Fanfics Brasil - Capítulo 10 Serei sempre sua [Finalizada]

Fanfic: Serei sempre sua [Finalizada] | Tema: Vondy (adaptada)


Capítulo: Capítulo 10

282 visualizações Denunciar


Preciso de um Norte, cantei mentalmente enquanto procurava por outro parceiro. Quase todos correram para seus lugares quando os cinco minutos finais se aproximavam. Olhei para Christopher, que acho que nem ousou sair de seu lugar. Provavelmente, todos correram até ele. Esta era a parte do colégio que eu odiava. A sensação de vazio na barriga me lembrou de todos os momentos constrangedores, antes da França, em que fui deixada de lado. O primário tinha sido fácil. Tinha amigos e nunca me senti sozinha nessas situações. O ensino médio me deixou menos confiante e mais introvertida.


Ainda faltava um parceiro para mim e, mais uma vez, eu seria a aluna sem par. Cansada dessa sensação, depois de ter sido acolhida na França durante um ano, resolvi tomar uma atitude.


– Sra. Penley, estou sem um Norte. Tem algum problema se eu fizer a três com outras duas pessoas?


Risos desdenhosos soaram pela sala, e ouvi alguns alunos sussurrando baixinho. Sabia que tinha caído numa armadilha.


– Ei, Dulce. Eu faço a três com você. Minha bússola sempre aponta para o Norte. – Nate Dietrich deu um soquinho em seu parceiro enquanto os outros riam de novo.


Surpreendendo a mim mesma, revidei:


– Obrigada, mas acho que sua mão direita vai ficar com ciúmes. – A classe toda começou a gritar olé e a vaiar.


Foi muito fácil. Usando alguns gracejos infantis hoje, consegui ganhar novamente algum tipo de respeito dos meus colegas de classe. Quem adivinharia? Um orgulho bateu em mim e tive que refreá-lo com um sorriso.


– Alguém precisa de um Norte? – A Sra. Penley interrompeu os comentários antes que Nate pudesse revidar com outra coisa.


O restante da classe estava sentado, o que significava que já tinham conseguido seus parceiros. Continuei prestando atenção na Sra. Penley, esperando que ela me dissesse para encontrar um grupo para fazer a três.


– Ela pode ser meu Norte. – A formidável voz de Christopher me atingiu por trás, fazendo com que os pelos das minhas costas se arrepiassem.


A professora olhou com expectativa para mim. Isso não podia estar acontecendo. Por que ele não levantou a bunda da carteira e procurou por outro Norte como todo mundo?


– Bom, Dulce. Vá em frente, então – a Sra. Penley me encorajou.


Ao me virar, voltei ao meu lugar praticamente bufando, sem poupar o meu Norte de uma olhada, e entalhei CHRISTOPHER na minha folha… e acho que, acidentalmente, na minha carteira


também. – E aí, quando você volta pra casa? – Já tinha acabado meu dever de Cálculo e o livro de Política estava no meu colo enquanto eu conversava com meu pai por vídeo.


– Estarei em casa até o dia 22, com certeza.


Ainda seriam mais de três meses longe. A volta do meu pai seria agradável. Os dias eram solitários sem ele ao meu lado para contar as novidades, e depois que minha mãe faleceu devido a um câncer, nossa casa ficou ainda mais vazia sem ele por perto. Megan e eu


passáramos um tempo juntas, mas ela tinha namorado. Eu estava fazendo mais amigos na escola, apesar das últimas providências que Christopher tomara para acabar com a minha reputação, mas decidi ficar em casa neste fim de semana e me concentrar no planejamento da Feira de


Ciências. Ainda tinha que decidir o tema da minha pesquisa.


– Não vejo a hora. Preciso de um cozinheiro decente aqui – reclamei, levantando minha tigela quente de sopa de tomate. Por mais leve que a janta fosse, o calor abrandava meu corpo.


Meus membros ainda estavam se ajustando aos treinos de cross-country.


– Essa não é sua janta, né?


– É – falei com um tom de voz do tipo “dã”.


– E cadê os legumes, grãos e laticínios?


Xi, lá vamos nós.


– Os tomates na sopa são os legumes, também coloquei leite na sopa e vou fazer um queijo grelhado para acompanhar, se isso te deixa feliz. – Meu ar brincalhão dizia para meu pai “viu,


sou mais esperta do que pareço”.


– Na verdade, tomates são frutas – ele respondeu de uma forma maçante, me tirando do pedestal.


Rindo, abaixei a tigela e peguei um lápis para continuar meu esboço de uma redação para a qual fomos designados sobre Henry Kissinger.


– Não se preocupe, pai. Estou comendo bem. Fiquei com vontade de sopa esta noite.


– Tudo bem, vou me controlar. Fico preocupado. Você herdou meus hábitos alimentares. Sua mãe ficaria enlouquecida se visse as coisas que deixo você comer. – Ele franziu o cenho. Eu sabia que ele ainda sentia falta da mamãe como se tudo tivesse acontecido ontem. Nós dois nos sentíamos assim.


Depois de um instante, ele continuou: 


– Você já pagou todas as contas de agosto, certo? E ainda tem bastante dinheiro na conta, né?


– Não gastei toda a minha poupança em uma semana. Está tudo sob controle. – Ele fazia isso toda vez que conversávamos. Eu tinha acesso completo ao seguro de vida que minha mãe me deixou, e ele sempre me perguntava se ainda tinha sobrado dinheiro. Ele agia como se eu fosse gastar toda minha poupança da faculdade sem ele saber, e era muito esperto. Talvez ele se sentisse um bom pai fazendo isso, mesmo estando tão longe.


Meu telefone vibrou com uma mensagem de texto, então peguei-o no criado-mudo.


Chego em 5 min.


– Hã… pai? Esqueci que a Megan está vindo pra cá. Posso te dispensar?


– É claro, mas vou sair amanhã e ficarei fora por mais ou menos um dia. Vou pegar o trem para Nuremberg para visitar alguns lugares. Quero conversar contigo de manhã antes de sair, e saber tudo sobre o projeto que você está preparando para a Feira de Ciências.


Oh, merda. Não tinha preparado nada, ainda, porque sequer decidi o que fazer.


– Tudo bem, pai – murmurei, deixando para falar sobre isso no dia seguinte. – Me liga às sete?


– Conversamos amanhã, querida. Tchau. – E então ele sumiu.


Ao fechar o notebook e jogar o livro na cama, fui até as portas francesas e as abri por completo. A semana de aulas tinha acabado há três horas, mas o sol ainda reluzia radiante na vizinhança. As folhas da árvore do quintal voavam com a brisa sutil e algumas nuvens


pequenas borrifavam o céu.


Ao me virar, tirei as roupas da escola e vesti uma bermuda de pijama xadrez, com uma camiseta branca e cinza de manga raglã. Soltei um suspiro excessivamente dramático. É claro


que eu estaria de pijama às seis da tarde de uma noite de sexta-feira.


Escutei a campainha tocar lá embaixo e corri para abrir a porta.


– Oi! – respirou Megan., entrando em casa com os braços cheios de coisas. Que merda é essa? Íamos apenas fazer o meu cabelo, não uma transformação.


Meus olhos lacrimejaram ao sentir o perfume dela.


– Que perfume é esse que você está usando?


– Ah, é novo. Chama-se Secret. Gostou?


– Amei. – Não empreste para mim.


– Vamos pro seu quarto. Quero estar perto do banheiro enquanto fazemos isso.


Megan. insistiu em vir pra cá para fazer um tratamento capilar com mel que ela leu na Women’s Day. Ela falou que ele recupera o cabelo que ficou quebradiço pelo sol – que, de acordo com ela, é um perigo, depois de todas as visitas a locais abertos que fiz no verão e dos treinos de


cross-country.


Tudo bem, eu não me importava, na verdade. Achava que meu cabelo estava bom, mas


queria conversar com ela depois dessa primeira semana agitada.


– Posso colocar a cadeira perto da janela? Está entrando uma brisa gostosa. – O mel faria uma sujeira, mas o chão do quarto era de madeira, então a limpeza seria fácil.


– Sim, claro. Apenas solte seu cabelo e penteie. – Ela me deu uma escova e fiquei em frente à janela, curtindo a noite serena.


– Vou aplicar um pouco de azeite de oliva para afiná-lo e gema de ovo, por causa das proteínas.


– Você é quem manda – aceitei.


Enquanto ela misturava os ingredientes e me trazia uma toalha para proteger minhas roupas,


vi Christopher tirando o carro da garagem. Meu estômago deu um nó e percebi que meus dentes estavam tão cerrados que pareciam colados.


Sua camiseta preta subiu um pouco quando ele saiu do carro e vestiu o capuz. Ele pegou uma toalha do bolso traseiro de seu jeans e usou-a para soltar alguma coisa por baixo do capuz.


– Está gostando da vista? – A voz de Megan me fez piscar quando ela apareceu ao meu lado.


Olhei rapidamente para o chão.


– Não enche – murmurei.


– Não tem problema. Para um babaca, até que ele é bonito. – Ela começou a molhar meu cabelo com uma garrafa d’água, enquanto passava os dedos nos fios molhados.


– Mas ele continua sendo um babaca – tentei mudar de assunto. – Então, estão muito ruins?


As fofocas na escola? – Tinha ficado longe do Facebook, Twitter e do blog secreto da equipe de torcida. Ver fotos minhas enrolada em uma toalha, fotos que todos na cidade provavelmente já tinham visto, só me daria mais vontade de pegar um avião de volta para a França… ou de matar alguém.


Megan deu de ombros.


– Já estão esquecendo. Ainda falam sobre essa ou aquela história, mas já perdeu os holofotes. Eu te disse, não tem brincadeira ou boato que afaste os garotos este ano. E com esse tratamento capilar, você ficará absolutamente fabulosa. – Não estava vendo seu rosto, mas tinha certeza que ela estava rindo da minha cara… Absolutamente fabulosa era um programa inglês que a gente costumava assistir no Comedy Central há alguns anos.


Pensei em dizer para Megan as coisas que Alfonso me contou na festa de Christopher, sobre sabotar


meus encontros e sobre os boatos. Mas o drama que me acompanhara durante todos os anos era embaraçoso. Não queria ser aquela amiga que estava sempre em apuros, então tentei agir como se isso não me incomodasse tanto.


Quando ela começou a esfregar a mistura no meu cabelo, meus olhos saíram em disparada para Christopher, que agora estava tirando a camisa pela cabeça. Seus braços maravilhosamente torneados me deixaram envergonhada quando ele se virou e vi seu torso esculpido. Minha boca ficou seca e arrepios começaram a irradiar como agulhas por todo o meu corpo.


Era a brisa. Com certeza era a brisa.


– Ah, você consegue ver isso todo dia?


Revirei os olhos.


– Não, eu tenho que ver isso todo dia. De qual lado você está mesmo? – Meu lamento era para ser uma piada, mas não tinha certeza se saiu desse jeito.


– O cara não precisa falar comigo para eu olhar. Estou apreciando de longe.


– Você tem o Tristan, lembra? – Incomodava-me o fato de ela ficar babando por Christopher, mesmo que fosse de brincadeira. Ele era lindo, mas não precisava ficar enfatizando isso como se fosse algo superimportante. Ele tinha um caráter de merda. – E você e o Tristan, como estão? –


Não tinha cruzado com ele, exceto de passagem, desde que voltara para a escola.


– Ah, estamos bem. Ele preparou o Camaro para o Loop, e tem ido bastante lá ultimamente.


Fui uma vez, mas é chato ficar ao lado dele enquanto ele fica a noite toda falando sobre carros. 


 


 


 


 


 


 


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Vondy_fics

Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Ele ainda nem corre. Parece que tem uma lista de espera e, mesmo assim, você ainda continua atrás dos carros testados, que têm esse direito, porque são o que o público quer ver. Odiava perguntar isso, mas acabei falando de qualquer jeito. – Como o Babaca está se saindo lá? – Por que eu precisava saber disso? &nda ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 16



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Diva. Escritora Postado em 16/10/2023 - 21:33:37

    Ahh Ale, eu amei essa fic adapatada <3 apesar de muitas vezes querer matar o Ucker kkk eu sabia que ainda existia aquele menino doce!! Uma pena que acabou :(

  • Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:58:22

    MEU DEUS! Tenho certeza que o vídeo é coisa da tal de Jordan!! Não pode ser o Christopher, se não eu vou morrer!

  • Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:33:53

    Finalmente descobrimos a gente sobre o Christopher, sofreu muito coitado, mas não acho que o trauma dele justifica ter feito tudo isso com a Dul. Mas entendo que ele não sabia como lidar com isso. Geente, muito fofo o que ele fez no aniversário dela e o melhor presente de todos depois ahaha e essa amizade de Alfonso, Christopher e Dulce? Tô gostando!!

  • Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 21:43:57

    Meu pai, o que o Alfonso tá aprontand Será que é só fazer as pazes mesmo? Coitada da Dul quando é o Christopher é o Alfonso

  • Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:48:15

    Esses dois vão me matar ainda kkk Dulce, tá louca pra ir pra cama com ele! O que tá esperando, minha filha?

  • Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:17:02

    Meeu Deeus não acredito que ela tá dirigirindo o carro dele!! Melhor parte <3 e ele tem um amuleto da sorte!!! Para Christopher que já tô toda derretida aqui, aquele menino ainda existe...

  • Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 23:19:39

    O coitado ficou arrasado mesmo! Meu Deus, espero que ele não faça nada para humilhá-la agora. E depois desse beijo, ela vai ter mais uma lembrança com chuva, tempestade pra lista :p

  • Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:50:52

    MEU DEUS! ELA FEZ ISSO MESMO?? Caraca, o monólogo dela acabou com todo mundo. Quero muito saber o que o Ucker vai fazer agora!

  • Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:32:11

    Nossa eu amei a vó dela ahaha eu esperava que quando ela fosse falar com ele, a resposta fosse diferente. Quase morri aqui, socoorro! Quando eles vão se aproximar de novo!?? Ucker volta a ser o menino doce ou pelo menos uma parte dele?

  • Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 21:45:30

    Dulce pegou pesado nessa, fiquei com pena dele mas ao mesmo tempo queria que ele sofresse um pouco também...


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais