trigêmeas

Fanfic: Almas Trigêmeas | Tema: Supernatural (Irmãos Winchester)


Capítulo: O homem do futuro (1ª parte)

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Esse capítulo tem partes do episódio 4 da quinta temporada, "O fim". 



E como vcs perceberam no capítulo anterior, costumo trazer trechos dos diálogos dos episódios anteriores de Supernatural e também dos capítulos que escrevo. Pra dar uma relembrada, estabelecer conexão e aquele "ar" do seriado. 



Boa leitura!



Anteriormente:


- Então... – começou John Winchester, com as mãos sobre o porta-malas do carro – ... vocês querem saber sobre a Colt?


Os rapazes pararam de recarregar as próprias armas e olharam surpresos por seu pai perguntar, já que nunca compartilhava ou se preocupava em saber a opinião deles. Foi Sam que respondeu por ambos:


- Sim, senhor


- Em 1835, quando o cometa Halley passou... dizem que Samuel Colt criou uma arma. Uma arma especial. Dizem... dizem que o revólver mata qualquer coisa.


(...)


- Com o que estamos lidando? – indagou Dean no posto médico – Você sabe?


- Sei. A doutora acha que é um vírus – respondeu Sam


- Tá legal. O que você acha?


- Que ela está certa.


- Sério?


- É. E eu acho que os infectados tentam infectar outros pelo contato direto com o sangue. Ah! E tem mais. O vírus deixa vestígios de enxofre no sangue.


- Um vírus demoníaco?


- É. Parece uma zona biológica demoníaca.


- É como uma praga bíblica.


- Eu andei olhando o diário do pai. O pai tinha uma teoria sobre Croatoan.


(...)


– Eu sou uma casca? – indagou Dean


- Você é a casca – respondeu Zacarias


- Precisa do meu consentimento. Miguel precisa que eu diga sim para sair por aí na minha pele.


- Infelizmente sim.


- A resposta é não.


(...)


— Sei que não confia em mim – declarou Sam sentado diante do irmão do outro lado da mesa de madeira num parque – E pra ser sincero, nem eu mesmo confio mais em mim.


- Então o que está dizendo? – perguntou Dean


- Sou perigoso. Talvez seja melhor a gente se separar.


(...)


- Você sabe quem sou eu. – afirmou o homem loiro e barbudo sentado na cama com expressão e voz tranquila.


- Lúcifer. – respondeu Sam apavorado ainda de pé e foi se afastando


- É o escolhido, Sam. – o arcanjo se levantou e aproximou-se do Winchester. Este recuou – Você é a minha casca.


- Não vai acontecer.


(...)


Em North Platte, estado de Nebrasca, a quilômetros dali, num quarto de motel, os irmãos Winchesters dormiam em camas separadas. De repente, acordaram ao mesmo tempo com sobressalto. Haviam sonhado a mesma coisa. Haviam sonhado que estavam juntos num mesmo lugar.


Com a mesma mulher.


 


Capítulo 2


O homem do futuro (1ª parte)


– Vou dar uma volta por aí. – anunciou Dean pegando as chaves do carro sobre a cômoda


– Mas... ah... não combinamos de sair cedo pra chegar logo na casa do Bobby? – indagou Sam sentado numa mesa com seu laptop enquanto pesquisava algum indício que os pudesse levar a Lúcifer.


– A gente vai, mas eu preciso... tenho mesmo que sair... – não conseguia olhar para Sam – Volto logo.


– OK.


Sam não protestou e desviou o olhar, também meio incomodado em encará-lo. Dean saiu sem mais palavras do quarto do motel.


– 0 –


Estava ao volante de seu Impala diante de um parque. Eram mais ou menos nove horas. O lugar não tinha muito movimento, apenas um transeunte ou um veículo passava por ali de vez em quando.


Precisava mesmo respirar ar puro para colocar as ideias no lugar. As últimas quarenta e oito horas haviam sido muito confusas. Sua cabeça estava tão embaralhada por tantas coisas que se não parasse para refletir, explodiria.


Concentrou-se na lembrança da noite de dois dias atrás.


Fazia uma semana que Sam e ele estavam separados devido às consequências dos atos do irmão: confiar num maldito demônio, a Ruby, trair sua confiança por causa dela e, com isso, ter libertado Lúcifer e provocado aquela confusão que o mundo começava a experimentar de eventos catastróficos como tempestades, maremotos e outros.


Numa de suas andanças como caçador solitário, Dean chegou na cidade de Kansas.



Ao lado da portaria de um motel, um pregador fanático que anunciava o Apocalipse o abordou, porém, ele ignorou o homem com um comentário sarcástico e hospedou-se; pouco depois, recebeu uma ligação de Castiel informando sobre ao paradeiro da Colt. O anjo ainda tentava se acostumar em se comunicar por celular, mas era o único modo, já que por ter gravado cunhos enoquianos nas costelas dos Winchesters, as marcas impediam qualquer anjo, inclusive ele próprio, de localizar os irmãos.


Segundo Cass, a arma estava com demônios e, embora, fosse uma informação que o caçador considerasse estranha, pelas criaturas portarem algo que podia matá-las em vez de a destruir, não tentou dissuadir o anjo de sua busca, já que poderia ser uma forma de acabar com o Diabo, se realmente o revólver ainda estivesse ileso.


Dean informou o nome do local em que estava, mas pediu para Castiel encontrá-lo somente depois de quatro horas de sono que ele precisava recuperar, após horas no volante.


Pela madrugada, Sam ligou para Dean e este apesar da surpresa e do adiantado da hora atendeu. Escutou a revelação de seu irmão de que Lúcifer lhe havia aparecido em sonho e declarado que ele era sua casca. Embora surpreendido, Dean não ficou em pânico como Sam supunha e nem ele próprio há um tempo ficaria; era como se cada golpe que a vida lhe desse não pudesse mais machucá-lo. Foi o que disse mais ou menos para Sam:


- Acho que estou meio vacinado contra revelações bombásticas a essa altura.


Então Sam deixou claro que queria voltar a caçar com o irmão, porém, Dean rechaçou a proposta e afirmou com todas as letras que eles juntos eram um desastre e somente piorariam a situação.


- Dean, não tem que ser assim – protestou Sam – Podemos lutar.


- É, tem razão, podemos. Mas não juntos. Não somos fortes quando estamos juntos, Sam. Eu acho que ficamos mais fracos... porque o que há entre nós... amor, família, seja lá o que for, sempre... vai ser usado contra nós... e você sabe disso. – recostou-se numa poltrona que estava no quarto; mesmo lamentando magoar seu irmão e a separação entre eles doer, tinha que ser forte – É melhor ficarmos separados. Temos mais chances de evitar Lúcifer e Miguel... e tudo isso... se cada um seguir seu caminho.


- Dean, não faça isso.


- Tchau, Sam.


Desligou mesmo com aquela cortada no peito. Era melhor assim. A dor pela traição de Sam e a falta de confiança nele para combaterem juntos o Apocalipse eram maiores. Foi dormir, embora custasse dessa vez.


Quando acordou na manhã seguinte, o quarto em que estava não parecia o mesmo: a disposição do cômodo estava igual, porém, tudo ali resplandecia a abandono, sujeira e um fedor de algo que não era limpo há anos. O colchão em que se deitou estava todo desencapado em molas e sem nenhum lençol ou roupa de cama. O Winchester se levantou confuso e aproximou-se da janela. Do lado de fora, a situação era mais desalentadora: o bairro e além do que se via pela cidade arrasados como se uma guerra houvesse sido a causa; via-se destroços de carros, construções destruídas e ausência de qualquer pessoa pelas ruas.


Dean saiu pelas redondezas e constatou o cenário desolador. Após um longo tempo, encontrou num beco uma menina. Aproximou-se tentando confortá-la, mas logo se arrependeu: a criança parecia uma fera que o atacou e o quase o acertou com uma faca. Ele conseguiu se desviar dos golpes e teve que derrubar a pequena. Ao olhar para uma parede sem acabamento, viu escrito CROATOAN. Aquilo o perturbou e mais ainda quando um grupo de infectados pelo vírus apareceu.



Ele correu o mais que pôde, mas ao se deparar com uma cerca, viu que estava perdido rodeado por aquela multidão.


Eis que um grupo de soldados num tanque de guerra apareceu e atirou para todos os lados, sem nem indagar se ele era um dos infectados; mesmo assim, conseguiu sair ileso e correu para se esconder.


Dean voltou para o motel, tendo cuidado em não topar com nenhum infectado. Antes, havia procurado seu Impala por todos os lados, mas não o encontrou; maldisse o infeliz que deveria tê-lo roubado. Teria que roubar um carro para sair dali e averiguar o que estava acontecendo. Esperou anoitecer e saiu; arrombou a cerca de um estacionamento abandonado; felizmente, havia alguns veículos; restava saber se algum estava funcionando, pareciam todos velhos. Na cerca, estava uma placa de restrição e aviso daquela zona ser de contaminação; também se via escrita uma data: 1º de agosto de 2014. Cada vez tudo estava mais estranho; Dean não entendia como podia ter chegado ali naquele tempo. Seria uma brincadeira do Trickster? Era a cara do maldito; mas deveria continuar investigando e averiguar. Entrou num carro, ligou os fios da partida e conseguiu colocar o veículo em movimento.


No meio da estrada, sobressaltou-se com a aparição de Zacarias ao seu lado no banco de passageiro com um jornal em mãos; o anjo começou a ler as notícias.


- Achei mesmo que estava meio parecido com De Volta para o Futuro. – declarou o Winchester com expressão de desagrado.


O anjo o ignorou e continuou sua leitura em voz alta. À parte de estar aborrecido, algo intrigava a Dean: como Zacarias o havia encontrado? Ele o indagou e o tipo explicou que os anjos estavam dando a se conhecer a grupos cristãos fervorosos para recorrer a ajuda deles e que uma foto do Winchester foi entregue para que os informassem. Dean se lembrou do fanático na portaria do motel.


– OK. Já teve sua diversão! – Dean esbravejou – Agora me mande de volta, seu filho da mãe!


– Você voltará, no tempo certo. – respondeu Zacarias calmo – Queremos que você fique um pouco no banho Maria.


– Banho Maria?


– Três dias, Dean, para ver aonde esse curso de ação leva você.


- O que isso quer dizer?


- Que suas escolhas têm consequências. – mostrou-lhe o jornal futurista de notícias catastróficas que havia lido – É o que vai acontecer no mundo se continuar dizendo não ao Miguel. – em seguida, emulou um sorriso desdenhoso – E quem você vai perder no processo – Dean engoliu em seco. Zacarias balançou a cabeça como se risse de uma piada particular – Quem diria, o grande Dean Winchester... Como vocês falam aqui? Ah, Garanhão! Quem diria que com o garanhão pudesse acontecer algo assim?


- De que merda você está falando? – Dean pestanejou


- Dê só uma olhada.


Zacarias desapareceu sem lhe responder. Dean tentou entender aquela insinuação sobre ele ser um garanhão (e era mesmo, e daí?), mas desistiu. Besteiras daquele canalha, assim como tudo que estava lhe fazendo desde que se conheceram.


Dirigiu até a casa de Bobby para saber se o velho caçador estava vivo, mas tudo que encontrou foi sua cadeira de rodas caída e alvejada por balas; concluiu que Singer encontrou um triste fim. Lamentou-se, mas continuou a remexer nas coisas do caçador e, no esconderijo de sua chaminé, encontrou uma agenda velha, com papéis amarelados e velhos, e uma foto de Bobby, Castiel e mais outros homens armados, diante de um local com uma placa com os dizeres: “Bem-vindo ao Acampamento Chitaqua.” Imediatamente, foi para lá após seguir as coordenadas e o endereço na agenda.


Ainda era de noite quando chegou; o tal acampamento não era muito longe, mas bem vigiado. Mesmo assim, conseguiu entrar; localizou o que parecia ser seu Impala lá dentro. Era mesmo “sua baby”!  Estava em péssimo estado de conservação, mas não havia dúvidas. Ficou tão desolado pela falta de cuidado com seu veículo, que se distraiu e recebeu um golpe na cabeça.


Quando acordou, estava com um dos braços acorrentado num dos degraus de uma escada de um galpão.



Deparou-se com Ele mesmo lhe encarando, bom, uma versão futura de si pelo visto. Ainda assim, não pôde deixar de se surpreender. Havia algo no seu Eu futuro, uma indiferença e frieza como se não se surpreendesse com mais nada; isso ele pôde detectar no modo como o encarava e falava. O tipo não demonstrava perturbação pela semelhança entre eles, mesmo tendo afirmado que havia feito provas nele enquanto esteve desacordado de que não era demônio, metamorfo ou qualquer entidade.


Mas pretendia lhe atirar. Oh, sim! E lhe perguntou um motivo para não o fazer.


- Zacarias – respondeu Dean


- Como é? – pela primeira vez, seu Eu futuro desfez a expressão fria e indiferente que mantinha


- Eu sou você do fim de 2009. O Zaca me tirou da cama e me jogou cinco anos no futuro.


- Onde ele está? – o outro se aproximou bastante interessado... e até desesperado, pelo menos, Dean o notou em sua fisionomia, embora ele mantivesse uma postura firme – Quero falar com ele.


- Eu não sei.


- Ah, você não sabe.


- Não, eu não sei. Olhe, eu só quero voltar para a porcaria do meu ano. Está bem?


- OK – o outro se abaixou à sua altura, mas com o dedo em riste – Se você sou eu... então me conte uma coisa que só eu saberia.


Dean o encarou e pensou no que poderia contar a si próprio. Por um momento, pensou em falar... sobre ela. Não. Ridículo. Não falaria sobre seu maior segredo. Não que tivesse vergonha, mas... era tão íntimo; era como se só de admitir não pudesse ser real. Tsc, não era real mesmo, apenas... fantasias. Sonhos. Balançou a cabeça, o outro arqueou a sobrancelha.


- Rhonda Hurley – sim, aquilo era mais fácil de admitir. O outro Dean o encarou intrigado – A gente tinha... uns dezenove anos. Ela colocou a calcinha dela na gente. Era rosa e de seda, e quer saber? A gente até gostou.


- Touché.


O outro Dean pareceu satisfeito, embora a expressão se anuviasse. Dean estranhou, talvez o outro não achasse que fosse suficiente. E estranhou mais ainda quando ele disse:


- Sabe, por um momento eu pensei que você falaria... – interrompeu-se brusco e contorceu o rosto como se reprimisse uma emoção forte. Dean o fitou intrigado. Foi a vez do outro balançar a cabeça e emular um sorriso amargo como se dissipasse uma ideia. Depois, levantou-se – É, a gente gostou mesmo... Rhonda Hurley.


Ergueu-se com a mesma expressão indiferente e neutra; Dean o encarava cada vez mais intrigado. Por fim, o outro Dean lhe falou sobre a pandemia do Croatoan pelo mundo afora sem a menor emoção e os sobreviventes que viviam ali sob seu comando, porém, não conseguiu ocultar certa dor na fisionomia, quando lhe perguntou sobre Sam.


- Um duelo de gigantes em Detroit. – reassumiu a máscara de indiferença – Pelo que entendi, Sam não venceu.


- Você não estava com ele.


- Não. Eu e o Sam. A gente não se fala há... sei lá, cinco anos.


- A gente não foi atrás dele?


- A gente... tinha outras pessoas para cuidar.


Uma dor se formou no rosto do outro, mas tão rápida que logo foi substituída por uma contração nos lábios e uma breve fúria. Dean se espantou: qual era o problema daquele cara? Bom, dele próprio.


Seu Eu futuro o deixou lá ainda algemado, pois não queria assustar os demais com tantas confusões que já tinham do Apocalipse para lidarem e saiu para uma missão que havia programado.


- Qualé? Você não confia em si mesmo? – indagou Dean antes de ele sair


- Não mesmo – respondeu o outro.


Ainda assim, Dean conseguiu destravar a algema graças a um prego que com muito custo tirou de uma tábua velha caída perto dele, soltou-se e saiu. Contudo, as coisas que viu o fizeram questionar se não teria sido melhor permanecer onde estava.


Primeiro, encontrou o profeta Chuck lhe fazendo um monte de solicitações de pedidos que não tinha a menor ideia do que decidir.


Em seguida, tomou uns golpes de uma tal de Risa, uma morena clara bonita e furiosa por ele ter dormido na noite anterior na cabana de uma tal de Jane; bom, não ele, seu Eu futuro, mas estava recebendo a culpa.


Como se não bastasse, ao procurar Castiel para lhe pedir que o mandasse de volta a 2009, descobriu que o anjo não tinha mais nem uma grama de energia celestial no corpo; bom, um mínimo suficiente para perceber que ele não era o Dean daquele lugar e época. Porém, não era tudo: o certinho, vigilante e sério Castiel não existia mais; agora ele era um devasso que fumava todas e organizava orgias sexuais como se fosse um guru do amor. Era muito para sua cabeça!



A gota d´agua foi testemunhar seu Eu futuro atirar pelas costas num companheiro de caçadas sem nem pestanejar; ainda por cima, Dean foi conduzido e empurrado com brusquidão por si mesmo dentro do galpão para terem um particular. Se bem que não podia culpa-lo: desobedeceu a ordem dele e deixou que dois caçadores e mais outras pessoas que estavam no local os vissem juntos, fora Castiel. Mesmo assim, não pôde deixar de acusar a seu Eu:


- Você atirou em um cara a sangue-frio!


- Estávamos em uma zona de quarentena aberta. Fomos cercados por uns crotes na saída – Dean piscou sem entender o termo – Crotes. Croatoans. Um deles infectou o Yager.


- Como você sabe?


- Porque depois de alguns anos, eu sei. – respondeu o outro com sua habitual indiferença – Eu comecei a notar os sintomas há meia hora. Não ia demorar para ele surtar. Não vi por que perturbar um bom homem com uma notícia ruim.


- Perturbar um bom homem? Acabou com ele na frente de sua gente! Não acha que os assustou um pouco?


- É 2014. Topar com um crote virou lugar comum. – apontou para Dean e para ele mesmo – Ter uma conversa com meu clone, isso sim deve tê-los assustado.


Por fim, acabaram por se entender e até tomaram um drink juntos. Seu Eu futuro revelou que a missão para a qual haviam partido era achar a Colt e encontrou-a justamente com os demônios, confirmando que a informação de Castiel lá em 2009 sobre o paradeiro da arma era verdadeira.


- Eu demorei cinco anos... mas finalmente consegui. E hoje... – o Dean futuro abriu um raro e genuíno sorriso. Ergueu o copo que segurava – Hoje à noite eu vou matar o diabo.


Acabaram por fazer uma reunião com um pequeno grupo de caçadores para aquela nova e “definitiva” missão, nas palavras do seu Eu. Entre eles estavam Castiel e também Risa, ainda um pouco ressentida com a safadeza e cinismo do Dean futuro, mas disposta a colaborar. Se bem que não deixou o sarcasmo de lado ao questionar o paradeiro de Lúcifer, apesar do sucesso em garantirem a arma com que poderiam destruí-lo.


O próprio Dean futuro esclareceu a todos que obteve a informação através de um demônio torturado. Àquela altura, Dean não se surpreendia mais com que seu Eu era capaz de fazer.


Depois de combinados os detalhes da partida para meia-noite, os dois Deans ficaram a sós de novo. Seu Eu futuro queria leva-lo com eles naquela missão, pois não acreditava que Zacarias o deixaria ser morto ali se não quisesse que ele testemunhasse os eventos futuros. E acabou por lhe revelar que Sam não havia morrido em Detroit na luta contra Lúcifer, como deu a entender, mas dito “sim” e não era mais o mesmo.


– Por que ele faria isso? – perguntou Dean abismado


– Quisera eu saber – respondeu seu Eu – Mas agora não temos escolha. Está nele e não vai sair. E temos que matá-lo, Dean.


O loiro permaneceu calado. Seu olhar era de desolação.


– E você precisa ver – continuou o outro – Ver tudo, ver como é ruim... para poder fazer diferente.


– Como assim?


– Zacarias vai te levar de volta, né? Para 2009?


– Vai.


– Quando voltar para casa, diga "sim". Ouviu? –foi incisivo – Diga "sim" para Miguel.


– Isso é loucura! Se eu deixar, Miguel lutará com o diabo. A batalha matará meio planeta.


– Olhe ao seu redor! – gritou com aflição – É melhor do que planeta nenhum, que é o que temos! Eu diria "sim" na hora, se pudesse.


– Por que não disse? – perguntou com desconfiança


– Eu tentei! Gritei "sim" até eu ficar sem ar! Os anjos não estão ouvindo! Eles fugiram, desistiram! Eu não posso mais, mas você pode.


– Deve haver outro jeito – balançou a cabeça


– Assim eu pensava. Eu era arrogante. Nunca pensei que eu ia perder. Mas estava errado. Estava errado – lamentava – Eu te imploro. Diga "sim".


Dean estava reticente com aquele pedido do seu Eu futuro. Contudo, surpreendeu-se com as palavras seguintes do outro e com uma expressão de grande dor que se revelou naquele olhar frio:


– Eu te imploro, Dean! Volte e diga "sim"! Salve a todos! E... salve ela! Não a deixe morrer! Não a deixe morrer! – gritou e bateu as duas mãos na mesa entre eles em que estavam apoiados seus braços


– O quê? – piscou várias vezes tentando entender o que acabava de ouvir.


– Nada – o outro fechou os olhos e abaixou a cabeça como se estivesse arrependido de ter falado algo proibido – Esqueça.


– Não, peraí... do que você está falando? – insistiu Dean – Ou melhor, de quem está falando? Você disse "Salve ela. Não a deixe morrer." Quem é...


– Ninguém! – vociferou o outro e levantou o rosto. Havia uma fúria em seu olhar mesclada com dor – Já disse pra esquecer! Não importa – sua expressão voltou a assumir um ar de neutralidade – De qualquer jeito, você não vai dizer mesmo.


Dean permaneceu em silêncio ainda bastante intrigado enquanto o outro prosseguia:


– Você não vai dizer porque eu não disse. Porque a gente não é assim, não é verdade? – encerrou num tom frio


Dean estava confuso e espantado com a atitude e palavras do seu Eu. Embora, este desconversasse, o loiro havia percebido que ele havia baixado a guarda sem querer e revelado que havia algum tipo de sentimento ali sob aquela couraça dura e fria. Algo negativo que o havia destroçado por dentro para que se tornasse um homem frio. Algo não. Alguém. Uma mulher.


O outro não lhe disse mais nenhuma palavra e ele tampouco o questionou sobre aquele momento de fraqueza; não tinha a menor vontade. Mais: de repente, sentiu um arrepio que o fez se calar ante qualquer desejo de informação ou mera curiosidade.


Foram se alimentar em silêncio e descansarem um pouco; em seguida, fizeram os últimos preparativos e partiram. Dean preferiu ir junto com Castiel numa picape; felizmente, seu Eu não objetou e foi com outro caçador.


Dean e o anjo viajavam em silêncio; Cass dirigia o veículo. Em dado momento e para a surpresa do Winchester, seu amigo tirou um frasco do bolso com uma mão, abriu-o e tomou algumas pílulas para ficar mais sóbrio do efeito das drogas que consumia.


– Deixe-me ver – inquiriu o loiro


– Quer um pouco? - perguntou Castiel enquanto passava o frasco para seu companheiro


– Anfetaminas?


– É o antídoto perfeito para aquele absinto.


– Não me entenda mal, Cass, eu... – começou meio sem jeito – Estou feliz por ter largado mão de ser careta... mas e essa coisa aí de drogas, orgias e guru do amor?


Castiel não pôde deixar de rir ante aquela observação.


– Qual é a graça? – tornou Dean


– Dean, não sou mais anjo.


– Como é?


– Eu virei mortal.


– Como?


– Acho que teve a ver com a saída dos outros, mas quando eles foram embora, o meu poder, tipo... se drenou – sibilou – E agora, sabe, sou praticamente humano. Eu sou um inútil. Ano passado, quebrei o pé e fiquei de cama por dois meses.


– Nossa! – o outro exclamou com espanto – Então você é humano.


O ex-anjo assentiu.


– Bom, bem-vindo ao clube – tornou o Winchester com sarcasmo


– Obrigado. Se bem que eu era de um clube bem melhor. E agora não tenho poder, nem felicidade, nem esperança... – fez uma pausa como se meditasse no que diria – Só culpa.


– Culpa? – estranhou o caçador


– É, culpa – olhou com firmeza para Dean como se estivesse decidido a lhe dizer algo de suma importância – Culpa por você ter se tornado o que vai ser daqui a cinco anos.


– Eu não entendo. – estava intrigado – Como assim?


– Foram várias coisas que fizeram o outro Dean se tornar...esse homem. O apocalipse, o vírus Croatoan... e é claro a dor de saber que Sam se transformou em marionete de Lúcifer.


Cass fez uma pausa para organizar os pensamentos. Dean permanecia calado e atento a cada palavra do amigo.


– Mas o que o matou por dentro realmente foi... a morte dela.


– Dela? – indagou o homem apertando os olhos enquanto tentava entender. Novamente era citada uma mulher.


– Ele não te contou? – tornou Cass – Não me surpreende. Ele nunca mais falou dela pra ninguém desde o que aconteceu. Eu mesmo nem devia te dizer isso. Se ele souber, me mata... – esboçou um sorriso triste – Como se já não quisesse ter feito isso antes.


– Escute, Cass, você sabe que adivinhações não são meu forte nem em 2009 e acho que nem aqui em 2014. Então...quer me dizer de que diabos está falando? Olha, sem querer ele falou de alguém, me implorou praticamente pra eu dizer "sim" ao Miguel e salvar essa pessoa. E depois não me disse mais nada. Mas ficou na cara que se trata de um rabo de saia. Que raio de mulher é essa?


– Sua esposa – replicou o ex-anjo num tom ríspido que demonstrava desagrado pelas últimas palavras do outro


– O... o quê? – Dean mal conseguia pronunciar as palavras – Minha o quê?


– Sua esposa – repetiu Cass – Victoria Collins.


****


Ah! Lembrando que essa temporada se passa no ano de 2009. Então, gente, a história vai se passar entre esse ano e o de 2012. OK?



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Autor(a): jord73

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