Fanfic: Sugar Heart | Tema: Fullmetal Alchemist
Após horas de viagem de trem, finalmente os quatro alquimistas chegam em Central City, e ao ver a grande cidade novamente, a animação de Ani que havia se mostrado apagada nas ultimas 24h volta com tudo e ela praticamente salta para fora do vagão, olhando ao redor com um grande sorriso no rosto.
-Central City!! Há quanto tempo não venho aqui! Isso me traz uma certa nostalgia! Da última vez que estive aqui andei por praticamente toda a cidade atrás de você, mas não consegui te encontrar. Foi bem triste, porque eu nem pude aproveitar a estadia!
-Hm... – Ed não parecia tão interessado assim. – E você já foi a biblioteca?
-Ah! Claro! Seria um crime uma alquimista vir até aqui e não ir na biblioteca! Porém eu não me lembro de nenhum livro do Marcoh-san... – Pensativa. – Mas também aquele lugar era gigante! Provavelmente eu não reparei nele.
-Estou louco para saber o que Marcoh-san tinha para nos dizer. Vamos depressa!
Os quatro seguem seus caminhos até a biblioteca central, mas infelizmente, para a tristeza de todos, o destino não foi tão gentil e lá estavam eles de frente para uma pilha de entulho e destroços que um dia, foram a famosa primeira seção da biblioteca Central.
-TODAS AS PESQUISAS DO MARCOH-SAN!!
Os quatro encaravam aquele cenário atônitos, sem acreditar em sua falta de sorte. Quando pensaram estarem tão perto de finalmente descobrir a verdade, ela era arrancada para longe deles novamente.
-Haviam décadas de pesquisas guardadas aqui... – Ani choraminga enquanto encara Ed que pegava um dos livros do chão que se despedaçou como areia. – O que faremos agora?
Quando Edward estava prestes a responder a pergunta dela, são interrompidos por vozes vindas atrás de si.
-Major Armstrong!
Ao voltarem-se para trás, de onde as vozes vieram, veem ali dois militares que ainda não conheciam, com exceção de Major Armstrong que pareceu reconhecer seus rostos assim que os olhou.
-Deixe-me ver... Segundo tenente Ross e Sargento Brosh, certo?
-Sim! – Os dois batem continência – Nós estamos aqui para assumir a escolta dos irmãos Elric.
Ao ouvir aquela explicação, Edward bufa irritado pois percebia que não seria tão cedo que se livraria das companhias dos militares. Não era como se não compreendesse a necessidade daquilo, afinal, até que capturassem Scar, sabe-se lá quando ele apareceria para tentar mata-los novamente e até o momento, ele era uma pessoa com força acima do que poderiam combater, então mesmo não gostando nem um pouco daquilo, tinha que aceitar.
No entanto, a presença dos dois militares traz uma nova esperança a eles, pois aqueles dois conheciam uma pessoa, antiga funcionária da primeira seção, que tinha grande conhecimento sobre os arquivos contidos ali. Sem perder tempo, assim que souberam daquela informação, seguiram direto para lá apertados dentro daquele carro pequeno e sendo atacados pelas perguntas de Ross e Brosh que estavam desconfiadíssimos sobre aqueles dois alquimistas tão jovens.
O encontro com a tal pessoa que citaram foi no mínimo... Inusitado, afinal, ninguém esperava ter que desenterrar uma pessoa debaixo de uma pilha absurda de livros em uma casa abarrotada de livros. Porém, o que a princípio parecia uma chance em um milhão mostrou-se uma grande sorte ao saberem que Sheska, uma aparente desajeitada e tímida jovem, era dona de uma memória assustadora e lhes poderia fazer uma cópia do arquivo que fora queimado pelo incêndio.
Após quase a levantarem num pedestal em sinal de agradecimento, eles deixam a casa de Sheska, pois levaria algum tempo para que ela conseguisse finalizar seu trabalho. Por isso, por hora, retornaram ao QG, para se instalarem nos dormitórios, onde ficariam instalados enquanto estivessem em Central City.
Assim que entraram no dormitório, Edward deixa seu corpo exausto relaxar sob a cama após aquela longa viagem de trem. Ani também faz o mesmo arrancando seus sapatos e suspirando aliviada por relaxar o corpo.
-Aaah! As camas dos QG's são tão confortáveis! Achei que fossem duras!
-Militares também precisam dormir. – Ed resmunga, já sonolento.
-Ah-ah-ah! Você já colocou óleo no automail? – Ed arqueia a sobrancelha. – Eu prometi a Winry-chan que não deixaria você descuidar do seu automail. Você também, Al! Óleo na armadura!
-Eu não coloco óleo no automail.
-Então para que serve o vidro de óleo na sua mala? – Cruza os braços.
-Como sabe que eu tenho óleo na minha mala?
-... – Desvia o olhar.
-Andou mexendo nas minhas coisas?
-....Não.
Edward revira os olhos e Al ri com a situação.
-Deixe de ser teimoso, Nii-san! Ela tem razão. – Al olha para ela. – Ani, poderia me ajudar? É difícil alcançar minhas costas!
-Ah! Claro! – Se levanta. – Ed, eu vou pegar o óleo do Al na sua mala que eu não mexi.
Ani caminha até a mala de Ed e tira de lá o frasco de óleo, não passando despercebido pelo mais velho como ela parecia saber exatamente onde o frasco estava. Ed relevou esse detalhe por hora, porque sinceramente não dava a mínima. Enquanto isso, Ani volta até Al com o frasco e um pedaço de tecido nas mãos. Para ajudá-la com a diferença de alturas, Alphonse se senta no chão, ficando assim da mesma altura que ela em pé.
Enquanto os dois estavam ali distraídos com a armadura de Al, Ed também se levanta e caminha até sua mala, retornando de lá com o caderninho de treinamento de Ani em mãos, passando a lê-lo atentamente enquanto voltava a se deitar. Haviam passado por algumas intercorrências no meio do caminho, mas não mudava o fato de que Ani ainda estava ali para ser treinada e Ed não fazia a menor ideia do porque a alquimia dela se comportava daquela forma peculiar.
No início, Ed havia considerado simplesmente a falta de talento, mas quando observou mais a fundo, simplesmente as coisas não se encaixavam ou faziam sentido.
-Falhas na restruturação, falhas na decomposição, falhas no controle de fases e perfeição em todos eles. – Ed murmurava para si mesmo enquanto lia suas anotações. – Não precisa do círculo de transmutação, mas não se lembra da verdade.
Edward desvia o olhar de seu caderno para a interação de Ani e do irmão, que papeavam tranquilamente sobre óleo e ferrugem. Todas aquelas interrogações o deixavam intrigado e confuso, sua aprendiz era como uma coleção de enigmas que não conseguia decifrar e em partes, acreditava que o motivo era porque mesmo tendo talento com alquimia, Ed não sabia nada sobre ensinar alguém. Aprendeu junto de seu irmão, foi ensinado por sua professora e pela própria dedicação e experiência. Estava deixando algo escapar e era nisso que estava falhando como mestre.
-Ed?
Desperta de seus devaneios com o chamado e volta o olhar para sua aprendiz.
-Problemas em decifrar o mistério chamado "eu"? – Questiona num ar brincalhão assim que reconheceu aquele caderno, embora não tivesse tanto ânimo em sua voz.
-Temos que retomar seu treinamento. Estava só revendo minhas anotações para me lembrar e de onde paramos. – Ed se senta no colchão.
-Ed, acha que... que eu vou conseguir ser uma boa alquimista? – Ed arqueia a sobrancelha. – Eu não estou dizendo isso porque quero incentivo, eu só... quero uma opinião sincera.
Ed fica em silêncio, refletindo por alguns segundos.
-Eu acho que é possível, só não sei se para mim.
Ani e Al voltam seus olhares para Ed, se entreolhando por um momento antes de olha-lo novamente, parecendo surpresos com a resposta.
-E-Eh? V-Vai desistir de mim?
Ed revira os olhos, abrindo um sorriso.
-Não. – Ani solta todo o ar que prendeu com o susto anterior. – Estou dizendo que estou tendo dificuldades nisso e acho que preciso de uma segunda opinião.
-Eeh?
-Nii-san... E-Está falando dela? – Al questiona temeroso.
-É... E-Ela. – Ed também parecia assustado.
-"Ela" quem?
-Nossa mestre. – Al explica, não muito animado.
Assim que aquela resposta chega aos ouvidos de Ani, seus olhos imediatamente brilham e uma empolgação se apodera de seu corpo.
-EEEEH?? A MESTRE DE VOCÊS? A PESSOA QUE OS ENSINOU ALQUIMIA?! EU ADORARIA CONHECER ESSA PESSOA! DA PRIMEIRA VEZ QUE FALOU SOBRE ELA EU ESTAVA TENTANDO NÃO LEVAR UM CHUTE ENTÃO NEM ME LIGUEI NO ASSUNTO! – Os berros a deixaram sem ar, mas não menos empolgada. – A-Antes que achava que vocês tinham aprendido alquimia por osmose, ou sei lá! Ela deve ser uma pessoa incrível!!
Al gargalha.
-Uma parte nós aprendemos lendo livros sozinhos, mas só aprendemos de fato quando viramos alunos dela.
-QUERO CONHECE-LA! QUERO CONHECE-LA!
A empolgação de Ani fazia com que ela batesse sua mão na armadura de Al, fazendo um som metálico ecoar pelo quarto.
-P-Poderia parar com isso? – Al ria divertido.
-A-Ah! Desculpa!
-Eeeern... Eu não estaria tão empolgado em conhecer ela, mas bem, ela tem mais experiência ensinando que eu então... em breve vai poder vê-la.
-Ela deve ser uma alquimista incrível! Onde ela mora?
-Em Dublith.
-Oh... – Ani leva uma das mãos próximo de sua boca, tamborilando o indicador sobre os lábios, pensativa. – Dublith... Fica perto de Rush Valley, não fica?
-Isso, ao Sul. – Ed responde, já tendo voltado sua atenção para o caderno. – Mas enquanto não vamos até lá... vou continuar fazendo do meu jeito. – Ed se levanta, voltando a sua mala para guardar o caderno.
-Oh! Ed! Eu gostaria de perguntar uma coisa! – Ed arqueia a sobrancelha, questionando. – O que é isso?
Novamente com um conhecimento incrível sobre a localização das coisas de Ed, ela tira de lá algumas folhas de papel juntas com um clipe. Ed a encara feio.
-O que é? Você deixou suas coisas jogadas por aí, eu só arrumei. – Cara feia também.
Ed revira os olhos, em seguida olhando para os papéis nas mãos dela e os pegando para ler.
-Ah. Isso é um relatório que tenho que entregar para o Mustang.
-Você ainda não entregou isso? – Al questiona indignado e Ed apenas resmunga como uma criança birrenta.
-Relatório?
-Por ser um alquimista federal, Nii-san precisa entregar de tempos em tempos um relatório com o andamento das pesquisas. – Al explica. – Mesmo tendo patente militar, antes de tudo os alquimistas federais são pesquisadores. Se não mostrarem avanço, perdem o financiamento do governo.
-Ah! – Ani se lembra daquilo, era a pressão em mostrar avanços que motivou Tucker a fazer o que fez com Nina. – E isso não é tipo, super importante?
-Na verdade é, mas o Nii-san não é muito aplicado a isso. – Al resmunga.
-Você devia! O que aconteceria se você perdesse seu título? Seria praticamente impossível continuar atrás da pedra filosofal!
-Eu entrego meus relatórios. Acontece que eles são um saco de escrever e eu prefiro me reportar ao Mustang pessoalmente. Mas como eu ainda sou obrigado a entregar tudo documentado, eu continuo fazendo.
-É! Com essa letra horrível! Você não é a pessoa mais organizada do mundo, mas sua letra é bonita, sei disso! Você deveria ser mais cuidadoso com um documento tão importante!
-Isso é só uma burocracia.
Ainda emburrada com o desleixo de seu mestre, Ani volta os olhos para os documentos, tendo dificuldades em entender a letra que Ed fazia questão de fazer a mais feia possível só para protestar contra Coronel Mustang que o obrigava a entregar aquilo.
No entanto, ver a expressão confusa dela lendo aquele papel acende uma luz na cabeça de Ed. Talvez a resposta estivesse onde ainda não tinha voltado sua atenção, afinal. Voltou a mexer em suas coisas, retirando da mala um livro grosso e de aspecto envelhecido.
-Pega isso.
-Eh?
-Isso é um livro de alquimia intermediária. Enquanto eu e Al estivermos ocupados com as pesquisas do Dr. Marcoh eu quero que você se concentre em estudar. Quero que domine esse livro, leia e pergunte sobre tudo o que não entender.
-Ok... Mas por que?
-Porque eu ainda estou apostando que o problema é na compreensão. Você entende de alquimia básica, mas o uso dela sem o círculo de transmutação só é possível por pessoas que tem um conhecimento avançado, pois essas pessoas viram a verdade. Talvez esse seja o problema. Você não se lembra do que viu, não tem esse conhecimento em sua cabeça, então acho que essa poderia ser a peça que falta pra você conseguir controlar suas transmutações.
-Oh...
-Eu ainda não acho que a resposta seja simples assim, mas é o início de uma teoria. Além disso, enquanto estiver estudando, quero que comece a usar o círculo de transmutação.
-Heeh? Mas esse é meu talento secreto!
Os irmãos riem.
-Precisa transmutar de acordo com seu conhecimento. Senão seria como tentar consertar um carro quando não sabe nem o que é um volante.
-Oh... Isso faz sentido.
Ani não parecia muito animada com a ideia, afinal, estudar sempre parecia ser a parte mais chata de ser uma alquimista. Mas se aquilo a ajudaria a ser mais útil, então faria o que fosse preciso.
Por mais que nenhum dos dois tivesse lhe dito algo a respeito, Ani estava farta de ser apenas uma boa companhia e não alguém realmente útil em batalha. Queria ser de ajuda não apenas quando eles precisassem de apoio, mas também quando precisassem de proteção. Precisava ficar forte! E com o andamento das coisas, tinha que ser depressa. Se Scar aparecesse novamente ou se Ina resolvesse não esperar mais... Não poderia ser protegida para sempre.
-Certo! Eu irei devorar esse livro e praticar mais!
-Ótimo.
-SE você passar óleo no automail. – Balançando o frasco na frente de seus olhos dourados. Ed arqueia a sobrancelha. – Eu fiz uma promessa.
Tendo vencido o mais velho pelo cansaço, Ed apenas suspira e pega o frasco, fazendo o que ela lhe pedia. Agora que havia cumprido sua tarefa diária de assegurar que eles estavam cuidando de si mesmos, Ani se senta na cama novamente e passa a ler o livro dado por Ed.
Tinha que dar duro também.
-x-
Já era tarde da noite e depois de jantarem e voltarem ao dormitório, estavam dormindo, ou melhor, Edward dormia enquanto Ani ainda estava acordada lendo o livro de alquimia com a ajuda do abajur que ficava na mesa de cabeceira, a única luz que iluminava o quarto.
Fitava os parágrafos daquele livro com a testa franzida e um lápis preso acima dos lábios como um bigodinho. Em partes por estar com sono e entediada e em partes por estar tendo dificuldades em entender várias partes daquele livro. Entre a alquimia básica e a intermediária parecia haver um grande espaço e não era fácil conseguir compreender sem voltar várias vezes no mesmo parágrafo. Parecia que assim que terminava de ler um trecho, percebia que não havia prestado atenção em nada que tinha lido e precisava voltar ao início.
Buscando descansar um pouco seus olhos, Ani olha em volta, observando Al sentado no chão não muito longe de si, parecendo dormir.
-Al? – Sussurrou para não acordar Ed.
Assim que é chamado, a cavidade ocular a armadura se ilumina num vermelho brilhante e Al volta a cabeça para ela.
-Deveria estar dormindo. – Al repreende num ar carinhoso, fazendo Ani sorri. – O que foi?
-Eu não consigo entender essa parte. Me explica?
-Claro!
Silenciosamente, Ani se levanta da cama e se senta ao lado de Al no chão, mostrando quais trechos daquele livro não estava conseguindo entender enquanto o maior lhe explicava parte por parte.
Não muito longe dali, Ina estava sentada ao alto de um dos prédios próximos ao quartel general com um dos braços apoiados na mureta do terraço enquanto seus cabelos balançavam com a força do vento e observava por longos minutos na direção de onde conseguia sentir a presença de Ani.
-Você tem que sempre voltar ao centro do problema... Me pergunto se faz isso conscientemente ou não. Quanto tempo vai levar até que se lembre..? – Ina encara a lua, largando seu corpo ao chão. – Não posso ir sem você, mas você não vai comigo sem terminar seus assuntos com eles. – Fecha seus olhos. – Precisamos ir embora desse país... Nosso tempo está acabando.
-x-
Nos dias que se seguiram, Ani continuou estudando o livro com ajuda das explicações de Ed e Al e passando a praticar transmutações utilizando círculos de transmutação. Cinco dias depois, finalmente retornavam a casa de Sheska, após receber uma ligação dela lhes informando que havia concluído a transcrição das pesquisas de Marcoh. Agora, os três juntamente com os militares Brosh e Ross, se espremiam dentro daquele carro pequeno a caminho da casa.
-"Existem vários caminhos possíveis para os alquimistas transmutarem as mais diversas substâncias do mundo, sendo que alguns alquimistas transmutam por meio dos Quatro Elementos Clássicos-"
-Que são? – Ed questiona.
-Água, Terra, Fogo e Ar. – Volta o olhar para ele por um momento, Ed confirma com a cabeça. – "E alguns por meio dos Três Princípios Essenciais-" – Ed Pigarreia. – Eern... Sal, enxofre e mercúrio, certo? – Ed acena novamente, fazendo um sinal com a mão para que ela prosseguisse.
-A lei da troca equivalente pode ser dividida em lei da conservação da massa e lei da providencia natural. – Delicadamente, Al pega o livro dela de suas mãos, continuando a leitura. – Explique a lei da conservação da massa.
-Eern... A energia de uma matéria não pode ser criada do nada e nem destruída completamente. Na pratica significa que para criar um objeto que tenha a massa de um quilograma eu preciso de matéria equivalente a um quilograma e se eu destruir um objeto que tenha essa massa, eu irei fragmentar ele em vários pedaços que juntos vão equivaler ao peso original.
-Ótimo!
-E a segunda lei? – Ed questiona.
-Um objeto só pode ser transmutado em outro objeto com matéria e princípios básicos semelhantes.
-Exemplo?
-Metal em metal, rocha em rocha.
-Ferro em ouro?
-Possível, porém ilegal. Afetaria a economia. – Abre um bico. – Mas eu duvido que alguém não faça isso. Eu faria.
-Isso, diga isso na frente de dois militares. – Ed abre um sorriso maldoso. – Vai acabar presa.
-E-Eh?
Ani olha assustada para eles, Ross e Brosh apenas riem da conversa, mas assim que tem chance cochicham entre si abismados sobre como diachos aqueles dois garotos tão jovens poderiam estar ensinando e dominando tão bem aquele assunto complicado.
Ao chegarem a casa de Sheska, se surpreenderam com a quantidade de papeis presentes na mesa de trabalho dela.
-Desculpe a demora!! Levou algum tempo, mas finalmente terminei! O livro de Tim Marcoh: Mil receitas para o dia a dia!
Um grande silêncio se ocupa da sala por looongos segundos.
-Eeeeeeh?! – Exclamam em uníssono.
-Ei! Isso é alguma brincadeira? – Brosh a questiona, deixando a jovem confusa. – Como isso poderia ser útil para nós?
-N-Não! Eu copiei tudo exatamente da forma como me lembro!
-Aaaah... isso foi uma perda de tempo.
Enquanto os dois militares lamentavam a decepção de não terem encontrado o livro certo, Ed permanecia atento olhando para os arquivos, parecendo ter notado algo.
-Sheska-san, tem certeza de que esses documentos foram escritos por Tim Marcoh?
-A-Ah! Sim! Absoluta!
Abrindo um grande sorriso, uma luz se acende no olhar dele, começando a pegar as pilhas de papeis assim como seu irmão.
-Obrigado, Sheska-san! Você é incrível! Ani, ajude!
-Ah! Sim!
Ani que até então estava ali tão confusa quanto os dois militares, também ocupa suas mãos de pilhas de papéis e os segue logo após Ed mandar que Ross usasse seu relógio para pagar Sheska por seus serviços.
-O que está acontecendo? – Ani estava confusa. – Não estamos tristes?
-Não, não estamos. Eu explico quando chegarmos a biblioteca, então continue andando. Temos muito trabalho a fazer, mas enquanto isso, explique o funcionamento de um circulo de transmutação.
-Eeeeh?
-Agora. – Diz mais firmemente.
Ani revira os olhos.
-Você se diverte me dando ordens, não é?
-Não é nada mal. - Afirma num ar divertido.
Ani suspira.
-O funcionamento de um círculo de transmutação varia de acordo com as equações e fórmulas que se inserem em sua montagem. A composição do círculo representa o tipo de elemento e energia manipulada pelo alquimista. Na maioria das vezes, estes elementos são representados por triângulos que dependendo de sua posição podem representar água, terra, fogo ou ar.
-E se quiser combinar os elementos entre si? – Al pergunta.
-É possível se combinar os triângulos entre si. O hexagrama é a figura mais comumente usada porque forma oito triângulos multidirecionais que representam a união dos elementos clássicos. Ele é usado nos círculos de transmutação básicos. Também é possível usar outras formulas e símbolos, para rebuscar a alquimia. Normalmente eles são usados em transmutações mais específicas, como na alquimia orgânica.
-Diferença entre transmutação orgânica e transmutação humana?
-Vamos ficar fazendo prova oral o dia todo?
-Eu disse que faria do meu jeito. E estou me divertindo bastante.
Outro suspiro.
-A transmutação humana abre o portão da verdade. A transmutação orgânica não o abre. Exemplo de transmutação humana: Tentar trazer uma pessoa morta de volta a vida, tentar recuperar um membro ou órgão perdido. Exemplo de transmutação orgânica: Cura de ferimentos, mudança do pigmento de cabelos e pelos.
-Vago, mas bom. Você leu o livro.
-Mas claro que eu li! – Indignada. – Fiquei quase a madrugada toda estudando! Diz pra ele, Al!
-Eu confirmo! – Al responde risonho.
-Continue lendo sobre círculos de transmutação. Vai precisar de um domínio maior deles agora que vai usa-los.
-Sim!
-x-
Ao chegarem na biblioteca acompanhados de três pessoas confusas, os irmãos começam a colocar todos os arquivos sobre as mesas.
-Agora vai explicar porque estamos felizes? Achei que a pesquisa estava errada!
-Do ponto de vista de uma pessoa comum, sim. Mas do ponto de vista de um alquimista... – Ani arqueia a sobrancelha. – Se uma pesquisa importante caísse em mãos erradas, muitos problemas poderiam acontecer, muito além de outro alquimista roubar suas ideias.
-Por isso muitos alquimistas codificam suas pesquisas. – Ed completa.
-Ah!! Então isso não é um livro de receitas!
-Acha que podem decodificar isso? – Brosh parecia curioso.
-Precisamos tentar. – Ed responde. – Ani, eu e Al vamos precisar de muitas referências e livros específicos. Precisamos de ajuda para encontra-los. Também vamos passar por vários assuntos difíceis enquanto deciframos o texto e provavelmente vamos passar um longo tempo aqui. Será um trabalho duro e demorado. Por isso, quero que enquanto isso liste tudo que não souber o que é e estude sobre cada um dos temas. Estamos num lugar com livros alto nível de evidência, então aproveite esse tempo. Se tiver alguma ideia sobre o que possa significar alguma parte desses documentos, diga.
-Sim! Eu faço o que quiserem para ajudar! – Ani sorri, empolgada.
-Então trabalhe duro.
-Sim, senhor! – Ed arqueia a sobrancelha. – P-Pff! O que? É legal te ver agindo como mestre!
-Pare de brincar. – Ed suspira com um sorriso animado. – Al? Pegou o Tratado da Pedra Filosofal ou o Teorema de Flamel?
Al coloca sobre a mesa uma pilha de livros.
-Mas é claro!
-Ótimo! – Ed começa a ler o documento. – Ani, preciso que procure um livro chamado "Uma nova luz de alquimia" do alquimista Michal Sedziwoj.
-Sim!
Imediatamente os três alquimistas começam a trabalhar na difícil tarefa de decifrar os textos deixados por Dr. Marcoh. Mesmo convivendo juntos por relativamente pouco tempo, trabalhavam em sintonia um com os outros.
Ao encontrar o livro que Ed pediu, Ani retorna à mesa onde os irmãos e todos os documentos estavam, mas para a alguns passos de distância ao observar os dois discutindo sobre os seus achados e teorias. Imediatamente ela abre um sorriso carinhoso ao ver o entusiasmo deles. Havia sentido muita falta daquela vida em seus olhares. Desde a morte de Nina todos pareceram se sentir perdidos por um longo tempo, mas parecia que finalmente estavam voltando aos eixos.
Também precisava dar seu melhor se queria chegar ao mesmo nível deles.
-Ed, encontrei o livro!
-Então pegue um capítulo do livro de receitas e comece a ler.
-Sim, senhor!
Autor(a): tord_the_writer
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+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Desde seu inicio aquela manhã estava atípica, a começar porque estavam de folga. "Folga" era uma palavra tão estranha em seu vocabulário desde o dia que iniciou suas viagens juntos de Ed e Al. Quando não estava estudando ou treinando estavam se metendo em alguma confusão que eles criaram ou então sendo a causadora delas ...
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