Fanfics Brasil - PREFÁCIO CONEXÃO AMAZÔNICA

Fanfic: CONEXÃO AMAZÔNICA | Tema: Crime Ambiental, Assassinato, Conspiração, Romance


Capítulo: PREFÁCIO

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BELÉM-PARÁ-BRASIL 


CIDADE DAS MANGUEIRAS. Antiga metrópole da Amazônia, fundada em 1616 pelo Capitão-mor Francisco Caldeira Castelo Branco. Situada em um ponto estrategicamente militar, no intuito de concretizar a conquista desta muito cobiçada região, é cortada por um imenso rio que foi batizado pelo explorador Francisco de Orellana no século XVI, o chamado rio Amazonas, em uma das primeiras expedições realizadas, na qual foram atacados por um grupo de nativas semelhantes às da mitologia grega, todavia, até hoje, jamais se ouviu falar de tais “Amazonas”.


A região que, a partir do Forte do Presépio, construído às margens da baía do Guajará, seria explorada por várias outras expedições, muitas delas sanguinárias. Dizimando ao fio da espada, sob o fogo da pólvora e a imposição escravista, os habitantes da imensa selva, apenas por desejarem aproveitar toda a sorte de riquezas que a nova terra prometia, e ainda sob os rumores de um lugar chamado de “Eldorado”.


Anos se passaram e a cidade de Belém teve suas glórias e declínios. Vibrou com o interesse do Marquês de Pombal que intencionava transformá-la em uma nova Veneza, e até mais bela que a cidade italiana. Também almejava transportar a corte portuguesa do Tejo para a nova cidade. Ele foi capaz de enviar o próprio irmão, Mendonça Furtado, para iniciar seu audacioso projeto, que por sua vez, trouxe consigo o famoso arquiteto bolonhês Antônio José Landi para dar características europeias aos novos prédios que seriam construídos dali por diante. Porém a cidade se viu esquecida após a queda do ministério pombalino e a ascensão do novo reinado português.


Anos mais tarde, o governador da província do Grão-Pará, Fernando da Costa Athayde Teive, ainda enviou o projeto a Portugal solicitando auxílio financeiro para iniciar as obras. No entanto o pedido foi indeferido e a ordem absurda foi de aterrar todos os pequenos rios, os quais atravessavam a cidade como se fossem ruas.


Décadas mais tarde, a bela cidade fora quase destruída com o bombardeio da esquadra mercenária que estava sob o comando do general Andrea, que reprimiu a mais popular e sangrenta revolta do país, a Cabanagem. A insurreição foi considerada como um grito estridente de revolta das massas exploradas contra os detentores do poder, os quais não faziam parte dos filhos da terra. Custaram décadas para a cidade morena se recompor e ter de volta a prosperidade que só retornou com o ciclo da borracha, o qual novamente trouxe os olhos sequiosos dos estrangeiros para a selva amazônica, e que despejaram de suas bagagens um estilo de vida fino e exuberante vivido na chamada “belle époque”.


A bela   é uma cidade antiga de raízes indígenas com fortes influências europeias. Além disso, apresenta traços que se confundem em estilos diversos, como os marajoara, barroco, helenístico, jesuítico, escocês, neoclássico e muitos outros. Está no gozo da modernização que atravessa de forma meio capenga as barreiras, talvez culturais, que separam o estado do Pará do resto do país.


Esta separação é retratada enigmaticamente na esfera celeste do lábaro nacional, onde a solitária estrela Spica alpha virginis se isola longe das outras, acima do dístico “Ordem e Progresso”, (talvez até longe dele). Fato este que se desemboca nos mais diferentes crimes como: assassinatos por encomenda, grilagem de terra, sequestros, assaltos audaciosos, desaparecimento de pessoas, tráfico de drogas e de pessoas etc.


Além disso, há também um crime que gera tanto lucro quanto o tráfico de drogas, porém é mais silencioso por não agredir diretamente o ser humano, e sim a natureza: a biopirataria. O crime é antigo, porém o nome é novo, lançado no ano de 1993, após o encontro internacional do Eco Rio-92. Este crime causa uma perda ao país estimada em US$ 6 bilhões anualmente. Por este motivo é que foi criada a lei ambiental nº 9.605/98, a qual tipifica como crime a prática da biopirataria, que consiste na apropriação indevida de recursos diversos advindos da floresta.


Um exemplo deste ato foi o desastroso e ambicioso interesse dos japoneses em tentar patentear o fruto do cupuaçu, bem como muitos outros casos. É importante salientar que o ato de contrabandear produtos da biodiversidade amazônica transforma seus autores em verdadeiros corsários. Ou seja, piratas que abusam da falta de fiscalização e acabam também por contrabandear até a valiosa água potável das bacias hidrográficas da Amazônia.


Enfim, o Eldorado existe, no entanto não como descrito na fantasiosa fábula dos antigos navegantes que dizia ter “ ”. Contudo as riquezas estão espalhadas por toda a terra e, de uma forma ou de outra, a região continua sendo explorada (e pasmem!) pelos mesmos detentores do poder que, assim como antes, não fazem parte dos filhos da terra.


Somente um homem com um habilidoso poder de dedução, um envolvente raciocínio lógico e uma insaciável sede de vingança terá a coragem necessária para denunciar, enfrentar e despertar a opinião pública contra este imenso e forte esquema que envolve: personalidades importantes; ilícitos favores e interesses políticos; repugnantes e escusos acordos no judiciário; uma rede de corrupção dentro das polícias; o livre tráfego ilegal nas estradas paraenses; a tensão da dominada penitenciária de segurança máxima; e, por último, a forte infiltração estrangeira das ONGs na selva amazônica.


É preciso que se tenha coragem de fato para denunciar o famigerado descaso e o puro descontrole social existente nesta nação chamada Pará, bem como que não reste aos filhos da terra apenas o “grito” que, ao longo dos anos, se converteu em gemidos suprimidos dentro de palafitas, as quais se estagnam boiando sobre as águas de uma grande e suja trama que será conhecida... Conexão Amazônica.


CONTINUA...



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Autor(a): Mauro Celso

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  • Mauro Celso Postado em 26/06/2023 - 13:24:53

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