Fanfic: Serei sempre sua [Finalizada] | Tema: Vondy (adaptada)
Escutei o barulhinho sinalizando que as portas do carro tinham sido destrancadas e entrei no
carro quente de Christopher, dessa vez como passageira. Minhas mãos tremiam por causa do encontro com Nate, então tive que lutar para conseguir tirar a camisa de Christopher.
– Fique com ela. – Ele nem me deu uma olhadinha antes de ligar o motor.
Eu hesitei. Estava na cara que ele estava bravo, já que os músculos em sua mandíbula estavam firmes.
– Mas eu não estou mais com frio.
– E eu não posso olhar para sua camisa rasgada neste momento.
Passei a camisa de volta pelos ombros, coloquei o cinto e me encostei no banco, enquanto ele tirava o carro do estacionamento.
Qual era o problema dele?
Ele estava bravo comigo ou com Nate? É claro que Christopher não queria me ver machucada – pelo menos não fisicamente. Mas por que ele estava sendo tão rude comigo?
O carro derrapou um pouco ao sair do estacionamento cheio de cascalho, e seguiu até a estrada pavimentada da rodovia. Christopher pisou forte no acelerador e trocou de marcha com força
enquanto pegávamos velocidade. Não havia música tocando e também não conversávamos.
A rodovia estava deserta, com exceção das árvores assustadoras que se aproximavam de nós pelas laterais. Julgando por quão rápido tudo passava pela minha janela, acho que Christopher
tinha ultrapassado bastante o limite de velocidade.
Olhando-o de relance, vi que ele estava fervendo de raiva. Ele estava lambendo os lábios e respirava fortemente, enquanto agarrava o volante com mais e mais força.
– Qual o seu problema? – perguntei, na lata.
– O meu problema? – Ele arqueou as sobrancelhas como se eu tivesse acabado de fazer a pergunta mais besta do mundo. – Você vem para a reunião em volta da fogueira com aquele idiota do Ben Jamison, que não consegue ficar sóbrio o bastante para te levar pra casa, e
depois sai andando no meio do mato, no escuro, e é abusada pelo Dietrich. Acho que quem tem algum problema, na verdade, é você – ele falava baixo, mas estava sendo severo e rancoroso.
Ele estava bravo comigo? Ah, fala sério.
Virei-me no banco e olhei diretamente para ele. – Não sei se você se lembra, mas tinha tudo sob controle. – Tentei ficar calma. – Qualquer favor que você ache que está me fazendo apenas satisfaz sua própria raiva. Me deixa fora
disso.
Ele contraiu as bochechas e continuou olhando a rodovia.
Olhando para o velocímetro, fiquei abismada ao perceber que Christopher estava dirigindo a 130 quilômetros por hora.
– Vá mais devagar – ordenei.
Ele ignorou meu pedido e apertou a direção com mais força.
– Haverá algumas situações em que você não conseguirá ficar no controle, Dul. Até Dietrich não ia levar muito na boa o que você fez com ele esta noite. Você achou que aquilo ia acabar daquele jeito? Ele iria atrás de você novamente. Você sabe o quanto o Alfonso quis te dar o troco depois que você quebrou o nariz dele? Ele não queria te machucar, mas queria revidar.
Então por que ele não revidou?
Não havia dúvidas de que Alfonso tinha sido humilhado naquela festa, há mais de um ano, quando quebrei o nariz dele. Mas ele deixou aquilo passar, ou pelo menos era o que eu achava, e não se vingou de nenhuma forma. Graças a Christopher.
Acho que o Nate Dietrich também não ia pensar em nenhuma represália. Não com Christopher envolvido.
Senti a gravidade puxar meu corpo para o outro lado do carro e meu coração batia
selvagemente, ao ver que Christopher não diminuía a velocidade quando dobrávamos uma curva
fechada.
– Você precisa ir mais devagar.
Christopher bufou.
– Não, não preciso, Dul. Você queria experimentar toda aquela coisa de ensino médio, certo? Um namorado jogador de futebol americano, sexo casual, comportamento irresponsável? – ele me provocou com seu sarcasmo.
O que ele queria dizer com isso? Eu nunca quis essas coisas. Só queria ser normal.
E então ele desligou os faróis.
Ah, caramba.
A estrada estava escura e eu não conseguia ver mais do que um centímetro à nossa frente.
Felizmente, havia alguns refletores que separavam nossa faixa daquela do tráfego na direção contrária, mas as estradas do interior eram cheias de veados e outros animais, não apenas
carros.
Que porra ele estava fazendo?
– Christopher, pare! Acenda os faróis! – Coloquei uma mão no painel ao me virar para confrontá-lo. Estávamos correndo pela estrada a uma velocidade assustadora, e eu engoli em seco de
pânico.
A tatuagem em seu braço surgiu detrás de sua camiseta, esticada pela tensão em seus músculos, enquanto ele agarrava o câmbio. Eu estava com as pernas enfraquecidas e, pela primeira vez em um bom tempo, estava assustada demais para conseguir pensar em algo.
– Christopher, pare o carro agora! – gritei. – Por favor.
– Por quê? Isso não é legal? – Christopher estava com uma voz calma, perturbadora. Nada disso o assustava ou até mesmo o empolgava. – Você sabe quantas lesadas azucrinantes já se sentaram neste banco? Elas amaram isso. – Ele estava com as sobrancelhas arqueadas ao me olhar com uma falsa alegria. Ele estava me provocando.
– Pare. O. Carro! – gritei, meu coração saindo pela boca. Ele ia nos matar.
Christopher virou a cabeça para me olhar.
– Sabe por que você não gosta disso? Porque você não é igual a elas, Dul. Você nunca foi. Por que você acha que afastei todo mundo de você? – Ele estava com um tom de voz bravo, mas claro. Ele não estava bêbado – pelo menos eu não achava que estivesse – e estava
mostrando mais emoção do que eu já experimentara em anos, exceção àquela noite em que nos beijamos.
Ele afastou todos de mim? O que significava aquilo? Por quê?
Os pneus chiaram quando ele fez outra curva e acabamos indo parar na outra pista. Tinha certeza de que estava respirando tão rápido quanto o carro acelerava agora. Íamos bater em
algo ou capotar!
– Pare a porra do carro! – falei bem alto com toda a força de meus pulmões, batendo os punhos nas coxas antes de bater no braço dele.
A última coisa que queria era distraí-lo a toda essa velocidade, mas isso funcionou. Christopher pisou fundo no freio, falando algumas palavras para mim e diminuindo a velocidade enquanto
dava uma guinada para o acostamento da estrada e parava.
Saí do carro rapidamente e Christopher correu ao mesmo tempo. Nós dois nos inclinamos sobre o teto do carro, cara a cara.
– Volte para o carro – ele mostrou os dentes ao resmungar.
– Você podia ter nos matado! – Minha garganta estava apertada e percebi seus olhos furiosos encararem minha camisa rasgada que tinha aberto por baixo daquela de botões que ainda estava vestindo.
– Volte para a porra do carro! – Ele bateu no teto, com os olhos em chamas.
– Por quê? – perguntei, ameaçando chorar.
– Porque você precisa ir pra casa – falou como se estivesse dizendo uma coisa óbvia.
– Não. – Recusei com a cabeça. – Por que você afastou todos de mim? – Ele tinha começado essa conversa, então eu queria terminá-la.
– Porque você não combinava com o resto de nós. Você ainda não combina. – Os olhos de Christopher ficaram cheios de nojo e meu coração se apertou. Ele estava sendo mau, para não perder
o costume.
Eu odeio ele.
Sem pensar outra vez, entrei no carro e tirei as chaves da ignição. Contornei a porta do carro, corri um pouco à frente e soltei o chaveiro oval torcido. Tirando uma das chaves, levantei-a e coloquei perto do rosto.
– O que está fazendo? – Ele se aproximou devagar, mostrando claramente estar irritado.
– Se você der mais um passo, vai perder uma chave. Não sei se esta é a chave do carro, mas uma hora ou outra vou chegar nela. – Coloquei o braço atrás da cabeça, pronta para jogá-la a qualquer instante. Ele parou. – Não vou entrar no seu carro. E não vou deixar você ir embora. Não vamos sair daqui até você me dizer a verdade.
Comecei a suar, mesmo com a temperatura beirando os quinze graus. Com os lábios fechados, esperei que ele começasse.
Mas ele não começou. Ele parecia estar tramando algo, mas eu não estava disposta a dar um pouco de tempo a ele para pensar em alguma mentira que me distraísse.
Quando levantei o braço para jogar a primeira chave, ele olhou, impotente, para mim e para meu punho, enquanto levantava a mão para gesticular pedindo para eu parar.
Após mais um momento de hesitação, ele, por fim, soltou um suspiro de derrota e me olhou.
– Dul, não faça isso.
– Não é essa a resposta que eu espero. – Lancei uma das chaves no meio do mato no canto da estrada.
– Que saco, Dul! – resmungou ele, olhando nervoso para mim e para a floresta escura onde
a chave tinha desaparecido.
Eu rapidamente tirei outra chave e coloquei a mão atrás da cabeça, pronta para arremessá-la a qualquer instante.
– Agora, fala. Por que você me odeia?
– Te odeio? – Christopher respirou forte e balançou a cabeça. – Eu nunca te odiei.
O quê?
Fiquei chocada.
– Então por quê? Por que você fez todas aquelas coisas?
Ele soltou uma risada amarga ao perceber que estava sem saída.
– No primeiro ano, escutei o Danny Stewart falando que ia te chamar para ir ao baile de Halloween. Garanti que ele nunca te levasse, porque ele tinha falado para os amigos que não via a hora de descobrir se seus peitos caberiam na palma da mão.
Contorci-me de nojo.
– Não pensei duas vezes antes de agir. Espalhei aquele boato sobre o Stevie Stoddard porque você não combinava com o Danny. Ele era um idiota. Todos eles eram.
– Então você pensou que estava me protegendo? Mas por que faria isso? Naquela época você já me odiava. Aquilo aconteceu depois que você voltou da casa do seu pai no verão. –
De repente, fiquei confusa com cada palavra dita. Nossa amizade tinha terminado naquela época e ele não se importava comigo, então por que me protegeu?
– Não estava te protegendo – disse Christopher, literalmente me cutucando com um olhar flamejante. – Estava com ciúmes.
Palpitações atacaram minha barriga. Parecia que algo no meu estômago estava sendo sugado para o ralo, os formigamentos descendo e descendo cada vez mais.
Quase nem o vi se aproximar, andando para mais perto de mim, enquanto eu tentava recuperar o fôlego.
– Chegamos ao ensino médio e, de repente, tinha uns mil caras correndo atrás de você.
Lidei do único jeito que sabia.
– Me atacando? Isso não faz sentido. Por que não conversou comigo?
– Não podia. – Ele secou a sobrancelha antes de enfiar a mão dentro do bolso. – Não posso.
– Você está indo bem até agora. Quero saber a razão de tudo isso ter começado, em primeiro lugar. Por que você quis me machucar? As brincadeiras, a lista negra em todas as festas? Isso não tinha nenhuma relação com outros garotos. Qual era o seu problema comigo? – acusei-o.
Ele bufou ao suspirar.
– Porque você estava lá. Porque eu não podia machucar quem eu queria, então machuquei você.
Autor(a): Vondy_fics
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 16
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Diva. Escritora Postado em 16/10/2023 - 21:33:37
Ahh Ale, eu amei essa fic adapatada <3 apesar de muitas vezes querer matar o Ucker kkk eu sabia que ainda existia aquele menino doce!! Uma pena que acabou :(
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:58:22
MEU DEUS! Tenho certeza que o vídeo é coisa da tal de Jordan!! Não pode ser o Christopher, se não eu vou morrer!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:33:53
Finalmente descobrimos a gente sobre o Christopher, sofreu muito coitado, mas não acho que o trauma dele justifica ter feito tudo isso com a Dul. Mas entendo que ele não sabia como lidar com isso. Geente, muito fofo o que ele fez no aniversário dela e o melhor presente de todos depois ahaha e essa amizade de Alfonso, Christopher e Dulce? Tô gostando!!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 21:43:57
Meu pai, o que o Alfonso tá aprontand Será que é só fazer as pazes mesmo? Coitada da Dul quando é o Christopher é o Alfonso
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:48:15
Esses dois vão me matar ainda kkk Dulce, tá louca pra ir pra cama com ele! O que tá esperando, minha filha?
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:17:02
Meeu Deeus não acredito que ela tá dirigirindo o carro dele!! Melhor parte <3 e ele tem um amuleto da sorte!!! Para Christopher que já tô toda derretida aqui, aquele menino ainda existe...
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 23:19:39
O coitado ficou arrasado mesmo! Meu Deus, espero que ele não faça nada para humilhá-la agora. E depois desse beijo, ela vai ter mais uma lembrança com chuva, tempestade pra lista :p
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:50:52
MEU DEUS! ELA FEZ ISSO MESMO?? Caraca, o monólogo dela acabou com todo mundo. Quero muito saber o que o Ucker vai fazer agora!
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:32:11
Nossa eu amei a vó dela ahaha eu esperava que quando ela fosse falar com ele, a resposta fosse diferente. Quase morri aqui, socoorro! Quando eles vão se aproximar de novo!?? Ucker volta a ser o menino doce ou pelo menos uma parte dele?
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 21:45:30
Dulce pegou pesado nessa, fiquei com pena dele mas ao mesmo tempo queria que ele sofresse um pouco também...