Fanfic: Serei sempre sua [Finalizada] | Tema: Vondy (adaptada)
– Dul!
Pega de surpresa, me virei e dei de cara com a minha avó me esperando.
Ooops. Fiquei pensando há quanto tempo ela já estava parada ali.
Fui até o dock do iPod e desliguei “Miss Murder” do AFI.
– Desculpa. Estava apenas dançando um pouco – sorri, encabulada. Depois de um treino onde consegui ficar por mais de uma hora correndo, voltei para casa com energia de sobra.
Um peso tinha saído de cima de mim e eu senti vontade de comemorar.
Decidi deixar minha lição de casa de lado, já que não tinha nada para esta semana, e fazer um buraco no meu tapete com alguns passos de dança horrendos.
– Você esqueceu seu celular lá embaixo. Megan ligou. – Ela jogou o celular e eu peguei. – E já são quase sete. Está pronta para o jantar? – Minha avó acenou com a mão em direção à porta.
– Com certeza. – Peguei meu cardigã e o All-Star preto. Eu tinha trocado de roupa, colocado uma calça jeans e uma camiseta depois que chegara em casa, para ficar limpa após o treino. Desde o episódio em que Christopher invadiu o vestiário, optei por tomar banho em casa.
– Desço em um minuto. Quero ligar para a Megan
Minha avó concordou e saiu.
Pensar em pedir desculpas a Megan fazia meu estômago embrulhar. Ela estava saindo com um cara que me tratava muito mal, e me magoava ela fingir que não via nada. Mas também percebi
que ela e Christopher estavam usando um ao outro. No fim, mais cedo ou mais tarde, o caso deles chegaria ao fim. Contanto que ela não se unisse a ele para me tratar como merda, decidi que
não o deixaria conseguir o que queria.
– Oi – cumprimentei Megan, tímida, quando ela atendeu.
– Oi. – A voz dela parecia rude.
Respirei profundamente e dei um longo suspiro.
– Então, espero que eu possa me beneficiar de um cartão de saída condicional da prisão.
Mil desculpas pelo que disse hoje.
Ela ficou quieta por alguns instantes. Do outro lado da linha, eu andava de um lado para o outro pelo quarto, nervosa.
– Você agiu como uma idiota – murmurou ela. Eu quase ri. Bom, pelo menos ela estava falando comigo.
– Eu sei. Ele não tem mais nada a ver comigo. Se é ele quem você quer, então vou crescer e superar isso.
– Desculpas aceitas. – Conseguia escutar um sorriso em sua voz.
– Legal. Te vejo amanhã. Vou sair para jantar com a minha avó. – Ouvi a mãe dela chamando-a também.
– Divirta-se. E eu te amo, Dul – disse ela, gentilmente.
– Eu também te amo. Até mais.
Depois que desligamos, já me sentia melhor. Ainda bem que fizemos isso. Agora, se tivesse sorte, teria que aguentar apenas alguns encontros básicos com Christopher. Mas se eu realmente não
tivesse sorte, ele faria com que todas as minhas saídas com Megan se tornassem encontros a três.
Eu ainda sentia uma pequena vontade de bater na minha amiga. Mas, pelo menos, resolvi esquecer a minha mágoa por Christopher. Se ela queria se recuperar com ele, isso era da conta dela.
Cansei de ficar criando problemas onde não existia e, para não me estressar tanto, resolvi cuidar da minha vida. Ela sabia como eu me sentia e eu sabia que ela não trairia minha confiança. Era tudo o que eu precisava.
Desci as escadas praticamente dançando, sentindo como se o hipopótamo que estava
sentado em meu peito tivesse finalmente decidido seguir em frente.
– Caramba, você parece estar de bom humor. – Os olhos da minha avó seguiram meus movimentos. – A escola foi legal hoje?
– Sim, na verdade, foi ótima. – Deixar Christopher saber o quanto ele havia me machucado fez com que a frustração sumisse. Não me sentia mais enterrada pelas suas ações e por minha luta
para manter uma fachada.
– Que bom. Está a fim do quê? Pelo seu jeans, acho que podemos esquecer do O’Shea. – Seu tom murcho mostrava decepção. O’Shea era seu restaurante favorito na nossa cidade
pouco diversificada.
– O que acha do Mario’s? – perguntei, enquanto me sentava para amarrar os tênis. Adorava a massa deles com manjericão e azeite. O casal de velhinhos que gerenciava o restaurante era
gentil e convidativo, e meus pais tiveram o primeiro encontro deles lá.
– Claro. Boa ideia. – Ela pegou a bolsa, e roubei suas chaves. Eu sempre tinha que dirigir, a não ser que a situação não permitisse. Se não conduzisse o veículo, demoraria décadas para
chegar a qualquer lugar. Por sorte, os adultos da minha vida eram indulgentes.
Enquanto ela parou na frente do espelho para arrumar o cabelo e abotoar seu casaco, coloquei os braços dentro do cardigã e passei a tira da minha bolsa pela cabeça.
– Vó? Enquanto estivermos fora, você se importa se eu der umas voltas em alguns estacionamentos para ver uns carros depois da janta? – Fazia semanas que não pensava em encontrar um carro, mas a ideia saiu da minha boca como se tivesse estado na ponta da minha
língua o dia todo.
Não podia fingir que precisava do carro para passear. Afinal, tinha o Bronco do meu pai. O controle que reivindicara hoje me trouxe a sensação que eu tinha trocado de pele. Tudo
parecia delicioso, possível e me entusiasmava. Conseguir um carro só meu era como outra dose de controle, diretamente na veia.
Minha avó me fitou pelo espelho com seus olhos azuis – Seu pai sabe que você quer comprar um carro?
– Sabe, mas só vou dar uma olhada agora.
– Querida, você não vai querer um carro em Nova York – declarou ela, virando-se para abrir a porta.
– Tem algum problema se a gente só der uma olhada? Porque ainda vou querer ter um carro para quando vier passar as férias – segui-a.
Trancando a porta da casa, ela concordou:
– Claro, não vejo problema algum em olhar.
Depois de um programa supernecessário e uma conversa aberta com a minha avó, voltei para casa mais calma do que estive há semanas.
Sentei-me na cama e fiquei lendo um dos suspenses de Chelsea Cain quando ouvi um ganido vindo lá de fora.
Minhas portas francesas abriram com um estalo, então consegui escutar a chuva. A garoa leve que começou quando eu e minha avó chegamos em casa virou uma tempestade, e estava
caindo aos borbotões agora. Empurrando uma das portas para abri-la, me inclinei para fora e escutei.
O latido era constante, angustiado… e próximo.
Madman.
Dando uma espiada no quintal de Christopher, não consegui ver nenhuma iluminação ou sinal do cachorrinho. A casa toda parecia quieta e escura. Já passava das nove, então ele e sua mãe
deviam ter passado a noite fora.
Coloquei meus tênis e desci as escadas, aproveitando para verificar se a luz do quarto da minha avó estava apagada. Quando cheguei na porta da frente, acendi a luz da varanda e fui até
lá fora. Merda! Estava chovendo.
Como consegui me esquecer disso nos três segundos que levei para descer as escadas?
Ainda bem que a varanda era coberta. Encolhendo-me, andei até a ponta mais próxima da casa
de Christopher e dei outra olhada. Coloquei a mão na boca em assombro ao ver Madman gemendo e
raspando a porta da frente. Ele estava muito molhado e pude notar que tremia. Por sorte, ele tinha uma partezinha coberta que o protegia do aguaceiro estrondoso.
Sem pensar duas vezes, mergulhei na chuva e atravessei nossos quintais correndo até chegar aos pequenos degraus da entrada. Estava vestida apenas do short de dormir e uma regata,
então, igual ao Madman, estava agora tremendo por causa da chuva fria que pingava nas minhas pernas e braços nus.
– Ei, amigão. Como conseguiu vir aqui fora? – Abaixei para passar a mão em sua cabeça e ele lambeu minha mão, todo feliz. – Cadê o Christopher, hã?
Meu corpo se arrepiou, o que fez meus ombros se contraírem.
A última coisa que queria era bater na porta da casa do idiota, mas não sei o que aconteceria comigo se eu levasse o Madman comigo para casa. Provavelmente, Christopher me
acusaria de tentar roubar o cachorro dele.
Madman tinha sido um efeito colateral na minha briga com o Christopher. Por mais que eu amasse o cachorro, achava que seria melhor se ele ficasse com Christopher. Algumas coisas tinham ficado assim depois que ele voltou daquele verão que passou longe. Um de nossos passeios preferidos era um viveiro para peixes no Parque Eagle Point. Quando Christopher e eu deixamos de
ser amigos, ele parou de ir lá.
Fiquei com o viveiro. Ele ficou com o cão.
– Christopher? Sra. Uckermann? – chamei, tocando a campainha. A chuva martelava o chão, dando uma
sensação de que a rua estava alagando. O vento uivante forçava a chuva a cair de lado, o que deixou meu tênis e panturrilhas ensopados, mesmo por baixo da cobertura.
Duvidava que alguém conseguiria me escutar gritando nesta confusão, então bati na porta e toquei a campainha mais duas vezes. A casa continuava escura e silenciosa.
– Bom, Madman. Acho que você vai pra casa comigo. – O cão uivou de novo, claramente infeliz por estar do lado de fora.
Antes de ir embora, coloquei a mão na maçaneta e girei. Para minha surpresa, a porta abriu.
Não está trancada? Que estranho.
Madman entrou com tudo, empurrando e abrindo a porta inteira como se fugisse de um incêndio. O barulho de suas unhas nos pisos de madeira ecoou pelo corredor. Ele foi até a cozinha, provavelmente até seu pote de comida.
Dei um passo hesitante até a entrada.
– Olá?
A casa estava praticamente escura, exceto pelas luzes da rua que lançavam um brilho fraco através das janelas.
– Sra. Uckermann? Christopher? – Olhei em volta e senti um frio atingir meus braços. Tem algo errado.
A casa estava quase morta. Não havia relógios fazendo tique-taque, nem zumbido de um aquário. Eu nem mesmo sabia se eles tinham um aquário, mas uma casa ocupada produzia
algum tipo de barulho, até no meio da noite.
Madman latiu, então fui até a cozinha, mas parei quando ouvi um estalo por baixo do meu sapato. Ao dar uma olhada mais de perto, depois que meus olhos tinham acabado de se ajustar
ao escuro, percebi um vidro quebrado ou… talvez fosse cerâmica, no chão. Dei uma sondada na área e notei mais desordem, que não tinha percebido quando entrei.
Havia cadeiras de ponta-cabeça, um abajur quebrado e as almofadas do sofá estavam jogadas na sala de estar. Até as fotos do Christopher em quadros pendurados na parede nas escadas
estavam despedaçadas e pendendo pelas pontas.
Christopher?! Meu coração martelava pelas orelhas. O que havia acontecido aqui?
Madman continuou latindo, só que desta vez mais forte. Corri pelo corredor até a cozinha.
O cachorro estava sentado, olhando pela porta dos fundos que estava aberta, gemendo e. balançando o rabo.
Ao olhar pela porta, pude ver Christopher sentado no degrau mais alto que levava até os fundos.
Soltei um suspiro.
Ele estava de costas para mim e ensopado. Tinha água escorrendo pelas costas, e seu cabelo estava grudado na cabeça.
– Christopher? – gritei, subindo até o batente.
Ele virou a cabeça o bastante para me ver pelo canto do olho, que estava quase
completamente coberto pelo cabelo molhado. Sem ter me reconhecido, virou-se novamente e levou uma garrafa de uísque aos lábios.
Autor(a): Vondy_fics
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 16
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Diva. Escritora Postado em 16/10/2023 - 21:33:37
Ahh Ale, eu amei essa fic adapatada <3 apesar de muitas vezes querer matar o Ucker kkk eu sabia que ainda existia aquele menino doce!! Uma pena que acabou :(
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:58:22
MEU DEUS! Tenho certeza que o vídeo é coisa da tal de Jordan!! Não pode ser o Christopher, se não eu vou morrer!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:33:53
Finalmente descobrimos a gente sobre o Christopher, sofreu muito coitado, mas não acho que o trauma dele justifica ter feito tudo isso com a Dul. Mas entendo que ele não sabia como lidar com isso. Geente, muito fofo o que ele fez no aniversário dela e o melhor presente de todos depois ahaha e essa amizade de Alfonso, Christopher e Dulce? Tô gostando!!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 21:43:57
Meu pai, o que o Alfonso tá aprontand Será que é só fazer as pazes mesmo? Coitada da Dul quando é o Christopher é o Alfonso
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:48:15
Esses dois vão me matar ainda kkk Dulce, tá louca pra ir pra cama com ele! O que tá esperando, minha filha?
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:17:02
Meeu Deeus não acredito que ela tá dirigirindo o carro dele!! Melhor parte <3 e ele tem um amuleto da sorte!!! Para Christopher que já tô toda derretida aqui, aquele menino ainda existe...
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 23:19:39
O coitado ficou arrasado mesmo! Meu Deus, espero que ele não faça nada para humilhá-la agora. E depois desse beijo, ela vai ter mais uma lembrança com chuva, tempestade pra lista :p
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:50:52
MEU DEUS! ELA FEZ ISSO MESMO?? Caraca, o monólogo dela acabou com todo mundo. Quero muito saber o que o Ucker vai fazer agora!
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:32:11
Nossa eu amei a vó dela ahaha eu esperava que quando ela fosse falar com ele, a resposta fosse diferente. Quase morri aqui, socoorro! Quando eles vão se aproximar de novo!?? Ucker volta a ser o menino doce ou pelo menos uma parte dele?
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 21:45:30
Dulce pegou pesado nessa, fiquei com pena dele mas ao mesmo tempo queria que ele sofresse um pouco também...