Fanfic: Serei sempre sua [Finalizada] | Tema: Vondy (adaptada)
Jack Daniels. Puro.
Meu primeiro pensamento foi ir embora. Ele estava seguro. O cachorro estava seguro. O que quer que ele estivesse fazendo não era da minha conta.
Mas meus pés não se mexiam. A casa tinha sido vandalizada e Christopher estava bebendo, sozinho.
– Christopher? – Pisei lá fora, grata por ter uma cobertura na porta de fora também. – O cachorro estava latindo lá fora. Toquei a campainha. Você não escutou? – Achei que precisasse explicar
a minha presença dentro da casa dele.
Como ele não respondeu, desci as escadas para olhá-lo. A chuva caía em meu rosto, ensopando meu cabelo e minhas roupas. Meus músculos ficaram tensos pedindo urgentemente
para eu voltar lá para dentro, mas, por alguma razão, fiquei parada.
Christopher estava com a cabeça levantada, mas com os olhos baixos. Seus braços estavam
relaxados nos joelhos e ele balançava a garrafa quase vazia de um lado para o outro, com os dedos da sua mão esquerda.
– Christopher? Pode me responder? – gritei. – A casa está destruída.
Não é da minha conta. Deixa quieto.
Christopher lambeu os lábios e as gotas de chuva em seu rosto pareciam lágrimas. Eu o observei
levantar os olhos com preguiça e piscar as gotas de água para longe.
– O cachorro fugiu – murmurou ele, com desinteresse. Ele estava com a voz calma.
Chocada com a resposta enigmática, quase ri.
– Então você resolveu fazer birra? Sua mãe sabe que você fez isso com a sua casa?
Ele franziu a sobrancelha ao me encarar com um olhar sem vida.
– O que você tem a ver com isso? Não sou nada, né? Um perdedor? Meus pais me odeiam.
Não foi isso o que me disse?
Por um momento, fechei os olhos, pois me senti culpada novamente.
– Christopher, eu nunca devia ter dito aquelas coisas. Não importa o que você…
– Não peça desculpas – ele me interrompeu. Ele balançou ao se levantar e adotou seu tom
sádico de sempre. – Você fica patética se rebaixando.
Idiota!
– Não estou me rebaixando! – resmunguei, ao segui-lo para dentro da casa. – Eu apenas assumo as merdas que faço.
Fiquei dentro da entrada enquanto ele colocava a garrafa na mesa da cozinha e pegava um pano de prato no balcão. Indo até Madman, que estava encolhido embaixo de uma cadeira, ele
enrolou o pano no cachorro e começou a secá-lo devagar. Ele continuou me ignorando, mas eu não podia ir embora sem dizer o que eu tinha que dizer.
– Me desculpe se te magoei, isso não acontecerá novamente. – Pronto, falei. Não precisava mais ficar aqui.
Mas não parei por aí. Olhei para a garrafa de Jack que ainda não estava vazia e fiquei preocupada. A mãe dele era uma alcoólatra em reabilitação e uísque puro podia ser perigoso se fosse ingerido em grandes quantidades. Pelo jeito que a casa estava, ele não estava muito
consciente.
Tirei a garrafa da mesa, fui até a pia e comecei a despejar o conteúdo dentro do ralo.
– E também não vou deixar você se machucar. – Filha da puta! – Christopher pulou nas minhas costas. Nervosa, balancei a garrafa ao ouvi-lo
vindo rapidamente atrás de mim.
Christopher agarrou o recipiente, que ainda estava a alguns goles de ficar vazio, mas me virei para observá-lo, parada.
– Isso não é da sua conta. Vá embora – rosnou ele. Senti sua respiração em meu rosto, com cheiro de uísque e chuva, e seus olhos selvagens fizeram meus braços enfraquecerem. Quase
soltei a garrafa, surpreendida pela força que ele usou para tirá-la de mim. Quando ele a puxou de mim, meu corpo todo reagiu.
Bom, isso é novidade.
O Christopher ao qual tinha me acostumado andava sempre tranquilo e controlado, mas este Christopher
estava desesperado e inconsequente. Eu devia estar assustada, mas, por alguma razão, estava inebriada com o enfrentamento.
Queria este confronto com Christopher. Ansiava por isso.
Esforçamos-nos para respirar enquanto tentávamos tirar a garrafa um do outro, mas nenhum dos dois desistia. Ele flexionou os braços fazendo força e senti a garrafa começar a escorregar
dos meus dedos. Sabia que ia perder.
– Para! – gritei. Será que a porra da garrafa era tão importante?!
Controle-se, idiota! Ele tinha obviamente perdido o controle, por isso precisava fazê-lo voltar à realidade.
Soltei a garrafa e dei um tapa em seu rosto. A cabeça dele foi pro lado com o impacto, e minha mão ardeu. Eu nunca tinha batido em Christopher . Nem quando éramos crianças e
brincávamos por aqui.
Chocado e furioso, ele largou a garrafa no chão, deixando-a pra lá, e virou seus olhos cruéis para mim. Arquejei quando ele me tirou do chão segurando a minha cintura e me encostou na ponta dura da pia. Antes que conseguisse perceber, ele prendeu meus pulsos nas costas e se posicionou entre as minhas pernas. Ele me puxou contra si, com força, e fiquei
presa. Meu peito subiu e desceu rapidamente, desesperado por ar.
Ah, caramba.
– Me solta! – gritei.
Meu corpo estava espremido entre seus braços atrás de mim e seu tórax na minha frente. Ele me apertava forte para me manter imobilizada, mas não o bastante para me machucar. Tentei me contorcer e sacudir, mas ele apenas me puxou para mais perto e me apertou ainda mais forte.
– Christopher, me solta – tentei fazer minha voz soar enérgica, mas com a luta minha força diminuiu.
Seus olhos encontraram os meus, nossos rostos estavam a menos de um centímetro de distância um do outro. Vários momentos passaram na minha cabeça enquanto ele me segurava,
tentando me encarar.
Mas nada funcionou.
Quando o meu olhar encontrou o dele, ficou impossível conseguir desviar a atenção. Seus olhos pareciam a capa de um livro – fornecia umas dicas, mas não contava a história inteira. E
eu queria saber a história. Se eu vasculhasse em seus olhos tempo o bastante, talvez o que eu
estivesse ansiando desapareceria.
Droga! Mesmo com o bafo de bebida, ele tinha um cheiro incrível. Como um tipo de colônia.
Minhas coxas estavam frias onde ele esfregava a calça molhada, mas minhas outras partes estavam pegando fogo. Um calor se derramava pelos poros do meu pescoço e uma gota de
suor estava parada entre meus seios, onde o meu peito tocava o dele. Uma tontura passou pela minha cabeça em função da pressão que ele aplicou entre as minhas pernas.
Nossa respiração estava sincronizada e ele não estava mais com cara de raiva.
Ele falou, abalado, quase triste:
– Você acabou comigo hoje.
Presumi que ele estava se referindo ao monólogo.
– Que bom – destratei-o.
Ele me pressionou novamente.
– Você queria me machucar? Você se divertiu fazendo isso? Foi bom, né?
Ele estava falando sobre mim ou sobre ele?
Tentei manter a mesma expressão, mas meu corpo estava formigando por toda parte. Seu cheiro estava me preenchendo conforme ele se inclinava. Nossos corpos estavam se derretendo juntos, nossos lábios estavam tão próximos. Quando senti ele ficar duro entre as minhas pernas, fechei os olhos bem forte, já que estava com medo de ter parado de lutar.
Dando uma forte respiração, abri os olhos e o encarei audaciosamente, sentindo minha pulsação vibrando pelas orelhas.
Ele não significa nada para mim. Nada.
– Não, não me diverti com isso – respondi, calma. – Não senti nada. Você não significa
nada para mim.
Ele se encolheu.
– Não diga isso.
O calor de sua boca flutuava ao meu redor enquanto eu me inclinava.
– Nada – repeti, quase como um sussurro. – Agora, me deixa…
Sua boca colidiu com a minha, suprimindo meu protesto.
Seus lábios me devoraram, forte e rapidamente, como se eu estivesse sendo comida viva.
Sua língua penetrou na minha boca e eu deixei, precisando senti-lo por completo. A sensação pulsante em meu âmago ficou mais acelerada e coloquei minhas pernas ao redor de sua cintura
antes de fechar os olhos, saboreando a liberação.
Tentei pensar, mas não consegui. Não queria. Todos os anos em que ficamos separados preencheram este único momento.
Ele soltou meus braços, enfiou uma mão rudemente no meu cabelo e pegou meu bumbum com a outra. Puxando meu quadril para mais perto do dele, atacou minha boca como se estivesse morrendo de fome. Ele chupou meu lábio inferior e depois se focou na minha mandíbula e no meu pescoço, dando beijos quentes e descontrolados. Um friozinho na barriga
domou meus sentidos e gemi de prazer.
E retribuí o beijo.
Ah, caramba! Estava beijando-o também!
– Christopher – arquejei. Ele tinha que parar. Nós tínhamos que parar. Mas me esqueci da razão.
Estava perdida.
Prendi minhas pernas ao redor da cintura dele e puxei seu cabelo molhado, segurando-o em mim, enquanto ele chupava meu pescoço. Sua mão esquerda desceu até minha coxa, e trouxe seus lábios para cima até os meus novamente, precisando de mais. Uma pressão se construía enquanto ele apertava nossos abdômens. Ele gemia, eu não queria que parasse. Nunca.
Quando ele curvou a cabeça para mordiscar por baixo da minha orelha, imagens dele com
Megan no dia anterior no corredor começaram a passar pela minha mente.
Foi isso o que ela sentiu.
Tudo veio como uma inundação. Meus olhos se abriram rapidamente quando comecei a cair
na real.
Ele me machucou.
Ele me odiava.
– Christopher, pare. – Era para ter saído uma voz mais forte, mas parecia apenas desesperada.
Ignorando-me, ele beijava e mordia levemente meu ombro, ao mesmo tempo em que sua mão se mexia por baixo da minha camisa.
– Christopher! Eu disse pare! – Coloquei as mãos em seu peito e o empurrei. Ele deu uns passos
para trás tropeçando, respirando fortemente e me olhando como um animal.
Passamos do limite.
Pulando da prateleira da pia, saí praticamente correndo para fora da cozinha e da casa.
Parecia que estava saindo vapor da minha pele quando a chuva fria golpeou meus braços e minhas pernas do lado de fora. Meu coração estava quase saindo pela boca enquanto
caminhava até a varanda da frente.
O que você está fazendo?!, gritei para mim.
Senti uma dor oca se formar na minha barriga. Um vazio horrível preencheu meus braços
onde ele tinha acabado de estar. Eu deixei ele me beijar. E me sentir.
E eu fiz o mesmo com ele.
Tentei recuperar o fôlego. Como deixei isso acontecer? É como se eu nunca estivesse no controle! Eu sabia que o que estávamos fazendo era loucura, mas senti-lo me fez esquecer de
tudo. Mesmo agora, meu corpo ainda desejava o dele e eu odiava isso. A vergonha queimava minha pele onde ele havia me tocado.
Christopher sempre calculava suas jogadas. Ele planejou isso? Era um golpe mais baixo do que jamais imaginei que ele chegaria. Ele provavelmente estava lá dentro rindo de mim agora,
sabendo que conseguiu tirar meu orgulho.
Mil perguntas passavam pela minha cabeça, mas tentei esquecê-las. Não. Tinha certeza de uma coisa: não podia confiar em Christopher. Ele mal tinha começado a compensar as coisas, e eu já estava com náuseas por causa da humilhação.
Isso não aconteceria novamente.
Autor(a): Vondy_fics
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 16
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Diva. Escritora Postado em 16/10/2023 - 21:33:37
Ahh Ale, eu amei essa fic adapatada <3 apesar de muitas vezes querer matar o Ucker kkk eu sabia que ainda existia aquele menino doce!! Uma pena que acabou :(
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:58:22
MEU DEUS! Tenho certeza que o vídeo é coisa da tal de Jordan!! Não pode ser o Christopher, se não eu vou morrer!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:33:53
Finalmente descobrimos a gente sobre o Christopher, sofreu muito coitado, mas não acho que o trauma dele justifica ter feito tudo isso com a Dul. Mas entendo que ele não sabia como lidar com isso. Geente, muito fofo o que ele fez no aniversário dela e o melhor presente de todos depois ahaha e essa amizade de Alfonso, Christopher e Dulce? Tô gostando!!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 21:43:57
Meu pai, o que o Alfonso tá aprontand Será que é só fazer as pazes mesmo? Coitada da Dul quando é o Christopher é o Alfonso
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:48:15
Esses dois vão me matar ainda kkk Dulce, tá louca pra ir pra cama com ele! O que tá esperando, minha filha?
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:17:02
Meeu Deeus não acredito que ela tá dirigirindo o carro dele!! Melhor parte <3 e ele tem um amuleto da sorte!!! Para Christopher que já tô toda derretida aqui, aquele menino ainda existe...
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 23:19:39
O coitado ficou arrasado mesmo! Meu Deus, espero que ele não faça nada para humilhá-la agora. E depois desse beijo, ela vai ter mais uma lembrança com chuva, tempestade pra lista :p
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:50:52
MEU DEUS! ELA FEZ ISSO MESMO?? Caraca, o monólogo dela acabou com todo mundo. Quero muito saber o que o Ucker vai fazer agora!
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:32:11
Nossa eu amei a vó dela ahaha eu esperava que quando ela fosse falar com ele, a resposta fosse diferente. Quase morri aqui, socoorro! Quando eles vão se aproximar de novo!?? Ucker volta a ser o menino doce ou pelo menos uma parte dele?
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 21:45:30
Dulce pegou pesado nessa, fiquei com pena dele mas ao mesmo tempo queria que ele sofresse um pouco também...