Fanfics Brasil - A TRAGÉDIA CONEXÃO AMAZÔNICA

Fanfic: CONEXÃO AMAZÔNICA | Tema: Crime Ambiental, Assassinato, Conspiração, Romance


Capítulo: A TRAGÉDIA

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TRAGÉDIA


 


MACOI ERA SARGENTO do exército brasileiro e há muito estava lotado no quartel do 52º Bis situado no município de Marabá, onde recebeu vários elogios especiais. O pesadelo da época na cidade era o surgimento esporádico de corpos extirpados de mulheres estupradas até a morte. O Sargento Macoi sempre tinha asco quando se deparava com a manchete no jornal Tocantins e lançava mão da folha policial que também sempre mostrava uma morte por motivo de conflito de terras.


Em um domingo perfeito sob o sol escaldante de Marabá, ele foi com a família à Praia do Tucunaré, onde se banhou nas águas frias do rio Tocantins e brincou com sua filha de sete anos que teimava em tentar capturar os peixinhos que nadavam próximo às cadeiras dos bares. A menina gritava de alegria quando avistava o filhote de tucunaré nadando com sua pinta inigualável. A praia de Marabá é formada por dunas que aparecem quando a maré baixa durante o verão, e recebeu esse nome por haver grande quantidade deste peixe, cuja carne é muito apreciada na culinária paraense. Dois grandes rios circundam a cidade, o rio Itacaiúnas e o Tocantins.


No fim da tarde, a família Machado Coimbra atravessava o rio no sentido da praia à orla usando o barco dos atravessadores que trabalham ali. Do outro lado, na orla, eles passeiam e param em uma das várias lanchonetes do local, e, por fim, retornam à residência pacata da família que fica ali mesmo no bairro da Marabá Pioneira. Comemoravam o regresso  da esposa, a bióloga Fátima Machado, dedicada ao meio ambiente e tudo o que nele existe. No entanto a bela bióloga de cabelos longos e negros com os olhos da mesma cor, voltara para casa com alguns temores.


Contou ao marido que havia descoberto um grupo de contrabandistas de animais, insetos e plantas, e que ela ouviu deles sobre   Ela decidiu delatar os contrabandos às autoridades, que receberam a denúncia com displicência e nada foi feito. Ela, então, guardou todo o material coletado para seu documentário, incluindo as filmagens que flagravam a ação dos bandidos. No aeroporto de Marabá, já retornando para casa, notou que sua bagagem havia sumido. Avisou que processaria a empresa prestadora do serviço, a qual não conseguiu reaver os pertences da bióloga que se encontrava furiosa e preferiu tomar um táxi para casa. Um caminhão misteriosamente se achava desgovernado e vinha na estrada no sentido ao município de Itupiranga e investiu contra o táxi da doutora, que saía vagarosamente do pátio do aeroporto. Num ato de louvável destreza, o taxista desviou, recuando, e teve apenas a frente de seu carro destruída pelo caminhão, o qual foi abandonado no meio da estrada quase próximo à penitenciária de Marabá.


 


ESTES FATOS AINDA latejavam na cabeça da Dra. Fátima, no entanto ela agora procurava agradar sua família que estava feliz com sua presença, até ecoar um telefonema de caráter urgente chamando seu esposo de volta ao quartel e acabar com aquele gostoso dia em família. Somente após duas horas o sargento voltou para casa, mas não a encontrou como havia deixado.


O fogo quase tomava conta do compartimento dos fundos da casa e nenhum sinal da sua família. Nenhum dos seus vizinhos sabia dizer se sua esposa e filha estavam bem, e os bombeiros começavam a conter as chamas. O desespero subia gélido por suas veias até tomar conta da mente do militar, contudo sempre teve o poder de se controlar. A agonia entrelaçava-se com a esperança quando um dos bombeiros afirmou que não havia ninguém na casa quando o incêndio começou. Macoi respirou profundamente aliviado ao saber que sua família não fora vítima do incêndio repentino. Por conseguinte, o medo serpenteava sua espinha e lhe fazia repetidas vezes a mesma pergunta.


Se não estavam em casa, onde estão, afinal?


O cabo da PM chamado Pedroso quebrou o pensamento de Macoi quando se apresentou militarmente ao Sargento, que o conhecia da época do curso de operações ribeirinhas da marinha no qual participaram juntos. Ele pediu ao sargento que o acompanhasse na viatura da Polícia Militar pertencente ao 4º Batalhão. Ele entrou sem entender muita coisa, achava que seria levado à delegacia, a fim de fazer o boletim de ocorrência sobre o fato, e até acreditou que sua esposa estivesse lá o esperando. Mas não foi esse rumo que a viatura tomou.   cresce chegando à beira do rio. O mato estava batido no local em que um policial havia permanecido e agora iluminava o caminho com sua lanterna. O grupo percorreu o caminho até se encontrarem com mais outro policial que ficara para preservar o local.


Antes que o cabo Pedroso começasse a proferir qualquer palavra, o sargento atropelou a todos e parou com os joelhos afundados na lama, e sem dizer nenhuma palavra, permaneceu ali. Parado, entorpecido ao ver aquela cena que tanto evitou nos jornais, agora jamais poderia esquecer. E assim como no deslocamento, a guarnição da polícia se manteve calada. O cabo é quem pedira o silêncio, no entanto ele não compreendia a reação estupefata de seu companheiro de curso, que sempre o animou para ir até o fim, e temia por ele. Nesse momento, ali parado, de joelhos na lama, sem se mexer, sem dizer nada, nem sequer lhe escorreu dos olhos uma lágrima, os olhos permaneciam secos. Se ouvisse ao menos um soluço, um gemido de choro. Mas nada!


 


VÁRIAS VEZES, NOITE e dia, ele repetia a grotesca cena em sua cabeça, remoendo o fato de não estar lá para protegê-las. Lembrou da promessa que havia feito à sua filha de que jamais permitiria que acontecesse algo de ruim a ela. A menina era a imagem da mãe e tinha seu pai como herói, no entanto fora incapaz de cumprir sua promessa. De defendê-la.


Entretanto a dúvida surgiu em sua mente. Tentou achar respostas com a Polícia Civil, contudo nada obteve. Sua tese só foi corroborada depois de uma conversa com um antigo amigo legista, que confirmou aquilo que o sargento suspeitava: de que sua filha não apresentava indícios de conjunção carnal, de violação sexual, ou seja, jamais fora estuprada.


CONTINUA...



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Autor(a): Mauro Celso

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • Mauro Celso Postado em 26/06/2023 - 13:24:53

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