Fanfics Brasil - O ATENTADO CONEXÃO AMAZÔNICA

Fanfic: CONEXÃO AMAZÔNICA | Tema: Crime Ambiental, Assassinato, Conspiração, Romance


Capítulo: O ATENTADO

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O ATENTADO


 


— INÚMERAS VEZES JÁ atentaram contra a minha vida. E esta foi uma delas:


“Eu estava numa investigação sobre um sequestro do filho de um empresário, amigo meu, o jovem Carlos Silveira, que estava desaparecido há uma semana. Subi com meu carro um pouco depressa pelo viaduto Carlos Marighela, na av. Almirante Barroso. Eram quase cinco horas da manhã quando um caminhão veio furiosamente por trás de mim, se chocando e acabou por me jogar na mureta do viaduto. Meu carro foi lançado contra o muro do residencial Antônio Vinagre. Saí ileso, porém o carro para nada prestou...”


 


EU VINHA SEGUINDO o carro daquele policial pela Av. Dr. Freitas e aí, quando o vi subir naquele viaduto, investi contra ele e fiz com que seu carro voasse como naqueles desafios de rampa. O carro se chocou contra o muro dos prédios. Ficou todo destruído, mas quando li nos jornais, descobri que aquele desgraçado parece ter sete vidas, ou então tem pacto com o demônio. Acredita que ele não sofreu nenhum arranhão?


— Não me diga!


— Esse miserável é mais difícil de matar que sei lá o quê!


— E aí, como foi que o senhor fugiu?


— Ah, abandonei o caminhão no ramal do Utinga e fui apanhado por um dos nossos carros. Nós já estávamos comemorando a sua morte! Aquele desgraçado já escapou de minhas ciladas tantas vezes que por causa desses fracassos, perdi créditos com o chefe.


O encarregado dos trabalhos mais escusos da organização de contrabando conta ao seu amigo como foi sua derradeira tentativa de dar cabo da vida de seu inimigo de longas datas. Seu amigo, de nome Chicão, ouve atentamente a narrativa do seu chefe, Vitor Navalha, enquanto aguardam no galpão camuflado, usado para o descarregamento dos produtos que seguem pela baía através do porto particular, e dentro de barcos, rumam para águas internacionais.


 


VITOR NAVALHA, ANOS atrás, fora um policial de má índole que aprontava excessos de força em um destacamento da polícia militar no município de Viseu. Bandidos o temiam pelo comportamento agressivo e inconsequente. Os lojistas tinham que suportar sua presença, pois ele garantia a segurança, contudo significava um furo no caixa todos os dias. Entretanto pensavam: é melhor se desfazer de uma pequena e irrisória quantia, do que correr o risco de ter tudo saqueado, além de perder a própria vida.


Este e outros serviços traziam dinheiro para o bolso do policial militar que se cansou de prender traficantes para, logo em seguida, vê-los soltos após “acertarem” com o delegado. Decidiu, portanto, que aquele “acerto” ficaria por ali mesmo. Nas mãos dele. Aprendeu a gostar e gastar o dinheiro facilmente em boates e cortiços da cidade. Contudo queria mais. Era muito trabalho para pouco dinheiro. Até que conheceu certo homem, dono de uma organização ilícita, que precisava de seus serviços. Sua voz soberba falava de muito dinheiro, por isso o policial nem hesitou em aceitar o acordo.


Certa madrugada de serviço em uma viatura que o PM Vitor extrapolou, houve um assalto na loja de um amigo seu, que de pronto ligou cobrando resposta. Era questão de honra capturar os assaltantes que fugiram pela estrada. Através de uma denúncia, a guarnição encontrou os três marginais. Houve troca de tiros, porém ninguém se feriu.


Os três delinquentes estavam encurralados e as suas munições todas deflagradas. É óbvio que decidiram se render, mas o que eles não sabiam é que no meio dos policiais estava o soldado Vitor, que carregava uma fúria incontrolável. Não havia testemunhas e, sem qualquer diálogo, o policial disparou contra um dos assaltantes, para, logo em seguida, eliminar o segundo. Descobriu que se tratava de menores de idade e que com certeza estariam soltos pela manhã. Não seria, sabia ele, levado em consideração a quantia que roubaram; nem o risco, as ameaças que os funcionários sofreram; o trauma que uma cliente gestante estava guardando para si; o fato de terem atentado contra a vida dos homens da lei. Tudo isto era tipificado como crime no código penal brasileiro e, mesmo assim, estariam soltos por causa de falhas nas leis penais. Contudo Vitor não permitiria que isso acontecesse, por isso estava pronto para atirar contra o último dos rapazes, quando o sargento Eutrópio o advertiu afirmando que o prenderia em flagrante por execução se não parasse com a matança.


O policial ponderou, retrucando que os garotos estavam sujos de pólvora, suas munições deflagradas, ausência de testemunha e muito mais. O palco perfeito estava armado, no entanto o sargento estava inflexível. Imediatamente mudou o semblante de Vitor, e covardemente disparou contra a cabeça do comandante da viatura usando a arma que tomara dos assaltantes. O sargento Eutrópio caiu ao chão sem vida, deixando mulher e dois filhos para trás. Os outros dois integrantes da guarnição voltaram-se para o autor do disparo, que diz friamente:


— Pobre polícia! Morreu em combate. Esperou tanto pela promoção em vida que a receberá post mortem. E esse será o nosso segredinho, o qual levaremos pra nossas covas. Ah, que é isso? Vocês nem gostavam desse otário, entregador. Ou gostavam? Agora não tem mais jeito.


E, enfim, deu cabo da vida do último adolescente e partiram, a fim de proceder conforme mandava o figurino, levando o corpo do sargento ao necrotério e ninguém mais tocou no assunto, até que um dia um dos policiais não aguentou o peso da própria consciência. Vitor foi preso por homicídio qualificado e sem chances de defesa das vítimas. Foi expulso da corporação e passaria longos anos na prisão se não surgisse uma generosa quantia na mão do delegado para facilitar a fuga do ex-policial. Desde então nunca mais se ouviu falar de Vitor, que na mão de seu novo patrão se transformou em Vitor Navalha.


 


VITOR RECEBE UMA ligação de um número confidencial, todavia já sabia de quem se tratava. A voz na linha do celular fala com ele, que apenas acena com a cabeça.


CONTINUA...



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Autor(a): Mauro Celso

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • Mauro Celso Postado em 26/06/2023 - 13:24:53

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