Fanfic: Serei sempre sua [Finalizada] | Tema: Vondy (adaptada)
Não pode ser só isso. Deve ter algo mais.
– Eu era sua melhor amiga. – A frustração afastou minha paciência para bem longe. – Todos esses anos… – Meu tom de voz foi diminuindo, quase não conseguindo conter as lágrimas que
começavam a aparecer em meus olhos.
– Dul, aquele verão com meu pai foi uma bosta. – Sua voz parecia mais próxima. – Quando voltei, não era mais a mesma criança. Nem um pouco. Queria odiar todo mundo. Mas, com você, eu ainda precisava de você, de um certo modo. Precisava que você não me esquecesse –Christopher falava sem interrupções, mas podia perceber que ainda havia remorso em seu tom de voz.
O que tinha acontecido com ele?
– Christopher, refleti milhões de vezes sobre o que eu pude ter feito para você agir daquele jeito comigo. E agora você está me dizendo que fez tudo sem nenhuma razão? – Olhei para cima
para encontrar seus olhos.
Ele estava com o corpo cada vez mais próximo, mas não ligava pra isso. Queria escutar mais.
– Você nunca foi pegajosa ou incômoda, Dul. Quando você se mudou para a casa ao lado eu achei você a coisa mais bonita que já tinha visto. Eu te amei pra caramba. – A última parte
saiu quase como um sussurro, com seus olhos caindo para o chão. – Seu pai estava tirando as coisas do caminhão de mudança, então olhei da janela da sala de estar para ver o que era aquele barulho. Lá estava você, andando de bicicleta na rua. Você estava de macacão com um
boné de beisebol vermelho. Seu cabelo estava solto nas costas. – Ao confessar, Christopher não olhou para mim em momento algum.
Tínhamos mudado para uma casa nova na cidade depois que minha mãe faleceu. Lembro quando vi Christopher pela primeira vez naquele dia. Ele se lembrou de como eu estava vestida?
Eu te amava. Uma lágrima caiu quando fechei os olhos.
– Quando você recitou seu monólogo esta semana, eu… – Ele parou de falar, dando um suspiro. – Eu soube então que realmente tinha te magoado e, ao invés de me sentir satisfeito, fiquei muito bravo comigo mesmo. Durante todos esses anos, queria te odiar, queria odiar
alguém. Mas não queria te machucar, e não percebi isso até o monólogo.
De repente, ele estava na minha frente. Jogando a cabeça para o lado, seus olhos cintilantes buscavam os meus. Não sei o que ele estava procurando, e não sabia o que queria revelar. Eu o odiava por todos aqueles anos de sofrimento. Ele jogou fora tudo o que tínhamos porque estava bravo com outra pessoa. Senti minha garganta sendo perfurada por agulhas enquanto eu tentava segurar mais lágrimas.
– Você ainda está escondendo alguma coisa. – Minha voz estalou, quando ele segurou meu rosto e secou com o dedo a lágrima que estava caindo. Seus dedos longos e largos estavam quentes na minha pele.
– Não, não estou. – Seu sussurro rouco fez meu corpo se arrepiar, ou talvez tenha sido seu dedo fazendo círculos na minha bochecha. Estava ficando desorientada com tudo o que tinha acontecido esta noite.
– As cicatrizes nas suas costas – disse, com os olhos palpitando, ao sentir seu toque. – Você me disse que teve um péssimo verão e que, quando voltou, queria odiar todo mundo, mas você
não tratou mais ninguém tão mal quanto…
– Dul ? – Seus lábios estavam muito próximos dos meus, e seu corpo irradiava calor. – Não quero mais conversar esta noite.
Pisquei e percebi como seu corpo tinha me envolvido. Ou talvez eu o tivesse envolvido.
Éramos como os lados opostos de ímãs, novamente. Ele estava tão próximo agora e tinha acabado com a distância entre nós, sem eu mesmo notar.
Você não vai sair dessa tão fácil.
– Você não quer mais conversar? – mandei, sem acreditar no que tinha ouvido. – Bom, mas eu quero. – E me virei para lançar outra chave no ar, mas os braços de Christopher apareceram e se
envolveram em meu corpo, me deixando presa por trás.
Respirei com dificuldade, enquanto tentava me soltar. Muitos pensamentos começaram a passar pela minha mente e estava difícil se prender a apenas um. Ele nunca me odiou. Eu não tinha feito absolutamente nada! Apesar de saber disso, uma parte minha sempre achou que tinha que ter alguma razão. E agora ele não queria terminar a história? Eu precisava saber!
Seus braços fortes me apertaram, e ele estava respirando quente no meu cabelo enquanto eu tentava me desvencilhar de seus braços.
– Shhh, Dul. Não vou te machucar. Nunca mais te machucarei novamente. Me desculpe.
Como se isso fosse corrigir tudo!
– Não me importo que você esteja arrependido! Eu te odeio. – Minhas mãos agarraram seus antebraços, que estavam por cima do meu peito enquanto eu tentava me soltar dele. A raiva em
mim se tornou ira com seus joguinhos e babaquices, e eu estava cansada de olhar pra cara dele.
Ele parou de me apertar ao usar as mãos para roubar as chaves do meu punho. Ele me soltou e dei um passo à frente antes de me virar para encará-lo.
– Você não me odeia – declarou ele. – Se você me odiasse, não estaria tão chateada. – A transformação petulante de seu tom fez meu corpo se enrijecer, mas retomei o controle cravando as unhas na minha pele.
– Vá se foder – disse e comecei a andar.
Até parece que eu deixaria ele controlar a situação! Ele queria que eu o perdoasse em uma noite depois de anos de constrangimento e infelicidade, e ainda achava que eu me importava
com ele. Ele achava que sairia dessa ileso.
Que tremendo idiota!
Quando me dei conta, meus pés estavam fora do chão e meu corpo de cabeça para baixo.
Christopher tinha me colocado nos ombros, e todo o ar fugiu do meu corpo quando o osso de seu ombro enterrou-se sob minha barriga.
– Me coloca no chão!
O calor da raiva era como uma labareda de fogo cobrindo minha pele. Fiquei chutando e socando suas costas, mas ele simplesmente me carregou, segurando a parte de trás dos meus
joelhos bem forte, voltando pelo caminho que tínhamos vindo. Sabia que minha saia não estava cobrindo nada nesta posição, mas estávamos sozinhos aqui fora e eu também nem me
importava, com o humor que estava.
– Christopher! Agora! – rosnei.
Como se estivesse seguindo ordens, Christopher me colocou na posição certa novamente, sentada em cima do capô de seu carro. Por baixo das minhas coxas ainda estava quente porque tinha
sido levada por ali, mas o calor não era bem-vindo, já que eu estava queimando de raiva.
Christopher se inclinou devagar, provavelmente com medo de que eu batesse nele, e colocou as mãos ao meu lado. Suas pernas ficaram entre as minhas e imediatamente fiquei corada ao me lembrar da última vez que ficamos nessa posição.
– Não tente fugir – advertiu ele. – Como você se lembra, posso te deixar aqui.
Respirei fundo. Sim, eu me lembrava.
Contraí os dedos do pé ao pensar naquele beijo, mas sabia que não poderia acontecer de novo.
– E eu sei como usar spray de pimenta e quebrar narizes. – Minha voz parecia com a de um ratinho patético, estridente e quase inaudível. Coloquei as mãos na frente para me manter o mais longe possível, mas meu coração ainda estava martelando como música eletrônica.
– Não sou o Nate ou o Alfonso – ameaçou ele. – Ou o Ben.
E nada disso me abalou. Não estava atraída por eles, e ele sabia disso.
Ele se aproximou ainda mais, com seus olhos castanho-escuros, incitando meu corpo a fazer coisas que meu cérebro sabia que eu não deveria. Seus lábios estavam a um centímetro dos
meus e podia sentir seu cheiro de canela.
Eu odeio ele. Eu odeio ele.
– Não – sussurrei.
Seus olhos procuravam os meus.
– Eu juro. A não ser que você peça.
Ele inclinou sua boca para a lateral do meu rosto e levemente roçou minha bochecha. Um prazer inesperado escapou da minha garganta e soltei um gemidinho.
Droga!
Ele nunca me beijou. Ele nunca fechou os lábios ou me provou. Sua boca apenas deslizou pela minha pele, deixando um traço delicioso de desejo e necessidade. Descendo a minha bochecha, seus lábios macios acariciavam minha pele antes de se moverem para o osso da minha mandíbula e depois seguirem até meu pescoço. Fechei os olhos, saboreando as novas sensações.
Nunca tinha feito amor antes e, com certeza, nunca tinha dado uns amassos com alguém que fazia eu me sentir assim. Caramba, ele nem estava me beijando, e eu já lutava para não me
render.
Quando seus lábios chegaram na minha orelha, ele perguntou:
– Posso te beijar agora?
Ah, caramba. Não. Não. Não.
Mas eu não estava falando isso. Eu não disse nada. Ceder parecia como deixá-lo ganhar. E pedir para ele parar estava fora de discussão também. Não queria que ele parasse. Estava muito bom. Era como andar de montanha-russa mil vezes.
Ele beijou de volta minhas bochechas, aproximando-se da minha boca.
– Quero te tocar. – Ele falava contra meus lábios. – Quero sentir o que é meu. O que sempre foi meu.
Ah, Deus do céu.
Essas palavras não deveriam me excitar. Mas, caramba, elas conseguiram. Minha boca tremia de vontade de beijá-lo. Saboreei o seu cheiro e queria capturá-lo e senti-lo por completo. Queria satisfazer minha necessidade.
Mas abri os olhos ao perceber que isso satisfaria a necessidade dele também.
Merda. Mordi o canto da boca para conter a dor entre minhas pernas e usei meus músculos fracos para empurrá-lo para longe.
Quase não consegui olhá-lo. Ele sabia que tinha me deixado abalada. Ele tinha que saber.
– Fique longe de mim. – Pulei do carro e andei até o banco do passageiro.
Escutei sua risadinha atrás de mim.
– Você primeiro.
Autor(a): Vondy_fics
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 16
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Diva. Escritora Postado em 16/10/2023 - 21:33:37
Ahh Ale, eu amei essa fic adapatada <3 apesar de muitas vezes querer matar o Ucker kkk eu sabia que ainda existia aquele menino doce!! Uma pena que acabou :(
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:58:22
MEU DEUS! Tenho certeza que o vídeo é coisa da tal de Jordan!! Não pode ser o Christopher, se não eu vou morrer!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:33:53
Finalmente descobrimos a gente sobre o Christopher, sofreu muito coitado, mas não acho que o trauma dele justifica ter feito tudo isso com a Dul. Mas entendo que ele não sabia como lidar com isso. Geente, muito fofo o que ele fez no aniversário dela e o melhor presente de todos depois ahaha e essa amizade de Alfonso, Christopher e Dulce? Tô gostando!!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 21:43:57
Meu pai, o que o Alfonso tá aprontand Será que é só fazer as pazes mesmo? Coitada da Dul quando é o Christopher é o Alfonso
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:48:15
Esses dois vão me matar ainda kkk Dulce, tá louca pra ir pra cama com ele! O que tá esperando, minha filha?
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:17:02
Meeu Deeus não acredito que ela tá dirigirindo o carro dele!! Melhor parte <3 e ele tem um amuleto da sorte!!! Para Christopher que já tô toda derretida aqui, aquele menino ainda existe...
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 23:19:39
O coitado ficou arrasado mesmo! Meu Deus, espero que ele não faça nada para humilhá-la agora. E depois desse beijo, ela vai ter mais uma lembrança com chuva, tempestade pra lista :p
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:50:52
MEU DEUS! ELA FEZ ISSO MESMO?? Caraca, o monólogo dela acabou com todo mundo. Quero muito saber o que o Ucker vai fazer agora!
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:32:11
Nossa eu amei a vó dela ahaha eu esperava que quando ela fosse falar com ele, a resposta fosse diferente. Quase morri aqui, socoorro! Quando eles vão se aproximar de novo!?? Ucker volta a ser o menino doce ou pelo menos uma parte dele?
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 21:45:30
Dulce pegou pesado nessa, fiquei com pena dele mas ao mesmo tempo queria que ele sofresse um pouco também...