Fanfic: Serei sempre sua [Finalizada] | Tema: Vondy (adaptada)
Dois caras significa que ela roda bastante? – Estava, na verdade, aliviada que ela tinha esquecido Christopher, mas não gostava que Ben ou qualquer outra pessoa tirasse conclusões sobre
ela.
Ben me deu um olhar de arrependimento e mudou de assunto. Estava na cara que ele era esperto o bastante para saber que não devia se meter nisso.
– Você foi muito bem esta noite. Todo mundo na escola vai falar disso por um bom tempo.
Acho que ganhei na loteria. – Ben colocou um braço em volta de mim e me levou para mais perto da fogueira.
Na loteria? O que ele quis dizer com isso?
Ben e eu rodeamos diferentes grupos de amigos dele, com ele indo e voltando do barril.
Bebi dois goles da minha cerveja e depois parei. Apesar das minhas melhores insinuações para Ben de que precisava ir embora logo, ele já estava na quarta cerveja e eu soube que ele não conseguiria dirigir. Comecei a pensar em como iria para casa.
Tinha visto Megan e Tristan há meia hora, sentados numa pedra, conversando. Ou melhor, Tristan falava, enquanto Megan escutava e chorava um pouco. Percebi que a conversa parecia intensa,
vendo como as cabeças deles estavam juntas, então achei melhor deixá-los sozinhos.
Enquanto eu tentava ignorar a energia da presença de Christopher, percebi que não conseguia parar de procurá-lo. Eu o tinha visto conversando com os amigos e, na última vez que olhei, Jordan estava com a cabeça enfiada em seu pescoço. Ela parecia vulgar com aquele vestido
preto, curto e apertado, e de salto alto. Quem ia de salto alto para a praia? Não era nem uma praia de verdade, mas a margem de um lago, lamacenta e cheia de pedras.
Para a minha felicidade, ele parecia tão interessado nela quanto em um prato de cenoura.
Captei o bastante para vê-lo tentar jogá-la para longe algumas vezes. Ela finalmente se tocou e saiu de lá fazendo beicinho.
Christopher me olhou mais de uma vez, mas toda vez eu cortava o contato imediatamente. As imagens da outra noite se misturavam com seu olhar penetrante e entorpecido, criando uma
necessidade latejante bem lá no fundo de mim.
Soltei um suspiro áspero. Com certeza, é hora de ir embora daqui.
Ao olhar para o relógio, notei Ben voltando do barril.
– Oi, eu realmente preciso ir embora agora. Tenho aquela corrida amanhã – lembrei-o. Ben franziu o cenho, surpreso.
– Ah, fala sério. Ainda são onze e meia.
O protesto foi um choque, e eu fiquei muito desanimada.
– Podemos ficar um pouquinho mais – disse ele.
– Desculpa, Ben. Foi por isso que me ofereci para vir até aqui com o meu carro. Eu preciso mesmo ir embora.
Com meu sorriso de desculpas, me mantive firme. Não tinha medo do que ele pensava, porque sabia que provavelmente este seria nosso último encontro. O desejo por ele não existia
e, com exceção da corrida, acho que estaria muito mais feliz se tivesse ficado em casa lendo um livro.
– Vamos ficar só mais meia hora.
Ele tentou me empurrar mais uma cerveja, como se me deixar bêbada resolvesse, mas acabou cambaleando e teve que se agarrar em mim como apoio.
– Você não está bem para dirigir – salientei. – Posso te deixar em casa e você pode pegar seu carro amanhã na minha casa.
– Não, não – Ben levantou as mãos. – Vou parar de beber agora e ficar sóbrio. Vamos embora daqui a pouco.
– Bom, você não deveria dirigir. De jeito nenhum. – Desviei o olhar, ficando mais irritada.
– Posso cuidar de mim, Dul– declarou Ben. – Se você quiser ir embora agora, então terá que encontrar alguém para te levar. Se quiser ir embora comigo, estarei pronto daqui a uns instantes.
O quê?! Quanto é “uns instantes”?
Isso estava se tornando ridículo e eu já tinha perdido a paciência. Ele tinha me dito que podíamos ir embora às onze e meia e eu acreditei nele.
Ben me puxou pelo braço para me levar de volta à fogueira, mas me soltei e fui para longe. Ele não falou mais nada, então deduzi que ele tinha continuado sem mim.
Precisava ir para casa e Ben não era mais minha carona. Essa era a cena da qual eu quis tanto participar? Ben e seus amigos eram tão interessantes quanto barras de cereal, as garotas só se importavam com compras e maquiagem, e os caras aqui me davam uma vontade de limpar os olhos depois de vê-los me olhando daquele jeito.
Após uma rápida inspeção na área, certifiquei-me que Megan já tinha ido embora. Tirei meu telefone da bolsa e liguei para ela. Ninguém atendeu.
Comecei a procurar pela minha colega do time de cross-country que tinha visto antes, mas percebi que ela também já havia desaparecido. A segunda opção seria ligar para minha avó, que eu temia acordar a esta hora, mas ao menos ela ficaria feliz em saber que liguei para ela
me buscar com segurança.
Fiz um bico de decepção quando minha avó também não atendeu o telefone. Isso não era algo fora do comum, já que ela costumava se esquecer de levar o celular para a cama. E graças à conveniência dos celulares, tínhamos desconectado nossa linha fixa há alguns anos.
Ótimo.
Minha única opção neste momento era esperar por Ben e convencê-lo a me deixar dirigir, ou caminhar até o estacionamento e pedir carona para um conhecido.
O Ben que se dane.
Andei pelas pedras até o meio do mato para chegar ao atalho até a clareira perto da estrada usada como estacionamento.
Sem uma lanterna em mãos, usei a tela do meu celular para ajudar a iluminar o meu caminho. Era um tiro no escuro, pois o trajeto estava cheio de gravetos e tocos de árvores. As árvores já tinham começado a perder suas folhas, mas a chuva que havia caído neste outono
manteve tudo úmido e flexível. Gotinhas espirravam em meus tornozelos quando eu pisoteava a folhagem molhada e alguns galhos secos cutucavam minha pele, me pinicando.
– Caramba, olha quem encontrei.
Pulei, assustada com o silêncio que tinha acabado de me cercar. Ao olhar para cima, me encolhi ao ver Nate Dietrich… que estava me olhando maliciosamente, como sempre.
Parecia que ele estava vindo de onde eu tentava ir, e agora bloqueava o meu caminho.
– É o destino, Dul – cantou sua voz irritante.
– Sai da frente, Nate. – Aproximei-me devagar, mas ele não se mexeu. Tentei passar, mas ele disparou as mãos para pegar na minha cintura e me puxar para mais perto de si. Meus músculos se contraíram e fechei as mãos. – Shhh – pediu Nate, quando tentei me afastar dele. Sua respiração ecoou em meu ouvido e ele fedia a álcool. – Dul, faz tanto tempo que te quero. Você sabe disso. Que tal acabar com a minha tristeza e me deixar te levar para casa? – O nariz dele encostava em meu cabelo e suas mãos desceram até a minha bunda. Enrijeci.
– Para com isso – ordenei e tentei golpeá-lo entre as pernas com o joelho. Mas ele parecia ter previsto aquele movimento, porque estava com as pernas bem fechadas.
Nate começou a gargalhar. Apertando meu bumbum, ele sussurrou:
– Ah, conheço seus truques,. Dul. Pare de lutar contra isso. Se eu quisesse, podia te jogar no chão agora mesmo.
Os lábios dele vieram para cima dos meus, e um gosto ácido de vômito começou a subir na minha garganta.
Mordi o lábio inferior dele, forte o bastante para sentir meus dentes perfurando a pele. Ele resmungou e me soltou, passando a mão na boca para ver se estava sangrando.
Peguei na minha bolsa o spray de pimenta, que meu pai insistia que eu guardasse lá, e espirrei nos olhos dele. Ele gritou e caiu para trás, com as mãos cobrindo o rosto. Por fim,
consegui dar uma joelhada entre as pernas dele e o observei se contorcer até o chão, agarrando a alça da minha regata enquanto caía.
Corra! Apenas corra!, gritei por dentro.
Mas não. Debrucei-me sobre ele enquanto gemia de dor.
– Por que os garotos da nossa escola são tão idiotas?!
Ele cobria os olhos com uma mão e agarrava o saco com a outra.
– Merda! Sua filha da puta! – resmungou Nate, tentando abrir os olhos.
– Dulce! – A voz de Christopher explodiu repentinamente atrás de mim, e meus ombros se contraíram antes de eu virar. Com os olhos furiosamente alternando entre mim e Nate, Christopher parecia tão solene quanto um leão antes do ataque. Ele respirava ofegantemente e seus punhos estavam fechados. Percebi que ele olhava para o meu ombro, onde pendia a alça da minha regata no lugar onde foi rasgada.
– Ele te machucou? – Christopher perguntou tranquilamente, mas estava com os lábios contraídos e com olhos de assassino.
– Ele tentou. – Cobri meu ombro onde a pele estava exposta. – Estou bem – falei com um tom de voz brusco. A última coisa que queria esta noite era dar uma de “donzela em perigo” para Christopher.
Desabotoando sua camisa, Christopher jogou-a para mim enquanto vinha na minha direção.
– Coloque isto. Agora.
Ao pegar a camisa dele que bateu no meu rosto, uma parte minha queria jogá-la de volta nele. Apesar de Christopher e eu termos nos entendido durante a corrida, isso não significava que
queria ou precisava de sua ajuda.
No entanto, estava exposta, com frio e sem vontade alguma de chamar atenção. Coloquei a camisa e o calor do corpo de Christopher aqueceu meus braços e peito. As mangas caíam além das
minhas mãos e quando levantei-as para aquecer minhas bochechas frias, consegui sentir seu cheiro masculino. O odor híbrido entre almíscar e pneu quase fez meus pulmões explodirem
enquanto tentava sentir melhor o aroma.
– Você tem uma memória fraca pra caralho, Dietrich. O que eu te falei? – Christopher se abaixou para resmungar na cara de Nate. Ele agarrou a camisa de Nate no peito e o puxou antes de dar um forte soco em seu estômago.
Arregalei meus olhos ao ver o ataque de Christopher. O soco gutural me lembrava argila sendo moldada. Nate se curvou com o ataque, e ele não seria mais o mesmo por um bom tempo. Seu
arquejo, ao tentar recuperar o fôlego, parecia uma mistura entre o murmúrio de um fumante e o de um zumbi.
Christopher usou a mão esquerda para agarrar Nate pelo pescoço com força, enquanto ele recuava para encostar numa árvore. Com o punho direito, ele deu diversos socos no rosto de
Nate. Meus joelhos começaram a se contrair ao ver Christopher apertar o pescoço de Nate até suas
articulações ficarem brancas.
Pare, Christopher .
Ele continuou socando até que o olho e o nariz de Nate começaram a sangrar.
Depois de ele não mostrar mais sinal algum de que ia parar, dei um passo à frente.
– Pare. Christopher, pare! – gritei com minha voz firme por cima dos grunhidos e arquejos.
Christopher parou o ataque, mas rapidamente pegou Nate pelo cotovelo e o jogou no chão.
O que ele estava fazendo?
Ao virar para me olhar, vi que o peito de Christopher subia e descia fortemente. Seu corpo pareceu estar sobrecarregado pelo esforço quando seus ombros caíram, mas seus olhos continuavam ferozes. Ele me olhava com uma mistura de cansaço e fúria.
– Vou te levar para casa. – Ele se virou para ir até o estacionamento, sem nem menos ver se eu o estava seguindo.
Me levar para casa?! É claro, para que ele se sinta o grande herói.
Deixar Christopher sentir que tinha me ajudado a sair daquela situação que eu tinha sob controle me fez perder o orgulho. Que se dane.
– Não, obrigada. Tenho uma carona – menti, antes de deixá-lo me fazer um favor.
– A sua carona – Christopher se virou para me olhar, com nojo – está bêbada. Bom, a menos que você queira acordar a coitada da sua avó para ela vir te buscar aqui no meio do nada, depois
que seu companheiro ficou bêbado e você quase foi estuprada, tenho certeza de que seu pai vai adorar saber que confiou em te deixar sozinha, então acho melhor você entrar na porra do
carro, Dul.
E ele se virou para seguir em frente, sabendo que eu o seguiria.
Autor(a): Vondy_fics
Este autor(a) escreve mais 6 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Escutei o barulhinho sinalizando que as portas do carro tinham sido destrancadas e entrei no carro quente de Christopher, dessa vez como passageira. Minhas mãos tremiam por causa do encontro com Nate, então tive que lutar para conseguir tirar a camisa de Christopher. – Fique com ela. – Ele nem me deu uma olhadinha antes de ligar o motor. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 16
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Diva. Escritora Postado em 16/10/2023 - 21:33:37
Ahh Ale, eu amei essa fic adapatada <3 apesar de muitas vezes querer matar o Ucker kkk eu sabia que ainda existia aquele menino doce!! Uma pena que acabou :(
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:58:22
MEU DEUS! Tenho certeza que o vídeo é coisa da tal de Jordan!! Não pode ser o Christopher, se não eu vou morrer!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:33:53
Finalmente descobrimos a gente sobre o Christopher, sofreu muito coitado, mas não acho que o trauma dele justifica ter feito tudo isso com a Dul. Mas entendo que ele não sabia como lidar com isso. Geente, muito fofo o que ele fez no aniversário dela e o melhor presente de todos depois ahaha e essa amizade de Alfonso, Christopher e Dulce? Tô gostando!!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 21:43:57
Meu pai, o que o Alfonso tá aprontand Será que é só fazer as pazes mesmo? Coitada da Dul quando é o Christopher é o Alfonso
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:48:15
Esses dois vão me matar ainda kkk Dulce, tá louca pra ir pra cama com ele! O que tá esperando, minha filha?
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:17:02
Meeu Deeus não acredito que ela tá dirigirindo o carro dele!! Melhor parte <3 e ele tem um amuleto da sorte!!! Para Christopher que já tô toda derretida aqui, aquele menino ainda existe...
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 23:19:39
O coitado ficou arrasado mesmo! Meu Deus, espero que ele não faça nada para humilhá-la agora. E depois desse beijo, ela vai ter mais uma lembrança com chuva, tempestade pra lista :p
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:50:52
MEU DEUS! ELA FEZ ISSO MESMO?? Caraca, o monólogo dela acabou com todo mundo. Quero muito saber o que o Ucker vai fazer agora!
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:32:11
Nossa eu amei a vó dela ahaha eu esperava que quando ela fosse falar com ele, a resposta fosse diferente. Quase morri aqui, socoorro! Quando eles vão se aproximar de novo!?? Ucker volta a ser o menino doce ou pelo menos uma parte dele?
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 21:45:30
Dulce pegou pesado nessa, fiquei com pena dele mas ao mesmo tempo queria que ele sofresse um pouco também...