Fanfic: Serei sempre sua [Finalizada] | Tema: Vondy (adaptada)
– Não me toque e não fale comigo. – Pairei sobre ele, sorrindo desdenhosamente. Os olhos
de Alfonso estavam fechados e ele respirava fortemente. – Você realmente achou que eu sairia
com você? Sei o que as garotas falam e, ao contrário do que diz o ditado, os melhores
perfumes não estão nos menores frascos. – Todo mundo começou a gargalhar e mostrei o dedo
do meio para os espectadores. Vi Megan segurando a bandeja com uma cara de “ai, meu Deus”.
– Mas, de qualquer jeito, obrigada pela proposta, Alfonso – cantarolei com uma doçura simulada. Peguei a bandeja, passei no meio do oceano de observadores e joguei a comida
fora. A única coisa que importava era escapar daquele refeitório antes que eu desmoronasse.
Tudo em mim começou a ficar fraco e a formigar, e fiquei com medo de que minhas pernas não
resistissem. O que acabei de fazer?
Mas, antes de chegar à porta, resolvi jogar tudo pro alto. Ah, que se dane, ultimamente
venho desenvolvendo tendências suicidas mesmo. Vou levá-lo comigo. Virei-me e
imediatamente troquei olhares com a única pessoa que fazia meu sangue ferver mais do que
Alfonso.
Toda a atenção de Christopher estava voltada para mim, e o mundo na minha visão periférica
parou enquanto nos encarávamos.
Ele estava usando jeans escuros rasgados e uma camiseta preta. Não tinha nenhuma joia, nenhum relógio, apenas suas tatuagens como acessório. Seus lábios estavam entreabertos, sem
estar sorrindo. Aqueles olhos, no entanto, pareciam desafiadores e muito interessados. Parecia
que ele estava me medindo.
Droga. Merda.
Encostado na cadeira, ele estava com um braço na parte de trás do assento e o outro relaxado na mesa. Ele estava me encarando, e um calor indesejado percorreu meu rosto.
Houve uma época em que tive toda sua atenção, e eu amava isso. Por mais que eu quisesse
que ele me deixasse em paz, também gostava de como ele parecia surpreso naquele momento.
Gostava de como ele estava me olhando agora.
E depois lembrei que o odiava.
O resto do dia se desdobrou em uma sucessão de momentos surreais. Tinha que constantemente dizer a mim mesma que estava em um sonho e que este não era realmente o primeiro dia de aula. Recebi muitos elogios por causa da minha briga no almoço, então senti
que essa não podia ser mesmo a minha vida.
Depois que minha raiva passou, me dei conta de que eu tinha batido em outro aluno em território escolar. Podia me meter em encrenca – muita encrenca – por causa disso. Cada anúncio ou batida na porta da sala de aula fazia com que as minhas mãos tremessem.
Mandei uma mensagem para Megan depois que saí do refeitório e me desculpei por abandoná-la. Como fiquei escondida na biblioteca durante o restante do almoço, tive tempo
para tentar entender que diabos estava acontecendo comigo. Por que eu apenas não saí de perto do Alfonso? Foi divertido chutá-lo no saco? Sim. Mas ultimamente estava perdendo o controle e talvez estivesse levando o conselho de vingança de Megan muito ao pé da letra.
– Oi, Jackie Chan! – Maci Feldman, uma colega da aula de Política do último ano, sentou-se ao meu lado. Ela imediatamente colocou a mão dentro da bolsa, pegou um gloss rosa cheio
de purpurina e passou nos lábios, me olhando feliz.
– Jackie Chan? – Arqueando as sobrancelhas, tirei um caderno novo da bolsa.
– Esse é um de seus novos apelidos. Os outros são Supermina e Esmaga-bolas. Gosto de Jackie Chan. – Ela pressionou os lábios e jogou o gloss dentro da bolsa.
– Gosto de Supermina – murmurei, enquanto o Senhor Brimeyer entregava o programa junto a um questionário.
Maci sussurrou:
– Sabe, muitas garotas gostaram daquela cena lá no refeitório. O Alfonso dormiu com metade da turma do último ano, sem falar das novatas, então ele mereceu o que recebeu.
Sem saber o que responder, apenas concordei. Não estava acostumada a ter pessoas me apoiando. Minhas reações aos comportamentos grotescos de Christopher e Poncho podem ter
mudado, mas minha meta de continuar com a cabeça focada na escola continuava a mesma. O primeiro dia de aula já estava repleto de comoção. Se eu tivesse mantido minha cabeça baixa,
teria conseguido passar a maior parte do tempo despercebida. Mas era quase como se eu não tivesse mais vontade de ficar em silêncio e minhas ações indicassem que eu procurava mais
confusão. O que estava fazendo? E por que não estava parando?
Depois da escola, me atualizei com Madame Lyon e, com isso, consegui esquecer os eventos do dia por alguns momentos. Ela agora queria que eu falasse o tempo todo em francês
e me irritava o fato de que o alemão que aprendera durante o verão me confundia. Eu ficava dizendo coisas como “Ich bin bien” ao invés de “Je suis très bien” e “Danke” ao invés de
“Merci”. Mas rimos disso e não demorou muito até eu conseguir me acostumar de novo.
A treinadora Robinson queria que a gente chegasse na arquibancada às três horas, então corri para me trocar para o treino de cross-country. Depois de um ano longe, minha vaga na equipe não existia mais, e eu tinha o intuito de consegui-la de volta.
– Você já foi castigada pelo que aconteceu no almoço? – Jess Cullen, nossa atual capitã, me questionou enquanto íamos para o vestiário depois do treino.
– Ainda não. Mas tenho certeza de que amanhã serei. Espero que o diretor seja bonzinho
comigo. Nunca me meti em confusão antes – respondi, com esperança.
– Não, perguntei pensando no Alfonso. Não precisa se preocupar com o diretor. O Christopher cuidou disso. – Ela olhou para mim enquanto passávamos pelo corredor em direção aos
nossos armários.
Congelei.
– Como assim?
Ela abriu a porta do armário e parou para sorrir para mim.
– O Sr. Sweeney chegou logo depois que você saiu do refeitório, perguntando o que tinha acontecido. Christopher foi até ele e falou que o Alfonso tinha escorregado e caído em uma mesa ou em uma cadeira… ou em alguma coisa do tipo – riu Jess.
Não consegui me controlar também. Era muito ridículo.
– Escorregou e caiu em uma mesa? E o Sr. Sweeney acreditou nele?
– Bom, provavelmente não, mas todo mundo o acobertou, então o Sr. Sweeney não pode falar muita coisa sobre isso. – Ela começou a balançar a cabeça, sem acreditar. – E quando o Alfonso finalmente se recuperou, ele também concordou com a história.
Não, não, não. Eles não me salvaram!
Desmoronando, sentei no banco do meio do corredor e coloquei a cabeça nas mãos.
– O que foi? Isso é bom. – Ela se sentou ao meu lado e começou a tirar os sapatos e as meias.
– Não, acho que eu preferia estar ferrada com o diretor do que ter uma dívida com esses idiotas. – Eles não teriam dado cobertura para mim se não quisessem me castigar.
– Mas você não vai se inscrever para a Columbia? Acho que eles não se interessam por mentes científicas, jovens e brilhantes que curtem agredir garotos. Eu acho que qualquer coisa
é provavelmente melhor do que esse episódio no seu histórico.
Ela levantou depois que acabou de se despir, e seguiu até o chuveiro com a toalha. Fiquei ali por mais alguns minutos, pensando no que ela disse. Ela estava certa. Muita coisa podia
acontecer comigo se eu continuasse no caminho certo. Minhas notas eram ótimas, era fluente em francês, já tinha bagagem de um ano no exterior e um monte de atividades extracurriculares dignas de nota. Podia aguentar qualquer truque que Christopher estivesse escondendo por baixo da
manga.
Meu primeiro dia na Shelburne Falls High School foi mais tumultuado do que eu gostaria mas fui vista de um modo positivo. Acho que vou conseguir sair no último ano com algumas boas recordações, como o meu retorno e o baile de formatura.
Peguei a toalha e fui até os chuveiros.
A água quente caía pelas minhas costas e me relaxava com uma sensação de conforto e de estar curtindo algo completamente prazeroso, depois do treino que nos foi passado. Acabei ficando debaixo da pressão revigorante do chuveiro um pouco mais do que as outras meninas.
Meus músculos estavam exaustos.
Depois de sair enrolada na toalha, juntei-me às outras meninas no vestiário, que já estavam indo secar o cabelo, quase prontas.
– Saiam. Dulce fica.
Levantei a cabeça ao escutar a voz masculina e uma respiração ofegante. Vi Christopher… que estava dentro do vestiário feminino! Agarrei a toalha, que ainda estava enrolada no meu corpo, e a apertei ainda mais, freneticamente procurando pela treinadora.
Um frio percorreu meu corpo. Ele me encarava enquanto conversava com as outras meninas e fiquei enojada ao perceber como todas saíram correndo, deixando-me sozinha com um garoto que não tinha nenhum direito de estar ali.
– Está de brincadeira com a minha cara?! – lancei para ele, enquanto eu me afastava de seus passos, que se aproximavam de mim.
– Dulce – ele não usava meu apelido Tate desde que éramos crianças. – Queria ter certeza de que teria sua atenção. Tenho? – Ele parecia tranquilo, seus lindos olhos me encaravam, me fazendo sentir como se não houvesse mais ninguém no mundo além de nós.
– Fale logo o que quer. Estou nua e prestes a berrar. Isso já foi muito longe, mesmo pra você! – Parei de me afastar, mas a frustração ficava evidente à medida que minha voz aumentava e minha respiração acelerava. Ponto para Christopher. Ele tinha me surpreendido e agora eu estava completamente vulnerável. Sem fuga… sem roupas.
Segurei firmemente a toalha na altura dos meus seios com uma mão e me abracei com a outra. Todas minhas partes íntimas estavam cobertas, mas a toalha levantava logo abaixo do
meu bumbum, deixando minhas pernas expostas. Christopher estreitou o olhar para mim antes que seus olhos começassem a descer… e descer ainda mais. Minha cabeça girava e meu rosto corava conforme ele continuava me admirando. Suas táticas de intimidação eram excelentes.
Nenhum sorriso acompanhou sua violação. Ele não me olhou com desejo como Alfonso. Seu olhar perambulante relutava, como se fosse involuntário. Seu peito arquejava levemente e sua
respiração estava mais pesada. Meu corpo estava formigando e fiquei puta por outra sensação se manifestar entre minhas pernas.
Depois de alguns minutos, seu olhar encontrou o meu. Os cantos de sua boca se levantaram.
– Você sabotou minha festa na semana passada. E agrediu meu amigo. Duas vezes. Você está realmente tentando impor seu espaço nesta escola, Dulce?
– Já passou da hora, não acha? – Surpreendentemente, não pisquei.
– Acho o oposto – disse ele, apoiando o ombro no armário e cruzando os braços. – Já arranjei passatempos melhores do que ficar te zoando, pode acreditar. Foi um ano pacífico sem a sua cara convencida, uma cara de quem se acha muito superior a todas as outras pessoas nestes corredores.
Seu tom provocativo não era nada diferente, mas o que ele disse me doeu e eu acabei rangendo os dentes.
Autor(a): Vondy_fics
Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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Zombei dele, fingindo preocupação. – O grande Christopher fodão está se sentindo ameaçado? – Caramba, o que estou fazendo? Tenho uma desculpa. Ele estava me confrontando. Eu devia estar tentando dialogar. Por que eu não tentei conversar com ele? Em um instante, ele saiu de perto dos armários e invadiu meu espa&c ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 16
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Diva. Escritora Postado em 16/10/2023 - 21:33:37
Ahh Ale, eu amei essa fic adapatada <3 apesar de muitas vezes querer matar o Ucker kkk eu sabia que ainda existia aquele menino doce!! Uma pena que acabou :(
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:58:22
MEU DEUS! Tenho certeza que o vídeo é coisa da tal de Jordan!! Não pode ser o Christopher, se não eu vou morrer!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 23:33:53
Finalmente descobrimos a gente sobre o Christopher, sofreu muito coitado, mas não acho que o trauma dele justifica ter feito tudo isso com a Dul. Mas entendo que ele não sabia como lidar com isso. Geente, muito fofo o que ele fez no aniversário dela e o melhor presente de todos depois ahaha e essa amizade de Alfonso, Christopher e Dulce? Tô gostando!!
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 21:43:57
Meu pai, o que o Alfonso tá aprontand Será que é só fazer as pazes mesmo? Coitada da Dul quando é o Christopher é o Alfonso
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:48:15
Esses dois vão me matar ainda kkk Dulce, tá louca pra ir pra cama com ele! O que tá esperando, minha filha?
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Diva. Escritora Postado em 15/10/2023 - 20:17:02
Meeu Deeus não acredito que ela tá dirigirindo o carro dele!! Melhor parte <3 e ele tem um amuleto da sorte!!! Para Christopher que já tô toda derretida aqui, aquele menino ainda existe...
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 23:19:39
O coitado ficou arrasado mesmo! Meu Deus, espero que ele não faça nada para humilhá-la agora. E depois desse beijo, ela vai ter mais uma lembrança com chuva, tempestade pra lista :p
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:50:52
MEU DEUS! ELA FEZ ISSO MESMO?? Caraca, o monólogo dela acabou com todo mundo. Quero muito saber o que o Ucker vai fazer agora!
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 22:32:11
Nossa eu amei a vó dela ahaha eu esperava que quando ela fosse falar com ele, a resposta fosse diferente. Quase morri aqui, socoorro! Quando eles vão se aproximar de novo!?? Ucker volta a ser o menino doce ou pelo menos uma parte dele?
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Diva. Escritora Postado em 11/10/2023 - 21:45:30
Dulce pegou pesado nessa, fiquei com pena dele mas ao mesmo tempo queria que ele sofresse um pouco também...