Fanfics Brasil - Garoa e Tempestade O Lírio Amarelo de Konoha

Fanfic: O Lírio Amarelo de Konoha | Tema: Naruto


Capítulo: Garoa e Tempestade

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Seria mentira afirmar que Rock Lee não havia ficado absurdamente empolgado com a nova companhia de treinos. Mais do que isto, seria desnecessário negar que no dia seguinte – às 4 da matina – Rock Lee já se encontrava completamente desperto e sentado no centro de seu Dojo, aguardando sua convidada com sua empolgação a mil por hora. A intensidade com que a Besta Verde de Konoha levava a vida era mesmo algo admirável – e até mesmo um tanto questionável.


Mas como poderia ele ser capaz de conter-se agora quando finalmente possuía a certeza de que não passaria a maior parte de seus dias livres treinando sozinho nos dias em que Gai-Sensei não estivesse em alguma missão?


Agora Lee tinha alguém para ajudá-lo a aprimorar suas habilidades ninjas e não apenas isso! Esse alguém também era um ninja treinado por seu adorado Gai-sensei! Toda aquela empolgação que não o deixou dormir por sequer um segundo a mais naquela madrugada não se dava apenas por ter alguém para treinar, mas também pela curiosidade em conhecer mais da história de Natsuki e seu Sensei, já que ela não havia dito muita coisa e Gai tampouco havia mencionado uma aluna tão habilidosa anterior ao seu time.


Por todas estas razões, Lee despertou tão cedo e agora aguardava pacientemente sua nova amiga...


Mas Natsuki não apareceu.


Nem no dia seguinte.


E nem no próximo.


A ausência sem justificativas dela provocou um certo estranhamento em Lee, mas ele não deixou que isto abatesse sua rotina de treinos e continuou praticando seus golpes sozinho. Nada sabia sobre ela além de seu nome. Então seria muito difícil procurá-la pela vila e infelizmente, descobriu no dia seguinte que Gai também não se encontrava na vila devido a uma missão, então teria que esperar para questioná-lo também.


Sem mais opções, distraiu-se treinando, às vezes saindo para comer com seus amigos ou cumprindo missões simples a qual era designado. Konoha estava passando por uma época de paz e não demandava grandes esforços ou habilidades de seus ninjas nos últimos dias. Bom para a paz dos moradores, mal para a ânsia por emoção de Lee.


Após dias sem notícias, este era mais um fim de um dia tediosamente tranquilo e após completar algumas tarefas a pedido da Hokage, Lee decidiu rumar até seu Dojo para suar um pouco.


Os olhos do ninja verde – já grandes por natureza. – ficaram ainda maiores ao finalmente rever aquela pessoa, exatamente no mesmo lugar e posição que havia conhecido pela primeira vez: Agachada à beira da árvore, olhando para as flores. Sem conseguir conter-se, abriu um grande sorriso e correu para ela.


-NATSUKI-SAN!!


Natsuki tem um leve sobressalto, mas volta seu rosto para ele no instante que ouve seu chamado, imediatamente sorrindo ao vê-lo aproximar-se daquele jeito eufórico familiar.


-Lee-san! – Abre um grande sorriso enquanto se levantava. – Eu pensei que não o veria hoje!


-Eu quem deveria dizer isso! Achei que não voltaria mais!


-Eu falei que voltaria, não falei?


-Por onde andou todo esse tempo?


-Eu só pude vir agora. – Abre um sorriso sem graça. – Tive alguns problemas, me desculpe.


-Que tipo de problemas?


-Não importa! - Natsuki se coloca em posição de luta, abrindo um sorriso desafiador. – Vamos lutar!


Novamente algo naquele sorriso que parecia tão contente simplesmente por vê-lo causa um certo estranhamento em Lee, mas jamais conseguiria deixar de se empolgar com um desafio daqueles.


-Agora mesmo! – Se colocando em posição de luta também.


-x-


-Fique à vontade. – Diz educadamente.


-Obrigada, Lee-san!


Natsuki sorri ao pegar a pequena xícara de chá que foi colocada próxima a si, a levando até a boca e tomando um gole com graciosidade, contrastando totalmente com a visão de minutos atrás com seus golpes certeiros de mais uma árdua sessão de treinos com Lee.


Acompanhando a ninja, Lee imita seus movimentos, também tomando um gole de chá e apreciando aquele confortável silêncio.


-...


-...


-Eu venci você. – Natsuki abre um sorrisinho vitorioso.


-P-Por muito pouco!


-Mas venci. – Rindo. – Vai me dar seu Dojo agora é?


-Não antes de uma revanche! – Lee parecia contrariado, o que faz Natsuki rir.


-Relaxe, Lee-san. Eu não quero seu Dojo. – Bebe mais um gole de seu chá. – Se eu fizesse isso, provavelmente acabaria não o vendo mais. Além disso, seria injusto da minha parte como ninja mais experiente!


-Eu discordo. Eu aceito minha derrota com honra. Mas se perdesse meu Dojo eu treinaria dia e noite e a enfrentaria todos os dias para tê-lo de volta!


-Pfff! Eu não duvido.


-Jamais me renderia assim tão facilmente.


-Eu acredito em você. – Risos. – É bom te ver de volta.


-Eu digo o mesmo! – Sorri largo. – O que aconteceu pra você sumir assim?


-Já disse. Estive ocupada.


-Ocupada com o que? Alguma missão?


-Oh, sim! Uma missão ultrassecreta. – Fecha seus olhos. – Então não posso te contar~


-Missão secreta? – Parecendo interessado. – É por isso que eu nunca vi você? Você na verdade é uma kunoichi de algum esquadrão secreto da vila? Como a Ambu?


-Eh? – Risos. – Não! Apenas uma ninja ocupada. Além disso, não acha que sou pouco jovem para ser uma ninja de tão alto escalão?


-Não! – Discorda com teimosia. – Para mim soa plenamente possível se tratando de alguém treinado pelo Gai-sensei.


Natsuki gargalha com aquela afirmação.


-Se as coisas fossem mesmo assim, Gai-sensei com certeza seria hoje o jounin mais requisitado da vila. Mas ele sempre acabava se sabotando um pouco com aquele jeito excêntrico!


Ouvi-la falando sobre Gai daquela forma tão familiar, faz com que Lee se lembre do outro aspecto sobre ela que atiçava sua curiosidade.


-Falando nisso, me conte mais sobre sua relação com ele! Quando foi aluna dele?


-Oh... – Natsuki baixa seu olhar, parecendo se dar conta do que falava. – Eu não sei. Já tem um tempo... há quanto tempo você é aluno dele?


-Bem, eu o conheço desde a academia ninja, mas ele se tornou meu Sensei há 4 anos!


-Quatro anos... - Parecendo pensar.


-Naquela época, Gai-sensei era o único que acreditava que eu poderia um ótimo ninja um dia! Ele foi a primeira pessoa a acreditar em meu potencial!


-Pfff! Ele parece continuar o mesmo. – Olha para ele. – E hm... Quantos anos ele tem hoje?


-Ah! – Lee abre um sorriso, se divertindo em falar sobre Gai. – Ele completou 30 anos de idade recentemente! Ele levou todo o time para comer num restaurante em comemoração!


Natsuki arregala sutilmente seus olhos, parecendo surpresa.


-Uau... Trinta... - Abre um leve sorriso, voltando seu olhar para o céu. - Sendo assim, então... Já fazem oito anos desde a última vez que o vi.


Lee engasga com seu chá.


-O-OITO ANOS?! FAZ TANTO TEMPO ASSIM?!


-Pfff! Exatamente. Oito anos... – O olhar dela se mantem no alaranjado do céu, parecendo ficar distante novamente. – Isso significa que tenho 19 anos agora.


Assim que seus ouvidos captam aquele baixo murmuro ao fim da frase, Lee imediatamente arqueia a sobrancelha ao notar o tom de voz contemplativo dela. Era estranho ouvi-la falando daquela forma, como se só naquele momento tivesse tomado consciência da própria idade.


Aquele comportamento singular só o deixava mais curioso.


-Natsuki-san, em que tipo de missão você esteve?


Ignorando completamente a pergunta feita, a garota volta encara-lo.


-Lee-san, permita-me que eu teste uma coisa. –Subitamente, Natsuki coloca sua mão sobre a do rapaz, o fazendo ficar ainda mais confuso enquanto alternava entre encarar a ela e a sua mão abaixo da dela. – Você consegue sentir isso, não é?


-Sentir o que?


-Minha mão na sua.


-Consigo. - Tomba a cabeça pro lado.


-E quanto a isto?


-Isto o qu-EPA!


Graças a seus invejados ótimos reflexos, Lee consegue desviar do soco direcionado contra si antes mesmo que pudesse raciocinar sobre o que acontecia. Salvo do golpe, agora a encarava com olhos arregalados, mais confuso do que antes.


-O que está fazendo?


-Por favor, me deixe te bater.


-Por que?


-Eu... E-Eu preciso testar uma coisa.


-Mas você me acertou antes durante o duelo! Porque precisa disso agora?


-Antes eu não estava prestando atenção! Eu estava concentrada na luta!


Deixando todo seu estranhamento de lado, Lee toma um tempo para prestar atenção na linguagem corporal de Natsuki. Só então pode perceber que em poucos segundos, sua fala calma e tristemente nostálgica havia se convertido em uma respiração ofegante e uma voz desesperada, sedenta por uma solução à seus questionamentos.


Rock Lee possuía muitas perguntas, mas zero respostas. A cada palavra proferida por ela, mais questionamentos surgiam para si e mais estranho julgava seu comportamento. Mas se havia uma coisa que Rock Lee tinha que era mais poderoso e aperfeiçoado que seu Taijutsu, era seu instinto. E seu instinto gritava que seja lá porque ela queria aquilo, era algo que significava muito.


-... Tudo bem. - Lee volta seu corpo para ela, ajoelhado com perfeita postura. - Vá em frente.


Tendo a permissão dele, Natsuki só precisou de dois segundos para absorver a surpresa por ele ter concordado tão facilmente com seu pedido e então deferiu um novo soco, desta vez sem esquivas e acertando em cheio o rosto do outro.


Em reflexo a pressão exercida pelo punho dela, Lee vira o rosto para o lado, logo em seguida retornando à sua postura perfeita e tornando a encará-la com as sobrancelhas franzidas numa expressão levemente dolorida, curioso para entender os motivos por trás daquela ação.


Se antes já estava confuso, havia ficado mais ainda ao se deparar com o rosto dela bem próximo ao seu enquanto captava a sensação da mão dela tocando sua bochecha ferida. Tal aproximação repentina fez com que o ninja verde corasse.


-A-Agora vai me explicar o que está fazendo?


-Isso doeu?


-Sim. Quer dizer, não tanto, mas sim.


Natsuki então direcionou seu olhar para o próprio punho e Lee faz o mesmo, instantaneamente reparando que ao contrário de sua bochecha, a mão dela permanecia intacta, sem um único arranhão.


Tal constatação fez com que o rapaz voltasse o olhar para o restante do corpo dela, reparando em um detalhe que não havia percebido no calor da batalha: Ela não possuía um único arranhão em seu corpo, mesmo tendo absoluta certeza de que havia a acertado várias vezes antes.


-Como faz isso? Usou algum tipo de jutsu de cura?


Mas Natsuki permaneceu em silêncio, encarando a própria mão ainda fechada em punho enquanto sua outra mão acariciava com suavidade os dedos que deveriam estar feridos.


-Eu também senti dor. – Murmura para si mesma.


Continuou encarando seus dedos com um olhar perdido. Sua voz era emudeceu, mas sua expressão parecia carregada de emoções e pensamentos. E sua linguagem corporal de fato condizia com a realidade: Sua cabeça estava a mil, ocupada com diversas constatações, suposições e mais perguntas.


-Natsuki-san?


A voz dele a faz despertar do furacão de sua mente e olhar para ele.


-Você está bem?


-... Eu preciso ir.


-O que?


Assim que ela se levanta apressadamente, Lee automaticamente fez o mesmo e também se coloca de pé, seguindo seus passos e não a deixando se distanciar.


-Natsuki-san, o que está acontecendo?


-E-Eu... Eu não sei! Eu também não sei o que está acontecendo. Mas eu preciso ir embora. E-Eu não deveria estar aqui.


-Se estiver com algum problema eu posso ajudar! - Segurou o braço dela. - Você pode confiar em mim!


Ao ter seu braço segurado, Natsuki interrompe seus passos e o encara profundamente, permitindo que ele pudesse ver aquelas discretas e contidas lágrimas se formando no canto de seus olhos.


Aquelas feições, o corte de cabelo, as roupas verdes, aquele tom preocupado e ao mesmo tempo confiante... Todos esses traços tão característicos provocavam aquela familiaridade que ressoava em seu peito e fazia suas emoções se tornarem quase insuportáveis de conter.


Mas de repente, aquela tempestade amenizou, perdida no olhar sincero dele. Aos poucos, a tempestade se acalmou em uma simples garoa. Uma simples garoa que rolava por suas bochechas em silenciosas lágrimas, mas uma garoa da qual ainda podiam-se ouvir trovões que ameaçam iniciar uma nova tempestade a qualquer momento, conforme era ditado por aquela inquietação persistente em seu peito.


Lee não era Gai. Ele não era seu sensei. Mas eles eram tão parecidos. E havia sentido falta daquele conforto. Havia sentido falta de se sentir segura.


Devagar e aparentando já estar exausta, Natsuki se aproxima de Rock Lee, tomando um impulso em seu último passo e chocando o próprio corpo contra o dele, o envolvendo em um abraço apertado.


-Você não pode me ajudar, Lee-san. – Murmura. – Acho que ninguém pode.


Em meio àquele sôfrego quase sem voz, Natsuki pôde sentir um leve toque em suas costas, um afago suave e singelo, seguido de uma afirmação determinada.


-Pra tudo tem uma solução, Natsuki-san! – A afastou delicadamente, segurando em seus ombros e a encarando diretamente. – Me diga o que está acontecendo! Sua habilidade ninja com o fato de eu nunca ter ouvido falar sobre você, sua relação com Gai-sensei, você sumindo e reaparecendo, o fato de você não se machucar... Nada disso faz sentido sem que você me dê a peça que falta! Sei que se você me explicar, podemos encontrar uma solução para seja lá o que estiver acontecendo!


Foram cinco segundos sem reações, apenas o encarando com os olhos surpresos. E estes cinco, prosseguidos de um sorriso choroso.


Aquela garoa agora era uma branda chuva, mas desta vez não parecia tão devastadora... Parecia mais como uma chuva no domingo de manhã, daquelas que tornavam o sono e as cobertas quentinhas mais gostosas. Era uma chuva acolhedora.


-Por que está sendo tão legal comigo? Nós mal nos conhecemos, Lee-san.


-Porque tenho total respeito e admiração por uma ninja que luta com tanta paixão e dedicação quanto você! Eu não preciso de mais nenhum outro motivo para querer lhe ajudar! – Lee pisca, abrindo um de seus grandes sorrisos. – Somos companheiros de treino!


-P-Pfff... – Natsuki o encara com um sorriso sereno. – É... Nós somos.


Natsuki o abraça novamente e ele outra vez retribui sem hesitação.


-Então? O que posso fazer?


-Continue lutando. – Lee tomba a cabeça para o lado, confuso. – Continue lutando comigo desse jeito. É o suficiente para mim. Já é muito pra mim.


-Mas eu-


Lee tem seu discurso interrompido ao sentir dois dedos sobre seus lábios.


-É só o que pode fazer.


Novamente, ela se afasta do rapaz, empurrando seu peito suavemente e recuando alguns passos. O encarou por alguns segundos, ainda com dificuldade em assimilar tanta semelhança, mas agora já conseguindo notar alguns detalhes que só faziam parte dele, embora seu brilho jovial combinasse com o de seu antigo sensei.


-Eu vou tentar voltar outras vezes. – Aumenta seu sorriso. – E é melhor continuar treinando, senão da próxima sua derrota será ainda mais humilhante!


-Natsuk-


-Por favor.


Lee hesita por um longo momento, encarando diretamente o sorriso tão triste que ela lhe apresentava, vendo que suas palavras de nada adiantariam.


-... Eu vou treinar dia e noite.


Ela aumenta seu sorriso.


-Obrigada. – Respira fundo. – Estarei ansiosa por isso, Lee-san!


A ninja então posiciona suas mãos e através do selamento novamente invoca milhões de pétalas de flores. No entanto, a nova visão daquele jutsu não causa a mesma admiração em Lee e sim angústia. Sentia-se impotente vendo ela indo embora daquela maneira e continuou sentindo-se assim ao ver-se apenas na companhia de sua própria solidão.


Ela havia pedido que não se intrometesse.


Ela havia garantido que ele não poderia fazer nada para ajudá-la.


Ela claramente não queria dividir a razão daquelas lágrimas com ele.


...Mas Lee não conseguia engolir aquilo.


-Eu preciso falar com Gai-sensei. 


 



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Autor(a): tord_the_writer

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